Guerra Sem Fim

A médica Flávia (Júlia Lemmertz) se apaixona pelo traficante Cacau (Alexandre Borges), que é ligado ao Comando Pirata da favela da Paciência, e dominado por China (Rubens Correia). Ao se envolver amorosamente com o rapaz, ela acaba abraçando a marginalidade, sendo o maior obstáculo à ascensão política de seu pai adotivo, Armando César de Mello (Rogério Fróes), em campanha para o governo do Estado do Rio de Janeiro.

China era um religioso de classe média que chegou a ser padre, foi preso e ficou vinte anos na cadeia. Atrás das grandes, ele passou seus conhecimentos políticos como forma de criar um movimento contra as injustiças. Conseguiu escapar e se escondeu na favela, onde pôs em prática sua filosofia de vida, defendendo a comunidade.

"Guerra Sem Fim" foi uma telenovela brasileira co-produzida pela TV Plus e exibida pela Rede Manchete entre 30 de novembro de 1993 e 9 de abril de 1994, às 21h30.Foi feita a toque de caixa, devido à proibição da exibição de "O Marajá" (uma sátira a Fernando Collor de Mello, o ex-presidente da República), utilizando a mesma equipe que gravou a telenovela proibida. A Rede Manchete, depois de ter enfrentado uma grave crise, chegando a ser vendida para o Grupo IBF (e depois devolvida), retomava o seu trabalho na teledramaturgia com essa "telenovela-reportagem", aos moldes do seu antigo sucesso "Corpo Santo".

A produção mostrou uma garra admirável de uma equipe que trabalhou com recursos baixos, mas cheia de vontade. No entanto, nem a garra, nem a mágoa conseguiram trazer um espetáculo memorável aos telespectadores, mas sim, a história dos problemas de segurança no Rio de Janeiro, com morros cheios de bandidos e policiais em luta armada, apresentou um dos climas mais pesados da televisão brasileira.

Entre os personagens polêmicos estava um casal homossexual de traficantes: Monarca (Hélcio Magalhães) e Viúva Negra (Paulão Barbosa).