O cinema, assim como qualquer forma de arte, tem o poder de nos transportar para um estado que foge daquele nosso atual transforma o cético em sonhador, o frio em romântico, traz a alegria inesperada naqueles dias mais sombrios, seja pelo entretenimento proporcionado pela arte em questão, seja através daquela lágrima que escorre ao constatarmos que estamos diante de uma obra-prima – quem nunca sentiu aquele arrepio ao assistir um filme e continua sentindo todas as vezes que o reassiste? Essa foi a sensação que esse filme me trouxe, e traz porque já revi varias vezes: La la Land é um novo clássico do cinema que tenho certeza que irá encantar varias gerações . É o cinema em sua forma mais sublime. Damien Chazzelle é um gênio.
Obra de arte, Obra-prima. Surpreendente, angustiante e impactante. tudo nesse filme se transforma em algo surpreendente. Ótimas cenas, fotografia, trilha sonora, tudo é bem explicado e detalhado. Joaquim é um monstro, fez excelentemente seu papel, há momentos que só de olhar pra ele em cena já se pode sentir o sofrimento. Certamente será indicado ao Oscar, se vai ganhar? não sei, mas eu apostaria todas minhas fichas nele. Mesmo amando Leonardo di Caprio em Era uma vez em Hollywood a propósito a briga de melhor ator será das grandes,Um dos melhores filmes que já assisti. Emocionante, sufocante, dramático, pesado.Roteiro bem encaixado, enquadramento de câmera muito bom, trilha sonora então, nem se fala. Clássico instantâneo,, é um filme muito 'fino' e pra ser apreciado com seriedade e prestando atenção do começo ao fim.
Em um período marcado por diferentes estilos de terror as obras do mestre Stephen King continuam super presentes e atuais nos dias de hoje. Contestando isso é que It A Coisa (2017), goste você ou não foi um grande sucesso tanto de parte da crítica quanto de público que se refletiu nas bilheterias de forma impressionante para um filme do gênero do terror, a expectativa em torno do capítulo dois era enorme . It Capítulo 2 (2019), é muito mais assustador no sentido literal da palavra, fazendo no espectador saltar da cadeira diversas vezes usando o elemento Jump Scare ao extremo devido a isso o roteiro tem certa dificuldade em extrair do livro ou criar situações inovadoras usando situações repetitivas de isolamento individuais de seus personagens que levará um grande susto através de uma investigação criando um segundo ato pouco inspirador mas que ganhar força e evolução no terceiro ato . Pennywise volta aqui ainda mais assustador do nunca em filme sustentado mais no horror do que no desenvolvimento de seus personagens onde a direção de Andy Muschietti supera o roteiro nao deixando de ser uma grande obra devido a conexão do público ao universo da obra de Stephen King.
Em Era uma vez em Hollywood Tarantino conta histórias reais e fictícias de maneiras fictícias e exageradamente reais. Nos entregando uma carta de amor ao cinema onde seu respectivo título faz todo sentido e muito além do podemos esperar . Minhas expectativas para este filme estavam altas e elas superaram. Que filme maravilhoso obrigado Tarantino por nos presentear com uma obra prima nos dias de hoje.
Roma" traz uma trama reservada e intimista —um retrato de uma vida muito particular (mas, ao mesmo tempo, tão universal).. Simples, delicado, artístico, mas intimista, dentre os filmes que assisti do Cuaron esse foi o mais imersivo
Bem provocativo, .. O que acontece ao redor da vida da protagonista nos provoca. O filme é sobre a força da mulher , sobre família, o filme é um convite para refletir sobre sua sua história, sobre sua vida, reflete a dar a importância as pessoas que passam por sua vida e as que estão em sua vida
Acho que não tem outro jeito de descrever esse filme que não seja dizer que é uma nova obra-prima do cinema , sensível, desafiador, emocionalmente carregado imersivo , desconfortante e visualmente ambicioso, aliás, é uma das fotografias mais lindas que eu já vi.
A climatização medival e a trilha sonora. Foi feito uma pesquisa muito grande e um trabalho ainda maior da equipe criativa da Disney para tentar recriar as pinturas medievais: repare nos traços retos, a falta de perspectiva em algumas cenas (a perspectiva surgiu somente com o Renascimento), as cores sombrias, a ausência de piadinhas incidentes… além de ter sido a primeira vez de um filme Disney usar visão wide screen. Tudo isso faz dessa obra algo diferente, especial, histórico na Disney. Outro fator importante é a trilha sonora, tirada inteiramente do genial balé de Tchaikovsky. Isso foi único na história da Disney.
[spoiler][/spoiler]Essa sensação, mesmo que contada com outras palavras, de que a personagem está ‘morta’ é muito forte. Para as crianças, é óbvio que, dormindo como uma anja, Aurora está viva. Mas, para os adultos, fica claro que aquele corpo, enquanto ali deitado, esperando seu príncipe encantado, está inanimado, sem vida. Morto. A maldição original de Malévola era essa mesma, mas a sensação que passa ao assistirmos é justamente de que Aurora, se não for acordada, ficará daquele jeito para sempre. Tendo isso em mente, a imagem dela repousando em paz, na cama, com as mãos dadas em cima do peito, é literalmente de um cadáver. É uma maneira da Disney falar sobre a morte e abrir esse tópico para discussão entre pais e filhos – “Meu filho, e se ela não acordasse?”.
Se colocarmos em uma balança todos os defeitos adquiridos com a idade com as qualidades que o longa até hoje tem, o resultado é mais positivo do que negativo. Aceitando sua idade, não condenando 60 ANOS ,que está em completa perfeição em sua mais nova remasterizarão em Alta definição para Blu ray fica fácil de ver a beleza que ainda há em A Bela Adormecida. Sublime desde a animação até cada personagem que aparece em tela. O carisma é imenso e não conhece limites, e é isso que ainda mantém Aurora dormindo e acordando por todos estes longos anos. Uma Verdadeira Obra Prima.
Enquanto a tragédia ascendente, composta de pequenos momentos, o filme funciona, é Alice esquecendo uma receita que já fazia há bastante tempo, ela esquecendo que já conhece a namorada do filho, pequenas crueldades, porém, necessárias. É aterrorizante ver, a mente dessa mulher, extremamente inteligente, indo embora aos poucos, e quando isso é mostrado de maneira simples, é quando ele é mais impactante.
Julianne Moore nos brinda, com uma interpretação extraordinária, o que justifica a consagração com o Oscar de Melhor atriz por esse papel. Ela não precisa usar palavras, nem gestos exacerbados, para transmitir a dor, a angustia, e a confusão emocional que a personagem está passando, em momento algum faz parecer que ela está imitando uma paciente de Alzheimer, ela em momento algum, parece está imitando, alguém que está perdendo a lucidez, ela parece que está de fato perdendo a lucidez. Para Sempre Alice, é um filme onde a interpretação de sua protagonista é o grande destaque, é um drama realista, marcante, e cruel , que nos faz refletir sobre nós mesmos.
Individualmente são historias muito chocantes que podem ser até engraçadas até o certo ponto, mas de qualidades variadas, com isso não estou querendo dizer que algumas são boas ou ruins, estou querendo dizer que variam entre boas, excelentes, e espetaculares. A coletividade, formando se a junção das seis histórias é uma experiência visceral e satisfatória. Relatos Selvagens entende muito bem o conceito que diz: a melhor comedia vem da tragédia , é o contraste entre esses dois gêneros que faz o filme ser tão bom , e o diretor, Damián Szifron consegue dosar isso de maneira perfeita. A principal ideia de Relatos Selvagens é explorar o extremo absoluto do comportamento humano, e é praticamente impossível não se identificar com pelo menos um personagem desse filme, ao acabar o filme você para na hipótese se de e se.... E se eu estivesse em uma situação semelhante como eu reagiria? Relatos Selvagens é um filme extremamente forte, engraçado, que funciona em todos os níveis: fotografia, trilha sonora, roteiro, interpretação, direção, é um filme irretocável. Parabéns ao cinema Argentino.
A teoria de Tudo revela o homem por trás do ícone: corajoso, pernicioso, engraçado, mas também difícil e egoísta. É um drama bem trabalhado ,de forma soberba na vida pessoal complicada de uma figura mundialmente conhecida com estilo, humor e humanidade. Com uma trilha sonora que parece gritar com você, o filme se torna extremamente emocionante do inicio ao fim. Mas o maior destaque aqui sem sombra de duvidas é a excepcional atuação do Eddie Redmayne, ele está simplesmente perfeito como Stephen Hawiking , ele encara todos estágios da doença de maneira perfeitamente gradativa , e durante todas essas fases o Eddie Redmayne ´´desaparece´´ você esquece que esta vendo um ator em cena, e quando a doença evolui ainda mais , e o único recurso de comunicação que ele possui são os olhos, o espectador reconhece todo o tipo de emoção que o personagem está passando felicidade, ciúmes, raiva, arrependimento e até tesão. A fantástica interpretação dele me lembrou muito a do Daniel Day Lewis em Meu Pé Esquerdo. Minha torcida para o Oscar de melhor ator vai declarada para Eddie Redmayne.
Birdman ou ( A Inesperada Virtude da Ignorância ), é meu favorito ao Oscar de melhor filme , pelo seguinte motivo : o diretor Alejandro González Iñárritu com seu filme faz uma bela saudação a arte e a criatividade, é uma carta de amor para atores , para quem vive da arte de interpretar, seja no cinema , ou seja no teatro. Mas não todo tipo de cinema, porque o filme satiriza muito bem essa modo de filmes de super heróis , e mostra até um ressentimento do diretor ao sucesso que esses filmes fazem hoje em dia. Outro aspecto que Birdman mostra muito bem, é a relação entre fama e talento, como hoje em dia pode divulgar um determinado acontecimento no You Tube ,onde está sendo exposta a figura de uma celebridade que estava no ostracismo, e com a divulgação do vídeo ela se torna relevante novamente . O filme se estica um pouquinho em seu terceiro ato , porque ao meu ver ele poderia ter terminado quinze minutos antes, quem já assistiu sabe de que momento é esse que estou falando, mas depois em sua ultima cena ele se redime um pouco, porque é realmente interessante o que acontece, e é um desses finais que geram debate. Birdman ou ( A Inesperada Virtude da Ignorância ), é um filme excelente maravilhoso e espetacular . Espero que a Academia de Artes e Ciências Cinematográfica, esteja lucida no próximo domingo, e e premie essa obra extraordinária da maneira como ela merece , ou seja com o Oscar de Melhor filme.
Você rir de certas situações do filme mas você não ri com o filme, você ri do filme , é doloroso ver em um filme uma pobreza absurda nos diálogos , até uma animação do Pato Donald tem diálogos mais eficazes que Cinquenta Tons de Cinza , o filme não acontece nada além de sensualidade do casal de protagonistas e a submissão da personagem da Dakota Johnson, mas embora muitos críticos especializados vem falando para mim houve sim química com o casal e cada um está bem com seu personagem devido ao fraquíssimo roteiro . Cinquenta Tons de Cinza é um filme sobre escolhas, as certas e as erradas. Homens e mulheres são aparentemente fortes hoje em dia, em iguais condições de ganhar batalhas no mundo moderno, mas ainda tem muito a aprender nas relações amorosas e interpessoais, onde as desconfianças, o medo do novo e a necessidade de ceder ainda emperra relacionamentos, igualzinho há séculos atrás.
Garota Exemplar é Cinema de primeira qualidade é aquele tipo de filme que gera uma reação física a quem está assistindo lhe deixa preso ao que esta se passando na tela , logico que possui alguns clichês mas nada que tire o seu brilho . Para estabelecer um ponto de referência para o que é feito aqui, é preciso buscar em nomes mais perversos do cinema de gênero solto pelo mundo, como os mais sádicos de Pedro Almodovar e Alfred Hitchcock. E, Fincher é genial ao dar descarga em padrões estabelecidos do bom cinema, Garota Exemplar me deixa sem ideia do que Fincher pode trazer a seguir. Fã que sou, estou curioso como nunca. Vejam Garota Exemplar o mais Rápido possível.
A ideia de juntar várias histórias foi bem interessante, mas acho que não foi bem aproveitada. Eu adoro musicais, mas esse deixou a desejar, achei as músicas bem repetitivas e cansativas, no decorrer das canções as cenas não mudam, ficava apenas focado em quem estava cantando, pareceu que queriam apenas enrolar pra dar o tempo do filme sendo que poderiam ter dado sequencia em algumas das histórias, mais efeitos . E se perderam. Algumas histórias ficaram "sem final", outras com um final sem sentido. Igualmente irregular é o trabalho do diretor Rob Marshall, o que parece ser uma constante na sua filmografia (exceção feita a Chicago). Até mesmo nos aspectos visuais essa irregularidade está presente.
Visualmente, o filme é sensacional, com a direção de arte se esbaldando na criação de San Fransokyo. Ao misturar elementos arquitetônicos e culturais de duas capitais tão diferentes entre si, a direção de arte do filme nos presenteia com uma cidade que funde perfeitamente elementos-chave de ambas as cidades.
O modo como a ponte Golden Gate ou os famosos bondinhos de San Francisco são reimaginados com detalhes orientais ou as próprias edificações da linha da cidade que balanceiam detalhes culturais tão distintos justificam o fato da primeira setpiece do filme ser basicamente uma desculpa para explorar esse cenário.
Neste sentido, os próprios uniformes dos heróis são uma fusão entre heróis nipônicos e dos comics tradicionais, podendo ainda uma certa influencia de “Big Guy &Rusty” ser vista em Hiro e Baymax. Enquanto o visual do vilão Youkai é um tanto genérico, o uso dos microbôs por parte do antagonista é deveras interessante também
A despeito de alguns problemas no balanceamento da equipe e no desenvolvimento do roteiro em seu terceiro ato, com uma conclusão um tanto quanto forçada e apressada, “Operação Big Hero” é extremamente bem sucedido por conta de seus cativantes protagonistas, criando assim um universo cheio de potencial, e deixa claro que a parceria Disney/Marvel irá muito além dos Vingadores.
Whiplash Em Busca da Perfeição tem um terceiro ato tão preciso e tão satisfatório que só nos resta aplaudir e que o considero genial o que característica aqui é que eu adoro quando o filme sabe a hora certa de acabar e o corte final desse filme é perfeito. É um filme poderoso, chocante e sufocante, de direção primorosa e trilha sonora matadora, que deixa o público ligado do início ao fim, possuindo ainda momentos tocantes. Uma obra simplesmente imperdível.
Nascia no cinema, através deste filme, uma revolução em termos de atuações e em termos de roteiro Em uma das atuações mais certeiras e calculadas do cinema, Vivien Leigh encarna Blanche DuBois com uma precisão de mestre. Herdeira de um refinamento aristocrático decadente, a personagem principal é um verdadeiro mistério, por mais que a câmera se foque em centralizá-la na maior parte do tempo. Atormentada pelo seu passado nunca plenamente revelado a nós espectadores, ela se vê diante de uma situação delicada ao sentir um misto de atração e repulsão por seu cunhado. Seu lado racional o vê como um brutamonte, mas seu desejo de mulher o anseia descontroladamente, o que só colabora para suas lembranças da época em que era casada (com um jovem que cometera suicídio) virem à tona. Gesticulando sempre de maneira excessivamente teatralizada e exagerada, perto do caricatural, Vivien Leigh consegue assim captar a essência de Blanche, uma mulher que ainda vive de aparências e que possui um lado emocional extremamente fragilizado. De certa forma chega a ironizar a superficialidade tão costumeira das atuações forçadas nos filmes americanos mais antigos, causando contraste com o que Marlon Brando propunha através de sua encenação como Stanley Kowalski. Diferente de tudo visto até o momento, Brando revolucionou todo o conceito cênico hollywoodiano em seu papel. Realista, impiedoso e extremamente sensual, ele não revela técnica alguma, apenas uma naturalidade chocante, dado o personagem em questão. Assim como Stanley espanta Blanche com sua maneira de ser, Brando pasmou todos seus colegas de profissão com sua interpretação marcante (reza a lenda que muitos desistiram de atuar depois de o verem neste papel), sendo alçado rapidamente ao Olimpo dos atores mais cobiçados e requisitados do cinema americano. Sua roupa colada ao corpo pelo suor, sua presença como macho alfa da casa e o desejo faiscante em seu olhar representam nada mais do que a personificação dos desejos femininos mais selvagens, que ganham voz na pele de Stella, a esposa que não liga de ser maltratada pelo marido pelo qual nutre uma paixão cega e irracional (Kim Hunter merece maior reconhecimento por sua composição, essencial para que a obra atinja seu ponto máximo). Depois disso, Hollywood nunca mais foi a mesma.
Podemos agora entender a razão do título original fazer referência ao desejo. Para poder chegar à casa de sua irmã, Blanche precisa tomar um bonde chamado Desejo e logo depois um chamado Cemitério – a grande ambiguidade crítica de toda a obra. Afinal, é o tal transporte que tira Blanche de sua condição de mentiras e aparências para levá-la ao submundo da pobreza,
Filmes que alcançam tamanha importância e relevância quanto Uma Rua Chamada Pecado são poucos (o que inclui a marca impressionante de três Oscar nas categorias de atuação). A maior prova disso está justamente na forma como envelheceu, sem perder um só de seus atributos durante a passagem dos anos. Ainda hoje é considerado obrigatório e indispensável na bagagem de qualquer cinéfilo, ator, dramaturgo ou cineasta. O desejo que emana por todos os seus poros passa a ser também parte da aventura do espectador ao assisti-lo. Se for verdade que temos que tomar cuidado com o que desejamos e que o desejo é capaz de mover céus e terra, então todos nós, de certa forma, tomamos o mesmo bonde de Blanche em algum momento da vida, torcendo para que ele não nos consuma a ponto de nos deixar na mesma condição dela. Um filme indispensável em todos os sentidos.
Um filme que mexe com nossas mais profundas emoções, porque todo mundo já passou por um drama familiar, me identifiquei muito com esse grande filme, e espero que ele se torne maior ainda. É obrigação de todo bom Amante da sétima arte assistir Álbum de Fámilia
O longa prende a atenção do espectador por seus 106 minutos de duração e tem como mérito principal o fato de não oferecer vilões ou heróis. Nenhum dos personagens assume o papel de vítima por tempo o suficiente para o público sentir pena dele, o que não interfere no envolvimento do espectador, que ao passo que vai recebendo informação é compelido a finalizar este quebra-cabeças. Após se destacar em A Rede Social e, principalmente, Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, Mara surge mais uma vez bem em cena. Ela oferece uma delicadeza e um encanto à personagem, ao mesmo tempo que surge como uma figura enigmática e misteriosa em outros momentos. enquanto que Jude Law mostra toda aquela inquietude que o marca como grande ator. Zeta-Jones é quem tem menos espaço em cena, mas ainda assim se sai bem quando exigida. O prazer ao fim de Terapia de Risco então é ver que Soderbergh, nesse prometido final de carreira, recusa a grandiloquência de um filme-denúncia - um discurso sobre o estado das coisas que a primeira metade sugeria - e encontra um agradável equilíbrio entre o cinema comercial, de gênero, de seus maiores sucessos de bilheteria, e o cinema de autor dos seus filmes-de-festival. Se ele parar mesmo de filmar, Terapia de Risco servirá como fiel testamento dessa versatilidade, pela qual Soderbergh sempre foi conhecido.
Difícil ver alguém que não gostou e mais difícil ainda ver alguém que não sentiu medo ou angústia ao assistir esse filme, digamos que ontem passei por essa prova de resistência, esse é o tipo de filme que podemos dizer que não espere maiores explicações, muito menos segredos reveladores no final. Prepare-se apenas para sentir medo. Mas o que tem mais a se dizer sobre o mais temido filmes de terror de toda a História do Cinema? Que é aterrorizante? Que suas imagens ficam impregnadas em nossos olhos e memória por muitos dias, semanas ou talvez um pouco mais de tempo após assisti-lo ? Comemorando 40 anos esse ano "O Exorcista" é mais que um marco na História da filmografia de terror; é uma obra que permanece atual e extremamente assustadora depois de tantos anos e de tantos outros filmes o tomarem como referencia até os dias de hoje ,fato esse que filme algum conseguiu supera-lo. Julgo que o filme não necessita de apresentações, tendo em vista que, durante anos e anos após sua estreia no cinema e ter causado verdadeiro furor em todo o mundo, já foi debatido exaustivamente, parodiado e citado em praticamente todas as listas ‘Top 10 de Terror’. O mais impressionante é que, após a superexposição por parte da mídia, ele não saturou (algo que aconteceu com o meu filme favorito o ótimo “Titanic”) e ainda mantêm toda a áurea e a atmosfera dos anos em que foi produzido. O medo que vemos na tela é real, a história se passa em uma casa absolutamente normal, os fatos que acontecem poderiam ter acontecido em qualquer casa do mundo (tendo em vista que é baseado no livro, de Willian Petter Blatty que, por sua vez, é baseado em uma história real), mas tudo empiricamente ligado ao sobrenatural, à existência de uma entidade maligna capaz de possuir o corpo de um humano. O roteiro é excepcional e as atuações são assustadoramente verossímeis. Ellen Burstyn, que interpreta a mãe de Regan, é a perfeita projeção do desespero de uma mãe ao ver sua filha, que outrora era ingênua, proferir frases fortíssimas, e cometer atos impensáveis para uma garota doze anos. Linda Blair não fica atrás e nos impressiona com seus olhares, ora puros, ora diabólicos; sua interpretação visceral de uma endemoniada que esconde, por trás do viés satânico, uma garota absolutamente normal. É claro que esses elogios ditos no parágrafo anterior não funcionariam se alguém competente não estivesse no comando. William Friedkin conduz o filme de forma elegante, nunca deixando o longa cair no pieguismo e no suspense barato. Tudo é regido de forma extremamente sublime. Em suma, “O Exorcista” é, indubitavelmente, um marco no cinema, não só pelos fatos ocorrido nos bastidores como, por exemplo, nove pessoas ligadas de alguma maneira ao filme morreram durante e pós produção, o set de gravação pegou fogo , e Linda Blair se tornou atriz de um papel só, e indicada ao oscar de atriz coadjuvante e vencedora do globo de ouro na mesma categoria, o Exorcista também foi indicado ao Oscar de melhor filme um marco para o gênero do terror. E entre outros fatos, que aterrorizaram toda uma geração, é também uma obra que fala da culpa e a expiação dos pecados do mundo , por meio dos inocentes. Fala também sobre a descoberta da fé por meio de uma provação terrível: a mãe de Regan passa a acreditar e a confiar em Deus, mostrando de uma maneira ou de outra que o Bem sempre ganha do Mal. A fé do padre Karras se reanima e ele executa um ato de extremo amor para defender a menina possuída. Um clássico com C maiúsculo que apesar de todo tipo de reação que já me causou sou um grande fã.
Pedro Almodóvar é um cineasta corajoso. Aclamado, reconhecido, premiado, poderia trabalhar em sua zona de conforto e desfrutar os louros da fama estabelecida reciclando o que vem fazendo, e muito bem, ao longo de sua carreira. Ousado, preferiu arriscar-se. Em A Pele Que Habito, (confesso que demorei um pouco pra ver esse filme) chega ao paroxismo da mescla de gêneros levando às telas um filme angustiante, doentio, terrível em alguns momentos, mas com narrativa extraordinariamente sóbria, espontânea, e de uma genuína intensidade criadora. A Pele Que Habito é um filme diferente na cinematografia do diretor, mas indiscutivelmente um Almodóvar. Estão lá suas obsessões com traição, solidão, identidade sexual e morte. Os planos almodavarianos, os close-ups e as cores - estas mais sombrias - estão lá. A estes elementos típicos de seu cinema, o cineasta acrescentou um misto de ficção científica e horror. Uma amálgama tão complexa, um híbrido tão instável, que somente alguém talentoso como ele poderia ter misturado tais elementos sem criar uma bomba. A ‘pele que habito” do título tem diversos sentidos na narrativa, sendo tanto a pele literal quanto a noção metafórica de identidade pessoal. Abarcar o filme num simples texto crítico é tarefa complexa diante da grandiosidade da obra. O filme transita pela ficção científica e o cinema de terror dos anos 1930 em uma trama densa, repleta de melindres, que oferece novas aberturas e pontos de vista dependendo da perspectiva de quem observa, criando um clima essencialmente dúbio que remete ao cinema noir e seus personagens fracos e moralmente ambíguos. Ao longo do filme, Almodóvar vai e volta no tempo construindo a historia de forma que as emoções do espectador fiquem sempre no ar, na expectativa do que pode acontecer no momento seguinte. É notável o domínio do diretor sobre o espaço cênico e sobre os limites de seus atores. Temos um Antonio Banderas impecável e seguro no papel do doutor Robert Ledgard. A bela atriz espanhola Elena Anaya, por sua vez, é uma revelação no papel principal. Um deleite visual explorado em série de belíssimos close-ups no quais se revela por meio de olhares entre resignados e selvagens. É fascinante ver Pedro Almodóvar, que criou uma estética narrativa própria e se estabeleceu ao longo de anos como um dos grandes cineastas de seu tempo, reinventar-se e apresentar algo totalmente diferente. Seu filme sobre vingança, amor, ódio e os limites éticos da ciência é um brinde à criatividade e ao domínio da técnica cinematográfica. Com toda sua construção o filme é surpreendente mas mesmo ter gostado muito do filme cheguei a seguinte conclusão: Almodóvar é louco
Obviamente, a originalidade não é uma das qualidades mais expressivas da obra. É incontável o número de produções que trazem, como premissa, a história do homem desprezível e egoísta que, aos poucos, passa a ter sua visão da vida reconstituída a partir de sua convivência com alguém especial. Porém, no caso de “Rain Man”, a originalidade exerce um papel insignificante em sua estrutura, já que, inteligentemente, o roteiro jamais tenta parecer singular. Seus maiores méritos encontram-se na forma como a história é contada, e não necessariamente naquilo que é contado. Sou apaixonado por esse filme, Dustin Hoffman, como Raymond, nos apresenta aquela que, possivelmente, seja a maior e mais complexa atuação de sua carreira, premiada merecidamente com o Oscar de melhor ator. . Sua caracterização é irretocável, e até mesmo imprescindível para o funcionamento da obra. Seu caminhar desajeitado, lento e inseguro, seu olhar vago, aparentemente sem qualquer foco, e a voz anasalada, aliados aos trejeitos corriqueiros de pessoas com a mesma condição cerebral, formam um dos conjuntos idiossincráticos mais interessantes da carreira do ator. Ademais, outro ponto interessantíssimo a ser destacado na composição do personagem, é a naturalidade com que é apresentado o problema mental de Raymond : o Autismo. Durante toda a duração de “Rain Man”, jamais somos sujeitados a uma análise diagnóstica de suas condições. A complicação psicológica de Raymond é tratada da forma mais natural possível, o que acaba proporcionando uma maior identificação do público para com a personagem. Ele sente, ouve, fala e até mesmo raciocina como qualquer um de nós, e, excetuando suas peripécias acerca de sua facilidade com números e sua memória praticamente infalível, é tratado única e exclusivamente apenas como um ser humano, sem qualquer heterogeinização no tocante ao quadro de personagens, o que é um erro constante em filmes que tratam do assunto (os autistas, no cinema, raramente são vistos como personagens naturais, recebendo características de extrema anormalidade sem que, em contrapeso, possuam referências mais humanas). Entretanto, toda esta pesada carga moral, quando mostrada de forma séria e desprovida de elementos humorísticos, é extremamente difícil de ser digerida pelo público. Contudo, esta obra de Levinson passa muito longe deste problema: conduzida de forma leve e despretensiosa, a obra conta com diversos momentos de humor e, em alguns deles, nos resguarda suas melhores cenas. Porém, os momentos de humor não se resumem a pequenas cenas soltas dentro da narrativa. Desde o início, o filme é recheado de momentos engraçados e até mesmo hilariantes, o que torna “Rain Man”, mesmo tendo uma narrativa de clara conotação dramática, um filme divertidíssimo de se ver. Enfim, “Rain Man” (título que, por sinal, tem um bonito significado dentro da obra), produção de Barry Levinson vencedora de quatro prêmios da Academia (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator - Dustin Hoffman e Melhor Roteiro), é um dos mais simpáticos e agradáveis road-movies do cinema. Intensamente interpretado, sabe dosar com extrema competência as pretensões dramáticas de sua história com a leveza e a comicidade típicas das obras da década a que pertence. Ademais, ainda é uma das histórias mais lúcidas e inteligentes em retratar a vida e as características de uma pessoa mentalmente debilitada, o que já garante ao filme uma importância ímpar dentre as obras do gênero. É um filme que emociona e diverte de maneira equilibradíssima, e que jamais tenta persuadir o espectador à comoção ou às lágrimas. Dificilmente será encontrada, no cinema contemporâneo, uma obra tão singela e humana quanto esta Para quem não viu veja. Considero Rain um filme obrigatório para todo e bom amante da sétima arte.
Louca obsessão é um dos grandes e raros suspenses com um QI a mais que nos prende na cadeira do início ao fim, que não usa de órgãos expostos e violência exagerada para nos assustar, aqui é bem mais assustador, são pessoas “reais”, situações “reais” e artifícios do roteiro bastante inteligente que nos envolve nessa história fascinante. Apesar de todos os nomes envolvidos, é principalmente um filme de Kathy Bates. É ela que dá vida ao filme e o torna tão surpreendente e intenso, como um ótimo suspense tem que ser.
A decisão de filmar o prólogo no mundo real em sépia e no formato 4×3 (mais ou menos) foi magnífica, fazendo uma bela conexão entre as duas fitas (a obra protagonizada por Judy Garland era em preto e branco até o momento em que Doroty chegou a Oz). O uso do 3D é interessante, mas não existe nenhum momento-chave em que este se mostre imprescindível. O design de produção é bastante imaginativo, especialmente no tocante às criaturas, e Raimi conseguiu fazer seu estilo se sobressair, principalmente com o uso de uma paleta de cores extremamente viva, com alguns momentos mais escuros funcionando bem como contraste. A cantoria é reduzida ao mínimo e existem ideias muito bem aproveitadas, como a do exército pacífico de Oz e o uso dos talentos do protagonista no decorrer da projeção.O principal problema de Oz é o próprio Oz. Nosso herói é um cafajeste mesquinho, interesseiro, mentiroso… Defeitos que o tornariam absolutamente curioso, se o papel tivesse caído nas mãos de um ator que tivesse a capacidade de se aproveitar dessas “qualidades adoráveis” e dar algum charme ao personagem ao mesmo tempo (vide Robert Downey Jr. e seu Tony Stark , foi só um palpite, O papel do protagonista foi entregue para James Franco, um intérprete simpático, mas extremamente limitado. A evolução da personalidade de Oz (e o paralelo entre suas ações no “mundo real” e na terra fantástica) perdem força justamente por conta da falta de alcance do , rapaz. Até mesmo sua capacidade como sedutor barato jamais parece ser real, mas apenas uma exigência do roteiro que não é concretizada por Franco. Michelle Williams como sempre maravilhosa mostrando mais uma vez sua versatilidade para atuar sua Glenda é doce e contagiante, Já Rachel Weisz está bastante à vontade como Evanora, embora esta não seja uma de suas interpretações mais desafiadoras. Quem realmente rouba o show são Mila Kunis, Zach Braff e Joey King. A primeira se aproveita do trágico arco de sua personagem para dotá-la de grande complexidade, com sua Theodora sendo, sem dúvidas, o grande destaque da produção. Braff, por sua vez, é um bem vindo alívio cômico com seu Finney e Joey King nos ganha pela doçura de sua bonequinha de porcelana. Ambos tiveram de trabalhar por meio da tecnologia de captura de movimentos, embora apareçam de carne e osso no mundo real, em situações que espelham as dos seus personagens digitais. Mesmo que não tenha exatamente o direito de ser uma prequel, “Oz – Mágico e Poderoso” se mostra razoavelmente competente, que perde força pela equivocada escolha de seu protagonista e decepciona um pouco ao nos revelar o mistério do mago por trás do pano. Um filme para assistir e sentir saudades da estrada de tijolos amarelos de outrora.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraO cinema, assim como qualquer forma de arte, tem o poder de nos transportar para um estado que foge daquele nosso atual transforma o cético em sonhador, o frio em romântico, traz a alegria inesperada naqueles dias mais sombrios, seja pelo entretenimento proporcionado pela arte em questão, seja através daquela lágrima que escorre ao constatarmos que estamos diante de uma obra-prima – quem nunca sentiu aquele arrepio ao assistir um filme e continua sentindo todas as vezes que o reassiste? Essa foi a sensação que esse filme me trouxe, e traz porque já revi varias vezes: La la Land é um novo clássico do cinema que tenho certeza que irá encantar varias gerações . É o cinema em sua forma mais sublime. Damien Chazzelle é um gênio.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraObra de arte, Obra-prima. Surpreendente, angustiante e impactante.
tudo nesse filme se transforma em algo surpreendente. Ótimas cenas, fotografia, trilha sonora, tudo é bem explicado e detalhado.
Joaquim é um monstro, fez excelentemente seu papel, há momentos que só de olhar pra ele em cena já se pode sentir o sofrimento. Certamente será indicado ao Oscar, se vai ganhar? não sei, mas eu apostaria todas minhas fichas nele. Mesmo amando Leonardo di Caprio em Era uma vez em Hollywood a propósito a briga de melhor ator será das grandes,Um dos melhores filmes que já assisti.
Emocionante, sufocante, dramático, pesado.Roteiro bem encaixado, enquadramento de câmera muito bom, trilha sonora então, nem se fala.
Clássico instantâneo,, é um filme muito 'fino' e pra ser apreciado com seriedade e prestando atenção do começo ao fim.
It: Capítulo Dois
3.4 1,5K Assista AgoraEm um período marcado por diferentes estilos de terror as obras do mestre Stephen King continuam super presentes e atuais nos dias de hoje.
Contestando isso é que It A Coisa (2017), goste você ou não foi um grande sucesso tanto de parte da crítica quanto de público que se refletiu nas bilheterias de forma impressionante para um filme do gênero do terror, a expectativa em torno do capítulo dois era enorme .
It Capítulo 2 (2019), é muito mais assustador no sentido literal da palavra, fazendo no espectador saltar da cadeira diversas vezes usando o elemento Jump Scare ao extremo devido a isso o roteiro tem certa dificuldade em extrair do livro ou criar situações inovadoras usando situações repetitivas de isolamento individuais de seus personagens que levará um grande susto através de uma investigação criando um segundo ato pouco inspirador mas que ganhar força e evolução no terceiro ato .
Pennywise volta aqui ainda mais assustador do nunca em filme sustentado mais no horror do que no desenvolvimento de seus personagens onde a direção de Andy Muschietti supera o roteiro nao deixando de ser uma grande obra devido a conexão do público ao universo da obra de Stephen King.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraEm Era uma vez em Hollywood Tarantino conta histórias reais e fictícias de maneiras fictícias e exageradamente reais. Nos entregando uma carta de amor ao cinema onde seu respectivo título faz todo sentido e muito além do podemos esperar . Minhas expectativas para este filme estavam altas e elas superaram. Que filme maravilhoso obrigado Tarantino por nos presentear com uma obra prima nos dias de hoje.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraRoma" traz uma trama reservada e intimista —um retrato de uma vida muito particular (mas, ao mesmo tempo, tão universal)..
Simples, delicado, artístico, mas intimista, dentre os filmes que assisti do Cuaron esse foi o mais imersivo
Bem provocativo, .. O que acontece ao redor da vida da protagonista nos provoca. O filme é sobre a força da mulher , sobre família, o filme é um convite para refletir sobre sua sua história, sobre sua vida, reflete a dar a importância as pessoas que passam por sua vida e as que estão em sua vida
Acho que não tem outro jeito de descrever esse filme que não seja dizer que é uma nova obra-prima do cinema , sensível, desafiador, emocionalmente carregado imersivo , desconfortante e visualmente ambicioso, aliás, é uma das fotografias mais lindas que eu já vi.
Assistam Roma .
A Bela Adormecida
3.6 452 Assista AgoraA climatização medival e a trilha sonora. Foi feito uma pesquisa muito grande e um trabalho ainda maior da equipe criativa da Disney para tentar recriar as pinturas medievais: repare nos traços retos, a falta de perspectiva em algumas cenas (a perspectiva surgiu somente com o Renascimento), as cores sombrias, a ausência de piadinhas incidentes… além de ter sido a primeira vez de um filme Disney usar visão wide screen. Tudo isso faz dessa obra algo diferente, especial, histórico na Disney. Outro fator importante é a trilha sonora, tirada inteiramente do genial balé de Tchaikovsky. Isso foi único na história da Disney.
[spoiler][/spoiler]Essa sensação, mesmo que contada com outras palavras, de que a personagem está ‘morta’ é muito forte. Para as crianças, é óbvio que, dormindo como uma anja, Aurora está viva. Mas, para os adultos, fica claro que aquele corpo, enquanto ali deitado, esperando seu príncipe encantado, está inanimado, sem vida. Morto. A maldição original de Malévola era essa mesma, mas a sensação que passa ao assistirmos é justamente de que Aurora, se não for acordada, ficará daquele jeito para sempre. Tendo isso em mente, a imagem dela repousando em paz, na cama, com as mãos dadas em cima do peito, é literalmente de um cadáver. É uma maneira da Disney falar sobre a morte e abrir esse tópico para discussão entre pais e filhos – “Meu filho, e se ela não acordasse?”.
Se colocarmos em uma balança todos os defeitos adquiridos com a idade com as qualidades que o longa até hoje tem, o resultado é mais positivo do que negativo. Aceitando sua idade, não condenando 60 ANOS ,que está em completa perfeição em sua mais nova remasterizarão em Alta definição para Blu ray fica fácil de ver a beleza que ainda há em A Bela Adormecida. Sublime desde a animação até cada personagem que aparece em tela. O carisma é imenso e não conhece limites, e é isso que ainda mantém Aurora dormindo e acordando por todos estes longos anos. Uma Verdadeira Obra Prima.
O Bom Gigante Amigo
3.2 295O Bom Gigante Amigo é um filme esteticamente bonito. Mas o roteiro é bastante enfadonho, sem impulso narrativo algo que deixa o filme super cansativo.
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraEnquanto a tragédia ascendente, composta de pequenos momentos, o filme funciona, é Alice esquecendo uma receita que já fazia há bastante tempo, ela esquecendo que já conhece a namorada do filho, pequenas crueldades, porém, necessárias.
É aterrorizante ver, a mente dessa mulher, extremamente inteligente, indo embora aos poucos, e quando isso é mostrado de maneira simples, é quando ele é mais impactante.
Julianne Moore nos brinda, com uma interpretação extraordinária, o que justifica a consagração com o Oscar de Melhor atriz por esse papel. Ela não precisa usar palavras, nem gestos exacerbados, para transmitir a dor, a angustia, e a confusão emocional que a personagem está passando, em momento algum faz parecer que ela está imitando uma paciente de Alzheimer, ela em momento algum, parece está imitando, alguém que está perdendo a lucidez, ela parece que está de fato perdendo a lucidez.
Para Sempre Alice, é um filme onde a interpretação de sua protagonista é o grande destaque, é um drama realista, marcante, e cruel , que nos faz refletir sobre nós mesmos.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraIndividualmente são historias muito chocantes que podem ser até engraçadas até o certo ponto, mas de qualidades variadas, com isso não estou querendo dizer que algumas são boas ou ruins, estou querendo dizer que variam entre boas, excelentes, e espetaculares. A coletividade, formando se a junção das seis histórias é uma experiência visceral e satisfatória. Relatos Selvagens entende muito bem o conceito que diz: a melhor comedia vem da tragédia , é o contraste entre esses dois gêneros que faz o filme ser tão bom , e o diretor, Damián Szifron consegue dosar isso de maneira perfeita.
A principal ideia de Relatos Selvagens é explorar o extremo absoluto do comportamento humano, e é praticamente impossível não se identificar com pelo menos um personagem desse filme, ao acabar o filme você para na hipótese se de e se.... E se eu estivesse em uma situação semelhante como eu reagiria?
Relatos Selvagens é um filme extremamente forte, engraçado, que funciona em todos os níveis: fotografia, trilha sonora, roteiro, interpretação, direção, é um filme irretocável. Parabéns ao cinema Argentino.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraA teoria de Tudo revela o homem por trás do ícone: corajoso, pernicioso, engraçado, mas também difícil e egoísta. É um drama bem trabalhado ,de forma soberba na vida pessoal complicada de uma figura mundialmente conhecida com estilo, humor e humanidade. Com uma trilha sonora que parece gritar com você, o filme se torna extremamente emocionante do inicio ao fim.
Mas o maior destaque aqui sem sombra de duvidas é a excepcional atuação do Eddie Redmayne, ele está simplesmente perfeito como Stephen Hawiking , ele encara todos estágios da doença de maneira perfeitamente gradativa , e durante todas essas fases o Eddie Redmayne ´´desaparece´´ você esquece que esta vendo um ator em cena, e quando a doença evolui ainda mais , e o único recurso de comunicação que ele possui são os olhos, o espectador reconhece todo o tipo de emoção que o personagem está passando felicidade, ciúmes, raiva, arrependimento e até tesão. A fantástica interpretação dele me lembrou muito a do Daniel Day Lewis em Meu Pé Esquerdo. Minha torcida para o Oscar de melhor ator vai declarada para Eddie Redmayne.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraBirdman ou ( A Inesperada Virtude da Ignorância ), é meu favorito ao Oscar de melhor filme , pelo seguinte motivo : o diretor Alejandro González Iñárritu com seu filme faz uma bela saudação a arte e a criatividade, é uma carta de amor para atores , para quem vive da arte de interpretar, seja no cinema , ou seja no teatro. Mas não todo tipo de cinema, porque o filme satiriza muito bem essa modo de filmes de super heróis , e mostra até um ressentimento do diretor ao sucesso que esses filmes fazem hoje em dia. Outro aspecto que Birdman mostra muito bem, é a relação entre fama e talento, como hoje em dia pode divulgar um determinado acontecimento no You Tube ,onde está sendo exposta a figura de uma celebridade que estava no ostracismo, e com a divulgação do vídeo ela se torna relevante novamente .
O filme se estica um pouquinho em seu terceiro ato , porque ao meu ver ele poderia ter terminado quinze minutos antes, quem já assistiu sabe de que momento é esse que estou falando, mas depois em sua ultima cena ele se redime um pouco, porque é realmente interessante o que acontece, e é um desses finais que geram debate.
Birdman ou ( A Inesperada Virtude da Ignorância ), é um filme excelente maravilhoso e espetacular . Espero que a Academia de Artes e Ciências Cinematográfica, esteja lucida no próximo domingo, e e premie essa obra extraordinária da maneira como ela merece , ou seja com o Oscar de Melhor filme.
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraVocê rir de certas situações do filme mas você não ri com o filme, você ri do filme , é doloroso ver em um filme uma pobreza absurda nos diálogos , até uma animação do Pato Donald tem diálogos mais eficazes que Cinquenta Tons de Cinza , o filme não acontece nada além de sensualidade do casal de protagonistas e a submissão da personagem da Dakota Johnson, mas embora muitos críticos especializados vem falando para mim houve sim química com o casal e cada um está bem com seu personagem devido ao fraquíssimo roteiro .
Cinquenta Tons de Cinza é um filme sobre escolhas, as certas e as erradas. Homens e mulheres são aparentemente fortes hoje em dia, em iguais condições de ganhar batalhas no mundo moderno, mas ainda tem muito a aprender nas relações amorosas e interpessoais, onde as desconfianças, o medo do novo e a necessidade de ceder ainda emperra relacionamentos, igualzinho há séculos atrás.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraGarota Exemplar é Cinema de primeira qualidade é aquele tipo de filme que gera uma reação física a quem está assistindo lhe deixa preso ao que esta se passando na tela , logico que possui alguns clichês mas nada que tire o seu brilho . Para estabelecer um ponto de referência para o que é feito aqui, é preciso buscar em nomes mais perversos do cinema de gênero solto pelo mundo, como os mais sádicos de Pedro Almodovar e Alfred Hitchcock. E, Fincher é genial ao dar descarga em padrões estabelecidos do bom cinema, Garota Exemplar me deixa sem ideia do que Fincher pode trazer a seguir. Fã que sou, estou curioso como nunca. Vejam Garota Exemplar o mais Rápido possível.
Caminhos da Floresta
2.9 1,7K Assista AgoraA ideia de juntar várias histórias foi bem interessante, mas acho que não foi bem aproveitada. Eu adoro musicais, mas esse deixou a desejar, achei as músicas bem repetitivas e cansativas, no decorrer das canções as cenas não mudam, ficava apenas focado em quem estava cantando, pareceu que queriam apenas enrolar pra dar o tempo do filme sendo que poderiam ter dado sequencia em algumas das histórias, mais efeitos . E se perderam. Algumas histórias ficaram "sem final", outras com um final sem sentido.
Igualmente irregular é o trabalho do diretor Rob Marshall, o que parece ser uma constante na sua filmografia (exceção feita a Chicago). Até mesmo nos aspectos visuais essa irregularidade está presente.
Operação Big Hero
4.2 1,9K Assista AgoraVisualmente, o filme é sensacional, com a direção de arte se esbaldando na criação de San Fransokyo. Ao misturar elementos arquitetônicos e culturais de duas capitais tão diferentes entre si, a direção de arte do filme nos presenteia com uma cidade que funde perfeitamente elementos-chave de ambas as cidades.
O modo como a ponte Golden Gate ou os famosos bondinhos de San Francisco são reimaginados com detalhes orientais ou as próprias edificações da linha da cidade que balanceiam detalhes culturais tão distintos justificam o fato da primeira setpiece do filme ser basicamente uma desculpa para explorar esse cenário.
Neste sentido, os próprios uniformes dos heróis são uma fusão entre heróis nipônicos e dos comics tradicionais, podendo ainda uma certa influencia de “Big Guy &Rusty” ser vista em Hiro e Baymax. Enquanto o visual do vilão Youkai é um tanto genérico, o uso dos microbôs por parte do antagonista é deveras interessante também
A despeito de alguns problemas no balanceamento da equipe e no desenvolvimento do roteiro em seu terceiro ato, com uma conclusão um tanto quanto forçada e apressada, “Operação Big Hero” é extremamente bem sucedido por conta de seus cativantes protagonistas, criando assim um universo cheio de potencial, e deixa claro que a parceria Disney/Marvel irá muito além dos Vingadores.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraWhiplash Em Busca da Perfeição tem um terceiro ato tão preciso e tão satisfatório que só nos resta aplaudir e que o considero genial o que característica aqui é que eu adoro quando o filme sabe a hora certa de acabar e o corte final desse filme é perfeito. É um filme poderoso, chocante e sufocante, de direção primorosa e trilha sonora matadora, que deixa o público ligado do início ao fim, possuindo ainda momentos tocantes. Uma obra simplesmente imperdível.
Uma Rua Chamada Pecado
4.3 454 Assista AgoraNascia no cinema, através deste filme, uma revolução em termos de atuações e em termos de roteiro
Em uma das atuações mais certeiras e calculadas do cinema, Vivien Leigh encarna Blanche DuBois com uma precisão de mestre. Herdeira de um refinamento aristocrático decadente, a personagem principal é um verdadeiro mistério, por mais que a câmera se foque em centralizá-la na maior parte do tempo. Atormentada pelo seu passado nunca plenamente revelado a nós espectadores, ela se vê diante de uma situação delicada ao sentir um misto de atração e repulsão por seu cunhado. Seu lado racional o vê como um brutamonte, mas seu desejo de mulher o anseia descontroladamente, o que só colabora para suas lembranças da época em que era casada (com um jovem que cometera suicídio) virem à tona. Gesticulando sempre de maneira excessivamente teatralizada e exagerada, perto do caricatural, Vivien Leigh consegue assim captar a essência de Blanche, uma mulher que ainda vive de aparências e que possui um lado emocional extremamente fragilizado. De certa forma chega a ironizar a superficialidade tão costumeira das atuações forçadas nos filmes americanos mais antigos, causando contraste com o que Marlon Brando propunha através de sua encenação como Stanley Kowalski.
Diferente de tudo visto até o momento, Brando revolucionou todo o conceito cênico hollywoodiano em seu papel. Realista, impiedoso e extremamente sensual, ele não revela técnica alguma, apenas uma naturalidade chocante, dado o personagem em questão. Assim como Stanley espanta Blanche com sua maneira de ser, Brando pasmou todos seus colegas de profissão com sua interpretação marcante (reza a lenda que muitos desistiram de atuar depois de o verem neste papel), sendo alçado rapidamente ao Olimpo dos atores mais cobiçados e requisitados do cinema americano. Sua roupa colada ao corpo pelo suor, sua presença como macho alfa da casa e o desejo faiscante em seu olhar representam nada mais do que a personificação dos desejos femininos mais selvagens, que ganham voz na pele de Stella, a esposa que não liga de ser maltratada pelo marido pelo qual nutre uma paixão cega e irracional (Kim Hunter merece maior reconhecimento por sua composição, essencial para que a obra atinja seu ponto máximo). Depois disso, Hollywood nunca mais foi a mesma.
Podemos agora entender a razão do título original fazer referência ao desejo. Para poder chegar à casa de sua irmã, Blanche precisa tomar um bonde chamado Desejo e logo depois um chamado Cemitério – a grande ambiguidade crítica de toda a obra. Afinal, é o tal transporte que tira Blanche de sua condição de mentiras e aparências para levá-la ao submundo da pobreza,
[/spoiler]
[spoiler]
[spoiler][/spoiler]
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista AgoraUm filme que mexe com nossas mais profundas emoções, porque todo mundo já passou por um drama familiar, me identifiquei muito com esse grande filme, e espero que ele se torne maior ainda. É obrigação de todo bom Amante da sétima arte assistir Álbum de Fámilia
Terapia de Risco
3.6 1,0K Assista AgoraO longa prende a atenção do espectador por seus 106 minutos de duração e tem como mérito principal o fato de não oferecer vilões ou heróis. Nenhum dos personagens assume o papel de vítima por tempo o suficiente para o público sentir pena dele, o que não interfere no envolvimento do espectador, que ao passo que vai recebendo informação é compelido a finalizar este quebra-cabeças. Após se destacar em A Rede Social e, principalmente, Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, Mara surge mais uma vez bem em cena. Ela oferece uma delicadeza e um encanto à personagem, ao mesmo tempo que surge como uma figura enigmática e misteriosa em outros momentos. enquanto que Jude Law mostra toda aquela inquietude que o marca como grande ator. Zeta-Jones é quem tem menos espaço em cena, mas ainda assim se sai bem quando exigida.
O prazer ao fim de Terapia de Risco então é ver que Soderbergh, nesse prometido final de carreira, recusa a grandiloquência de um filme-denúncia - um discurso sobre o estado das coisas que a primeira metade sugeria - e encontra um agradável equilíbrio entre o cinema comercial, de gênero, de seus maiores sucessos de bilheteria, e o cinema de autor dos seus filmes-de-festival. Se ele parar mesmo de filmar, Terapia de Risco servirá como fiel testamento dessa versatilidade, pela qual Soderbergh sempre foi conhecido.
O Exorcista
4.1 2,3K Assista AgoraDifícil ver alguém que não gostou e mais difícil ainda ver alguém que não sentiu medo ou angústia ao assistir esse filme, digamos que ontem passei por essa prova de resistência, esse é o tipo de filme que podemos dizer que não espere maiores explicações, muito menos segredos reveladores no final. Prepare-se apenas para sentir medo.
Mas o que tem mais a se dizer sobre o mais temido filmes de terror de toda a História do Cinema? Que é aterrorizante? Que suas imagens ficam impregnadas em nossos olhos e memória por muitos dias, semanas ou talvez um pouco mais de tempo após assisti-lo ?
Comemorando 40 anos esse ano "O Exorcista" é mais que um marco na História da filmografia de terror; é uma obra que permanece atual e extremamente assustadora depois de tantos anos e de tantos outros filmes o tomarem como referencia até os dias de hoje ,fato esse que filme algum conseguiu supera-lo. Julgo que o filme não necessita de apresentações, tendo em vista que, durante anos e anos após sua estreia no cinema e ter causado verdadeiro furor em todo o mundo, já foi debatido exaustivamente, parodiado e citado em praticamente todas as listas ‘Top 10 de Terror’. O mais impressionante é que, após a superexposição por parte da mídia, ele não saturou (algo que aconteceu com o meu filme favorito o ótimo “Titanic”) e ainda mantêm toda a áurea e a atmosfera dos anos em que foi produzido. O medo que vemos na tela é real, a história se passa em uma casa absolutamente normal, os fatos que acontecem poderiam ter acontecido em qualquer casa do mundo (tendo em vista que é baseado no livro, de Willian Petter Blatty que, por sua vez, é baseado em uma história real), mas tudo empiricamente ligado ao sobrenatural, à existência de uma entidade maligna capaz de possuir o corpo de um humano.
O roteiro é excepcional e as atuações são assustadoramente verossímeis. Ellen Burstyn, que interpreta a mãe de Regan, é a perfeita projeção do desespero de uma mãe ao ver sua filha, que outrora era ingênua, proferir frases fortíssimas, e cometer atos impensáveis para uma garota doze anos. Linda Blair não fica atrás e nos impressiona com seus olhares, ora puros, ora diabólicos; sua interpretação visceral de uma endemoniada que esconde, por trás do viés satânico, uma garota absolutamente normal.
É claro que esses elogios ditos no parágrafo anterior não funcionariam se alguém competente não estivesse no comando. William Friedkin conduz o filme de forma elegante, nunca deixando o longa cair no pieguismo e no suspense barato. Tudo é regido de forma extremamente sublime. Em suma, “O Exorcista” é, indubitavelmente, um marco no cinema, não só pelos fatos ocorrido nos bastidores como, por exemplo, nove pessoas ligadas de alguma maneira ao filme morreram durante e pós produção, o set de gravação pegou fogo , e Linda Blair se tornou atriz de um papel só, e indicada ao oscar de atriz coadjuvante e vencedora do globo de ouro na mesma categoria, o Exorcista também foi indicado ao Oscar de melhor filme um marco para o gênero do terror.
E entre outros fatos, que aterrorizaram toda uma geração, é também uma obra que fala da culpa e a expiação dos pecados do mundo , por meio dos inocentes. Fala também sobre a descoberta da fé por meio de uma provação terrível: a mãe de Regan passa a acreditar e a confiar em Deus, mostrando de uma maneira ou de outra que o Bem sempre ganha do Mal. A fé do padre Karras se reanima e ele executa um ato de extremo amor para defender a menina possuída. Um clássico com C maiúsculo que apesar de todo tipo de reação que já me causou sou um grande fã.
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraPedro Almodóvar é um cineasta corajoso. Aclamado, reconhecido, premiado, poderia trabalhar em sua zona de conforto e desfrutar os louros da fama estabelecida reciclando o que vem fazendo, e muito bem, ao longo de sua carreira. Ousado, preferiu arriscar-se. Em A Pele Que Habito, (confesso que demorei um pouco pra ver esse filme) chega ao paroxismo da mescla de gêneros levando às telas um filme angustiante, doentio, terrível em alguns momentos, mas com narrativa extraordinariamente sóbria, espontânea, e de uma genuína intensidade criadora. A Pele Que Habito é um filme diferente na cinematografia do diretor, mas indiscutivelmente um Almodóvar. Estão lá suas obsessões com traição, solidão, identidade sexual e morte. Os planos almodavarianos, os close-ups e as cores - estas mais sombrias - estão lá. A estes elementos típicos de seu cinema, o cineasta acrescentou um misto de ficção científica e horror. Uma amálgama tão complexa, um híbrido tão instável, que somente alguém talentoso como ele poderia ter misturado tais elementos sem criar uma bomba.
A ‘pele que habito” do título tem diversos sentidos na narrativa, sendo tanto a pele literal quanto a noção metafórica de identidade pessoal. Abarcar o filme num simples texto crítico é tarefa complexa diante da grandiosidade da obra. O filme transita pela ficção científica e o cinema de terror dos anos 1930 em uma trama densa, repleta de melindres, que oferece novas aberturas e pontos de vista dependendo da perspectiva de quem observa, criando um clima essencialmente dúbio que remete ao cinema noir e seus personagens fracos e moralmente ambíguos. Ao longo do filme, Almodóvar vai e volta no tempo construindo a historia de forma que as emoções do espectador fiquem sempre no ar, na expectativa do que pode acontecer no momento seguinte. É notável o domínio do diretor sobre o espaço cênico e sobre os limites de seus atores. Temos um Antonio Banderas impecável e seguro no papel do doutor Robert Ledgard. A bela atriz espanhola Elena Anaya, por sua vez, é uma revelação no papel principal. Um deleite visual explorado em série de belíssimos close-ups no quais se revela por meio de olhares entre resignados e selvagens.
É fascinante ver Pedro Almodóvar, que criou uma estética narrativa própria e se estabeleceu ao longo de anos como um dos grandes cineastas de seu tempo, reinventar-se e apresentar algo totalmente diferente. Seu filme sobre vingança, amor, ódio e os limites éticos da ciência é um brinde à criatividade e ao domínio da técnica cinematográfica. Com toda sua construção o filme é surpreendente mas mesmo ter gostado muito do filme cheguei a seguinte conclusão: Almodóvar é louco
Rain Man
4.1 766 Assista AgoraObviamente, a originalidade não é uma das qualidades mais expressivas da obra. É incontável o número de produções que trazem, como premissa, a história do homem desprezível e egoísta que, aos poucos, passa a ter sua visão da vida reconstituída a partir de sua convivência com alguém especial. Porém, no caso de “Rain Man”, a originalidade exerce um papel insignificante em sua estrutura, já que, inteligentemente, o roteiro jamais tenta parecer singular. Seus maiores méritos encontram-se na forma como a história é contada, e não necessariamente naquilo que é contado.
Sou apaixonado por esse filme, Dustin Hoffman, como Raymond, nos apresenta aquela que, possivelmente, seja a maior e mais complexa atuação de sua carreira, premiada merecidamente com o Oscar de melhor ator. . Sua caracterização é irretocável, e até mesmo imprescindível para o funcionamento da obra. Seu caminhar desajeitado, lento e inseguro, seu olhar vago, aparentemente sem qualquer foco, e a voz anasalada, aliados aos trejeitos corriqueiros de pessoas com a mesma condição cerebral, formam um dos conjuntos idiossincráticos mais interessantes da carreira do ator. Ademais, outro ponto interessantíssimo a ser destacado na composição do personagem, é a naturalidade com que é apresentado o problema mental de Raymond : o Autismo.
Durante toda a duração de “Rain Man”, jamais somos sujeitados a uma análise diagnóstica de suas condições. A complicação psicológica de Raymond é tratada da forma mais natural possível, o que acaba proporcionando uma maior identificação do público para com a personagem. Ele sente, ouve, fala e até mesmo raciocina como qualquer um de nós, e, excetuando suas peripécias acerca de sua facilidade com números e sua memória praticamente infalível, é tratado única e exclusivamente apenas como um ser humano, sem qualquer heterogeinização no tocante ao quadro de personagens, o que é um erro constante em filmes que tratam do assunto (os autistas, no cinema, raramente são vistos como personagens naturais, recebendo características de extrema anormalidade sem que, em contrapeso, possuam referências mais humanas).
Entretanto, toda esta pesada carga moral, quando mostrada de forma séria e desprovida de elementos humorísticos, é extremamente difícil de ser digerida pelo público. Contudo, esta obra de Levinson passa muito longe deste problema: conduzida de forma leve e despretensiosa, a obra conta com diversos momentos de humor e, em alguns deles, nos resguarda suas melhores cenas. Porém, os momentos de humor não se resumem a pequenas cenas soltas dentro da narrativa. Desde o início, o filme é recheado de momentos engraçados e até mesmo hilariantes, o que torna “Rain Man”, mesmo tendo uma narrativa de clara conotação dramática, um filme divertidíssimo de se ver.
Enfim, “Rain Man” (título que, por sinal, tem um bonito significado dentro da obra), produção de Barry Levinson vencedora de quatro prêmios da Academia (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator - Dustin Hoffman e Melhor Roteiro), é um dos mais simpáticos e agradáveis road-movies do cinema. Intensamente interpretado, sabe dosar com extrema competência as pretensões dramáticas de sua história com a leveza e a comicidade típicas das obras da década a que pertence. Ademais, ainda é uma das histórias mais lúcidas e inteligentes em retratar a vida e as características de uma pessoa mentalmente debilitada, o que já garante ao filme uma importância ímpar dentre as obras do gênero. É um filme que emociona e diverte de maneira equilibradíssima, e que jamais tenta persuadir o espectador à comoção ou às lágrimas. Dificilmente será encontrada, no cinema contemporâneo, uma obra tão singela e humana quanto esta Para quem não viu veja. Considero Rain um filme obrigatório para todo e bom amante da sétima arte.
Louca Obsessão
4.1 1,3K Assista AgoraLouca obsessão é um dos grandes e raros suspenses com um QI a mais que nos prende na cadeira do início ao fim, que não usa de órgãos expostos e violência exagerada para nos assustar, aqui é bem mais assustador, são pessoas “reais”, situações “reais” e artifícios do roteiro bastante inteligente que nos envolve nessa história fascinante. Apesar de todos os nomes envolvidos, é principalmente um filme de Kathy Bates. É ela que dá vida ao filme e o torna tão surpreendente e intenso, como um ótimo suspense tem que ser.
Oz: Mágico e Poderoso
3.2 2,1K Assista AgoraA decisão de filmar o prólogo no mundo real em sépia e no formato 4×3 (mais ou menos) foi magnífica, fazendo uma bela conexão entre as duas fitas (a obra protagonizada por Judy Garland era em preto e branco até o momento em que Doroty chegou a Oz). O uso do 3D é interessante, mas não existe nenhum momento-chave em que este se mostre imprescindível. O design de produção é bastante imaginativo, especialmente no tocante às criaturas, e Raimi conseguiu fazer seu estilo se sobressair, principalmente com o uso de uma paleta de cores extremamente viva, com alguns momentos mais escuros funcionando bem como contraste. A cantoria é reduzida ao mínimo e existem ideias muito bem aproveitadas, como a do exército pacífico de Oz e o uso dos talentos do protagonista no decorrer da projeção.O principal problema de Oz é o próprio Oz. Nosso herói é um cafajeste mesquinho, interesseiro, mentiroso… Defeitos que o tornariam absolutamente curioso, se o papel tivesse caído nas mãos de um ator que tivesse a capacidade de se aproveitar dessas “qualidades adoráveis” e dar algum charme ao personagem ao mesmo tempo (vide Robert Downey Jr. e seu Tony Stark , foi só um palpite, O papel do protagonista foi entregue para James Franco, um intérprete simpático, mas extremamente limitado. A evolução da personalidade de Oz (e o paralelo entre suas ações no “mundo real” e na terra fantástica) perdem força justamente por conta da falta de alcance do , rapaz. Até mesmo sua capacidade como sedutor barato jamais parece ser real, mas apenas uma exigência do roteiro que não é concretizada por Franco. Michelle Williams como sempre maravilhosa mostrando mais uma vez sua versatilidade para atuar sua Glenda é doce e contagiante, Já Rachel Weisz está bastante à vontade como Evanora, embora esta não seja uma de suas interpretações mais desafiadoras. Quem realmente rouba o show são Mila Kunis, Zach Braff e Joey King. A primeira se aproveita do trágico arco de sua personagem para dotá-la de grande complexidade, com sua Theodora sendo, sem dúvidas, o grande destaque da produção. Braff, por sua vez, é um bem vindo alívio cômico com seu Finney e Joey King nos ganha pela doçura de sua bonequinha de porcelana. Ambos tiveram de trabalhar por meio da tecnologia de captura de movimentos, embora apareçam de carne e osso no mundo real, em situações que espelham as dos seus personagens digitais.
Mesmo que não tenha exatamente o direito de ser uma prequel, “Oz – Mágico e Poderoso” se mostra razoavelmente competente, que perde força pela equivocada escolha de seu protagonista e decepciona um pouco ao nos revelar o mistério do mago por trás do pano. Um filme para assistir e sentir saudades da estrada de tijolos amarelos de outrora.