É o primeiro filme do diretor de filmes bem sucedidos sobre ciganos, como Gadjo Dilo e Vengo, os quais se concentram principalmente em torno da música. Os Príncipes pinta um retrato de um pai, filha e avó que vivem em um subúrbio quase abandonado e decadente de Paris, onde, surpreendentemente, os policiais ainda acham necessário incomodar as pessoas e os proprietários das casas até se atreverem a expulsar aquelas que vivem nesses aterros. O tom é desesperado, às vezes, mostrando a imensa desigualdade e o racismo que os ciganos enfrentam, mas também expõe sutilmente as incompatibilidades e impossibilidade dos dois lados para entender e respeitar uns aos outros. Isso fez com que este filme sobre a vida cigana se destacasse, sem romantizar nem revelar nada.
Inevitavelmente, em um filme sobre os ciganos, há muito humor também, mostrando como a estupidez e a ignorância pode prevalecer entre os gadje, porém, ao mesmo tempo, a debochar e a afirmar estereótipos sobre os ciganos, como o seu notório talento para roubar. Tudo isso ainda deixou espaço suficiente para a nostalgia e a tragédia que também estão enredadas com a música cigana e as lendas.