A série tem tantas coisas que me incomodaram enquanto eu assistia, que ficava difícil indicar quais eram as coisas mais tristes de perceber. Vou tentar fazer meu melhor em listá-las junto com comentários de impressões:
Uma das coisas que eu reparo primeiro quando eu assisto série, é como a sequência de eventos que são entregues me envolvem para criar a expectativa da narrativa. Eu gosto de perceber elementos criativos que interagem com a gente para desencadear a história de forma consistente, sem ela parecer arrastada e sem objetivo, e um lugar fundamental pra conseguir isso é na criação da história. E pra isso é necessário MUITO tempo. E tempo bem gasto. E não só tempo de pesquisa, leitura e escrita, mas também de autocrítica, reflexão e análise do que foi escrito. Pra mim, o que foi escrito deve passar por um processo que eu chamaria de "esculhambação" de narrativas (que deve ter um nome técnico ai que eu desconheço). E é o que o próprio nome diz: tudo que foi escrito deve ser exposto e revisado para que se encontrem rastros de incoerências e imprecisões de qualquer tipo, principalmente aquelas que poderiam afetar drasticamente a trama. Bom, depois de estar mal acostumado com esses cuidados em alguns trabalhos que utilizaram as mesmas fontes de pesquisa, é difícil assistir Anéis do Poder sem que pareça amador, e há muitos trechos que exemplificam a falta desse tipo de tratamento no material: Por exemplo quando Gil-Galad pergunta para Elrond se ele tem o conhecimento de quem é Celebrimbor (o maior ferreiro de todos os tempos). Elrond responde que sim e expõe de forma desnecessária quem ele é. Essa forma de explicação através de exposição é uma das formas mais fracas, simplistas e amadoras de se apresentar um personagem. Se ele é o maior de todos, todos os conhecem. É o mesmo que perguntar para brasileiros se eles já ouviram falar do Pelé. Isso não corresponde ao tipo de trabalho que esperamos de uma produção milionária. Gil-Galad sendo quem ele é não perderia o próprio tempo com perguntas retóricas. Existem outras formas de um roteiro conversar com o público para apresentar personagens de formas mais orgânicas e criativas. Isso aqui é escrita de fanfiqueiro. Há outra cena que eles nos mostraram que Sauron detém o poder de persuasão através do uso das lembranças das pessoas. No último episódio, a memória de Galadriel conversando privadamente com seu irmão em Valinor é usada por Sauron para persuadí-la, e em seguida, assim que ela entende que está sob a influência maligna, ela questiona Elrond sobre informações privadas que somente os dois sabem para se certificar que ele também não é uma ilusão. Mas aqui algo não bate. Sauron tem acesso às memórias de Galadriel ou não? Se sim, ele também teria acesso às memórias dela com Elrond? Ele tem acesso a informação da cor das ceroulas do irmão dela mas não de uma memória de infância dela com o Elrond? Isso não serve como certificação. Afinal, que tipo de lembranças Sauron controla? Pois é, também não sei. E é exatamente encontrar esses tipos de falhas que faltou no momento da criação do roteiro da série.
Também é nítida a inconsistência da personalidade dos personagens, que as vezes muda tomando proporções além do que faria sentido no momento. Aqui cabe um foco principalmente na Galadriel, que está sempre discursando de uma forma e agindo de outra. É sempre uma pretensão de discursos mirabolantes sobre ter conhecimento de coisas que só ela viu, viveu e ouviu, mas está constantemente agindo como alguém que não carrega 1 pingo de sabedoria e serenidade para lidar com desafios desse tipo. Quem viveu o que ela viveu o tempo que ela viveu, não deveria ter essa adrenalina tempestuosa o tempo todo e essa impaciência infantil descontrolada. Hilbrand ou Sauron tem um erro de desenvolvimento que é brochante; ele é muito passivo durante toda a temporada toda, praticamente um bon vivant sem foco, no entanto no fim é exposto como o grande vilão Sauron. Falta construção das intenções do personagem na história, que foi totalmente tomada pela intenção de forçar um plot twist apenas pelo plot twist, o que também é bem amador. Aqui também cabe falar sobre o Celebrimbor (como já citado MAIOR FERREIRO DE TODOS OS TEMPOS) sendo ensinado por Sauron sobre a forja dos anéis em uma cena difícil de engolir. Como o maior ferreiro de todos os tempos não sabe habilidades básicas sobre a forja de minerais conhecidos. E o Sauron sabe? Então volto para roteiro: se ele sabe tudo porque ele perdeu tempo la? Que fugisse antes de ter o encontro com a Galadriel e levasse o Mithril, simplesmente atacando Celebrimbor. Aliás, não era ele que tinha a habilidade de ler lembranças e adquirir conhecimento? Por que não o fez para conseguir tudo que queria do Celebrimbor? Não há desculpa, é tanto furo nesse roteiro, que eu tinha a impressão que a qualquer momento eles iam derrubar mais 8 meteoros do céu e o Gimli, Aragorn, Legolas, Boromir, Pippin, Merry, Frodo e Sam iam surgir para um feat de rap com o Istari estranho. O Balrog, de boa, na sua, embaixo de mount doom, não é despertado pela explosão causada por uma quantidade de água CLARAMENTE INSUFICIENTE em contato com magma, mas sim pelo símbolo do Canadá. Sim, Balrog é xenofóbico. Tolkien sempre deixou isso claro. Que piada! Essa incoerência permite que nós foquemos somente nela e automaticamente não conseguimos nos identificar com os personagens. E se não nos identificamos, se perde parte da razão pela qual assistimos o conteúdo. Eu sugiro que os roteiristas saiam do instagram e comecem a ler mais sobre o universo Tolkien. Escrever roteiro de série não é o mesmo que postar foto bonita no instagram. Uma série não vive só de cenário bonito e maquiagem. Enquanto eu escrevia essa bíblia, tentei pensar em algum personagem que eu tivesse me indentificado ou nutrido qualquer afeto durante essa temporada. Nada. O único que eu gostei, mas achei que faltou desenvolvimento, foi Adar. Nenhum outro é cativante o suficiente. E olha que eu sou fanático pelo Gandalf, Galadriel, Elrond..aliás personagens que só passei a gostar depois dos filmes, e que depois me levaram aos livros, provando que uma boa história pode te tocar independente do formato que a compõe.
E já que toquei no assunto estratégias dos personagens, é importante citar personagens com tomadas de decisões repentinas que não estão alinhadas com o resto da história e muito menos que apresentem razões legítimas: As 3 Nazguls jogando Gandalf para lá e pra ca quando elas acreditavam que ele era o mestre delas? Qual o sentido disso? Exorcismo? Elas são espíritos malignos (que parecem nazgul, portanto que sentem a presença de seu senhor) e mesmo assim confundem um estranho (Maiar angelical) com um servo de Melkor (Maiar corrompido). Ta puxado! Ah, e pra quem nao entendeu quem são essas senhoras, de onde vieram e o que comem, aqui vai como os roteiristas as definiram no podcast da série: "nós queríamos que elas representassem as 3 feiticeiras de Macbeth", obra do Shakespeare. Sim, pode procurar porque te garanto que a criação dessa ladainha não é minha. E a Galadriel vai ser citada aqui de novo porque "há uma tempestade dentro dela" que a move ao seu objetivo de vingar a morte de seu irmão, no entanto ela simplesmente decide deixar o assassino de seu irmão seguir para ficar com uma jóia chique de Mithril. E feita por um artesão que recebeu dicas de como forjá-las do próprio Sauron. É inacreditável! Eles estavam no reino do grande Gil-Galad, pelo amor. Envie homens para caçá-lo agora ou apresente razões mais inteligentes sobre como os persongens seguem seus destinos e mudam suas estratégias. [ ] Sauron é outro que parece estar à deriva tentando encontrar sentido na vida. A impressão que temos no último episódio é que até agora tudo aconteceu por acaso. É fácil de reparar que fragmentos de parte da história que ele participou não são trazidos à tona no momento que ele mostra quem é. Nós não somos introduzidos à um plano arquitetado por ele. Não há conexão de intenção maligna alguma com as decisões que ele toma; Então o Sauron não pretendia sair de Numenor e foi a Galadriel que o convenceu? Ele pretendia ficar lá e vivendo como um ferreiro pra sempre? Ele também não quis salvar Galadriel? Mount Doom, inclusive, foi criada por mero acaso e ele não queria governar nas terras do sul? Se tudo foi arquitetado, a série falhou em não justificar a ideia.
A atuação salva quando o pai de Isildur, a esposa de Durin e o Durin e a parente do Frodo aparecem, mas não é explorada o suficiente junto ao desenvolvimento dos personagens para que a gente se emocione ou torça por eles. Um destaque positivo também vai para o ator que interpreta Adar, que trabalhou muito bem, mesmo tendo pouco tempo na tela.
A figuração também tem problemas na hora de ambientalizar cenários, transpassar características originais e orgânicas dos povos e raças apresentadas, e de projetar as dimensões de cada reino ou civilização. Quando você introduz uma nova sociedade, você entrega os hábitos específicos dessa raça através de quem está atuando por trás da cena principal. A figuração deve estar sempre em movimento e interagindo com a vida que existe no cenário criado. A vida existente naquele ambiente tem que continuar enquanto a câmera passeia por ele. E no trabalho do Tolkien, isso é praticamente o que define cada raça e inclusive seus hábitos, princípios e cultura. Até mesmo o figurino deve ser desenhado através dessas características. Em Rings of power há várias cenas que não houve preocupação alguma com isso: na cena em que há uma manifestação sobre elfos tentando roubar empregos dos numenorians você consegue reparar que pagaram pouquíssima gente para tentar projetar a ideia de grandeza e poder do reino. E quando Sauron e Galadriel chegam a Lindon e são recebidos por 3 FIGURANTES SOLDADOS de um reino daquele tamanho. Se eu fosse chutar a dimensão daquele lugar, eu não diria que tem o tamanho do ginásio de esportes da minha cidade. Também não se enxerga em muitas cenas, uma atenção ao suporte que os figurantes podem oferecer para a cena principal ser mais crível. Uma cena em que esse erro é nítido, é no ultimo episódio em que a irmã do Isildur fica sozinha com o rei de Numenor chamando por socorro e eles parecem estar numa vila, distante, no meio do Saara, onde fosse improvável ter alguém por perto.
Os diálogos são pseudo-poéticos porque é perceptível que foram adornados com palavras robustas e formais, mas na real não querem dizer nada e são constrangedores. Anotei algumas frases que justificam meu ponto, e olha só, se estava na internet é porque alguém mais também já percebeu a pobreza do material (as traducoes sao livres, jamais voltarei pra ver aquelas legendas): [ ] "O cachorro pode latir para a lua, mas nao pode derrubá-la" [ ] "Você sabe porque os barcos flutuam e as pedras afundam? Porque as pedras só olham para baixo" irmão de Galadriel [ ] "Preciso ir para a outra direção" "Mas vc não sabe o que há lá" "Por isso preciso ir" elfo mala para a amada [ ] "Varrer inimigos dessa terra como sal de um mesa" [ ] "E o que faremos? Faremos o que podemos: nadaremos" Galadriel Roberto Bolaños, é você na rédea do roteiro? "PREFIRO MORRER DO QUE PERDER A VIDA!" Esses são apenas alguns trechos. O que acontece, é que nosso ouvido está treinado para escutar inglês e já achar que a frase é bonita porque soa gringo, mas eu sugiro falar o texto em português em voz alta para escutar o tanto de m**** que foi enfiada nesse roteiro. Quando Gil-Galad envia Galadriel para Valinor, ele diz ao Elrond "O mesmo vento que pode apagar o fogo, pode espalhá-lo ainda mais". Então ele enviava a Galadriel para Valinor porque sabia que existia um mal que ela procurava, mas que seria melhor ela nao encontrá-lo porque assim ninguém sofreria. O próprio rei de Lindon tinha a estratégia de deixar todos morrerem e agiu no puro "o que os olhos nao veêm...". É de chorar! Estamos falando de Gil-Galad aqui. A sabedoria dele vai além de Galadriel, Elrond, Gandalf, etc. Ele literalmente já até enfrentou Sauron em outra guerra. As falar são superficiais e não têm consistência para acompanhar a história cheia de falhas.
Outra coisa que demonstra respeito, dedicação e responsabilidade na hora de executar adaptações, é você estudar e assim entender profundamente as obras fontes, até o ponto que você começa a dominar as regras básicas do mundo que você está lidando, por exemplo: indentificando status quo do mundo, definindo as regras da física e química daquele ambiente (considerando a do nosso mundo real - algo de fiel importância para o mundo da terra média) e equibrando limite de força e poder com a fraqueza e vulnerabilidade dos personagens criados. Nós precisamos entender, sem muito esforço e cenas pretensiosas clichês e óbvias, que determinado personagem possui um poder e quais as formas dos outros combaterem tal poder, de maneira que um clima de tensão faça que nós acreditemos que tanto o bem quanto o mal poderá triunfar, e então sentiremos que realmente tudo está por um fio a todo momento. Seguindo essa lógica, ao atribuir certos poderes a determinados personagens, deve-se fazê-lo tomando o maior cuidado com a temperança do tamanho do poder atribuído, principalmente se a habilidade é muito extraordinária, caso contrário, abre-se uma infinidade de possibilidades e brechas sobre como aquele poder poderia ser utilizado para facilitar a estratégia de um único personagem. Em O Senhor dos anéis, por exemplo, já questionaram o Peter Jackson do porquê as águias do Gandalf não levaram Frodo até Mount Doom para despejar o anel na montanha. E há uma explicação lógica para isso não ter acontecido, que agora não cabe no assunto. O que deu para perceber em Anéis do poder, no entanto, é uma falta de preparo de quem escreveu o roteiro na hora de manusear os personagens e como seus poderes influenciam o rumo da história. Sauron, como já citado, parece ter um poder que o coloca a frente de vários personagens de maneira desproporcional para quem ainda nem detem um anel do poder. O equilíbrio entre o Sauron pré anel e pós anel foi totalmente deixado de lado. Galadriel tem força, destreza e capacidade de aniquilar um Trasgo da Montanha sozinha, enquanto em O Senhor dos anéis, a sociedade (9 - contando com 1 Istar, 1 Elfo da Floresta e 1 Numenorian) teve que se estrepar para acabar com a mesma criatura. E detalhe que ela tinha uma guild completa para ajudá-la e mesmo assim ignorou todos e transformou a cena em um espetáculo narcisista. O Mithril tem um poder que não foi 100% explicado, o que deveria, considerando que esse poder tem a capacidade de salvar criaturas tão únicas e poderosas. Não há lógica na distribuição de poder e tão pouco se preocuparam com lógica básica da física do mundo porque definitivamente vulcões não funcionam daquela forma na vida real, e provavelmente também não funcionariam assim na Terra Média (Tolkien e Peter Jackson sempre mantiveram pé no chão e coerência sobre o equilíbrio entre características do planeta terra que teri influencia sobre a Terra Média)
Para terminar, é importante dizer que falta de material para conduzir bem a história não é desculpa. Nós temos zilhoes de conteúdos do Tolkien para nos basearmos e escrevermos histórias incríveis. Mas isso requer um trabalho mais minucioso e menos preguiçoso. Em algumas entrevistas dadas pelos criadores nos últimos dias, eles disseram: "sobre as razões e estratégias do personagem Sauron na primeira temporada, nós gostaríamos de deixá-las em aberto para explorá-las nas próximas temporadas". Dando a entender que a falta de começo, meio e fim dos acontecimentos foram planejados e intencionais. Não foram. Eles foram mal escritos e a maioria vai ser deixado para trás sem explicação. Assim como já há acontecimentos nessa temporada que ficarão para trás sem explicação. Eles também afirmaram que "a próxima temporada será mais canônica", ou seja, eles mesmo admitiram que essa temporada foi desenvolvida sem consideração suficiente das obras do Tolkien. E que promessa mais patética, porque transformar a próxima em canônica significa ir contra MUITA coisa que já foi estruturada na trama, o que implica em mudanças que desconectariam uma temporada da outra. Além disso, admitir que eles podem ser mais canônicos ao escrever o roteiro, só embasa ainda mais minha impressão sobre como ele construíram esse roteiro: na base do copia e cola. Eles não são criadores e escreveram muito pouco. Eles copiaram e colaram frases preferidas deles dos livros e misturaram com cenas de filmes e séries até formar o resultado que assistimos. Eles também disseram que "mudaram coisas dos livros porque não queriam que os leitores de tolkien levassem spoilers o tempo todo e que também tivessem uma boa experiencia surpreendente na hora de assistir a série". Isso quer dizer que eles são "escritores" que realmente pensam que adaptação é modificar totalmente a estrutura de uma história (mesmo que não haja sentido na trama) desde que spoilers não sejam criados para a audiência. Eu não consigo imaginar o que os responsáveis da Amazon têm a dizer sobre isso.
E a série supostamente deve ter 5 temporadas, sendo que eu já acho que a segunda temporada já ficará só para quem tem estômago forte
uma puta história como a da Viola, para intercalar com um bando de histórias chatas. Parece que uma equipe de roteiristas fantástica criou a história da Viola e depois deram espaço pra uma equipe fraca criar as histórias mais recentes. Primeiro de tudo: O que tem a ver aquele fantasma do Harry Potter com a mansão Bly? Por que ele aparece para a Dani e depois para de aparecer do nada? E quando ela retém o espírito da Viola no corpo dela, ela simplesmente pára de vê-lo? Pra mim foi tão jogado e nada a ver que já esperava até um romance Harry Potter & Viola dentro do corpo da Dani. Também achei desnecessária a história de romance do Pete com a Becca. Não foi bem desenvolvida (romance chato, sem graça) e super mal utilizada na hora de justificar como que o cara descobre que as palavras "it's you, it's me, it's us" serviria para fazer a aquela fusão espiritual quântica. Aliás essa história de reviver memórias não desceu na minha garganta até agora, porque a parte que explica como os espíritos ficam presos em Bly através da gravidade da memória da Viola foi bem feita, mas o que fazia cada um mergulhar em cada uma das memórias que mergulhava, não foi bem explorado e isso deixou um gap enorme. Qual a razão para uns reviverem várias memórias e outros não? E mais que isso, não entendi até agora, por exemplo, como que pessoas vivas (como Miles e Flora) também viviam sendo "levados" por memórias, já que a regra se aplicava apenas aos mortos. Eles estavam vivos, não estavam? Pensei que a causa poderia ser o casal Becca e Pete, no entanto não fez sentido porque o Ritual para tomar o corpo deles ainda não tinha sido feito pelo Pete e mesmo assim eles viviam voltando em memórias passadas. E aquele "vírus"(o cozinheiro) que entra na cabeça da governanta para que ela finalmente entenda que já está morta, mas que ela pode ajudar os outros? Como que a lembrança dele simplesmente a fez despertar do ciclo? Se ela revive as memórias, por que falam frases diferentes e não as mesmas? Se eles podem falar frases diferentes, então podem agir de forma diferente? E como se explica que um espírito preso na gravidade pode simplesmente interagir através do toque com tudo e todos enquanto alguns não podem? A Hannah fazia isso o tempo todo e o Pete e os outros não podiam fazê-lo. E comprar que a jardineira e o cozinheiro não desconfiavam que a governanta estava morta é demais, né? Outra coisa sem noção foi o tio das crianças com aquele álter ego e a morte dos pais das crianças. Que diferença que essa história teve para explicar qualquer coisa sobre a mansão Bly? Eu pensei que o casal de repente fosse ser morto pela Viola pelo ódio que ela nutria por traições no geral, mas a história foi que eles viajaram pra India e morreram? Sério?
Enfim, achei que a série deveria ter tido menos episódios (6 no máximo) e focado mais em histórias para explicar as dinâmicas da gravidade de Bly desde o início.
Eu gostei muito da comédia da série, no entanto o drama teve zero efeito em mim. A personagem principal é muito chata, mimada e inconsequente. É claro que todos te odeiam quando você faz questão de ser inconveniente e desrespeitosa com todos.
- Trai melhor amiga, única pessoa que a suportava. - Furta objetos que não lhe pertencem. - Não aceita morte da mãe e culpa o pai, não permitindo que ele siga com a própria vida. - Tenta mostrar teta para conseguir empréstimo no banco. - Não respeita o segredo dos outros, principalmente os da irmã. - Não estuda. - Só fode com caras bostas que a tratam mal. - Chuta os caras que a tratam bem. - Menospreza ajuda da irmã.
- Protege a irmã do marido pau no cu. - Cuida do Guinea Pig. - Não fica atrás de príncipe encantado.
Ta vendo como quando a gente põe na balança a vida da pessoa, não da pra defendê-la? Faz muita bos**. Ela é chata pra caralho, e por isso o drama da vida dela não me toca em nada. Você escolheu ser chata, lide com as consequências da própria escolha. Reclama tanto da madrasta megera, mas parece ignorar que a madrasta é ela mais velha.
De qualquer jeito, vale muito a pena pelo humor negro sensacional.
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 788 Assista AgoraNÃO RECOMENDO LER QUEM NÃO QUER SPOILERS!
A série tem tantas coisas que me incomodaram enquanto eu assistia, que ficava difícil indicar quais eram as coisas mais tristes de perceber. Vou tentar fazer meu melhor em listá-las junto com comentários de impressões:
Uma das coisas que eu reparo primeiro quando eu assisto série, é como a sequência de eventos que são entregues me envolvem para criar a expectativa da narrativa. Eu gosto de perceber elementos criativos que interagem com a gente para desencadear a história de forma consistente, sem ela parecer arrastada e sem objetivo, e um lugar fundamental pra conseguir isso é na criação da história. E pra isso é necessário MUITO tempo. E tempo bem gasto. E não só tempo de pesquisa, leitura e escrita, mas também de autocrítica, reflexão e análise do que foi escrito. Pra mim, o que foi escrito deve passar por um processo que eu chamaria de "esculhambação" de narrativas (que deve ter um nome técnico ai que eu desconheço). E é o que o próprio nome diz: tudo que foi escrito deve ser exposto e revisado para que se encontrem rastros de incoerências e imprecisões de qualquer tipo, principalmente aquelas que poderiam afetar drasticamente a trama.
Bom, depois de estar mal acostumado com esses cuidados em alguns trabalhos que utilizaram as mesmas fontes de pesquisa, é difícil assistir Anéis do Poder sem que pareça amador, e há muitos trechos que exemplificam a falta desse tipo de tratamento no material:
Por exemplo quando Gil-Galad pergunta para Elrond se ele tem o conhecimento de quem é Celebrimbor (o maior ferreiro de todos os tempos). Elrond responde que sim e expõe de forma desnecessária quem ele é. Essa forma de explicação através de exposição é uma das formas mais fracas, simplistas e amadoras de se apresentar um personagem. Se ele é o maior de todos, todos os conhecem. É o mesmo que perguntar para brasileiros se eles já ouviram falar do Pelé. Isso não corresponde ao tipo de trabalho que esperamos de uma produção milionária. Gil-Galad sendo quem ele é não perderia o próprio tempo com perguntas retóricas.
Existem outras formas de um roteiro conversar com o público para apresentar personagens de formas mais orgânicas e criativas. Isso aqui é escrita de fanfiqueiro.
Há outra cena que eles nos mostraram que Sauron detém o poder de persuasão através do uso das lembranças das pessoas. No último episódio, a memória de Galadriel conversando privadamente com seu irmão em Valinor é usada por Sauron para persuadí-la, e em seguida, assim que ela entende que está sob a influência maligna, ela questiona Elrond sobre informações privadas que somente os dois sabem para se certificar que ele também não é uma ilusão. Mas aqui algo não bate. Sauron tem acesso às memórias de Galadriel ou não? Se sim, ele também teria acesso às memórias dela com Elrond? Ele tem acesso a informação da cor das ceroulas do irmão dela mas não de uma memória de infância dela com o Elrond? Isso não serve como certificação. Afinal, que tipo de lembranças Sauron controla? Pois é, também não sei. E é exatamente encontrar esses tipos de falhas que faltou no momento da criação do roteiro da série.
Também é nítida a inconsistência da personalidade dos personagens, que as vezes muda tomando proporções além do que faria sentido no momento. Aqui cabe um foco principalmente na Galadriel, que está sempre discursando de uma forma e agindo de outra. É sempre uma pretensão de discursos mirabolantes sobre ter conhecimento de coisas que só ela viu, viveu e ouviu, mas está constantemente agindo como alguém que não carrega 1 pingo de sabedoria e serenidade para lidar com desafios desse tipo. Quem viveu o que ela viveu o tempo que ela viveu, não deveria ter essa adrenalina tempestuosa o tempo todo e essa impaciência infantil descontrolada.
Hilbrand ou Sauron tem um erro de desenvolvimento que é brochante; ele é muito passivo durante toda a temporada toda, praticamente um bon vivant sem foco, no entanto no fim é exposto como o grande vilão Sauron. Falta construção das intenções do personagem na história, que foi totalmente tomada pela intenção de forçar um plot twist apenas pelo plot twist, o que também é bem amador.
Aqui também cabe falar sobre o Celebrimbor (como já citado MAIOR FERREIRO DE TODOS OS TEMPOS) sendo ensinado por Sauron sobre a forja dos anéis em uma cena difícil de engolir. Como o maior ferreiro de todos os tempos não sabe habilidades básicas sobre a forja de minerais conhecidos. E o Sauron sabe?
Então volto para roteiro: se ele sabe tudo porque ele perdeu tempo la? Que fugisse antes de ter o encontro com a Galadriel e levasse o Mithril, simplesmente atacando Celebrimbor. Aliás, não era ele que tinha a habilidade de ler lembranças e adquirir conhecimento? Por que não o fez para conseguir tudo que queria do Celebrimbor? Não há desculpa, é tanto furo nesse roteiro, que eu tinha a impressão que a qualquer momento eles iam derrubar mais 8 meteoros do céu e o Gimli, Aragorn, Legolas, Boromir, Pippin, Merry, Frodo e Sam iam surgir para um feat de rap com o Istari estranho.
O Balrog, de boa, na sua, embaixo de mount doom, não é despertado pela explosão causada por uma quantidade de água CLARAMENTE INSUFICIENTE em contato com magma, mas sim pelo símbolo do Canadá. Sim, Balrog é xenofóbico. Tolkien sempre deixou isso claro. Que piada!
Essa incoerência permite que nós foquemos somente nela e automaticamente não conseguimos nos identificar com os personagens. E se não nos identificamos, se perde parte da razão pela qual assistimos o conteúdo. Eu sugiro que os roteiristas saiam do instagram e comecem a ler mais sobre o universo Tolkien. Escrever roteiro de série não é o mesmo que postar foto bonita no instagram. Uma série não vive só de cenário bonito e maquiagem.
Enquanto eu escrevia essa bíblia, tentei pensar em algum personagem que eu tivesse me indentificado ou nutrido qualquer afeto durante essa temporada. Nada. O único que eu gostei, mas achei que faltou desenvolvimento, foi Adar. Nenhum outro é cativante o suficiente. E olha que eu sou fanático pelo Gandalf, Galadriel, Elrond..aliás personagens que só passei a gostar depois dos filmes, e que depois me levaram aos livros, provando que uma boa história pode te tocar independente do formato que a compõe.
E já que toquei no assunto estratégias dos personagens, é importante citar personagens com tomadas de decisões repentinas que não estão alinhadas com o resto da história e muito menos que apresentem razões legítimas:
As 3 Nazguls jogando Gandalf para lá e pra ca quando elas acreditavam que ele era o mestre delas? Qual o sentido disso? Exorcismo? Elas são espíritos malignos (que parecem nazgul, portanto que sentem a presença de seu senhor) e mesmo assim confundem um estranho (Maiar angelical) com um servo de Melkor (Maiar corrompido). Ta puxado! Ah, e pra quem nao entendeu quem são essas senhoras, de onde vieram e o que comem, aqui vai como os roteiristas as definiram no podcast da série: "nós queríamos que elas representassem as 3 feiticeiras de Macbeth", obra do Shakespeare. Sim, pode procurar porque te garanto que a criação dessa ladainha não é minha.
E a Galadriel vai ser citada aqui de novo porque "há uma tempestade dentro dela" que a move ao seu objetivo de vingar a morte de seu irmão, no entanto ela simplesmente decide deixar o assassino de seu irmão seguir para ficar com uma jóia chique de Mithril. E feita por um artesão que recebeu dicas de como forjá-las do próprio Sauron. É inacreditável! Eles estavam no reino do grande Gil-Galad, pelo amor. Envie homens para caçá-lo agora ou apresente razões mais inteligentes sobre como os persongens seguem seus destinos e mudam suas estratégias.
[ ] Sauron é outro que parece estar à deriva tentando encontrar sentido na vida. A impressão que temos no último episódio é que até agora tudo aconteceu por acaso. É fácil de reparar que fragmentos de parte da história que ele participou não são trazidos à tona no momento que ele mostra quem é. Nós não somos introduzidos à um plano arquitetado por ele. Não há conexão de intenção maligna alguma com as decisões que ele toma; Então o Sauron não pretendia sair de Numenor e foi a Galadriel que o convenceu? Ele pretendia ficar lá e vivendo como um ferreiro pra sempre? Ele também não quis salvar Galadriel? Mount Doom, inclusive, foi criada por mero acaso e ele não queria governar nas terras do sul? Se tudo foi arquitetado, a série falhou em não justificar a ideia.
A atuação salva quando o pai de Isildur, a esposa de Durin e o Durin e a parente do Frodo aparecem, mas não é explorada o suficiente junto ao desenvolvimento dos personagens para que a gente se emocione ou torça por eles. Um destaque positivo também vai para o ator que interpreta Adar, que trabalhou muito bem, mesmo tendo pouco tempo na tela.
A figuração também tem problemas na hora de ambientalizar cenários, transpassar características originais e orgânicas dos povos e raças apresentadas, e de projetar as dimensões de cada reino ou civilização. Quando você introduz uma nova sociedade, você entrega os hábitos específicos dessa raça através de quem está atuando por trás da cena principal. A figuração deve estar sempre em movimento e interagindo com a vida que existe no cenário criado. A vida existente naquele ambiente tem que continuar enquanto a câmera passeia por ele. E no trabalho do Tolkien, isso é praticamente o que define cada raça e inclusive seus hábitos, princípios e cultura. Até mesmo o figurino deve ser desenhado através dessas características. Em Rings of power há várias cenas que não houve preocupação alguma com isso: na cena em que há uma manifestação sobre elfos tentando roubar empregos dos numenorians você consegue reparar que pagaram pouquíssima gente para tentar projetar a ideia de grandeza e poder do reino.
E quando Sauron e Galadriel chegam a Lindon e são recebidos por 3 FIGURANTES SOLDADOS de um reino daquele tamanho. Se eu fosse chutar a dimensão daquele lugar, eu não diria que tem o tamanho do ginásio de esportes da minha cidade.
Também não se enxerga em muitas cenas, uma atenção ao suporte que os figurantes podem oferecer para a cena principal ser mais crível. Uma cena em que esse erro é nítido, é no ultimo episódio em que a irmã do Isildur fica sozinha com o rei de Numenor chamando por socorro e eles parecem estar numa vila, distante, no meio do Saara, onde fosse improvável ter alguém por perto.
Os diálogos são pseudo-poéticos porque é perceptível que foram adornados com palavras robustas e formais, mas na real não querem dizer nada e são constrangedores. Anotei algumas frases que justificam meu ponto, e olha só, se estava na internet é porque alguém mais também já percebeu a pobreza do material (as traducoes sao livres, jamais voltarei pra ver aquelas legendas):
[ ] "O cachorro pode latir para a lua, mas nao pode derrubá-la"
[ ] "Você sabe porque os barcos flutuam e as pedras afundam? Porque as pedras só olham para baixo" irmão de Galadriel
[ ] "Preciso ir para a outra direção"
"Mas vc não sabe o que há lá"
"Por isso preciso ir" elfo mala para a amada
[ ] "Varrer inimigos dessa terra como sal de um mesa"
[ ] "E o que faremos? Faremos o que podemos: nadaremos" Galadriel
Roberto Bolaños, é você na rédea do roteiro? "PREFIRO MORRER DO QUE PERDER A VIDA!"
Esses são apenas alguns trechos. O que acontece, é que nosso ouvido está treinado para escutar inglês e já achar que a frase é bonita porque soa gringo, mas eu sugiro falar o texto em português em voz alta para escutar o tanto de m**** que foi enfiada nesse roteiro.
Quando Gil-Galad envia Galadriel para Valinor, ele diz ao Elrond "O mesmo vento que pode apagar o fogo, pode espalhá-lo ainda mais". Então ele enviava a Galadriel para Valinor porque sabia que existia um mal que ela procurava, mas que seria melhor ela nao encontrá-lo porque assim ninguém sofreria. O próprio rei de Lindon tinha a estratégia de deixar todos morrerem e agiu no puro "o que os olhos nao veêm...". É de chorar! Estamos falando de Gil-Galad aqui. A sabedoria dele vai além de Galadriel, Elrond, Gandalf, etc. Ele literalmente já até enfrentou Sauron em outra guerra. As falar são superficiais e não têm consistência para acompanhar a história cheia de falhas.
Outra coisa que demonstra respeito, dedicação e responsabilidade na hora de executar adaptações, é você estudar e assim entender profundamente as obras fontes, até o ponto que você começa a dominar as regras básicas do mundo que você está lidando, por exemplo: indentificando status quo do mundo, definindo as regras da física e química daquele ambiente (considerando a do nosso mundo real - algo de fiel importância para o mundo da terra média) e equibrando limite de força e poder com a fraqueza e vulnerabilidade dos personagens criados. Nós precisamos entender, sem muito esforço e cenas pretensiosas clichês e óbvias, que determinado personagem possui um poder e quais as formas dos outros combaterem tal poder, de maneira que um clima de tensão faça que nós acreditemos que tanto o bem quanto o mal poderá triunfar, e então sentiremos que realmente tudo está por um fio a todo momento. Seguindo essa lógica, ao atribuir certos poderes a determinados personagens, deve-se fazê-lo tomando o maior cuidado com a temperança do tamanho do poder atribuído, principalmente se a habilidade é muito extraordinária, caso contrário, abre-se uma infinidade de possibilidades e brechas sobre como aquele poder poderia ser utilizado para facilitar a estratégia de um único personagem. Em O Senhor dos anéis, por exemplo, já questionaram o Peter Jackson do porquê as águias do Gandalf não levaram Frodo até Mount Doom para despejar o anel na montanha. E há uma explicação lógica para isso não ter acontecido, que agora não cabe no assunto.
O que deu para perceber em Anéis do poder, no entanto, é uma falta de preparo de quem escreveu o roteiro na hora de manusear os personagens e como seus poderes influenciam o rumo da história.
Sauron, como já citado, parece ter um poder que o coloca a frente de vários personagens de maneira desproporcional para quem ainda nem detem um anel do poder. O equilíbrio entre o Sauron pré anel e pós anel foi totalmente deixado de lado.
Galadriel tem força, destreza e capacidade de aniquilar um Trasgo da Montanha sozinha, enquanto em O Senhor dos anéis, a sociedade (9 - contando com 1 Istar, 1 Elfo da Floresta e 1 Numenorian) teve que se estrepar para acabar com a mesma criatura. E detalhe que ela tinha uma guild completa para ajudá-la e mesmo assim ignorou todos e transformou a cena em um espetáculo narcisista.
O Mithril tem um poder que não foi 100% explicado, o que deveria, considerando que esse poder tem a capacidade de salvar criaturas tão únicas e poderosas. Não há lógica na distribuição de poder e tão pouco se preocuparam com lógica básica da física do mundo porque definitivamente vulcões não funcionam daquela forma na vida real, e provavelmente também não funcionariam assim na Terra Média (Tolkien e Peter Jackson sempre mantiveram pé no chão e coerência sobre o equilíbrio entre características do planeta terra que teri influencia sobre a Terra Média)
Para terminar, é importante dizer que falta de material para conduzir bem a história não é desculpa. Nós temos zilhoes de conteúdos do Tolkien para nos basearmos e escrevermos histórias incríveis. Mas isso requer um trabalho mais minucioso e menos preguiçoso.
Em algumas entrevistas dadas pelos criadores nos últimos dias, eles disseram: "sobre as razões e estratégias do personagem Sauron na primeira temporada, nós gostaríamos de deixá-las em aberto para explorá-las nas próximas temporadas". Dando a entender que a falta de começo, meio e fim dos acontecimentos foram planejados e intencionais. Não foram. Eles foram mal escritos e a maioria vai ser deixado para trás sem explicação. Assim como já há acontecimentos nessa temporada que ficarão para trás sem explicação.
Eles também afirmaram que "a próxima temporada será mais canônica", ou seja, eles mesmo admitiram que essa temporada foi desenvolvida sem consideração suficiente das obras do Tolkien. E que promessa mais patética, porque transformar a próxima em canônica significa ir contra MUITA coisa que já foi estruturada na trama, o que implica em mudanças que desconectariam uma temporada da outra.
Além disso, admitir que eles podem ser mais canônicos ao escrever o roteiro, só embasa ainda mais minha impressão sobre como ele construíram esse roteiro: na base do copia e cola. Eles não são criadores e escreveram muito pouco. Eles copiaram e colaram frases preferidas deles dos livros e misturaram com cenas de filmes e séries até formar o resultado que assistimos.
Eles também disseram que "mudaram coisas dos livros porque não queriam que os leitores de tolkien levassem spoilers o tempo todo e que também tivessem uma boa experiencia surpreendente na hora de assistir a série". Isso quer dizer que eles são "escritores" que realmente pensam que adaptação é modificar totalmente a estrutura de uma história (mesmo que não haja sentido na trama) desde que spoilers não sejam criados para a audiência. Eu não consigo imaginar o que os responsáveis da Amazon têm a dizer sobre isso.
E a série supostamente deve ter 5 temporadas, sendo que eu já acho que a segunda temporada já ficará só para quem tem estômago forte
A Maldição da Mansão Bly
3.9 923 Assista AgoraEu terminei com uma sensação de pena; QUE DESPERDÍCIO utilizarem
uma puta história como a da Viola, para intercalar com um bando de histórias chatas. Parece que uma equipe de roteiristas fantástica criou a história da Viola e depois deram espaço pra uma equipe fraca criar as histórias mais recentes.
Primeiro de tudo: O que tem a ver aquele fantasma do Harry Potter com a mansão Bly? Por que ele aparece para a Dani e depois para de aparecer do nada? E quando ela retém o espírito da Viola no corpo dela, ela simplesmente pára de vê-lo? Pra mim foi tão jogado e nada a ver que já esperava até um romance Harry Potter & Viola dentro do corpo da Dani.
Também achei desnecessária a história de romance do Pete com a Becca. Não foi bem desenvolvida (romance chato, sem graça) e super mal utilizada na hora de justificar como que o cara descobre que as palavras "it's you, it's me, it's us" serviria para fazer a aquela fusão espiritual quântica.
Aliás essa história de reviver memórias não desceu na minha garganta até agora, porque a parte que explica como os espíritos ficam presos em Bly através da gravidade da memória da Viola foi bem feita, mas o que fazia cada um mergulhar em cada uma das memórias que mergulhava, não foi bem explorado e isso deixou um gap enorme. Qual a razão para uns reviverem várias memórias e outros não? E mais que isso, não entendi até agora, por exemplo, como que pessoas vivas (como Miles e Flora) também viviam sendo "levados" por memórias, já que a regra se aplicava apenas aos mortos. Eles estavam vivos, não estavam? Pensei que a causa poderia ser o casal Becca e Pete, no entanto não fez sentido porque o Ritual para tomar o corpo deles ainda não tinha sido feito pelo Pete e mesmo assim eles viviam voltando em memórias passadas.
E aquele "vírus"(o cozinheiro) que entra na cabeça da governanta para que ela finalmente entenda que já está morta, mas que ela pode ajudar os outros? Como que a lembrança dele simplesmente a fez despertar do ciclo? Se ela revive as memórias, por que falam frases diferentes e não as mesmas? Se eles podem falar frases diferentes, então podem agir de forma diferente?
E como se explica que um espírito preso na gravidade pode simplesmente interagir através do toque com tudo e todos enquanto alguns não podem? A Hannah fazia isso o tempo todo e o Pete e os outros não podiam fazê-lo. E comprar que a jardineira e o cozinheiro não desconfiavam que a governanta estava morta é demais, né?
Outra coisa sem noção foi o tio das crianças com aquele álter ego e a morte dos pais das crianças. Que diferença que essa história teve para explicar qualquer coisa sobre a mansão Bly? Eu pensei que o casal de repente fosse ser morto pela Viola pelo ódio que ela nutria por traições no geral, mas a história foi que eles viajaram pra India e morreram? Sério?
Enfim, achei que a série deveria ter tido menos episódios (6 no máximo) e focado mais em histórias para explicar as dinâmicas da gravidade de Bly desde o início.
Fleabag (1ª Temporada)
4.4 627 Assista AgoraEu gostei muito da comédia da série, no entanto o drama teve zero efeito em mim. A personagem principal é muito chata, mimada e inconsequente.
É claro que todos te odeiam quando você faz questão de ser inconveniente e desrespeitosa com todos.
Lista do que ela faz errado:
- Trai melhor amiga, única pessoa que a suportava.
- Furta objetos que não lhe pertencem.
- Não aceita morte da mãe e culpa o pai, não permitindo que ele siga com a própria vida.
- Tenta mostrar teta para conseguir empréstimo no banco.
- Não respeita o segredo dos outros, principalmente os da irmã.
- Não estuda.
- Só fode com caras bostas que a tratam mal.
- Chuta os caras que a tratam bem.
- Menospreza ajuda da irmã.
Lista do que ela faz certo:
- Protege a irmã do marido pau no cu.
- Cuida do Guinea Pig.
- Não fica atrás de príncipe encantado.
Ta vendo como quando a gente põe na balança a vida da pessoa, não da pra defendê-la? Faz muita bos**. Ela é chata pra caralho, e por isso o drama da vida dela não me toca em nada. Você escolheu ser chata, lide com as consequências da própria escolha.
Reclama tanto da madrasta megera, mas parece ignorar que a madrasta é ela mais velha.
De qualquer jeito, vale muito a pena pelo humor negro sensacional.
Chapolin Colorado (1ª Temporada)
4.3 258Tripa Seca, Racha cuca, Quase nada, Rosa A Rumorosa, Alma Negra *-*