Vivien Mary Hartle, mais conhecida como Vivien Leigh é a 16ª maior lenda do cinema, segundo o Instituto Americano de Cinema. É a atriz que deu vida à inesquecível Scarlett O'Hara de "...E o vento levou" e a psicologicamente afetada Blanche Dubois em "Uma rua chamada pecado", filme no qual contracenou com grandes nomes como Marlon Brando, Karl Malden e Kim Hunter. Mesmo com poucas aparições na grande tela (apenas 19 filmes nos seus 30 anos de carreira), Vivien conseguiu a façanha de ser 2 vezes agraciada com o prêmio da academia de melhor atriz, por seus dois papéis citados anteriormente, nas quais a vitória por “A Streetcar” seja comentada como uma das mais merecidas da história do Oscar.
Dedicando grande parte de sua vida ao teatro, Viv dividiu cena várias vezes, no teatro e cinema, com seu então marido Laurence Olivier, também vencedor do Oscar de melhor ator em 1948 por "Hamlet".
Inigualavelmente expressiva, sua Scarlett O'Hara foi um marco em termos de atuação. Sua desenvoltura, segurança e graciosidade ao incorporar uma garota mimada que frente a guerra e a miséria, dá lugar a uma latifundiária que não mede esforços e força de vontade para manter a salvo sua querida Tara. Um dos personagens mais completos que já se viu, Leigh conduz-se da felicidade à desgraça com a maestria de uma grande atriz, uma lenda de apenas 23 anos e com um talento que algumas com o dobro de sua idade e currículo não possuíam.
Alternando entre o teatro e o cinema, Leigh protagonizou romances clássicos como A Ponte de Waterloo, Cesar e Cleópatra e Anna Karenina, que recebeu duras críticas na época de seu lançamento. Ainda assumiria o papel principal em "No caminho dos elefantes” de 1954, mas devido as crises nervosas nos sets, precisou ser substituida por Elizabeth Taylor; também fez testes, sem sucesso, para o papel de Mrs. de Winter em Rebecca.
George Cuckor, o primeiro a assumir a direção de "...E o vento levou", já reconhecia o grande talento da inglesa quando declarou em biografia que muitas vezes "ela era subestimada em função de sua beleza".
Após muitos anos dedicados ao teatro, finalmente recebeu o galardão máximo deste, o Tony de melhor atriz em 1963 por sua performance em “Tovarich”.
Após escândalos de infidelidade e brigas por sua constante mudança de humor, separou-se de Olivier semanas após completar 45 anos. Ao final de sua vida, Vivien lutou contra a bipolaridade mal diagnosticada e a tuberculose, que a levou precocemente aos 54 anos.
Embora poucos, seus personagens tornaram-se marcantes o suficiente para eternizar falas como “Com Deus como testemunha, eu jamais passarei fome novamente” proclamado por sua O’Hara após ver sua Tara desolada após a guerra. Viv foi, indiscutivelmente, umas das maiores atrizes já vistas e seu legado permancerá intocável.