Apesar dos percalços do roteiro para as trajetórias das personagens, sem dúvida alguma o fio condutor desta temporada era explorar o feminicídio cometido por Augusto que tirou a vida de Lígia, tentando assassinar também a sua melhor amiga, Malu. A fuga de Augusto seguida de seu reaparecimento para se entregar à um julgamento que ele já sabia estar ganho, trazem para o campo de debate a maneira como a sociedade concede permissão para que o homem branco hétero, que desfruta de uma condição de privilégios incontestáveis numa sociedade regida por construtos como a misoginia e o racismo, cometa todos os tipos de crimes e violências, fazendo uso dos mecanismos da justiça para garantir a preservação de sua imagem e sua própria liberdade. A cena do julgamento é indigesta e repulsiva justamente por espelhar o contexto histórico retratado na série, demonstrando, ao mesmo tempo, a continuidade das práticas e discursos na realidade do Brasil de 2020.
O julgamento não foi sobre Augusto, foi sobre Lígia. Sobre quem ela era, sobre sua forma de ser e estar no mundo. Todas nós somos Lígia!
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Coisa Mais Linda (2ª Temporada)
4.1 225PRECISAMOS FALAR SOBRE LÍGIA!
Apesar dos percalços do roteiro para as trajetórias das personagens, sem dúvida alguma o fio condutor desta temporada era explorar o feminicídio cometido por Augusto que tirou a vida de Lígia, tentando assassinar também a sua melhor amiga, Malu. A fuga de Augusto seguida de seu reaparecimento para se entregar à um julgamento que ele já sabia estar ganho, trazem para o campo de debate a maneira como a sociedade concede permissão para que o homem branco hétero, que desfruta de uma condição de privilégios incontestáveis numa sociedade regida por construtos como a misoginia e o racismo, cometa todos os tipos de crimes e violências, fazendo uso dos mecanismos da justiça para garantir a preservação de sua imagem e sua própria liberdade. A cena do julgamento é indigesta e repulsiva justamente por espelhar o contexto histórico retratado na série, demonstrando, ao mesmo tempo, a continuidade das práticas e discursos na realidade do Brasil de 2020.
O julgamento não foi sobre Augusto, foi sobre Lígia. Sobre quem ela era, sobre sua forma de ser e estar no mundo. Todas nós somos Lígia!