Nascimento: 4 de Junho de 1944 (48 years)
Falecimento: 12 de Junho de 1992
Paris - França
Nascido em Paris, em 1944, Serge Daney tornou-se um dos pensadores de cinema mais influentes da França, comparado a Georges Sadoul e a André Bazin. Seu contato com a arte se deu logo em seus primeiros anos como estudante, por meio das aulas de Henri Agel, respeitado crítico dos anos pós-guerra.
No início da década de 1960, os interesses de Daney o levaram a uma temporada em Hollywood, onde realizou uma série de entrevistas com diretores norte-americanos. Também viajou à Índia e à África, em busca de novos olhares sobre a cinematografia.
Em 1962, cria a revista Visages du cinema e, em 1964, passa a escrever na prestigiosa Cahiers du cinema, onde encabeça a recondução da linha editorial para o campo da análise cinematográfica contundente, deixando de lado a orientação maoísta antes adotada. Chega a editor da publicação, em 1973, dividindo a direção com Serge Toubiana até 1979.
A partir de 1981, seus textos são publicados pelo Libération, onde, por quase uma década, é o responsável pela área de cinema. Na mesma época vem a São Paulo, experiência que mereceu registro em texto publicado no mesmo jornal francês.
Também se dedicou à análise de imagens feitas para televisão e apresentou suas críticas em programas da Radio France-Culture, voltados às produções de Jean Rouch, Philippe Garrel, Jacques Rivette, Jacques Demy, Manoel de Oliveira, Jean-Luc Godard, Jean-Marie Straub e Jean-Claude Brisseau. Voltou-se novamente ao cinema ao lançar a revista Trafic, em 1991.
Poucos meses antes de morrer, em 1992, dá uma longa entrevista a Serge Toubiana, que a transforma na biografia Persévérance. Nela, o cinema é visto à luz da experiência pessoal, permeada por reflexões que aludem à família, à sexualidade, às viagens e à política. O tom da obra reafirma sua crença na função de espelho que o cinema desempenha ao projetar (e ver-se projetado, ele próprio) seu filme pessoal, ou seja, sua aprendizagem e sua melancolia. Esta ideia é resumida pela célebre expressão criada por ele a partir de um jogo de palavras: cinéfile (cinéfilo) transforma-se em cine-fils, ou “cine-filho”, para designar alguém que é literalmente filho do cinema, como ele foi.