Nina

Há uma certa delicadeza que apenas as produções japonesas possuem e que apenas elas, conseguem transmitir em suas histórias. E se existe algo que Makoto Shinkai sabe trabalhar muito bem, é em como utilizar toda essa beleza. Depois de ouvir muito falar sobre Kimi no na wa, ou Your Name em sua tradução quase literal para o inglês, e descobrir que era mais uma obra de um dos meus diretores japoneses favoritos, eu precisei assisti-lo. Trata-se de uma história que em seus primeiros minutos não conta com grandes engenhosidades de roteiro ou surpresas fazendo o filmes mostra-se até um tanto comum, entretanto, a medida que os minutos passam e a narrativa avança você fica extremamente envolvido e o desenvolvimento leva o telespectador para caminhos totalmente inesperados ao mesmo tempo que trabalha com o conceitos que são marca registrada de Shinkai, como temáticas envolvendo: distância, destino, tempo e escolhas. Com certeza uma obra de arte, principalmente na produção do filme em si, que traz a assinatura reconhecida do diretor, com frames de paisagens e cenários extremamente grandiosos e detalhados muito bem feitos que são uma deleite para os olhos de qualquer um. Recomendo Kimi no na wa à todo mundo,e sem sombra de dúvidas entrou no meu hall de filmes marcantes.

Sabe aquele filme que você resolve assistir porque tá passando e casualmente você pegou bem no comecinho mas não sabe absolutamente nada dele e nunca ouviu falar? Pois é esse exatamente o caso. Minha mãe estava passando pelos canais e acabou parando nesse e resolvemos assistir e nos descobrimos muito envolvidas pelo desenrolar da história. O filme começa confuso e continua confuso por um bom tempo, mas digo que esse é meu tipo favorito de filme, que você precisa ir montando, descobrindo junto com os personagens o que está acontecendo sem simplesmente tudo sendo mastigadinho para você compreender, e quando o final chegou eu digo que gostei, gostei bastante...gostei mais do que esperava que iria gostar. Não é um filme de terror e acredito que essa não tenha sido a intenção desde o começo. É um filme de mistério e que desperta a curiosidade e te deixa ansioso para por os pingos nos "i" e desvendar o motivo daquilo tudo que está acontecendo, fora que AMO filmes que utilizam o recuso de cenário limitado porque exige muito mais de outros fatores como roteiro,atuação etc para que funcione e realmente prenda o espectador do inicio ao fim, se não, é desastre na certa. E esse, apesar de não ter sido o mais brilhante filme usando esse tipo de técnica ( Coherence, te amo) realmente valeu a pena, pelo menos pra mim ( e minha mãe).

Que filme maravilhoso!
Como é bom ver o cinema brasileiro se superando a cada dia. Criei uma expectativa muito grande sobre esse filme, não apenas por toda a divulgação envolta na promoção do longa em inúmeras mídias mas também pelo tema, que me chamou muito a atenção por ser algo tão cotidiano e ao mesmo tempo tão superficialmente tratado e explorado por nós. Que Horas Ela Volta? é um tapa na cara, difícil de engolir e digerir, recheado de cenas simples mas bem feitas, poucos diálogos e momentos de tensão e emoção sem nunca ser apelativo que nos mostra, mais do que tudo, o conflito de interesses e a diferença social preconceito de classe de um forma real, estampado nas pequenas coisas:um sorvete, um gesto, um sentar ou não sentar a mesa, momentos de silêncio longos e desconfortáveis, olhares trocados etc; tornando-se assim, filme que nos deixa pensando naquilo que nos foi mostrado, mesmo horas após a passagem de créditos.
Realmente me senti completa de ver como o cinema brasileiro, apensar de todo o preconceito que sofre e de as vezes cometer erros muito grosseiros, pode surpreender de uma forma positiva. Regina Casé e Camila Márdila foram impecáveis, com uma química em cena e atuações maravilhosas, nem sei por onde começar a elogiá-las.
Que horas ela volta? merece tudo o que está conquistando e espero fortemente que venha a conquistar muito mais, pois é uma verdadeira obra de arte que nos faz orgulhar ao retratar o potencial infinito que o cinema brasileiro possui.