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Aníbal Augusto Sardinha

Nomes Alternativos: Garoto

2Número de Fãs

Nascimento: 28 de Junho de 1915 (39 years)

Falecimento: 3 de Maio de 1955

São Paulo - SP - Brasil

Só para citar o valor de Aníbal Augusto Sardinha (mais conhecido como Garoto), os mestres Baden Powell, Raphael Rabello, Paulo Bellinati, Yamandu Costa e Marcus Tardelli, só para citar alguns dos maiores violonistas brasileiros, consideram Garoto como o pai do violão moderno, o reformulador da linguagem harmônica do violão. As peças inovadoras de Garoto estão presentes no repertório de grandes instrumentistas da atualidade, em várias partes do mundo. O compositor recebeu várias homenagens em forma de música, como no choro Garoto, de Tom Jobim (lançado em 1959, por Bené Nunes). Garoto também é nome de um choro de Luiz Bonfá.

O idioma musical de Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, é bem evidente. Foi ele quem primeiro adotou no violão os acordes dissonantes com os chamados intervalos de sétima maior, nona e décima terceira, assim como os intervalos aumentados, que tanto se popularizaram no Brasil a partir da bossa nova. Garoto também explorava bem o desenvolvimento de melodias a partir da sequência de acordes.

Tais novidades sonoras encontram-se nas composições, marcadas tanto pela linguagem da tradição musical brasileira, quanto pelo uso de elementos jazzísticos e da escola dos impressionistas franceses. Se até meados de 1980, Garoto era mais lembrado como autor de Gente Humilde e Duas Contas, atualmente é dos compositores brasileiros mais lembrados, por meio de sucessos como Lamentos do Morro, Jorge da Fusa, Tristezas de Um Violão, Desvairada e Gracioso.

Garoto embarcou para os Estados Unidos em setembro de 1939, a bordo do navio Brasil, e chegou a Nova York em 30 de outubro. Resolvidos os entraves de documentação, passou a acompanhar Carmen Miranda e o Bando da Lua, e a vida músico paulistano virou agitação só: 1) apresentou-se no Pavilhão Brasileiro da Feira Mundial de Nova York; 2) participou da comédia musical Down Argentine Way (Serenata Tropical, no Brasil); 3. Gravou três discos na Decca; 4) partiu em excursão pelos Estados Unidos, apresentando-se em Chicago, Detroit, Pittsburgh, Saint Louis, Filadelfia e Washington; 5) o ponto alto das apresentações foi a realizada na Casa Branca, especialmente para o Presidente Franklin Delano Roosevelt. 6) série de shows no Canadá.

Em julho de 1940, o Bando da Lua, Garoto e Carmen Miranda retornaram de férias ao Rio de Janeiro – de onde todos voltaram para os EUA em outubro desse ano. Todos, menos Garoto. A decisão de ficar do Brasil foi tomada com base em dois fatos: o racismo, então no auge, nos Estados Unidos (Dugenir, a esposa dele, era negra), e as novas condições impostas pelo empresário de Carmen.

A questão contratual também pesou muito nessa decisão. Na primeira vez, Garoto saiu do Brasil já com contrato assinado como atração à parte, espécie de convidado especial (o que causou problemas com o sindicato dos músicos americanos). Ele ganhava então mais do que um integrante do Bando da Lua. O empresário de Carmen impunha agora que fosse um simples integrante do grupo – o que significava, além da redução salarial, perda de visibilidade artística.

Em 1941 Garoto organizou conjunto vocal e instrumental chamado Garoto e Seus Garotos, do qual faziam parte Poly (Ângelo Apolônio) no violão e cavaquinho; Paulinho Cordeiro no violão; os ritmistas Russinho e Natal Cesar, e o cantor Waldemar Reis. Estrearam em janeiro na Rádio Clube do Brasil (PRA-3), e por lá se apresentaram durante todo o ano.

Em março, o conjunto participou, como acompanhantes de destaque, da gravação de dois discos 78 RPM pela Victor. O primeiro com Linda Batista (Disco nº 34 737); o segundo com a cantora Marilu (Disco nº 34 740). No mesmo mês, o grupo gravou duas músicas do líder da banda, ambas interpretadas por Waldemar Reis (Disco nº 34 743): os sambas Compromisso Para as Dez (Garoto e Natal Cesar) e Ingratidão (Garoto e Geraldo Queiroz).

De acordo com depoimento de Poly, dado a Irati Antônio e Regina Pereira, em Garoto, Sinal dos Tempos (Funarte,1982), Garoto e Seus Garotos acompanhou diversos artistas como Ciro Monteiro, Dircinha Batista, Aracy de Almeida, Orlando Silva e Francisco Alves – embora a discografia desses intérpretes no período entre 1941 e 1942 não revelasse explicitamente essa participação.

Ainda pela Victor, Garoto e a pianista Carolina Cardoso de Menezes gravaram disco com as músicas Amoroso (Garoto e Luiz Bittencourt) e o fox de Lorenzo Barcelate, intitulado Maria Elena. Gravado em 31 de julho de 1942 e lançado em outubro, o disco informava na capa que o acompanhamento era feito por Seus Garotos. Nesse período, entre 1942/43, a parceria persistiu por três discos, todos pela Victor (Discos nº 80 0044; 80 0061 e 80 0068).

Os dois primeiros discos de Luiz Gonzaga, antes de ostentar o título de ´Rei do Baião´, tiveram a participação de Garoto ao violão e Poly no cavaquinho. São os de nº 34 744 e 34 748 da Victor, com as canções Véspera de São João (mazurca de Luiz Gonzaga e Francisco Reis), Numa Serenata (valsa de Luiz Gonzaga), Saudade de São João Del Rey (valsa de Simão Jandi), e Vira e Mexe (chamego de Luiz Gonzaga).

Também pela Victor, Garoto e Regional acompanharam Moreira da Silva no disco nº 34 754, nas músicas Esta Noite eu Tive um Sonho (Wilson Batista/Moreira da Silva) e Amigo Urso (Henrique Gonçalez).

Em 1941, Garoto participou do filme Céu Azul, produção carnavalesca da Sonofilmes, da qual também participaram Francisco Alves, Oscarito, Silvio Caldas, Grande Otelo, Virginia Lane, Heleninha Costa, Linda Batista, Joel e Gaúcho, Alvarenga e Ranchinho, Russo do Pandeiro e Benedito Lacerda e seu Regional.

Em setembro do mesmo ano, Garoto retorna à Rádio Mayrink Veiga, onde ficou até 10 de dezembro de 1942. Nessa emissora se apresentou com o conjunto Os Quatro Diabos, formado por Carlos Monteiro de Souza, Luis Gomes Carneiro, Nelson Souto e Salvador de Brito. Com a adesão ao grupo do flautista Eugênio Martins e de Popeye do Pandeiro, o nome do grupo mudou para Garoto e os Donos do Ritmo, que se apresentou no Cassino da Urca, Cassino de Icaraí, no Tênis Club de Petrópolis e no Canto do Rio F.C.

Rádio Nacional com Radamés:
Em dezembro de 1942, Garoto iniciou o período mais fértil da vida artística. No dia 16 desse mês estreou na Rádio Nacional, com o programa Garoto e Seus Mil Instrumentos. Imediatamente, passou a integrar a famosa Orquestra Brasileira, dirigida por Radamés Gnattali, que se apresentava no célebre programa Um Milhão de Melodias, patrocinado pela Coca Cola, no qual desfilavam os maiores nomes da música brasileira.

A participação de Garoto na Rádio Nacional foi intensa: além de atuar em Um Milhão de Melodias como integrante da orquestra e, muitas vezes, como solista, tinha os próprios programas: Garoto e seus Instrumentos e Garoto e Seus Solos. Além disso, integrava a Orquestra All Stars, dirigida pelo maestro Carioca, apelido de Ivan Paulo.

No primeiro período de férias na Rádio Nacional, Garoto fez temporada inicialmente no Palace Cassino, em Poços de Caldas, Minas Gerais, de janeiro até março de 1944. Já em abril, apresentou-se no litoral paulista: Cassino do Guarujá e Cassino São Vicente, na Ilha Porchat. Após apresentar-se com sucesso na Rádio Atlântica de Santos (PRG-5), Garoto seguiu para a capital paranaense, onde se apresentou no Grill Room da Exposição Internacional de Curitiba.

Após quatro meses de ausência, Garoto retorna à Rádio Nacional, executando no programa Um Milhão de Melodias, o choro de sua autoria Aqui Estou.

Em meados de 1944, Garoto passou a atuar em duo com Carolina Cardoso de Menezes na Rádio Nacional, que contou depois com a participação do conjunto vocal Os Trovadores, cuja formação era a seguinte: Carlos Monteiro de Souza, Luís Carneiro, José Pinto Rodrigues e Raimundo Flores da Cunha. O duo se apresentou até o final de 1944, quando foi desfeito. Nesse período gravaram mais dois discos pela Victor.

Programa de violão

Em dezembro do mesmo ano, Garoto apresentou o primeiro programa em solos de violão pela Rádio Nacional. Em quinze minutos, solou as músicas Adelita, Abismo de Rosas e o choro Saudades, de Radamés Gnattali.

De fevereiro até maio de 1945, Garoto se licenciou da Rádio Nacional, iniciando nova temporada em cassinos. A estreia se deu no Cassino Ahú, em Curitiba, Paraná – onde Garoto compôs duas músicas: Chorinho do Cassino Ahú e Por Quem os Preços Dobram. Com grande sucesso, Garoto também se apresentou no Círculo Militar da capital paranaense. Seguiu-se então nova temporada no Cassino São Vicente, na Ilha Porchat, no litoral paulista. Já na cidade de São Paulo, compôs o choro A Caminho dos Estados Unidos, após ter sonhado que estava viajando para aquele país.

O retorno à Rádio Nacional se deu no programa Um Milhão de Melodias, com Garoto solando o choro de autoria dele Trapalhadas do Garoto, bem apropriado para a situação que vivia nessa emissora.

Em 27 de setembro de 1945, Garoto participou da conferência de Jacy do Rego Barros, intitulada O Violão na Tristeza e na Alegria, no Brasil, realizada no Instituto de Resseguros, no Rio de Janeiro, ao lado de Rogério Guimarães, José Augusto e Freitas e Tito de Souza.

Bossa Clube

A estreia do Bossa Clube, liderado por Garoto, na Rádio Nacional se deu em 9 de outubro desse ano no programa Alô Brasil e depois, com maior frequência, na Revista Souza Cruz. O grupo gravou alguns discos 78 RPM e se apresentou na Rádio Nacional de outubro até dezembro de 1945.

O conjunto Bossa Clube participou de três gravações, todas pela Continental (discos nº15 473, 15 600 e 15 469, respectivamente), realizadas em setembro e outubro de 1945. Em 2 de outubro acompanhou a cantora Emilinha Borba nas músicas O Outro Palpite (Garoto e Grande Otelo) e Divagando (Nelson Miranda e Luis Bittencourt). No mesmo dia gravou dois choros de Garoto: Sonhador e Celestial, com o autor solando as músicas na guitarra havaiana. No dia 27 de setembro participou de gravação com a cantora Ademilde Fonseca, nos choros Rato Rato (Casemiro Rocha/Claudionor Costa) e História Difícil (Vitor Santos/Pereira Costa).

Na Rádio Nacional Garoto apresentou, com o conjunto Bossa Clube, o arranjo que fez para Holliday For Strings (D. Rose) no programa Revista Souza Cruz de 23 de outubro, às 20h30. Esse programa foi apresentado até o final de dezembro de 1945 e nele Garoto com o Bossa Clube apresentou os seguintes arranjos:

* Ontem ao Luar (Pedro de Alcâantara/Catullo da Paixão Cearense), em 06/11.

* Relâmpago (Garoto), em 13/11.

* Minueto (Ignacy Jan Paderewsky), em ritmo de choro, em 27/11.

* Ameno Resedá (Ernesto Nazareth), em 11/12.

Violão tenor(solista), violões, violino, piano, baixo, bateria e percussão são os instrumentos identificados.

Alguns nomes como Luis Bittencourt (violão), Zimbres (piano), Vidal (baixo) e Bide (percussão) são considerados como muito prováveis integrantes daquele conjunto.

Com o fim do Bossa Clube surgiu o Clube da Bossa, que estreou na Rádio Nacional em 13 de fevereiro de 1946, às 18 horas. O programa, com o mesmo nome do grupo, tinha duração de 30 minutos e foi ao ar até o dia 17 de abril.

O conjunto Clube da Bossa reaparece aos sábados, às 10h15, no programa Calendário Musical Ross (das famosas pílulas do Dr. Ross), apresentado por Carlos Palut. Com estreia em 25 de maio, realizaram-se apenas três apresentações: Garoto perdeu a hora e não apareceu para fazer o quarto programa em 15 de junho e a atração radiofônica nunca mais voltou ao ar.

Depois de trabalhos com Luiz Bonfá, Zé Menezes,Aracy de Almeida, trabalhou nas rádios Guanabara, Tupi e Record. Garoto ficou na Rádio Record até 24 de junho de 1950, quando regressa ao Rio de Janeiro. Entre 30 de junho e 18 de julho gravou na Odeon com os Trigêmeos Vocalistas, Fernando Albuerne, Jorge Fernandes, Dalva de Oliveira e Francisco Alves.

Um dos momentos mais importantes da carreira musical de Garoto foi a participação no primeiro dos dois concertos sinfônicos organizados pela Associação Artística e Cultural do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 31 de março de 1953. Tendo como tema “O gênero concertante na música brasileira”. A Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal foi regida pelo maestro Eleazar de Carvalho e executou o seguinte programa:
Radamés Gnattali: Concertino nº 2 para Violão e Orquestra (1ª audição em concerto), na forma original. Solista: Aníbal Augusto Sardinha (Garoto).

Camargo Guarnieri: Choro para Violino e Orquestra. Solista: Mariúccia Iacovino.

Francisco Mignone: Fantasia Brasileira nº 1. Solista: Arnaldo Estrella.

Mesmo dividindo o tempo com inúmeros compromissos com gravações, bailes e programas na Rádio Nacional, o desempenho de Garoto neste concerto foi muito elogiado pela crítica e pelo público.

No último período na Rádio Nacional, da qual se desligou em junho de 1954, Garoto continuou participando dos programas Um Milhão de Melodias, Gente que Brilha, Noite de Estrelas, Quando Canta o Brasil e estreou um novo programa intitulado Recitais de Violão, que teve nove audições, nas quais apresentava peças eruditas e composições próprias.

Garoto na TV

Em 1 de julho desse ano, Radamés e Garoto apresentaram a versão reduzida, para piano e violão, do Concertino nº 2, na TV Tupi do Rio de Janeiro. Foi a segunda vez que apareceu na televisão. A primeira ocorrera em 25 de abril, também Tupi, como convidado de José Vasconcelos, que apresentava programa nessa emissora.

Em 22 de agosto de 1954 Garoto apresentou, na Rádio Gazeta de São Paulo, um concerto dividido em três partes: na primeira, apenas o violão de Garoto executando peças de autoria dele e, também, de autoria de Radamés Gnattali, como a valsa Vaidosa; na segunda, Garoto e o consagrado pianista Fritz Jank tocaram a Suíte Popular Brasileira, de Radamés Ganttali; na última, Garoto e a Orquestra Sinfônica da Rádio Gazeta, sob a regência do maestro Armando Belardi, executaram o Concertino nº2 para Violão e Orquestra, de Radamés.

Em 31 de outubro, Garoto apresentou a Suíte Popular Brasileira e a versão reduzida do Concertino nº 2, com Radamés Gnattali, autor de ambas, ao piano, numa apresentação na Rádio Inconfidência de Minas Gerais. Participaram também de outros programas nessa emissora e ainda encontraram tempo para ir à cidade de São Leopoldo, onde conheceram o médium Chico Xavier.

Compondo para o cinema

No retorno da viagem a Minas Gerais, Garoto foi convidado pelos irmãos Alípio Eurides Ramos para compor a trilha musical do filme Marujo por Acaso, cujo protagonista era o ator cômico Ankito. No site www.cinemateca.gov.br, a trilha musical é atribuída à Lirio Panicalli, mas no diário que escreveu, Garoto se declara autor da peça, tendo recebido Cr$ 8. 400,00 pelo trabalho.

Ainda em relação ao cinema: Garoto compôs duas músicas para o filme Chico Viola Não Morreu: Desejo e Pinga no Pires, ambas em parceria com José Vasconcelos.

Com contrato praticamente acertado com a Rádio Ministério da Educação, Garoto participou, a convite de Edna Savaget, de um programa nessa emissora, já em 1955. Na ocasião apresentou em solos de violão as músicas Gracioso, Meditação, Jorge da Fusa, Lamentos do Morro, de autoria dele, Holliday for Strings, de David Rose; e acompanhou o Trio da Noite, que interpretou a música Tema e Variações, parceria dele com o poeta Manuel Bandeira.

Parceria com Manuel Bandeira

O jornal Última Hora, em edição de 02/05/1955, véspera da morte de Garoto, deu a seguinte nota, com o título “Garoto vai gravar”:“Garoto, o do violão (São Paulo Quatrocentão), vai gravar, dentro de poucos dias, duas novas músicas na Odeon. Trata-se, de um lado, de Tema e Variações, de Manuel Bandeira e, do outro lado, Ausência, de Edna Savaget.”

A inusitada parceria entre Bandeira e Garoto aconteceu da seguinte maneira: numa reunião musical na casa de Fernando Tude de Souza, então diretor da Rádio Ministério da Educação, o violonista encontrou o poema de Manuel Bandeira, Tema e Variações, numa das páginas da revista Café Society.

Sentindo-se tocado pelo poema, Garoto o musicou em menos de meia hora. Em uma das reuniões do Clube dos Amigos do Samba, realizada no Automóvel Clube do Brasil, Garoto fez uma gravação desta música para oferecer ao poeta (“Bandeira sambista”, Correio da Manhã, 26/03/1955, Flagrantes).

No início dos anos 1950, Garoto conviveu intensamente com alguns dos nomes que se destacaram na Bossa Nova. Luiz Bonfá, Dick Farney, o quarteto vocal Os Cariocas,Tom Jobim, Billy Blanco, Dolores Duran, Johnny Alf, Sylvia Telles, Candinho, Luiz Eça, Chico Feitosa e Carlos Lyra eram admiradores de Garoto, de suas harmonias inovadoras e de suas composições que prenunciavam aquele movimento.

Em março de 1955, havia muitos projetos. Garoto acabara de iniciar uma longa série de gravações para o suplemento nacional da Odeon e estava previsto o lançamento de três LPs. No primeiro, apenas ele como solista. Nos outros dois, o foco era conjunto de boate do qual liderava. Nos três LPs, os arranjos seriam de sua autoria. A mesma gravadora já estava preparando um LP relançando as melhores gravações de Garoto( Claribalde Passos. Correio da Manhã,RJ,06/03/1955).

Entre os planos, havia também a turnê que faria pela Europa e nos Estados Unidos, onde ele até pretendia morar. Em Londres ele gravaria o Concertino nº 2 para Violão e Orquestra,de Radamés Gnattali. (Garoto nos EEUU, por Jayme Negreiros, O Jornal, seção Discos,18/01/1955): Vou deixar meu sitio (único lugar do mundo onde posso viver), mas pretendo fixar-me nos Estados Unidos. Um sonho antigo que se tornará realidade”.

Com o amigo e parceiro José Vasconcelos, estava trabalhando na direção musical da peça Precisa-se de um Presidente, de Vasconcelos e Geysa Bôscoli. A estreia seria no final de maio, no Teatrinho Jardel, e Garoto iria tocar cinco instrumentos diferentes e ainda atuaria como um dos personagens.Esses projetos, porém, não se realizaram. No dia 03 de maio de 1955, uma terça-feira, Garoto acordara passando mal e pediu que Cecy desmarcasse as aulas de violão que daria naquela manhã. Sentia dor no peito e resolveu deitar-se novamente. Era o infarto no miocárdio que o levou para sempre.

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