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Baseado em 0 avaliações em comum

Últimas opiniões enviadas

  • Bruno Leal

    A maioria das pessoas que assistiu o filme achou ruim. Não culpo. Entender esse filme é a única chance que temos pra nos importarmos com esse filme, mas, principalmente, se importar com a protagonista do filme. Tem que ter muita sensibilidade pra sacar qual o cerne dos assuntos no decorrer da trama, já que ela mesma não se sustenta sozinha como uma obra imitativa da realidade objetiva. Isso parece conversa de doido, de cinéfilo pedante, mas a verdade é que não é um filme para todos. Soe elitista como for, mas certas obras-primas precisam passar por várias camadas, com visões diferentes, para se sorvidas em sua plenitude; e saber descascar essas camadas é talento dos poetas.
    Logo no início do filme

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    dá pra perceber que não se trata de uma obra realista por causa da cena de restauração da casa a partir de um "toque mágico" na pedra amarela,
    não tão obviamente, pelo menos no início, representando a "luz" da criação do mundo.
    Depois a gente vai desenhando melhor na cabeça a mensagem que o diretor tenta passar. Nem sempre tão didático, às vezes bastante, Aronofosky tenta contar a história da criação às avessas, mostrando a humanidade como apenas uma criação feita para amaciar o ego narcisista, de generosidade nada incondicional, do Deus poeta representado por Javier Bardem e sua harmônica relação com a Terra, a Mãe, representada pela expressiva sem expressão Jennifer Lawrence. É difícil perceber logo de início, mas as figuras bíblicas estão lá:
    O médico Adão e sua esposa falsa, e falastrona, Eva (Pfeiffer, maravilhosa), bem como os irmãos Caim e Abel que provocaram o primeiro assassinato da história, segundo a mitologia hebraica. Eva mostra, então, a Adão o tal fruto proibido e o deixam quebrar, enfurecendo Deus, que os expulsa da sala da criação (O escritório do poeta). A partir dali Adão e Eva já se sentem à vontade para pecar e deixar a Terra incômoda. Os acontecimentos se encadeiam um após o outro na sequência do que poderia ser a humanidade pós-expulsão do paraíso, sem nunca se ater a todos os mínimos detalhes da Bíblia. Tanto isso é verdade que Aronofsky prefere falar dos assuntos que afligiram/afligem a humanidade mais do que recontar todo o enredo de gênesis. Ecologia, conflitos sociais, disputas de poder, territorialismo, exclusão social, racismo, genocídio e muitos outros representados por cada grupo de humanos após a gravidez de Jennifer Lawrence. Aliás, sobre a gravidez tenho minhas dúvidas se aquilo seria a representação de Jesus, a primeira criação de Deus após o Éden, dentro do ventre de Maria. É bem provável, já que após dilacerarem o filho de Deus (que inclusive o entregou à humanidade para enaltecer sua admiração pelos homens, visto que a própria dizia que Ele havia a abandonado), os devotos do grande escritor (não foi ele que escreveu o Velho Testamento pelas mãos dos profetas?) comem o corpo da criança como hoje os cristãos comem o pão como se fosse o corpo de Cristo. A Terra revela-se como sendo também a própria casa partindo-a ao meio (algo que ficou óbvio, pois ela sentia o "coração" da casa pulsando por dentro das paredes, quando então passava mal e precisava tomar seu remédio que provavelmente era o "amor", sendo da mesma cor dourada que sua pedra no final do filme). Os desastres naturais, representando a casa se partindo e matando os invasores (NÓS), termina com a destruição completa de tudo e todos, num tipo de apocalipse que fica entre o bíblico e o científico. Deus obviamente não morre ("Eu sou o que sou"), retirando o coração da Terra (seu amor? sua luz?), dando origem a outro mundo diferente.

    Na verdade, não fica claro se Aronofsky realmente acredita em tudo que representou ou se apenas quis contar de uma forma nunca antes feita uma história tão antiga quanto a própria humanidade. Brilhante e intrépido.

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  • Bruno Leal

    Não é um filme pra qualquer um. Precisa se despir de muitos conceitos sobre o que te causa repulsa. Apenas quando você é impelido a se identificar com o personagem, através de uma estranha distância que, paradoxalmente, cria empatia, você percebe que todas são histórias corriqueiras - infelizmente. Aqueles que sofrem o preconceito por serem quem são se sentirão estranhamente representados pelos bizarros personagens e suas aparentemente aberrantes histórias. É aí que ocorre uma insólita inversão de valores no qual percebemos que as verdadeiras aberrações se escondem por debaixo de peles "comuns". Como a própria cena inicial indica "O mundo é horrível. O ser humano é horrível, mas não podemos fugir disto porque nós somos o horror"

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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