Você está em
  1. > Home
  2. > Artistas
  3. > Márcia X.

Márcia X.

Nomes Alternativos: Márcia Pinheiro de Oliveira

1Número de Fãs

Nascimento: (46)

Falecimento: 2005

Rio de Janeiro - Brasil

Márcia X. iniciou sua carreira em 1980, com a performance Cozinhar-te, em colaboração com o grupo Cuidado Louças, no 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, quando conquistou o Prêmio Viagem ao País. Outra performance foi Chuva de Dinheiro (1983), quando Márcia Pinheiro – nome que utilizava na época - e Ana Cavalcanti lançaram enormes notas de CR$ 5 de cima de um prédio na esquina da Av. Rio Branco e Nilo Peçanha, no Rio.

Em 1986 a artista, em parceria com o poeta e artista Alex Hamburguer, realizou intervenção intitulada Triciclage – Música para duas bicicletas e pianos, quando entrou em cena em um pequeno velocípede durante apresentação de John Cage e Jocy de Oliveira, da peça Winter Music, de autoria de Cage, na Sala Cecília Meireles, no Rio.

Adotou o X. de seu nome quando realizou performance em parceria com Alex Hamburguer na Bienal do Livro, em 1985, no Rio. Vestida com duas “não roupas”, uma capa preta e uma outra transparente e sem nada por baixo Márcia Pinheiro despiu-se até ficar nua. Na época a reação da estilista homõnima dizendo dedicar-se a vestir e não despir pessoas fez com que a artista adotasse Márcia X. Pinheiro e posteriormente Márcia X.

Ainda em dupla com Alex Hamburguer Márcia X. realizou diversos trabalhos. Dentre eles destacam-se: Sex Manisse, Macambíada, Pathos, Paixões Paranormais e J.C.Contabilidade.

Em 1987 realizou uma parede com sabão em pedra intitulada Soap Opera, no 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea, na Fundação Bienal de São Paulo. Durante o evento, em parceria com Aimberê César, realizou um vídeo de mesmo nome.

Em 1988 realizou sua primeira instalação individual, Ícones do Gênero Humano, no Centro Cultural Cândido Mendes, no Rio. Durante o vernissage, com a galeria vazia, Márcia X. e Aimberê César fotografaram e filmaram todos os presentes e, posteriormente, penduraram as fotos nas paredes.

Em 1990 realiza sua primeira instalação individual Coleção Gênios da Pintura na Galeria Casa Triângulo, São Paulo.

Em 1992 participa da instalação coletiva Tromba do Olho, com a obra Bufê Buginganga, no Solar Grandjean de Montigny, no Rio.

São desta época suas participações no CEP 20.000, evento de poesia capitaneado por Chacal e Guilherme Zarvos, no Espaço Cultural Sérgio Porto. Dentre suas performances estavam Rambo/Rimbaud, OVIDEO e Lovely Babies.

Durante os anos 90 Márcia X. iniciou uma de suas mais marcantes séries – Fábrica Fallus – continuou a desenvolver até 2005.

Com Fábrica Fallus Márcia X. participou de diversas exposições como o18º Salão Nacional de Artes Plásticas, na FUNARTE (Museu Nacional de Belas Artes) e Arte Erõtica, no MAM do Rio, em 1993; Imagens Indomáveis, na Escola de Artes Visuais Parque Lage, em 1994; Correspondências, no Paço Imperial e Infância Perversa, no MAM do Rio, MAM da Bahia, Salvador, em 1995.

Também em 1995 Márcia X. realizou uma das mais importantes individuais de sua carreira - Os Kaminhas Sutrinhas, no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio.

Segundo Sergio Bessa, em seu texto X-Rated (duas ou três coisas qu’eu sei dela) para a Revista Item, “Márcia X. repetidamente assume uma entidade infantil. Na instalação Arte Erõtica (MAM, 1993) e na sua individual na Galeria Sérgio Porto (1995), por exemplo, a escala dos trabalhos bem como a escolha de os instalar ao nível do chão convidava o espectador a assumir uma postura (física) que o trouxesse ao nível da criança. Para devidamente apreciar sua arte o espectador deveria regredir a um estado infantil. Esta estratégia é ambiguamente passiva e agressiva, pois transforma objetos pornográficos em brinquedos infantis, ao mesmo tempo que torna brinquedos infantis em agressivos objetos erõticos”.

Em 1997 realizou a instalação individual Soberba, no Paço Imperial, Rio.

Em 1999 participou da coletiva O Objeto Anos 60/90 no MAM do Rio e no Itaú Cultural, em São Paulo. Ainda no mesmo ano participou de outra coletiva Máquinas de Arte, no Itaú Cultural, em São Paulo.

Em 2000 participou das coletivas Deslocamentos do Feminino, no Conjunto Cultural da Caixa, no Rio; O Século das Mulheres – Algumas Artistas, na Casa de Petrõpolis – Instituto de Cultura, Petrõpolis; e Os 90, no Paço Imperial, Rio.

De 2001 a 2002 participou do Panorama da Arte Brasileira, que itinerou pelo MAM de São Paulo, MAM do Rio e MAM de Salvador. No mesmo ano participou da III Bienal do Mercosul, Porto Alegre e da Temporada de Projetos, no Paço das Artes, em São Paulo.

Em 2001 Márcia X. e Ricardo Ventura realizaram duas coletivas - Orlândia e Nova Orlândia - que reuniram artistas em um imõvel vazio e em obras. A iniciativa da dupla mobilizou também curadores e críticos de arte que também participaram com suas obras deste projeto coletivo. As instalação foram consideradas pelos críticos de arte as mais importantes mostras daquele ano. Em 2002 participou, em parceria com Ricardo Ventura, com a performance Complexo de Alemão do evento Riocenacontemporânea, no Largo da Carioca, Rio.

Em 2003 a dupla realiza outra coletiva: Grande Orlândia - Artistas Abaixo da Linha Vermelha, a terceira e última da série. No mesmo ano realizou também em parceria com Ricardo Ventura a performance Poralelogramo no evento Alfândega, no Armazém 5, no Cais do Porto, Rio. No mesmo ano participou do MIP- Manifestação Internacional de Performance, organizada pelo Centro de Estudos e Informação de Arte, Belo Horizonte.

Em 2005 participou das exposições coletivas Arte Brasileira Hoje, no MAM do Rio; O Corpo Na Arte Brasileira, no Itaú Cultural, São Paulo; e Educação,Olha!, na galeria Gentil Carioca, Rio. E ainda Muestras Rituales, com a vídeo-instalação Ação de Graças, na FUNCEB, Buenos Aires, Argentina. No final do ano Márcia X. participará ainda da coletiva Erõtica, no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, Rio e Brasília.

A partir de 2000 Márcia X. viu reconhecido seu trabalho por parte da crítica especializada. Inúmeros convites se seguiram e, entre os mais importantes podem ser destacadas suas participações no Panorama das Artes (São Paulo e Rio) com a performance Pankake, na Bienal do Mercosul (Porto Alegre), com a performance Ação de Graças, e na instalação Os 90 (Rio), com a instalação Reino Animal. É deste ano a performance Desenhando com Terços, realizada pela primeira vez na Casa de Petrõpolis. Nela Márcia X., de camisola branca, usou 400 terços para realizar desenhos de pênis no chão em uma sala de cerca de 20 metros quadrados.

Em 2003 e 2004 realizou duas das mais emblemáticas performances de sua carreira: Alviceleste e Cadeira Careca / Le Chaise Chouve, respectivamente. Na primeira, nas Cavalariças da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Márcia despejou tinta azul de caneta tinteiro em funis de vidro pendurados no teto. A tinta escorria por finas correntes e impregnava o chão de gesso formando manchas azuis. Na segunda, em parceria com Ricardo Ventura, barbeou uma chaise longue Le Corbusier Le Cobusier, Charlotte Perriand e Pierre Jeanneret, de couro de vaca, nos pilotis do edifício Gustavo Capanema, antiga sede do Ministério da Cultura, no centro do Rio. Nesta homenagem a Le Courbusier os artistas citaram também Le Dejeuner en Fourrure, de Meret Oppeheim, obra fundamental para o movimento surrealista.

Com uma carreira firme e independente, imune às críticas e sucessivos cortes de participação em salões e outras mostras e também à censura e ao cancelamento de diversas performances, Márcia X. foi uma artista como poucas. Sempre atenta à sua importância no meio artístico, Márcia X. seguiu em frente, lutando contra o que chamou de “enorme descrédito em relação à performance”.

Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.

Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.