Cinema LightOn

Natalie Portman interpreta a bióloga Lena que já trabalhou no exercito onde conheceu seu marido Kane (Oscar Isaac), mas hoje dá aulas em uma universidade.
A trama começa com o retorno de seu marido, que já estava dado com Morto em Combate à um ano. Com seu retorno ela descobre que ele havia partido em uma missão suicida e que agora ele esta muito doente e foi levado para a base militar onde realizou sua operação.
O contexto de tudo é: um meteoro caiu em um farol e criou um campo magnético que esta modificando as coisas dentro dele e se expandindo com o tempo, e para descobrir o que é grupos de soldados entraram no campo, nenhum grupo retornou até o aparecimento de Kane.

A motivação das personagens é muito fraca, não havia porque entrar la, se acontecesse algo como aquilo dos dias de hoje, após os soldados não retornarem, já teriam mandado tanques, e carros militares para dentro. A motivação da Lena ainda tem um pouco de justificativa, já que ela tem treinamento militar e quer descobrir qual foi o vírus que pegou o marido dela. Mas dentro do campo elas não tiveram a interação necessária, o background das personagens foi passado em uma conversa de 2 minutos por um unica personagem em que não havia emoção em sua fala e nem mesmo em sua face, dificultando assim sentir empatia na morte de qualquer uma delas, mesmo que já sabíamos que elas estavam mortas pois, há três linhas temporais nesse filme, o passado, antes do Kane retornar, os acontecimentos durante a expedição para dentro do campo magnético, e o presente onde Lena volta sozinha do campo e começa a contar para os cientistas o que aconteceu la dentro.
Os efeitos especiais não são nada de mais, são mais do mesmo que estamos acostumados e ate mesmo tediosos. Dentro do campo, o organismo alienígena que chegou vai se expandindo e modificando tudo ao seu redor, cruzando especies de plantas e animais, porem, vemos plantas que já conhecemos, em cores diferentes crescendo perto de outras que não cresceriam naturalmente juntas, um crocodilo com a arcada dentaria de um tubarão (não é nada assustador, afinal a boca de um crocodilo já assustaria com a própria arcada, não precisa de fileiras e fileiras de dentes para provocar mais medo em alguém), vemos algo que seria uma enguia transparente, arbustos crescendo em formato de humanos e o único bicho que considero assustador durante todo o filme é um urso com rosto deformado em que aparece parte do seu cranio e que consegue sintetizar a voz de suas vitimas, gritando socorro para atrair outras pessoas para atacar, afinal isso na vida real traria medo a qualquer um. Mas o resto do mundo que foi criado se torna chato, repetitivo e sem vida logo apos o descobrirmos.
A trilha sonora não foi algo impactante, poderia ter ajudado a dar emoção para algumas cenas porem apenas acompanhou o ritmo do filme.
A câmera era algo que não mudava, sempre ao redor das personagens, nenhuma outra perspectiva, nenhuma alteração. Já a fotografia para luz e sombra foi boa, mas nem tanto para as cores, algumas cenas expressavam bem as emoções pelas cores,embora não houvesse muita cor no cenário, mesmo as cores mais vivas estavam apagadas juntos com os milhares de tons claros que vemos durante o filme, a fotografia foi uma área das que se saíram melhores como a sonoplastia que expressou bem aquilo que se passava tanto fora quanto dentro do campo magnético, mas ainda não alcançou todo seu potencial.
Em resumo faltou trabalhar os personagens, leva-los ao extremo da situação para suas ações se tornarem plausíveis, Gina é uma atriz que poderia ter tido um papel melhor, e sua morte nem mesmo conta como uma redenção por ter amarrado suas colegas, Jennifer parece até que trouxe sua personagem direto do ultimo episodio de Atypical, não fez nada o filme inteiro, com ela ou sem ela, o filme seria a mesma coisa, e o mesmo pode se dizer da personagem de Novotny que serviu apenas para contar o passado da equipe.
Sobre a reflexão em cima disso tudo, sobra apenas a abordagem sobre invasão alienígena tratada de uma forma diferente das convencionais. E para aqueles que querem tirar um lado filosófico disso tudo, talvez possa ser um processo de mudança dos personagens, talvez Lena quisesse ser uma Esposa melhor, assim como Kane "entrou" nesse lugar para se conhecer melhor e refletir se conseguiria perdoar Lena e continuar a vida, já que em uma das cenas finais ele fala "Eu nem mesmo sei se eu sou o Kane. Saia e procure por Lena." então ele morre e um clone dele criado pelo organismo aparece em um vídeo achado pela Lena no farol.
Talvez essa seja a representação do Kane do passado morrendo, sem entender muito bem o que virá a seguir e se propõe encontrar a Lena para discernir aquilo que pensou sobre sua vida, Lena vendo a mudança do marido quando o mesmo retornou, sente-se arrependida e disposta a mudar e embarcar nessa tentativa de mudança, assim como as outras personagens que aparecem, podem ser apenas algumas historias que cruzaram seu caminho durante o percurso ate vir a ser uma pessoa melhor. Que podemos concluir isso com as falas finais apos o retorno da bióloga ate Kane que estava no isolamento medico. Onde percebemos que o Kane era um organismo alienígena e Lena não sabia se era ela mesma, mas notamos havia algo diferente nela tambem.