Vilgot Sjöman (diretor, crítico, dramaturgo e romancista, bem como assistente de Ingmar Bergman ) realizou um filme que ultrapassa qualquer convencionalismo. Apesar de ter sido produzido em 1977, ainda tem fôlego para provocar a ira e a repulsa de muitas pessoas. Conta a história de um advogado que tem muita empatia pelos portadores das chamadas “perversões sexuais”. Para ele, não há nada de errado com os “desviantes”, ou seja, o erro está na sociedade com seus critérios de “normal” e “anormal”. O filme mostra voyeurismo, sadomasoquismo, travestismo, um ex-estudante de medicina que tem uma ereção durante a autópsia de uma mulher e outros personagens fora dos padrões sociais tradicionais. Há cenas mais explícitas e sexo entre o advogado e sua namorada. O filme é ácido e irônico com a caridade cristã, que exige a solidariedade para com os marginalizados.
Tabu, indiretamente, faz ao espectador uma pergunta: E se cada pessoa fosse como realmente é, se cada um mostrasse todos os seus desejos sem se importar com as consequências, se ninguém mais se preocupasse em preservar sua reputação? Como seriam os políticos, os juízes, os militares, os religiosos famosos, etc, se assumissem publicamente todos os seus desejos?