Desafio +5Filmes | Novembro

E comecem a contagem regressiva! A lista de novembro chega atrasada num 2014 que a cada dia se aproxima do fim, mas que mantém ainda uma programação imperdível em toda a cidade. É tanta coisa acontecendo que vou correr logo com as penúltimas indicações do ano pra não vacilar (e nem atrasar) a última lista:

Depois do impacto causado em outubro por “Garota Exemplar” e “Relatos Selvagens”, reconheço que novembro não ficou muito atrás ao trazer “Interestelar” e “Boyhood” pras salas de cinemas (se bem que Salvador ficou de fora do circuito de exibição de Boyhood, né?! Superemos!). Assistir “Interestelar” é de pirar a cabeça, o filme (assim como os anteriores de Nolan) é uma aposta arriscada, mas como sempre bem executada e impressionante, não chega a ser o melhor trabalho do diretor, mas é tão ousado quanto. Além disso, tem um dos melhores momentos dramáticos do ano e uma reviravolta confusa que me deixou “bugado” até agora. “Boyhood”, apesar da euforia, me impressionou mais pela realização do que pelo roteiro, em quase três horas de filme não há sequer um acontecimento marcante a não ser o próprio processo de amadurecimento do protagonista e sua família (acompanhada literalmente em doze anos), é a pura síntese da vida como ela é, e isto é o que torna este filme especial e cativante. O nacional “Tim Maia” mesmo se estendendo pra além do necessário e com a incômoda narração de Cauã Reymond do início ao fim, ainda é pra mim uma das melhores cinebiografias feita nos últimos anos. Destaque merecido para as atuações de Babu Santana e Robson Nunes (ambos no papel principal) que esbanjam talento e carisma no filme. Outro que se destaca pela atuação é o drama “O Juiz” com Robert Duvall e Downey Jr., o embate entre os dois personagens rende ótimas cenas e compensa a enxurrada de clichês que envolve o roteiro (super previsível e emotivo). Até Downey Jr. que, mesmo sendo um bom ator, insiste em manter o mesmo personagem em seus filmes recentes, apresenta aqui uma leve diferença e se equilibra melhor entre o drama e o humor. Pra encerrar a lista ainda tem o infantil “Uma aventura extraordinária” cuja assinatura vem da mesma direção de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. O filme é sensível, bem humorado e segue a linha bem dosada entre fantasia e realidade (traço característico de Jean-Pierre Jeunet), só que do meio pro final parece que a história desanda e perde o ritmo, o que é uma pena já que prometia render muito mais novidades e ser quase um Amélie feito pras crianças.