Gostei e assisti do começo ao final com o mesmo interesse. Talvez não seja para todos os públicos, em linhas gerais o roteiro segue a obra de Stefan Zweig, uma novela literária, que com certeza não guarda vínculo com "telenovela mexicana" e nem se enquadra na pejorativa classificação "romance banca de revista" como muitos repetem neste e em outros “sites”. Embora essas diferenças de opinião sejam salutares e enriqueçam nossa experiência, alguns colegas, numa enxurrada de críticas negativas lacônicas, não desenvolvem os motivos por tanta aversão. Zoeiras como "faltou algo", "não acontece nada" e "artificial" me parecem impressões subjetivas demais para um julgamento tão negativo. De qualquer modo, gosto não se censura e o livro de Zweig, pelas referências que li, contém certos anacronismos estilísticos que paradoxalmente continuam seduzindo leitores mundo afora. Talvez, e digo somente talvez, isso tenha passado para o filme de Leconte, não como defeito mas como estilo. A crítica “globalizada” de diversos veículos jornalísticos nacionais e estrangeiros, como se sabe, também detestou, mas o filme tem seus fãs. Quanto aos detratores, culpam o filme por uma estrutura supostamente ruim e por ditos deslizes “técnicos”. Não vi tão clamorosos problemas e não vou rebater cada um dos supostos defeitos apontados mundo afora, apenas achei um charme incrível aquele clima de sugestão e desejos não consumados, clima de início do século XX numa sociedade burguesa conservadora e puritana; aliás, outro clichê da crítica foi a tal ‘falta de química’, embora muitos tenham elogiado Hall e Madden no elenco. Quanto aos personagens, a postura de Ludwig condiz com o perfil esboçado para seu papel, um rapaz com inteligência acima da média e por isso meteoricamente promovido, que nutre uma paixão e até tenta (inutilmente) lutar contra ela.
A personagem Lott permanece reticente e até se mostra indignada quando Ludwig insinua que ambos estariam apaixonados. Lembremos que a esposa tinha sincera amizade pelo marido e não admitia para si mesma o desejo até receber a notícia de que Ludwig iria para o longínquo México.
Com efeito há elipses no drama, não sei se propositais, mas quando ele enfim retorna da distante jornada, vemos seu rosto com um semblante impassível e suas palavras parecem tão frias; chegamos a pensar na lição da psicologia, pois tão longa ausência tende a esfriar um sentimento, embora nem sempre consiga extingui-lo. Vi ali uma espécie de subtexto, tanto na ação geral como nos detalhes - no pedido para olhar seu antigo quarto etc. Aquele jogo de olhares e desejos mortificados foi apenas clichê? Se foi só tenho a elogiar, sabem, eu até gosto de alguns clichês desde que se reinventem e se reciclem ...rsrsrs ; e o final tão odiado por alguns foi para mim de uma delicadeza perfeita. Certa vez li uma crítica que acusava um filme de “obra-prima com falhas” o que me pareceu uma contradição absurda; mas quem sabe nesse A Promessa temos o inverso: uma "obra-falha" com méritos?
O filme em si contém algumas sequencias verdadeiramente aterrorizantes, embora o final acabe caindo no kitsch, mas não chega a destruir o entretenimento. Destaque para George C. Scott
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Uma Promessa
2.8 53 Assista AgoraGostei e assisti do começo ao final com o mesmo interesse. Talvez não seja para todos os públicos, em linhas gerais o roteiro segue a obra de Stefan Zweig, uma novela literária, que com certeza não guarda vínculo com "telenovela mexicana" e nem se enquadra na pejorativa classificação "romance banca de revista" como muitos repetem neste e em outros “sites”. Embora essas diferenças de opinião sejam salutares e enriqueçam nossa experiência, alguns colegas, numa enxurrada de críticas negativas lacônicas, não desenvolvem os motivos por tanta aversão. Zoeiras como "faltou algo", "não acontece nada" e "artificial" me parecem impressões subjetivas demais para um julgamento tão negativo. De qualquer modo, gosto não se censura e o livro de Zweig, pelas referências que li, contém certos anacronismos estilísticos que paradoxalmente continuam seduzindo leitores mundo afora. Talvez, e digo somente talvez, isso tenha passado para o filme de Leconte, não como defeito mas como estilo. A crítica “globalizada” de diversos veículos jornalísticos nacionais e estrangeiros, como se sabe, também detestou, mas o filme tem seus fãs. Quanto aos detratores, culpam o filme por uma estrutura supostamente ruim e por ditos deslizes “técnicos”. Não vi tão clamorosos problemas e não vou rebater cada um dos supostos defeitos apontados mundo afora, apenas achei um charme incrível aquele clima de sugestão e desejos não consumados, clima de início do século XX numa sociedade burguesa conservadora e puritana; aliás, outro clichê da crítica foi a tal ‘falta de química’, embora muitos tenham elogiado Hall e Madden no elenco. Quanto aos personagens, a postura de Ludwig condiz com o perfil esboçado para seu papel, um rapaz com inteligência acima da média e por isso meteoricamente promovido, que nutre uma paixão e até tenta (inutilmente) lutar contra ela.
A personagem Lott permanece reticente e até se mostra indignada quando Ludwig insinua que ambos estariam apaixonados. Lembremos que a esposa tinha sincera amizade pelo marido e não admitia para si mesma o desejo até receber a notícia de que Ludwig iria para o longínquo México.
O Exorcista III
2.6 196 Assista AgoraO filme em si contém algumas sequencias verdadeiramente aterrorizantes, embora o final acabe caindo no kitsch, mas não chega a destruir o entretenimento. Destaque para
George C. Scott