Quando assisti lembrei da atualização do iOS 10.2 para iPhone e OS Sierra para Macbook fornecido pela Apple que contém a "Siri" que se evoluir poderá gerar muitas "Samanthas". A inteligência artificial me remeteu a vários filmes correlatos que, no meu entender, pincelaram ou cavaram profundamente a reflexão: "o que nos constituiu como Ser?" Seja em "Blade Runner" (1982), "Matrix" (1999), "O homem bicentenário" (1999) ou "A.I. - Inteligência Artificial" (2001) a pergunta continua "porque os sentimentos de A.I. não são considerados reais?". Em "Ela" a relação de realidade assume a diferença na dimensão entre real e irreal através da corporificação. Pois, o distanciamento é verificado na ausência do corpo, que "humaniza". Já que Samantha é apenas uma consciência, uma mente, uma inteligência artificial. Embora ficamos em xeque quando nos defrontarmos com a indagação e "Quando morrermos nosso corpo fenece, mas a consciência morrerá também ou viverá?" O dilema acerca da realidade, da veracidade das emoções de Samantha não se dá necessariamente no presente, mas no futuro. Por que parece que a humanização se dá perante a possibilidade de morrer. Quando isto não acontece, ficando "ela" imortalizada, transcende a capacidade humana. Uma vez que se aceitarmos que a consciência permanece viva em "algum lugar" que ainda não conseguimos identificar (Descartei as hipóteses religiosas sobre morte porque o filme não tem tal finalidade). Samantha teria privilégios sobre-humanos os quais, logo não tornam humana.
Impossível que em nenhum momento passe pela cabeça de um homem que assistiu esse filme, não imaginar com deveria ser sentir-se uma mulher…”dentro” daquele caso. A troca de corpo não seria apenas de caráter biológico e estético. Uma vez que o impacto visual de “torna-se outra pessoa continuando a ser você mesmo” direciona para sentimentos os quais são apenas estímulos externos os quais não ocorreriam do contrário. Isto é, a mulher que existe é somente uma casca dada a sua feição de “feminilidade”. Não saberia bem definir, ainda, outra palavra melhor, pois lembrei que uma palavra mais adequada poderá vir, quando eu ler, a obra “O segundo sexo” de Simone de Beauvoir (1949). Logo, o título do filme está muito bem encaixado. Recordei-me diretamente de outro filme “O silêncio dos inocentes” (1991) em que a personagem serial killer é um travesti que sequestra e assassina mulheres com objetivo de tornar-se mulher. Talvez, hajam outros filmes mais similares com tal situação. Para tanto após assassina-las costura uma roupa com suas peles. Porque para tornar-se uma mulher não basta agir e sentir-se como uma; você precisa estar “na pele” de uma mulher - insinua o filme.
Fantástico ou assustador...como se cria a realidade a partir da interação com mundo? -Fantástico, basicamente recebemos estímulos e damos respostas. E, ainda bem que se vai para além de Pavlov. Pois, consegue-se experenciar as sensações da própria condição e refletir sobre si mesmo. -Assustador de como pode ser criado o mundo em situações de extrema privação sensorial da realidade. Esta é a vida de Jack. O mundo pode estar dentro do quarto
depende da forma que construímos a realidade e, sobretudo, a liberdade. O mundo cria a nossa necessidade de liberdade ou nós a criamos? Não saberia responder ainda. Contudo, ainda bem que "estamos condenados a liberdade" (Sartre).
Valeu minhas 5 estrelas porque o filme foi baseado em documentos e relatos das lendas do período da colonização britânica na América com as 13 Colônias Inglesas. Logo, não é de todo ingênuo o filme, mas tentando expor o drama que se vivia a época os colonos imersos na rigidez cristã, protestante, e no conflito de consciência de enfrentarem o desconhecido no "novo mundo"ao mesmo tempo que descobriam as próprias mazelas da personalidade humana.
As cenas conseguiram transmitir perfeitamente as mentes frenéticas de "natural born killers". Ps. Esse filme não é apologia a violência, mas crítica a violência. Idem, por exemplo, para última cena do filme, quando os créditos estão subindo, para saber como o "casal se realiza na vida".
Estou na dúvida se realmente gostei do filme...ou se fiquei "influenciado a gostar" por ser a direção do Clint Eastwood. Pelo sim, pelo não: recebe metade da nota.
Friedrich Nietzsche já alertava: "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo dentro do abismo, o abismo olha para dentro de você". Logo, o que nos salvará de nós mesmos?
Um filme com um terror: dantesco e aterrador. Contudo, o filme é um "Mockumentary" designação para filmes expostos como histórias reais. A produção tenta ser o mais fidedigna da realidade deixando "qualidade baixa" propositadamente. Geralmente são vídeos considerados como provas documentais que "comprovariam" a existência do filme que o diretor apenas organizou para apresentar ao público. Muito pelo contrário é necessário uma competência e criatividade enorme para construir a narrativa. Diga-se de passagem que é um gênero bem intrigante pela dúvida que espreita o telespectador: "Será que é verdade mesmo? É muito real!". Outros filmes dessa categoria mockumentary, por exemplo, são: - A Bruxa de Blair (1999) - Contatos de 4º grau (2009) - Atividade Paranormal (2009) - September Tapes (2004) - Cloverfield (2008)
Não precisa ser religioso para notar, mas apenas um pouco de percepção para compreender que o mote do filme é a exposição do dilema teológico judaico: Deus existe? Por que é a partir disso que desenrola-se a autoojeriza contra si mesmo e contra o povo judeu e, logo, encontra apoio na ideologia nazista. Se tem uma coisa que ficou muito bem demarcada na obra foi que a fé judaica é uma chama que arde o espírito do judeu e, as vezes, pode queima-lo...
A partir do século XIX, os Estados Unidos expande seu território para além das 13 colônias, o oeste. Os propósitos, também como os resultados, influenciariam diretamente nos rumos da História americana. Neste contexto, o diretor John Ford elabora o filme No Tempo das Diligências, em 1939, tentando reproduzir uma época marcante. Sendo este filme um clássico, serviu de molde para o cinema do gênero western, ou seja, “cinema de faroeste”, “bangue-bangue”. O filme contém a ideia de entrelaçar os caminhos de pessoas através de um meio de transporte de passageiro coletivo típico do período - a diligência - através do Arizona. Num ambiente de belas paisagens e de vida selvagem no meio da "man’s land", terra de ninguém, termo usado por políticos e pioneiros para justificar a expansão, John Ford constrói boas cenas no grande cenário do velho oeste como também no menor cenário dentro da diligência, enriquecendo a narrativa unindo a concisão do cinema mudo aos potenciais audiovisuais do falado. Com tal filme, Ford perpetua um modelo para filmografia do faroeste que o sucede, projetando a carreira artística de John Wayne como cowboy símbolo do pioneiro americano da corrida do ouro, dos criadores de gado, dos pistoleiros e das diligências.
No entanto, o cowboy como símbolo de construtor da sociedade americana no oeste é apenas uma posição demonstrada nos filmes de Ford. Sean Aloysius O´Feeeney (1895-1973), John Ford, de família com origens irlandesas nasceu no Maine, Estados unidos. Parte para Hollywood em 1914, onde começa a trabalhar como ator, contra-regra e assistente, nos filmes do irmão, Francis, roteirista e diretor da Universal Studios. O diretor norte-americano faz sua estréia em 1917 nos primeiros westerns, dirigindo também os principais filmes da década de 40, e ainda concedeu ao cinema western americano um caráter sociológico mesclado com humor e visão sentimental do passado dentro de cortes bruscos das cenas e muita ação. Dirigiu filmes mudos para Fox-Film, tais como: Tree Bad Man (1927) e Black Watch (1929). Com a chegada do áudio ao cinema obteve enorme sucesso com filmes como The Informer (1935) e The Quiet Man (1952), e em 59 anos de carreira e direção de mais de 144 filmes de diversos gêneros, e muitos atuados com a participação do amigo John Wayne, abandona o cinema em 1965 vindo a falecer alguns anos depois em Desert Palmer, Califórnia. Ainda que Ford seja lembrado por sua trajetória junto ao cinema western, muitas das suas obras cinematográficas focaram temas sociais.
Nossa que nostalgia! Pois foi o meu primeiro filme que assisti no cinema aos seis anos de idade. Ainda me confundo se gostei tanto assim do filme, quando revejo, dublado é claro(!) porque a dublagem remete mais ainda ao momento; ou do encanto do cinema que caiu sobre mim naquele momento.
Ótimo filme para se pensar sobre a pena capital. E, ademais, um pouco mais de reflexão sobre o assunto pode ser encontrado em <http://criticanarede.com/filos_morte.html>.
Impossível assistir o filme e não associar ao livro homônimo (1992) do escritor gaúcho Moacyr Scliar (1937-2011). Ressalto isto porque está intimamente ligado a vida de Scliar. O escritor é médico e judeu de descendência polonesa, logo é um judeu asquenazi, ascendência judaica na europa Oriental. Scliar é conhecido também por dar voz aos judeus excluídos socialmente no estado do Rio Grande do Sul, sobretudo, as polonesas judias oriundas de famílias pobres do leste europeu, no caso a Polônia, que na falta de trabalho por dificuldades de inserção na sociedade porto-alegrense, no RS, acabavam se prostituindo para sobreviver. Essas mulheres polonesas prostitutas eram denominadas pejorativamente de "polacas". Isto provavelmente deveria ser comum na memória do escritor a partir da etnia polonesa e da religião judaica.
O conhecimento médico de Scliar não pode ser deixado de lado. Uma vez que é sabido dentro da Área das Ciências da Saúde a importância do médico Oswaldo Cruz para a saúde pública no Brasil no início do século XX. Se por um lado, as transformações sanitárias ocorridas e oriundas de Paris, na França, encantam Oswaldo Cruz na possibilidade de inserir o Brasil nas ideias científicas da modernidade. Por outro lado, há a emergência de uma profilaxia urbana para conter as doenças na população nos grandes centros. Muitas vezes advindas da falta de políticas públicas na saúde. Já que no período imperial não se teve uma preocupação direta sobre tal. Dessa forma a responsabilidade política foi tomada pela nova ordem política estabelecida no advento da Proclamação da República (1889). Os miasmas de doenças que continha os aglomerados urbanos no Rio de Janeiro, a saber, nos cortiços. Pode-se ter uma noção desta insalubridade que acometia esses locais a partir da obra de Aluísio de Azevedo (1857-1913) "O Cortiço" (1890). Porque explora além de uma ficção literária uma abordagem sociológica do ambiente. Não menos determinista é evidente. Não obstante, devido Azevedo estar naquela época inserido-se nas ideias filosóficas e científicas francesas do romance realista-naturalista. Esta entende o homem na sua forma mais crua, natural, que coloca-o subordinado a natureza na condição fatalista e pessimista, pois de nada adianta lutar para mudar. A única solução existente é a aceitação da existência tal qual se apresenta. Haja vista que o ambiente determina o homem. A inspiração vinha do escritor Émile Zola (1840-1902), autor conhecido pelo romance "Germinal" (1885), que estava desenvolvendo o "romance experimental" manifestando, e combinando, as polêmicas ideias do evolucionismo, de Charles Darwin (1809-1882), e do determinismo científico, de Hipollyte Taine (1828-1893). Assim, o romance naturalista devido ter uma pesquisa sociológica que o precede ganhou ares de romance histórico. Para "O Cortiço" Azevedo vai a inúmeros cortiços entrevistar as pessoas e analisar o local antes de escrever o romance para conhecer o estado fisiológico e psicológico que o ambiente condicionava, ou fazendo jus ao naturalismo, "determinava". Naquela esteira de sanitarização do Rio de Janeiro estava também a reforma perpetrada pelo engenheiro e prefeito Francisco Pereira Passos "O bota-abaixo" que foi a demolição dos cortiços e casarões a beira mar, alargamentos das ruas, inserção de esgotos e iluminação. Para que houvesse uma circulação viária adequada prezando por um urbanismo e embelezamento para uma cidade cosmopolita aos moldes europeus. Os cortiços, juntamente com seus moradores, foram colocados para longe do centro urbano carioca. Diz-se que o prefeito ficou caricaturizado pela ordem emblemática: "Bota-abaixo!" os cortiços e casarões que atrapalhavam a (re)urbanização carioca. Há uma hipótese plausível que a partir deste momento inicia-se a favelização no Brasil. Por que, em partes apenas, as reformas sanitaristas tentaram resolver os casos de peste e febre amarela na cidade do Rio de Janeiro, contudo ao tentar imunizar a população desencadeou a Revolta da Vacina (1904). Devido a população não entender como boa as medidas para a saúde. Sendo "inusitada" a aplicação de um poder institucionalizado vertical que tenta atender uma população que não estava acostumada a receber tais benesses da política, isto é, do Estado.
Moacyr Scliar, portanto, teve todos os subsídios históricos para escrever "Sonhos Tropicais" tanto como médico e como judeu polonês. O filme desenvolve uma narrativa entre a judia polonesa Esther (Carolina Kasting) que vem da Europa para o Brasil com uma (falsa) promessa de casamento e encontra o médico brasileiro Oswaldo Cruz (Bruno Giordano) recém chegado da Europa, mais precisamente de Paris, e traz consigo a ideias de sanitarização que estão sendo promovidas na França. Em suma, a busca de um casamento e a tentativa de sanitarizar o Brasil são apenas "sonhos tropicais".
Veludo Azul
3.9 776 Assista AgoraPretensão em resumir o filme numa frase: VIVER É INTENSIDADE.
Dois Caras Legais
3.6 637 Assista AgoraToca "Garota de Ipanema"no elevador. Apenas não sei se isso é bom ou ruim...
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraQuando assisti lembrei da atualização do iOS 10.2 para iPhone e OS Sierra para Macbook fornecido pela Apple que contém a "Siri" que se evoluir poderá gerar muitas "Samanthas". A inteligência artificial me remeteu a vários filmes correlatos que, no meu entender, pincelaram ou cavaram profundamente a reflexão: "o que nos constituiu como Ser?" Seja em "Blade Runner" (1982), "Matrix" (1999), "O homem bicentenário" (1999) ou "A.I. - Inteligência Artificial" (2001) a pergunta continua "porque os sentimentos de A.I. não são considerados reais?". Em "Ela" a relação de realidade assume a diferença na dimensão entre real e irreal através da corporificação. Pois, o distanciamento é verificado na ausência do corpo, que "humaniza". Já que Samantha é apenas uma consciência, uma mente, uma inteligência artificial. Embora ficamos em xeque quando nos defrontarmos com a indagação e "Quando morrermos nosso corpo fenece, mas a consciência morrerá também ou viverá?" O dilema acerca da realidade, da veracidade das emoções de Samantha não se dá necessariamente no presente, mas no futuro. Por que parece que a humanização se dá perante a possibilidade de morrer. Quando isto não acontece, ficando "ela" imortalizada, transcende a capacidade humana. Uma vez que se aceitarmos que a consciência permanece viva em "algum lugar" que ainda não conseguimos identificar (Descartei as hipóteses religiosas sobre morte porque o filme não tem tal finalidade). Samantha teria privilégios sobre-humanos os quais, logo não tornam humana.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraImpossível que em nenhum momento passe pela cabeça de um homem que assistiu esse filme, não imaginar com deveria ser sentir-se uma mulher…”dentro” daquele caso.
A troca de corpo não seria apenas de caráter biológico e estético. Uma vez que o impacto visual de “torna-se outra pessoa continuando a ser você mesmo” direciona para sentimentos os quais são apenas estímulos externos os quais não ocorreriam do contrário. Isto é, a mulher que existe é somente uma casca dada a sua feição de “feminilidade”. Não saberia bem definir, ainda, outra palavra melhor, pois lembrei que uma palavra mais adequada poderá vir, quando eu ler, a obra “O segundo sexo” de Simone de Beauvoir (1949). Logo, o título do filme está muito bem encaixado.
Recordei-me diretamente de outro filme “O silêncio dos inocentes” (1991) em que a personagem serial killer é um travesti que sequestra e assassina mulheres com objetivo de tornar-se mulher. Talvez, hajam outros filmes mais similares com tal situação. Para tanto após assassina-las costura uma roupa com suas peles. Porque para tornar-se uma mulher não basta agir e sentir-se como uma; você precisa estar “na pele” de uma mulher - insinua o filme.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraFantástico ou assustador...como se cria a realidade a partir da interação com mundo? -Fantástico, basicamente recebemos estímulos e damos respostas. E, ainda bem que se vai para além de Pavlov. Pois, consegue-se experenciar as sensações da própria condição e refletir sobre si mesmo. -Assustador de como pode ser criado o mundo em situações de extrema privação sensorial da realidade. Esta é a vida de Jack. O mundo pode estar dentro do quarto
ou fora dele
Os Suspeitos
4.1 782 Assista Agora"O maior truque do Diabo sempre foi convencer o homem de que ele não existe". Charles Baudelaire
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraValeu minhas 5 estrelas porque o filme foi baseado em documentos e relatos das lendas do período da colonização britânica na América com as 13 Colônias Inglesas. Logo, não é de todo ingênuo o filme, mas tentando expor o drama que se vivia a época os colonos imersos na rigidez cristã, protestante, e no conflito de consciência de enfrentarem o desconhecido no "novo mundo"ao mesmo tempo que descobriam as próprias mazelas da personalidade humana.
Distrito 9
3.7 2,0K Assista AgoraPerdi 112 min da minha vida.
Assassinos por Natureza
4.0 1,1K Assista AgoraAs cenas conseguiram transmitir perfeitamente as mentes frenéticas de "natural born killers".
Ps. Esse filme não é apologia a violência, mas crítica a violência. Idem, por exemplo, para última cena do filme, quando os créditos estão subindo, para saber como o "casal se realiza na vida".
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraEstou na dúvida se realmente gostei do filme...ou se fiquei "influenciado a gostar" por ser a direção do Clint Eastwood. Pelo sim, pelo não: recebe metade da nota.
Eu Vi o Diabo
4.1 1,1KFriedrich Nietzsche já alertava: "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo dentro do abismo, o abismo olha para dentro de você". Logo, o que nos salvará de nós mesmos?
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraAssisti, Magnólia! "Mas, isso acontece".
As Fitas de Poughkeepsie
3.1 370Um filme com um terror: dantesco e aterrador. Contudo, o filme é um "Mockumentary" designação para filmes expostos como histórias reais. A produção tenta ser o mais fidedigna da realidade deixando "qualidade baixa" propositadamente. Geralmente são vídeos considerados como provas documentais que "comprovariam" a existência do filme que o diretor apenas organizou para apresentar ao público. Muito pelo contrário é necessário uma competência e criatividade enorme para construir a narrativa. Diga-se de passagem que é um gênero bem intrigante pela dúvida que espreita o telespectador: "Será que é verdade mesmo? É muito real!". Outros filmes dessa categoria mockumentary, por exemplo, são:
- A Bruxa de Blair (1999)
- Contatos de 4º grau (2009)
- Atividade Paranormal (2009)
- September Tapes (2004)
- Cloverfield (2008)
Tolerância Zero
3.7 110Não precisa ser religioso para notar, mas apenas um pouco de percepção para compreender que o mote do filme é a exposição do dilema teológico judaico: Deus existe? Por que é a partir disso que desenrola-se a autoojeriza contra si mesmo e contra o povo judeu e, logo, encontra apoio na ideologia nazista. Se tem uma coisa que ficou muito bem demarcada na obra foi que a fé judaica é uma chama que arde o espírito do judeu e, as vezes, pode queima-lo...
Ace Ventura: Um Detetive Diferente
3.1 581 Assista AgoraÓtima comédia! E ainda aparece Cannibal Corpse, banda de death metal, a época com vocalista Chris Barnes, fica melhor ainda!
Pulp Fiction: Tempo de Violência
4.4 3,7K Assista AgoraFoi nada mais nada menos que o divisor de águas na minha vida!
Dog Soldiers: Cães de Caça
3.5 209 Assista AgoraQue cena apavorante quando é tocada, no piano, "Claude Debussy: Clair de Lune" https://www.youtube.com/watch?v=vG-vmVrHOGE.
O Ditador
3.2 1,8K Assista Agorao filme é um Tratado - com humor ácido - de Ciência Política contemporânea.
No Tempo das Diligências
4.1 141 Assista AgoraA partir do século XIX, os Estados Unidos expande seu território para além das 13 colônias, o oeste. Os propósitos, também como os resultados, influenciariam diretamente nos rumos da História americana. Neste contexto, o diretor John Ford elabora o filme No Tempo das Diligências, em 1939, tentando reproduzir uma época marcante. Sendo este filme um clássico, serviu de molde para o cinema do gênero western, ou seja, “cinema de faroeste”, “bangue-bangue”. O filme contém a ideia de entrelaçar os caminhos de pessoas através de um meio de transporte de passageiro coletivo típico do período - a diligência - através do Arizona. Num ambiente de belas paisagens e de vida selvagem no meio da "man’s land", terra de ninguém, termo usado por políticos e pioneiros para justificar a expansão, John Ford constrói boas cenas no grande cenário do velho oeste como também no menor cenário dentro da diligência, enriquecendo a narrativa unindo a concisão do cinema mudo aos potenciais audiovisuais do falado. Com tal filme, Ford perpetua um modelo para filmografia do faroeste que o sucede, projetando a carreira artística de John Wayne como cowboy símbolo do pioneiro americano da corrida do ouro, dos criadores de gado, dos pistoleiros e das diligências.
No entanto, o cowboy como símbolo de construtor da sociedade americana no oeste é apenas uma posição demonstrada nos filmes de Ford. Sean Aloysius O´Feeeney (1895-1973), John Ford, de família com origens irlandesas nasceu no Maine, Estados unidos. Parte para Hollywood em 1914, onde começa a trabalhar como ator, contra-regra e assistente, nos filmes do irmão, Francis, roteirista e diretor da Universal Studios. O diretor norte-americano faz sua estréia em 1917 nos primeiros westerns, dirigindo também os principais filmes da década de 40, e ainda concedeu ao cinema western americano um caráter sociológico mesclado com humor e visão sentimental do passado dentro de cortes bruscos das cenas e muita ação. Dirigiu filmes mudos para Fox-Film, tais como: Tree Bad Man (1927) e Black Watch (1929). Com a chegada do áudio ao cinema obteve enorme sucesso com filmes como The Informer (1935) e The Quiet Man (1952), e em 59 anos de carreira e direção de mais de 144 filmes de diversos gêneros, e muitos atuados com a participação do amigo John Wayne, abandona o cinema em 1965 vindo a falecer alguns anos depois em Desert Palmer, Califórnia. Ainda que Ford seja lembrado por sua trajetória junto ao cinema western, muitas das suas obras cinematográficas focaram temas sociais.
As Tartarugas Ninja
3.1 277 Assista AgoraNossa que nostalgia! Pois foi o meu primeiro filme que assisti no cinema aos seis anos de idade. Ainda me confundo se gostei tanto assim do filme, quando revejo, dublado é claro(!) porque a dublagem remete mais ainda ao momento; ou do encanto do cinema que caiu sobre mim naquele momento.
A Vida de David Gale
4.2 947 Assista AgoraÓtimo filme para se pensar sobre a pena capital. E, ademais, um pouco mais de reflexão sobre o assunto pode ser encontrado em <http://criticanarede.com/filos_morte.html>.
Gênio Indomável
4.2 1,3K Assista AgoraGênio Indomável - melhor cena e diálogo melhor ainda! <https://www.youtube.com/watch?v=WdPC7QGdaWA>.
Adolescência Americana
3.0 76Original Sound Track (OST) do filme é muito boa um rock/pop/indie de qualidade.
Sonhos Tropicais
3.5 27Impossível assistir o filme e não associar ao livro homônimo (1992) do escritor gaúcho Moacyr Scliar (1937-2011). Ressalto isto porque está intimamente ligado a vida de Scliar. O escritor é médico e judeu de descendência polonesa, logo é um judeu asquenazi, ascendência judaica na europa Oriental. Scliar é conhecido também por dar voz aos judeus excluídos socialmente no estado do Rio Grande do Sul, sobretudo, as polonesas judias oriundas de famílias pobres do leste europeu, no caso a Polônia, que na falta de trabalho por dificuldades de inserção na sociedade porto-alegrense, no RS, acabavam se prostituindo para sobreviver. Essas mulheres polonesas prostitutas eram denominadas pejorativamente de "polacas". Isto provavelmente deveria ser comum na memória do escritor a partir da etnia polonesa e da religião judaica.
O conhecimento médico de Scliar não pode ser deixado de lado. Uma vez que é sabido dentro da Área das Ciências da Saúde a importância do médico Oswaldo Cruz para a saúde pública no Brasil no início do século XX. Se por um lado, as transformações sanitárias ocorridas e oriundas de Paris, na França, encantam Oswaldo Cruz na possibilidade de inserir o Brasil nas ideias científicas da modernidade. Por outro lado, há a emergência de uma profilaxia urbana para conter as doenças na população nos grandes centros. Muitas vezes advindas da falta de políticas públicas na saúde. Já que no período imperial não se teve uma preocupação direta sobre tal. Dessa forma a responsabilidade política foi tomada pela nova ordem política estabelecida no advento da Proclamação da República (1889). Os miasmas de doenças que continha os aglomerados urbanos no Rio de Janeiro, a saber, nos cortiços. Pode-se ter uma noção desta insalubridade que acometia esses locais a partir da obra de Aluísio de Azevedo (1857-1913) "O Cortiço" (1890). Porque explora além de uma ficção literária uma abordagem sociológica do ambiente. Não menos determinista é evidente. Não obstante, devido Azevedo estar naquela época inserido-se nas ideias filosóficas e científicas francesas do romance realista-naturalista. Esta entende o homem na sua forma mais crua, natural, que coloca-o subordinado a natureza na condição fatalista e pessimista, pois de nada adianta lutar para mudar. A única solução existente é a aceitação da existência tal qual se apresenta. Haja vista que o ambiente determina o homem. A inspiração vinha do escritor Émile Zola (1840-1902), autor conhecido pelo romance "Germinal" (1885), que estava desenvolvendo o "romance experimental" manifestando, e combinando, as polêmicas ideias do evolucionismo, de Charles Darwin (1809-1882), e do determinismo científico, de Hipollyte Taine (1828-1893). Assim, o romance naturalista devido ter uma pesquisa sociológica que o precede ganhou ares de romance histórico. Para "O Cortiço" Azevedo vai a inúmeros cortiços entrevistar as pessoas e analisar o local antes de escrever o romance para conhecer o estado fisiológico e psicológico que o ambiente condicionava, ou fazendo jus ao naturalismo, "determinava". Naquela esteira de sanitarização do Rio de Janeiro estava também a reforma perpetrada pelo engenheiro e prefeito Francisco Pereira Passos "O bota-abaixo" que foi a demolição dos cortiços e casarões a beira mar, alargamentos das ruas, inserção de esgotos e iluminação. Para que houvesse uma circulação viária adequada prezando por um urbanismo e embelezamento para uma cidade cosmopolita aos moldes europeus. Os cortiços, juntamente com seus moradores, foram colocados para longe do centro urbano carioca. Diz-se que o prefeito ficou caricaturizado pela ordem emblemática: "Bota-abaixo!" os cortiços e casarões que atrapalhavam a (re)urbanização carioca. Há uma hipótese plausível que a partir deste momento inicia-se a favelização no Brasil. Por que, em partes apenas, as reformas sanitaristas tentaram resolver os casos de peste e febre amarela na cidade do Rio de Janeiro, contudo ao tentar imunizar a população desencadeou a Revolta da Vacina (1904). Devido a população não entender como boa as medidas para a saúde. Sendo "inusitada" a aplicação de um poder institucionalizado vertical que tenta atender uma população que não estava acostumada a receber tais benesses da política, isto é, do Estado.
Moacyr Scliar, portanto, teve todos os subsídios históricos para escrever "Sonhos Tropicais" tanto como médico e como judeu polonês. O filme desenvolve uma narrativa entre a judia polonesa Esther (Carolina Kasting) que vem da Europa para o Brasil com uma (falsa) promessa de casamento e encontra o médico brasileiro Oswaldo Cruz (Bruno Giordano) recém chegado da Europa, mais precisamente de Paris, e traz consigo a ideias de sanitarização que estão sendo promovidas na França. Em suma, a busca de um casamento e a tentativa de sanitarizar o Brasil são apenas "sonhos tropicais".