Entendo o fato do filme ter sido lançado num período em que as investigações sobre o caso Dahmer ainda não haviam sido concluídas. Entretanto, a dramatização assoberbada de comportamentos discrepantes para com a realidade dos fatos, além da montagem cheia de cortes abruptos e trilha sonora extremamente destituída do que ocorre em cena (num tom tão destoante que chega a romantizar a compulsão repulsiva de Dahmer, humanizando de maneira torpe e imprópria os seus atos grotescos), fazem com que o longa acabe fracassando em todas as suas propostas: terror, drama, documentário, soft porn (?)... peca também pela descaracterização dos personagens ao ponto de quase fazer um desserviço para com as famílias das vítimas dessa história macabra, corroborando com a percepção do espectador sobre quão imprecisas foram as informações sobre o caso no período.
...o roteiro foi escrito por um especialista em queijo suíço, pois é cheio de furos BEM aparentes, e o longa deixa o espectador cheio de dúvidas no final da sessão; ...os personagens se comportam de maneira totalmente descaracterizada de suas contrapartes dos games (sem contar a tosqueira dos novos personagens exclusivos do longa, como por exemplo o amiguinho da Claire); ...os figurinos são de quinta categoria - tem muitos cosplays na internet que dão de 10 a 0 nesses figurinos chinfrins; ...a liberdade criativa do diretor obliterou as tentativas de reprodução de cenas icônicas; ... algumas cenas tem uma deslocadíssima trilha sonora que extingue qualquer possibilidade de tensão; ...inexiste uma caracterização da cidade-título, que parece já estar morta antes da Umbrella soar as sirenes alertando a contaminação (fora os contaminados nos portões da delegacia, em 98% das cenas na cidade ninguém é visto nas ruas); ... existe uma total e irrisória canastrice apática presente nos diálogos pseudo-filosóficos dos personagens em quase 100% do longa, pois não cabe sentimentos aqui - nem mesmos as crianças; ...inseriram um duvidoso CGI, quase tão convincente que dá até medo de que o sangue espirre pra fora da tela da TV direto na face do espectador, de tão real que parece;
Fora esses e outros "pequenos" problemas, é quase divertido. Acredito que esse filme é pra franquia Resident Evil o que Silent Hill: Revelação foi pra sua. Um filme trash, com cenas ridículas, personagens descaracterizados, diálogos piegas e redundantes, tentativa de encaixar muita coisa em pouco tempo (e pouco esmero, pelo visto). Passaria fácil num Cine Trash/Cine Sinistro/TV Terror/Antes do Pesadelo/Cine Alta Tensão da vida.
Talvez o fato de ter lido o livro antes de assistir o filme me deixou um tanto decepcionado. A Maldição é um filme mediano, que acerta em alguns pontos (a maquiagem do filme é muito boa, embora um pouco datada), porém erra em outros (as atuações não soaram convincentes em boa parte das cenas, principalmente com relação ao protagonista Billy Halleck, cujo ator Robet John Burke acaba entregando uma performance um tanto caricata). Apesar dos deslizes, diverte e intriga na mesma dosagem, e a roupagem noventista agrada o suficiente para tornar a experiência fluida.
"Mortos vivos" é um trash assumido, composto por todos os descritores dos comentários abaixo: uma atrocidade cinematográfica que, dependendo de como o espectador vai acompanhá-lo, pode ser uma tortura ou um deleite. É um trash moderno tão nonsense que não tem como ser levado a sério. Esse filme é para a geração atual o que os filmes que passavam no Cine Trash eram para a geração dos anos 90. Foi exibido duas vezes no canal Loading: em dezembro do ano passado e na última sexta feira (08/05). O programa Antes do Pesadelo vêm trazendo filmes nessa pegada trash desde sua estreia.
Exibido no saudoso Cine Trash, 13° - O andar do pavor está mais para um suspense com ritmo bastante irregular, confuso e cheio de furos. As motivações dos personagens são questionáveis, a violência é comedida e o gore é quase nulo. A atmosfera do longa, porém, é o destaque, com alguns enquadramentos nas cenas externas muito agradáveis, cenas internas claustrofóbicas e climão oitentista nostálgico. Entretanto, não é suficiente para salvar o marasmo e a incoerência constante no desenrolar dos eventos.
Deixa a desejar em quase todos os aspectos. Cura fatal é lento, arrastado, com meia dúzia de personagens desinteressantes e poucas (e fracas) mortes, além da quase ausência de gore. Quando você acha que o longa vai deslanchar, simplesmente acaba. Basicamente um filme de zumbis sem zumbis, um suspense sem suspense, um terror sem derramamento de sangue e com um final aberto extremamente insatisfatório.
O primeiro grande evento (o incidente na mercearia) é extremamente chocante e talvez seja o clímax do longa, o qual vai se desenrolando sob uma ótica interessante permeado por uma ambientação impecável, personagens de roupagem interiorana, localidades sombrias e cultura repleta de misticismo. Só após mais da metade do filme que o pumpkinhead começa a sua jornada sangrenta, e infelizmente o longa passa a perder força diante da súbita mudança de tom. As vítimas tem zero de desenvolvimento, então o senso de urgência se esvai, visto que torcemos muito mais pelo monstro do que pelas vítimas no terceiro ato do filme. Além disso, as mortes são fracas e pouco criativas. Pontos positivos para a lendária feiticeira, que rouba a cena sempre que surge em tela. Pontos também para o pumpkinhead, que é bem feito e convincente, melhor que muitos monstros de CGI que permeiam os filmes da atualidade.
Assisti nessa madrugada no Cine Alta Tensão (no canal aberto RBTV). O filme é modorrento, fraco, com personagens caricatos e um roteiro linear e previsível, além do uso e abuso dos mais absolutos clichês do gênero: não há nada aqui que o espectador já não tenha visto anteriormente em outros filmes que abordam a temática. Danny Glover interpreta um personagem extremamente mal aproveitado e que não evolui em nada no desenvolver do longa. Além disso, a múmia pouco aparece, e quando aparece pouco faz. Por fim, a virada do roteiro é perceptível nos primeiros minutos, causando ao espectador zero surpresa ao final de sua exibição.
Apesar de ser mais longo do que o necessário, Duro de Prender/Condenação do Além se sustenta bem ao longo de sua projeção. Com um roteiro simples, porém eficaz, apresenta um ritmo irregular, com longas cenas de desenvolvimento do ambiente e da cultura do presídio intercaladas com pontuais cenas de morte, porém extremamente gráficas e bem feitas para os padrões da época. É um trash que se leva a sério e não economiza no gore, ponto este que justamente se destaca e recompensa o espectador pelos momentos de marasmo. Foi exibido no inesquecível Cine Trash na segunda metade dos anos 90. A impecável e completa lista criada por Marcelo possui o catálogo de filmes que foram exibidos na saudosa sessão. A lista encontra-se aqui no Filmow.
Assisti nas madrugadas de sábado, no saudoso Cine Sinistro, da Band, em meados de 2000/2001. Nem vou comentar que as madrugadas da Band e Rede TV eram obrigatórias na época, devido às suas ótimas sessões de filmes. Cemitério Maldito 2 é bom, mas com ressalvas. Algumas incoerências tornam a experiência do filme surreal além da conta (principalmente em seu ato final), e o longa tem uma extensão maior do que a necessária, o que acaba tornando a experiência um pouco cansativa. O núcleo escolar é interessante, porém subaproveitado, e poderia ter rendido mais. A relação de rivalidade entre Jeff e Clyde deveria ter sido mais explorada e/ou melhor justificada. Apesar das ressalvas, o filme acaba se saindo bem, mesmo sendo bem inferior ao seu antecessor. Os personagens são interessantes, a relação de amizade entre Jeff e Drew funciona (de certa forma), o xerife Gus é eficientemente desprezível, e o cachorro Zowie está presente nas melhores cenas do longa. Além disso, a ambientação é muito nostálgica: o charme dos anos 80/90 é um tempero muito eficiente.
O mercador das trevas é dividido em três segmentos, mas apenas o primeiro deles é satisfatório. O segundo segmento é longo, arrastado, e o pior: não paga o investimento do espectador. O filme gasta tanto tempo em sua segunda parte para que a mesma acabe da forma mais abrupta e inofensiva possível. O terceiro segmento também não agrada, mas ainda supera o segundo em termos de satisfação. As histórias não se conectam, os personagens não são aprofundados (o que desvaloriza o interesse do espectador com relação ao enredo), e o final abrupto deixa diversos pontos abordados em aberto, o que prejudica o seu resultado como um todo. Vale pela nostalgia, e pelo esquisito, misterioso e bizarro segmento inicial.
Acredito que o problema de Hellraiser: Herança maldita, é sua falta de foco. São basicamente três curtas diferentes interligados, e o roteiro acaba não trabalhando bem nenhum de seus segmentos. Fora Merchant, Angelique e Pinhead, os demais personagens são descartáveis e desinteressantes. A primeira parte, no passado, é rasa, e suas explicações são muito básicas pra serem consideradas satisfatórias. A segunda parte é enfadonha e possui cenas desnecessárias que pouco acrescentam. Além disso, a conclusão do segundo ato parece ser mais coerente que a de seu ato final, que é apressado e inconclusivo. Poderiam ter eliminado uma das três partes do filme e focado em apenas duas. Apesar das inconsistências, os cenobitas e suas investidas continuam interessantes. Destaque para Angelique e os gêmeos, que remetem a uma cena bem intrigante do longa "O Enigma do Outro Mundo (1982)".
O Cine trash nos presenteava semanalmente com uma variedade de seres fantásticos. Macacos, duendes, bonecos malditos, zumbis, lobisomens, fantasmas... Vampiros não poderiam deixar de marcar presença na saudosa sessão. Vamp é um ótimo filme, e recebe um bônus pela atuação mais do que memorável da Grace Jones. Faltou pouco para se tornar um clássico, não fosse pelos buracos consideráveis do roteiro. Curioso como influências desse longa podem ser percebidas tempos depois em filmes bastante populares, como "Um Drink no Inferno (1996)" e "O Albergue (2005)" (incrível como a primeira metade de Vamp e o Albergue são parecidas: três jovens transantes, sendo um deles um bobalhão piadista, localidades misteriosas e organizações obscuras, mulheres nuas seduzindo suas próximas vítimas, sumiço repentino de um dos personagens, até mesmo a cena da lixeira de Vamp lembra a cena do carrinho com corpos do Albergue.) A Katrina dançando no bar é uma das cenas mais memoráveis do gênero, e continua hipnotizante até hoje.
Acredito que tenha visto pela primeira vez no Cine Sinistro da Band, mas fiquei sabendo que também foi exibido no Cine Trash, graças a excelente lista do Marcelo (a lista encontra-se disponível aqui no filmow). Esse tipo de filme era justamente o que poderíamos esperar de uma sessão de filmes trash, e uma das melhores recompensas em ter que lutar contra o sono e ficar acordado até depois da meia noite de sábado para acompanhar a dobradinha Cine Sinistro/Cine Privê na época de sua exibição na TV aberta. Estranho, com péssimos atores, maquiagem malfeita, muito catchup, enfadonho, sinistro, bizarro, paupérrimo, trash ao extremo e, principalmente, muito divertido e memorável, é uma cápsula do tempo que remete a uma fase muito rica em exemplares do pior (dependendo do ponto de vista) que o cinema poderia oferecer. Para os apreciadores do gênero, esse filme é um deleite.
Alguns dos filmes exibidos no Cine Trash eram pesados demais pra criançada que acompanhava o programa (experiência pessoal). Confesso que não consegui dormir quando criança, quando esse longa foi exibido num dia qualquer da semana no programa do saudoso Zé do Caixão. Assistindo hoje em dia, a atmosfera densa e a ambientação suja do longa ainda incomoda. Frank é retratado como um psicopata de maneira primorosa e convincente: sua principal falha é justamente o resquício de humanidade que lhe sobra. Apesar disso, o roteiro não se aprofunda muito em questões que podem surgir na mente do espectador, e algumas cenas se arrastam mais do que deveriam. Essas questões não interferem na experiência: tem muito gore, mortes memoráveis, ambientação oitentista que raramente decepciona, atrizes pornôs excelentes para dar aquela pitada trash pelas suas atuações, e o Frank Zito, um serial killer memorável numa época em que os slashers ainda não eram excessivos.
Estranhas metamorfoses poderia muito bem ter passado na fase noturna do Cine Trash, pois todos os elementos da fórmula estão aqui. Alienígenas bizarros, maquiagem mal feita, cortes bruscos de cena, nudez gratuita, sangue falso em abundância, atuações mequetrefes, situações absurdas, etc. O roteiro é intrigante, porém torna-se cada vez mais raso ao longo do filme. O longa explode no seu ato inicial, e depois vai declinando até o seu final ambíguo. Algumas situações são tão absurdas que fazem o filme transitar numa linha tênue entre o absurdo e o vexatório, e a trilha sonora soa deslocada por boa parte do tempo. Por outro lado, existe algo mágico nesse filme, que eleva a experiência de assisti-lo: sua ambientação. Sendo lançado bem no início dos anos 80 (numa época que "O Enigma do Outro Mundo (1982)" e "Alien - O Oitavo Passageiro (1979)" já vinham inovando nos aspectos do gênero), o climão transicional é evidente e nostálgico em cada canto do cenário, até mesmo nas cenas externas, no vai e vem pela cidade. É quase uma cápsula do tempo. Levando em conta que o filme tem uma boa dose de gore, e apresenta um pessimismo incômodo, sentido ao longo de sua duração até o seu apoteótico final, vale uma conferida. Diverte, até mesmo nas cenas em que parece que a equipe de produção estava filmando sobre efeito de alucinógenos.
Não fosse pelo preconceito religioso e racial velado no roteiro (jogados de modo subjetivo pra não escancarar demais), O caçador de cabeças poderia receber uma avaliação melhor. Tem muitas cenas boas que são soterradas pela mediocridade do roteiro. Algumas mortes em offscreen e cenas arrastadas além do necessário coadunam com a diminuição do impacto do filme, e descamba as expectativas criadas pelas sanguinolentas cenas iniciais. Destaque para a perseguição no açougue e o confronto final, disparadas as melhores cenas do longa. O Cine Trash nos presenciou com essa pérola em meados de 96/97.
Acredito que passou no Cinema em Casa nos anos 90. Achei muito bom quando criança. Revendo hoje em dia, o filme não é tão bom quanto me recordava. As mortes continuam bem interessantes, salvo alguns momentos que provocam mais risos do que medo (a famigerada cena da cadeira de rodas). O mistério envolvido na trama do primeiro filme é nulo aqui: tudo é jogado na cara do espectador no primeiro ato da projeção. Esse, porém, é um problema pequeno diante do principal aspecto negativo do longa: O roteiro quer ser levado a sério, mas as suas inconsistências não permitem, pois os furos são muito perceptíveis. Poderiam ter deixado o mistério permear mais a história: a subtrama do "milho mofado" é totalmente anulada desde o início, quando as primeiras mortes exibidas no início do longa já confirmam a identidade do verdadeiro assassino. Ainda sim vale uma conferida: a cena da igreja é bem feita e contextualmente brutal.
Dahmer: O Canibal de Milwaukee
3.0 14Entendo o fato do filme ter sido lançado num período em que as investigações sobre o caso Dahmer ainda não haviam sido concluídas. Entretanto, a dramatização assoberbada de comportamentos discrepantes para com a realidade dos fatos, além da montagem cheia de cortes abruptos e trilha sonora extremamente destituída do que ocorre em cena (num tom tão destoante que chega a romantizar a compulsão repulsiva de Dahmer, humanizando de maneira torpe e imprópria os seus atos grotescos), fazem com que o longa acabe fracassando em todas as suas propostas: terror, drama, documentário, soft porn (?)... peca também pela descaracterização dos personagens ao ponto de quase fazer um desserviço para com as famílias das vítimas dessa história macabra, corroborando com a percepção do espectador sobre quão imprecisas foram as informações sobre o caso no período.
Caçada Sem Trégua
3.0 6Será exibido dublado na próxima sexta-feira (15/08/2022 às 04h da manhã), na Band.
Caçada Sem Trégua
3.0 6Será exibido dublado no próximo sábado (14/05/2022 às 04h da manhã), na Band.
A Tristeza
3.4 230Conforme alguns já mencionaram, é o "Fome Animal" da nova geração.
O Espantalho
2.3 352 Assista AgoraO Massacre do Espantalho Elétrico.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface
2.2 697 Assista AgoraNo novo filme do leatherface a sanguinolência é inversamente proporcional à memorabilidade.
Poderia ser um slasher qualquer, mas é mais um cashgrab que não disfarça a intenção de lucrar uns níqueis a mais utilizando o nome da franquia.
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City
2.2 581É um bom filme, se ignorarmos que...
...o roteiro foi escrito por um especialista em queijo suíço, pois é cheio de furos BEM aparentes, e o longa deixa o espectador cheio de dúvidas no final da sessão;
...os personagens se comportam de maneira totalmente descaracterizada de suas contrapartes dos games (sem contar a tosqueira dos novos personagens exclusivos do longa, como por exemplo o amiguinho da Claire);
...os figurinos são de quinta categoria - tem muitos cosplays na internet que dão de 10 a 0 nesses figurinos chinfrins;
...a liberdade criativa do diretor obliterou as tentativas de reprodução de cenas icônicas;
... algumas cenas tem uma deslocadíssima trilha sonora que extingue qualquer possibilidade de tensão;
...inexiste uma caracterização da cidade-título, que parece já estar morta antes da Umbrella soar as sirenes alertando a contaminação (fora os contaminados nos portões da delegacia, em 98% das cenas na cidade ninguém é visto nas ruas);
... existe uma total e irrisória canastrice apática presente nos diálogos pseudo-filosóficos dos personagens em quase 100% do longa, pois não cabe sentimentos aqui - nem mesmos as crianças;
...inseriram um duvidoso CGI, quase tão convincente que dá até medo de que o sangue espirre pra fora da tela da TV direto na face do espectador, de tão real que parece;
Fora esses e outros "pequenos" problemas, é quase divertido. Acredito que esse filme é pra franquia Resident Evil o que Silent Hill: Revelação foi pra sua. Um filme trash, com cenas ridículas, personagens descaracterizados, diálogos piegas e redundantes, tentativa de encaixar muita coisa em pouco tempo (e pouco esmero, pelo visto). Passaria fácil num Cine Trash/Cine Sinistro/TV Terror/Antes do Pesadelo/Cine Alta Tensão da vida.
A Maldição
3.3 220 Assista AgoraTalvez o fato de ter lido o livro antes de assistir o filme me deixou um tanto decepcionado. A Maldição é um filme mediano, que acerta em alguns pontos (a maquiagem do filme é muito boa, embora um pouco datada), porém erra em outros (as atuações não soaram convincentes em boa parte das cenas, principalmente com relação ao protagonista Billy Halleck, cujo ator Robet John Burke acaba entregando uma performance um tanto caricata). Apesar dos deslizes, diverte e intriga na mesma dosagem, e a roupagem noventista agrada o suficiente para tornar a experiência fluida.
Mortos Vivos
1.5 25"Mortos vivos" é um trash assumido, composto por todos os descritores dos comentários abaixo: uma atrocidade cinematográfica que, dependendo de como o espectador vai acompanhá-lo, pode ser uma tortura ou um deleite. É um trash moderno tão nonsense que não tem como ser levado a sério. Esse filme é para a geração atual o que os filmes que passavam no Cine Trash eram para a geração dos anos 90. Foi exibido duas vezes no canal Loading: em dezembro do ano passado e na última sexta feira (08/05). O programa Antes do Pesadelo vêm trazendo filmes nessa pegada trash desde sua estreia.
13º: O Andar do Pavor
2.3 20Exibido no saudoso Cine Trash, 13° - O andar do pavor está mais para um suspense com ritmo bastante irregular, confuso e cheio de furos. As motivações dos personagens são questionáveis, a violência é comedida e o gore é quase nulo. A atmosfera do longa, porém, é o destaque, com alguns enquadramentos nas cenas externas muito agradáveis, cenas internas claustrofóbicas e climão oitentista nostálgico. Entretanto, não é suficiente para salvar o marasmo e a incoerência constante no desenrolar dos eventos.
Cura Fatal
1.6 11 Assista AgoraDeixa a desejar em quase todos os aspectos. Cura fatal é lento, arrastado, com meia dúzia de personagens desinteressantes e poucas (e fracas) mortes, além da quase ausência de gore. Quando você acha que o longa vai deslanchar, simplesmente acaba. Basicamente um filme de zumbis sem zumbis, um suspense sem suspense, um terror sem derramamento de sangue e com um final aberto extremamente insatisfatório.
Dog Soldiers: Cães de Caça
3.5 209 Assista Agora"A noite dos mortos vivos" com lobisomens.
A Vingança do Diabo
3.3 103O primeiro grande evento (o incidente na mercearia) é extremamente chocante e talvez seja o clímax do longa, o qual vai se desenrolando sob uma ótica interessante permeado por uma ambientação impecável, personagens de roupagem interiorana, localidades sombrias e cultura repleta de misticismo. Só após mais da metade do filme que o pumpkinhead começa a sua jornada sangrenta, e infelizmente o longa passa a perder força diante da súbita mudança de tom. As vítimas tem zero de desenvolvimento, então o senso de urgência se esvai, visto que torcemos muito mais pelo monstro do que pelas vítimas no terceiro ato do filme. Além disso, as mortes são fracas e pouco criativas. Pontos positivos para a lendária feiticeira, que rouba a cena sempre que surge em tela. Pontos também para o pumpkinhead, que é bem feito e convincente, melhor que muitos monstros de CGI que permeiam os filmes da atualidade.
O Dia da Múmia
1.7 30Assisti nessa madrugada no Cine Alta Tensão (no canal aberto RBTV). O filme é modorrento, fraco, com personagens caricatos e um roteiro linear e previsível, além do uso e abuso dos mais absolutos clichês do gênero: não há nada aqui que o espectador já não tenha visto anteriormente em outros filmes que abordam a temática. Danny Glover interpreta um personagem extremamente mal aproveitado e que não evolui em nada no desenvolver do longa. Além disso, a múmia pouco aparece, e quando aparece pouco faz. Por fim, a virada do roteiro é perceptível nos primeiros minutos, causando ao espectador zero surpresa ao final de sua exibição.
Duro de Prender: Ninguém Pode Me Matar
3.0 21Apesar de ser mais longo do que o necessário, Duro de Prender/Condenação do Além se sustenta bem ao longo de sua projeção. Com um roteiro simples, porém eficaz, apresenta um ritmo irregular, com longas cenas de desenvolvimento do ambiente e da cultura do presídio intercaladas com pontuais cenas de morte, porém extremamente gráficas e bem feitas para os padrões da época. É um trash que se leva a sério e não economiza no gore, ponto este que justamente se destaca e recompensa o espectador pelos momentos de marasmo. Foi exibido no inesquecível Cine Trash na segunda metade dos anos 90. A impecável e completa lista criada por Marcelo possui o catálogo de filmes que foram exibidos na saudosa sessão. A lista encontra-se aqui no Filmow.
Cemitério Maldito 2
2.8 266 Assista AgoraAssisti nas madrugadas de sábado, no saudoso Cine Sinistro, da Band, em meados de 2000/2001. Nem vou comentar que as madrugadas da Band e Rede TV eram obrigatórias na época, devido às suas ótimas sessões de filmes. Cemitério Maldito 2 é bom, mas com ressalvas. Algumas incoerências tornam a experiência do filme surreal além da conta (principalmente em seu ato final), e o longa tem uma extensão maior do que a necessária, o que acaba tornando a experiência um pouco cansativa. O núcleo escolar é interessante, porém subaproveitado, e poderia ter rendido mais. A relação de rivalidade entre Jeff e Clyde deveria ter sido mais explorada e/ou melhor justificada. Apesar das ressalvas, o filme acaba se saindo bem, mesmo sendo bem inferior ao seu antecessor. Os personagens são interessantes, a relação de amizade entre Jeff e Drew funciona (de certa forma), o xerife Gus é eficientemente desprezível, e o cachorro Zowie está presente nas melhores cenas do longa. Além disso, a ambientação é muito nostálgica: o charme dos anos 80/90 é um tempero muito eficiente.
Jogo Macabro
2.5 12O mercador das trevas é dividido em três segmentos, mas apenas o primeiro deles é satisfatório. O segundo segmento é longo, arrastado, e o pior: não paga o investimento do espectador. O filme gasta tanto tempo em sua segunda parte para que a mesma acabe da forma mais abrupta e inofensiva possível. O terceiro segmento também não agrada, mas ainda supera o segundo em termos de satisfação. As histórias não se conectam, os personagens não são aprofundados (o que desvaloriza o interesse do espectador com relação ao enredo), e o final abrupto deixa diversos pontos abordados em aberto, o que prejudica o seu resultado como um todo. Vale pela nostalgia, e pelo esquisito, misterioso e bizarro segmento inicial.
Hellraiser IV: Herança Maldita
2.8 142 Assista AgoraAcredito que o problema de Hellraiser: Herança maldita, é sua falta de foco. São basicamente três curtas diferentes interligados, e o roteiro acaba não trabalhando bem nenhum de seus segmentos. Fora Merchant, Angelique e Pinhead, os demais personagens são descartáveis e desinteressantes. A primeira parte, no passado, é rasa, e suas explicações são muito básicas pra serem consideradas satisfatórias. A segunda parte é enfadonha e possui cenas desnecessárias que pouco acrescentam. Além disso, a conclusão do segundo ato parece ser mais coerente que a de seu ato final, que é apressado e inconclusivo. Poderiam ter eliminado uma das três partes do filme e focado em apenas duas. Apesar das inconsistências, os cenobitas e suas investidas continuam interessantes. Destaque para Angelique e os gêmeos, que remetem a uma cena bem intrigante do longa "O Enigma do Outro Mundo (1982)".
Vamp: A Noite dos Vampiros
3.1 63 Assista AgoraO Cine trash nos presenteava semanalmente com uma variedade de seres fantásticos. Macacos, duendes, bonecos malditos, zumbis, lobisomens, fantasmas... Vampiros não poderiam deixar de marcar presença na saudosa sessão. Vamp é um ótimo filme, e recebe um bônus pela atuação mais do que memorável da Grace Jones. Faltou pouco para se tornar um clássico, não fosse pelos buracos consideráveis do roteiro. Curioso como influências desse longa podem ser percebidas tempos depois em filmes bastante populares, como "Um Drink no Inferno (1996)" e "O Albergue (2005)" (incrível como a primeira metade de Vamp e o Albergue são parecidas: três jovens transantes, sendo um deles um bobalhão piadista, localidades misteriosas e organizações obscuras, mulheres nuas seduzindo suas próximas vítimas, sumiço repentino de um dos personagens, até mesmo a cena da lixeira de Vamp lembra a cena do carrinho com corpos do Albergue.) A Katrina dançando no bar é uma das cenas mais memoráveis do gênero, e continua hipnotizante até hoje.
Festim do Inferno
2.8 32Acredito que tenha visto pela primeira vez no Cine Sinistro da Band, mas fiquei sabendo que também foi exibido no Cine Trash, graças a excelente lista do Marcelo (a lista encontra-se disponível aqui no filmow). Esse tipo de filme era justamente o que poderíamos esperar de uma sessão de filmes trash, e uma das melhores recompensas em ter que lutar contra o sono e ficar acordado até depois da meia noite de sábado para acompanhar a dobradinha Cine Sinistro/Cine Privê na época de sua exibição na TV aberta. Estranho, com péssimos atores, maquiagem malfeita, muito catchup, enfadonho, sinistro, bizarro, paupérrimo, trash ao extremo e, principalmente, muito divertido e memorável, é uma cápsula do tempo que remete a uma fase muito rica em exemplares do pior (dependendo do ponto de vista) que o cinema poderia oferecer. Para os apreciadores do gênero, esse filme é um deleite.
O Maníaco
3.2 120Alguns dos filmes exibidos no Cine Trash eram pesados demais pra criançada que acompanhava o programa (experiência pessoal). Confesso que não consegui dormir quando criança, quando esse longa foi exibido num dia qualquer da semana no programa do saudoso Zé do Caixão. Assistindo hoje em dia, a atmosfera densa e a ambientação suja do longa ainda incomoda. Frank é retratado como um psicopata de maneira primorosa e convincente: sua principal falha é justamente o resquício de humanidade que lhe sobra. Apesar disso, o roteiro não se aprofunda muito em questões que podem surgir na mente do espectador, e algumas cenas se arrastam mais do que deveriam. Essas questões não interferem na experiência: tem muito gore, mortes memoráveis, ambientação oitentista que raramente decepciona, atrizes pornôs excelentes para dar aquela pitada trash pelas suas atuações, e o Frank Zito, um serial killer memorável numa época em que os slashers ainda não eram excessivos.
Estranhas Metamorfoses
3.1 76Estranhas metamorfoses poderia muito bem ter passado na fase noturna do Cine Trash, pois todos os elementos da fórmula estão aqui. Alienígenas bizarros, maquiagem mal feita, cortes bruscos de cena, nudez gratuita, sangue falso em abundância, atuações mequetrefes, situações absurdas, etc. O roteiro é intrigante, porém torna-se cada vez mais raso ao longo do filme. O longa explode no seu ato inicial, e depois vai declinando até o seu final ambíguo. Algumas situações são tão absurdas que fazem o filme transitar numa linha tênue entre o absurdo e o vexatório, e a trilha sonora soa deslocada por boa parte do tempo. Por outro lado, existe algo mágico nesse filme, que eleva a experiência de assisti-lo: sua ambientação. Sendo lançado bem no início dos anos 80 (numa época que "O Enigma do Outro Mundo (1982)" e "Alien - O Oitavo Passageiro (1979)" já vinham inovando nos aspectos do gênero), o climão transicional é evidente e nostálgico em cada canto do cenário, até mesmo nas cenas externas, no vai e vem pela cidade. É quase uma cápsula do tempo. Levando em conta que o filme tem uma boa dose de gore, e apresenta um pessimismo incômodo, sentido ao longo de sua duração até o seu apoteótico final, vale uma conferida. Diverte, até mesmo nas cenas em que parece que a equipe de produção estava filmando sobre efeito de alucinógenos.
O Caçador de Cabeças
2.6 19Não fosse pelo preconceito religioso e racial velado no roteiro (jogados de modo subjetivo pra não escancarar demais), O caçador de cabeças poderia receber uma avaliação melhor. Tem muitas cenas boas que são soterradas pela mediocridade do roteiro. Algumas mortes em offscreen e cenas arrastadas além do necessário coadunam com a diminuição do impacto do filme, e descamba as expectativas criadas pelas sanguinolentas cenas iniciais. Destaque para a perseguição no açougue e o confronto final, disparadas as melhores cenas do longa. O Cine Trash nos presenciou com essa pérola em meados de 96/97.
Colheita Maldita 2: O Sacrifício Final
2.7 121 Assista AgoraAcredito que passou no Cinema em Casa nos anos 90. Achei muito bom quando criança. Revendo hoje em dia, o filme não é tão bom quanto me recordava. As mortes continuam bem interessantes, salvo alguns momentos que provocam mais risos do que medo (a famigerada cena da cadeira de rodas). O mistério envolvido na trama do primeiro filme é nulo aqui: tudo é jogado na cara do espectador no primeiro ato da projeção. Esse, porém, é um problema pequeno diante do principal aspecto negativo do longa: O roteiro quer ser levado a sério, mas as suas inconsistências não permitem, pois os furos são muito perceptíveis. Poderiam ter deixado o mistério permear mais a história: a subtrama do "milho mofado" é totalmente anulada desde o início, quando as primeiras mortes exibidas no início do longa já confirmam a identidade do verdadeiro assassino. Ainda sim vale uma conferida: a cena da igreja é bem feita e contextualmente brutal.