Como fazer um documentário para desmascarar alguém que conhece o poder de uma câmera? Como aprendi a superar meus medos e a amar Ariel Sharon, de Avi Mograbi, de certo modo, coloca essa pergunta e a responde, pois ele torna possível a visualização da mudança na estratégia de abordagem de Mograbi a partir do personagem cineasta que depõe no filme.
O projeto inicial de captação de imagens de Ariel Sharon em seus compromissos políticos, que pretendia organizar as palavras e gestos do político contra o próprio, entra em um impasse quando o diretor se dá conta da escassez de material necessário à proposta do filme. Ao refletir sobre isso, ele então nota que Sharon não é mais perseguido por sua câmera e pelo contrário, o convida para filmá-lo, como que confiante de que um filme não poderia derrubá-lo. Mais do que isso o diretor percebe que na verdade Sharon é um homem divertido e até gentil.