"Na ilha de Itaparica, Bahia, uma comunidade de descendentes Nagô recria há 200 anos os costumes e valores de antepassados africanos e brasileiros. Vive da pesca e da colheita de frutas em um espaço que está sendo ocupado pela indústria imobiliária e pelo turismo. Cultua os Egun, os ancestrais, que se materializam sob tiras de pano no grande festival anual de Baba Olukotun. Os homens de maior destaque são os Ojé, sacerdotes que detêm o segredo da sociedade Egungun, o poder de invocar os mortos e conduzí-los no mundo dos vivos. A idade avançada do chefe da comunidade e do culto, Alagbá Antonio Daniel de Paula, 108 anos, ocasiona a disputa pela sucessão entre seu filho Cosme e outro Ojé qualificado, Domingos. Durante o festival das Águas, Cosme traz de fora da ilha um babalorixá, sacerdote do culto aos Orixá, para oferecer o presente anual, quebrando a tradição. Egun é Egun, Orixá é Orixá, são cultos diferentes. A comunidade se divide. A disputa atinge a violência. Profundamente tocado pelos acontecimentos, morre o Alagbá. O Axêxê, ritual de despedida do espírito de Antonio Daniel de Paula, termina com uma reunião comunitária. Os Ojé, responsáveis pela continuidade e propagação da cultura Nagô, oferecem a solução para o impasse com a nomeação de um triunvirato - Cosme, Domingos e o mais velho dos sacerdotes - que irá restituir a harmonia." (Embrafilme/Catálogo 1986)