O filme coloca o espectador como testemunha (ou cúmplice?) da atrocidade, questiona nossa humanidade e ao mesmo tempo escancara o sadismo do ser humano, por tornar a guerra algo tão contemplativo.
a judia(?) fugindo com as pedrinhas em efeito negativo, como um conto de infância pode representar tantas camadas, para uma criança uma simples história antes de dormir, para outra, uma possibilidade de sobrevivência,
fiquei passado.
Interessante a ideia e a execução, mas também é deveras assustador.
O Assassino é mais um exercício da consciência do indivíduo sobre sua própria vida do que um ato de vingança ou cumprir missões em prazos estabelecidos. Ele literalmente quer ser tudo o que não é -
Insensível, mas seu corpo sua de medo e ele se deixa levar pela emoção; quer matar e cumprir sua missão, mas só consegue o êxito nisso quando ele não é pago; quer ser o urso, mas ele é o caçador; quer ser a minoria, mas ele é maioria.
O final resume tudo muito bem. É como se fosse um reflexo da gente, enquanto pessoa numa sociedade e em como lidamos com as projeções que nós próprios nos sujeitamos. Nada que planejamos sai exatamente como deveria sair, sempre haverá um porém, um mas, um imprevisto, e a graça e/ou terror de estar vivo está justamente nisso.
Solaris é uma fuga da própria existência, onde o homem pode dar vida à sua imaginação sem limites. Seja para criar a realidade conforme suas vontades ou relembrar memórias com pessoas queridas, a invenção da ciência se tornou um vazio infinito no pensamento do ser humano. Desde que o conhecimento existe, existir já não basta mais. Procuramos sentido em tudo, aplicar técnicas, moralidades, onde o medo ganha força e a esperança vira uma utopia.
"...Em nossa situação, a mediocridade e a genialidade são impotentes..."
"...Estamos na ridícula posição do homem que busca um objetivo mas que tem medo e não precisa dele. O homem precisa de outro humano..."
"...A natureza criou o homem para obter o conhecimento. Ao buscar a verdade, o homem encontra o saber. Nada mais interessa..."
Saber é uma busca interminável, cruel e abstrata. Criamos o saber como justificativa de merecermos ter a vida. Para o homem, apenas viver parece básico, preguiçoso e indigno.
Embora o cinema psicológico de Bergman e o cinema contemplativo de Malick tenham suas semelhanças com o cinema de Tarkóvski, a meu ver, é o russo quem mais consegue falar muito sem falar nada. É o diretor que mais sabe usar o silêncio na história do cinema.
É um grande filme com muitas qualidades a serem apreciadas. Contudo, pra quem fez um "Andrei Rublev" super fluído em 3 horas ou um "O Espelho" mais complexo e intrigante anos depois, acho Solaris menos interessante, chegando a ser cansativo em suas duas primeiras horas. Entendo que são propostas diferentes, mas pra mim não é injusto comparar o cinema de Tarkóvski com ele mesmo.
Recomendo para quando você estiver na vibe existencialista e silenciosa, características que definem a obra do diretor. Valeu a conferida pela mensagem que eu extraí, além de ser considerada uma obra-prima do cinema.
O papel de um bom ator é defender a personagem que ele representa com unhas e dentes, sem julgar suas ações por mais absurdas ou inofensivas que elas sejam, e isto, Jessica Tandy e Morgan Freeman cumprem com excelência aqui, gerando um equilíbrio entre a arrogância e a humildade.
Conduzindo Miss Daisy é competente na técnica, mas não funciona quanto narrativa. A personagem Daisy Werthan é o símbolo de um cidadão burguês mesquinho e esdrúxulo, sua postura gera incomodo não só no que se refere aos negros, mas também à própria nora, por exemplo. Já Hoke, por ser um personagem mais empático, torna o filme mais suportável, porém sua humildade e simpatia estão numa linha tênue com o conformismo e a submissão, o que acho particularmente desconfortável.
Eu fiquei incrédulo quando o Hoke conta ao Boolie que recebeu uma nova proposta de emprego e recusou-a, como se ele fosse um cachorro submisso e tivesse orgulhoso de ser impedido de fazer xixi na estrada anteriormente.
Não dá pra concordar com uma coisa dessas. A amizade da Daisy e do Hoke não é totalmente convincente, visto que a redenção da madame só acontece após...
A morte da Idella, o que gera a sensação que a Daisy só passou a ser mais amistosa com o Hoke por ser ele quem ela tinha ali para aturá-la.
De qualquer forma, a experiência de assistir Conduzindo Miss Daisy não é totalmente descartável. Filmes assim são importantes para debatermos que a maldade estão nas pequenas ações, inclusive, de pessoas estudadas e maduras que se dizem mais civilizadas. E, obviamente, não é um filme que representa bem a luta contra o racismo.
Agora, para quem passou raiva com a Jessica Tandy na personagem do título, verá que ela representa o oposto no gracioso "Tomates Verdes Fritos", o qual ela também foi indicada ao Oscar. Como dito no início, ela defendeu sua personagem com garra e isto prova sua grandeza como atriz.
Eu que não sou fã de faroeste, fiquei extasiado com o terceiro ato - principalmente a cena de perseguição à diligência -, é tecnicamente impecável. Se relevar os estereótipos do filme e comprar a ideia que ele vende para a época, você pode ter uma ótima experiência cinematográfica.
Por mais óbvio que seja, é um entretenimento que vale a pena, as cenas cômicas funcionam, além dos visuais paradisíacos trazerem uma sensação de leveza e conforto.
Estupra nativa Engravida a mulher Renega o filho Casa com a mulher que anteriormente seria sua cunhada Rouba terras Escraviza nativos Expulsa a irmã de casa A irmã morre sozinha e abandonada Trai a esposa Bate na esposa Bate na filha Bate no rapaz que a filha gosta Separa a filha do rapaz Eles ficam anos sem se ver Forja um casamento pra filha Acha que o proletariado não deve ter direitos
É tudo de ruim que pode existir em alguém. O sentimento que fica pro espectador que vê ele cometendo tantas atrocidades é que a "redenção" dele no ato final é pouca diante de tanta maldade que ele causou. No mínimo, merecia o final que a Felura decretou.
É sim um filme muito competente nos quesitos técnicos, inclusive a atuação do Jeremy Irons se inclui nisso. Mas em termos de narrativa, não me cativa em um gosto pessoal. Eu recomendaria A Casa dos Espíritos em estudos antropológicos para dissecar como a civilização naturalizou os comportamento que a personagem do Esteban representa. E não duvido que ainda hoje em dia há quem ache as ações dele normais.
Mas é pra isso que eu consumo cinema. Catártico. Dessa vez a catarse veio no estilo repugnância. Hahaha
Os comentários criticando este filme num tom pesado mostra justamente o porquê ele é necessário: ele é leve e as pessoas no mundo inteiro estão muito pesadas. E vão continuar assim se não pararem para relaxar a cabeça um pouco.
Uma coisa que não gostei: a mania enlatada que os filmes norte-americanos gostam de colocar casais românticos em TUDO, a relação da Ruby com o Miles seria linda se fosse baseada em amizade, por exemplo.
Um destaque: a cena que temos a percepção de não ouvir assim como a família da Ruby. Isso é comovente, sensível e faz gerar mais empatia, ao nos colocar no lugar de não-pertencimento e invisibilidade que pessoas surdas sofrem.
Mereceu o Oscar? Vale o debate. Não era a minha aposta mas eu acho massa quando temos surpresas que fujam desses dramas, filmes megalomaníacos e filmes de guerra que costumam vencer frequentemente. Pra mim não é uma vitória vergonhosa. E o mais importante: o filme é bom.
"Eu vi, você veja, eu já vi, parei de ver. Voltei a ver, e acho que o PTA não teve essa capacidade de fazer a gente querer olhar mais Licorrize Pizza".
Crash tem algo de incomodador mas ao mesmo tempo envolvente, repleto de simbologias. Entre elas, interpreto:
- As personagens carregam cicatrizes e buscam causar cicatrizes nos que não têm. Essas cicatrizes permitem a conexão entre elas, uma intimidade. - Os carros são a representação de algo maior que as personagens. Quanto maior a proximidade, maior o risco de acidente que causam as cicatrizes, e de certa forma, gera essa intimidade. É físico, a matéria exteriorizando a vontade de estar mais íntimo.
É na intimidade que as personagens conseguem se libertar de amarras criadas por elas mesmas. Cenas de nudez e sexo não soam gratuitas - permanecem provocativas como ficara o legado da obra. Literalmente, se despem daquilo que não aguentam mais guardar só para si.
A ideia de que a intimidade é o que deixa alguém mais vulnerável é passada tranquilamente, e, por isso choca. Para ser íntimo é preciso coragem, para que o outro acesse partes suas (que não são só o seu corpo), em que você não está disposto a revelar pra qualquer pessoa.
Instigar, para Cronenberg, nunca foi ou será um problema.
Titane registra uma evolução muito ambiciosa de sua diretora Julia Ducournau, se comparado à Raw. O estilo grotesco e transgressor da francesa persiste, mas a sua narrativa constrói seus personagens mais bem detalhados e seguros.
O primeiro ato, numa vista particular minha, é tudo uma bosta, o direcionamento da trama começa a transformar a história a partir da entrada do Vincent. E por mais bizarro que seja, esse filme representou de uma das formas mais estarrecedoras já feitas sobre o que é o amor no ato.
Ritmo seguro e fluído, não é um filme de terror gratuito com bizarrices. Levanta debates diversos e o gênero do horror agradece por ainda ser possível criar coisas originais assim.
Belfast ao mesmo tempo que é reflexivo e duro, por ser contextualizado no período da guerra civil da Irlanda do Norte no final dos 60s, também é animador e esperançoso. É uma carta de amor audiovisual, com enorme gratidão, à história do Kenneth Branagh.
Fotografia, roteiro, direção, atuações, merecem todos os elogios possíveis. É um filme completo e muito competente no que se propõe. Senti forte inspiração no cinema soviético, devido à montagem, a qual achei muito interessante. O mérito de fazer da história comum de um menino uma obra atrativa que transmite sensibilidade e também o seu amor pelo cinema é grandioso.
Operação França
3.9 253 Assista AgoraEsse filme é um compilado surpreendente de ASMRs.
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraSe trocar a Emma Stone pelo David Brazil, o filme não muda nada...
Zona de Interesse
3.6 594 Assista AgoraO filme coloca o espectador como testemunha (ou cúmplice?) da atrocidade, questiona nossa humanidade e ao mesmo tempo escancara o sadismo do ser humano, por tornar a guerra algo tão contemplativo.
A cena que mais mexeu comigo foi
a judia(?) fugindo com as pedrinhas em efeito negativo, como um conto de infância pode representar tantas camadas, para uma criança uma simples história antes de dormir, para outra, uma possibilidade de sobrevivência,
Interessante a ideia e a execução, mas também é deveras assustador.
Saltburn
3.5 857Começa como Meninas Malvadas, evolui para Teorema do Pasolini e depois evolui de novo para Parasita. Incrível, viu.
Maestro
3.1 260O maestro perdeu o tom.
Anatomia de uma Queda
4.0 809 Assista AgoraNunca mais vou ouvir P.I.M.P. do 50 Cent da mesma forma. Introdução fodástica e um dos melhores filmes do ano, com toda a certeza.
O Assassino
3.3 515O Assassino é mais um exercício da consciência do indivíduo sobre sua própria vida do que um ato de vingança ou cumprir missões em prazos estabelecidos. Ele literalmente quer ser tudo o que não é -
Insensível, mas seu corpo sua de medo e ele se deixa levar pela emoção; quer matar e cumprir sua missão, mas só consegue o êxito nisso quando ele não é pago; quer ser o urso, mas ele é o caçador; quer ser a minoria, mas ele é maioria.
O final resume tudo muito bem. É como se fosse um reflexo da gente, enquanto pessoa numa sociedade e em como lidamos com as projeções que nós próprios nos sujeitamos. Nada que planejamos sai exatamente como deveria sair, sempre haverá um porém, um mas, um imprevisto, e a graça e/ou terror de estar vivo está justamente nisso.
Hilary e Jackie
3.9 44Eu diria tranquilamente que a Emilyy Watson superou o seu desempenho em Ondas do Destino. Que entrega!
Pânico VI
3.5 798 Assista AgoraEsperava muito mais pela repercussão enorme de bilheteria que teve no lançamento, não é uma perda de tempo, mas achei pataquada.
com tanto morre e ressuscita, coisa de filme nível Anaconda 4, pelo amor
Solaris
4.2 369 Assista AgoraSolaris é uma fuga da própria existência, onde o homem pode dar vida à sua imaginação sem limites. Seja para criar a realidade conforme suas vontades ou relembrar memórias com pessoas queridas, a invenção da ciência se tornou um vazio infinito no pensamento do ser humano. Desde que o conhecimento existe, existir já não basta mais. Procuramos sentido em tudo, aplicar técnicas, moralidades, onde o medo ganha força e a esperança vira uma utopia.
"...Em nossa situação, a mediocridade e a genialidade são impotentes..."
"...Estamos na ridícula posição do homem que busca um objetivo mas que tem medo e não precisa dele. O homem precisa de outro humano..."
"...A natureza criou o homem para obter o conhecimento. Ao buscar a verdade, o homem encontra o saber. Nada mais interessa..."
Saber é uma busca interminável, cruel e abstrata. Criamos o saber como justificativa de merecermos ter a vida. Para o homem, apenas viver parece básico, preguiçoso e indigno.
Embora o cinema psicológico de Bergman e o cinema contemplativo de Malick tenham suas semelhanças com o cinema de Tarkóvski, a meu ver, é o russo quem mais consegue falar muito sem falar nada. É o diretor que mais sabe usar o silêncio na história do cinema.
É um grande filme com muitas qualidades a serem apreciadas. Contudo, pra quem fez um "Andrei Rublev" super fluído em 3 horas ou um "O Espelho" mais complexo e intrigante anos depois, acho Solaris menos interessante, chegando a ser cansativo em suas duas primeiras horas. Entendo que são propostas diferentes, mas pra mim não é injusto comparar o cinema de Tarkóvski com ele mesmo.
Recomendo para quando você estiver na vibe existencialista e silenciosa, características que definem a obra do diretor. Valeu a conferida pela mensagem que eu extraí, além de ser considerada uma obra-prima do cinema.
Conduzindo Miss Daisy
3.9 415 Assista AgoraO papel de um bom ator é defender a personagem que ele representa com unhas e dentes, sem julgar suas ações por mais absurdas ou inofensivas que elas sejam, e isto, Jessica Tandy e Morgan Freeman cumprem com excelência aqui, gerando um equilíbrio entre a arrogância e a humildade.
Conduzindo Miss Daisy é competente na técnica, mas não funciona quanto narrativa. A personagem Daisy Werthan é o símbolo de um cidadão burguês mesquinho e esdrúxulo, sua postura gera incomodo não só no que se refere aos negros, mas também à própria nora, por exemplo. Já Hoke, por ser um personagem mais empático, torna o filme mais suportável, porém sua humildade e simpatia estão numa linha tênue com o conformismo e a submissão, o que acho particularmente desconfortável.
Eu fiquei incrédulo quando o Hoke conta ao Boolie que recebeu uma nova proposta de emprego e recusou-a, como se ele fosse um cachorro submisso e tivesse orgulhoso de ser impedido de fazer xixi na estrada anteriormente.
Não dá pra concordar com uma coisa dessas. A amizade da Daisy e do Hoke não é totalmente convincente, visto que a redenção da madame só acontece após...
A morte da Idella, o que gera a sensação que a Daisy só passou a ser mais amistosa com o Hoke por ser ele quem ela tinha ali para aturá-la.
De qualquer forma, a experiência de assistir Conduzindo Miss Daisy não é totalmente descartável. Filmes assim são importantes para debatermos que a maldade estão nas pequenas ações, inclusive, de pessoas estudadas e maduras que se dizem mais civilizadas. E, obviamente, não é um filme que representa bem a luta contra o racismo.
Agora, para quem passou raiva com a Jessica Tandy na personagem do título, verá que ela representa o oposto no gracioso "Tomates Verdes Fritos", o qual ela também foi indicada ao Oscar. Como dito no início, ela defendeu sua personagem com garra e isto prova sua grandeza como atriz.
No Tempo das Diligências
4.1 143 Assista AgoraEu que não sou fã de faroeste, fiquei extasiado com o terceiro ato - principalmente a cena de perseguição à diligência -, é tecnicamente impecável. Se relevar os estereótipos do filme e comprar a ideia que ele vende para a época, você pode ter uma ótima experiência cinematográfica.
Ingresso Para o Paraíso
3.1 108Por mais óbvio que seja, é um entretenimento que vale a pena, as cenas cômicas funcionam, além dos visuais paradisíacos trazerem uma sensação de leveza e conforto.
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraNão sabia que o capitalismo era um disco voador que vira um cogumelo gigante depois.
Fim de Caso
3.8 112 Assista AgoraHenry amava Sarah.
Sarah amava Henry.
Sarah amava Maurice.
Mas Maurice não amava Sarah. Ele era somente apaixonado por ela.
O filme é lindo e incrível. E mostra uma percepção pouco usual que o cinema costuma mostrar nas relações afetivas, inclusive, extraconjugais.
A Casa dos Espíritos
3.9 449 Assista AgoraElenco de primeiro nível.
Direção consistente.
Ambientação excelente.
Trilha sonora incrível.
Mas o filme não funciona nos dias atuais. O Esteban
Estupra nativa
Engravida a mulher
Renega o filho
Casa com a mulher que anteriormente seria sua cunhada
Rouba terras
Escraviza nativos
Expulsa a irmã de casa
A irmã morre sozinha e abandonada
Trai a esposa
Bate na esposa
Bate na filha
Bate no rapaz que a filha gosta
Separa a filha do rapaz
Eles ficam anos sem se ver
Forja um casamento pra filha
Acha que o proletariado não deve ter direitos
É tudo de ruim que pode existir em alguém. O sentimento que fica pro espectador que vê ele cometendo tantas atrocidades é que a "redenção" dele no ato final é pouca diante de tanta maldade que ele causou. No mínimo, merecia o final que a Felura decretou.
É sim um filme muito competente nos quesitos técnicos, inclusive a atuação do Jeremy Irons se inclui nisso. Mas em termos de narrativa, não me cativa em um gosto pessoal. Eu recomendaria A Casa dos Espíritos em estudos antropológicos para dissecar como a civilização naturalizou os comportamento que a personagem do Esteban representa. E não duvido que ainda hoje em dia há quem ache as ações dele normais.
Mas é pra isso que eu consumo cinema. Catártico. Dessa vez a catarse veio no estilo repugnância. Hahaha
Notas Sobre um Escândalo
4.0 538 Assista AgoraO cinismo da Judi Dench nesse filme é INCRÍVEL!
Não sabe que é errado ler o diário dos outros?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
As Três Máscaras de Eva
3.9 113"A vida é uma cidade inundada de ruas perdidas e a morte é a praça a que todas as vias vão dar"...
Frase indescritível pra encerrar esse filmaço da melhor forma possível. Oscar merecidíssmo da Joanne Woodward.
No Ritmo do Coração
4.1 754 Assista AgoraOs comentários criticando este filme num tom pesado mostra justamente o porquê ele é necessário: ele é leve e as pessoas no mundo inteiro estão muito pesadas. E vão continuar assim se não pararem para relaxar a cabeça um pouco.
Uma coisa que não gostei: a mania enlatada que os filmes norte-americanos gostam de colocar casais românticos em TUDO, a relação da Ruby com o Miles seria linda se fosse baseada em amizade, por exemplo.
Um destaque: a cena que temos a percepção de não ouvir assim como a família da Ruby. Isso é comovente, sensível e faz gerar mais empatia, ao nos colocar no lugar de não-pertencimento e invisibilidade que pessoas surdas sofrem.
Mereceu o Oscar? Vale o debate. Não era a minha aposta mas eu acho massa quando temos surpresas que fujam desses dramas, filmes megalomaníacos e filmes de guerra que costumam vencer frequentemente. Pra mim não é uma vitória vergonhosa. E o mais importante: o filme é bom.
Licorice Pizza
3.5 597"Eu vi, você veja, eu já vi, parei de ver. Voltei a ver, e acho que o PTA não teve essa capacidade de fazer a gente querer olhar mais Licorrize Pizza".
Crash: Estranhos Prazeres
3.6 328 Assista AgoraCrash tem algo de incomodador mas ao mesmo tempo envolvente, repleto de simbologias. Entre elas, interpreto:
- As personagens carregam cicatrizes e buscam causar cicatrizes nos que não têm. Essas cicatrizes permitem a conexão entre elas, uma intimidade.
- Os carros são a representação de algo maior que as personagens. Quanto maior a proximidade, maior o risco de acidente que causam as cicatrizes, e de certa forma, gera essa intimidade. É físico, a matéria exteriorizando a vontade de estar mais íntimo.
É na intimidade que as personagens conseguem se libertar de amarras criadas por elas mesmas. Cenas de nudez e sexo não soam gratuitas - permanecem provocativas como ficara o legado da obra. Literalmente, se despem daquilo que não aguentam mais guardar só para si.
A ideia de que a intimidade é o que deixa alguém mais vulnerável é passada tranquilamente, e, por isso choca. Para ser íntimo é preciso coragem, para que o outro acesse partes suas (que não são só o seu corpo), em que você não está disposto a revelar pra qualquer pessoa.
Instigar, para Cronenberg, nunca foi ou será um problema.
Titane
3.5 390 Assista AgoraTitane registra uma evolução muito ambiciosa de sua diretora Julia Ducournau, se comparado à Raw. O estilo grotesco e transgressor da francesa persiste, mas a sua narrativa constrói seus personagens mais bem detalhados e seguros.
O primeiro ato, numa vista particular minha, é tudo uma bosta, o direcionamento da trama começa a transformar a história a partir da entrada do Vincent. E por mais bizarro que seja, esse filme representou de uma das formas mais estarrecedoras já feitas sobre o que é o amor no ato.
Ritmo seguro e fluído, não é um filme de terror gratuito com bizarrices. Levanta debates diversos e o gênero do horror agradece por ainda ser possível criar coisas originais assim.
Belfast
3.5 291 Assista AgoraBelfast ao mesmo tempo que é reflexivo e duro, por ser contextualizado no período da guerra civil da Irlanda do Norte no final dos 60s, também é animador e esperançoso. É uma carta de amor audiovisual, com enorme gratidão, à história do Kenneth Branagh.
Fotografia, roteiro, direção, atuações, merecem todos os elogios possíveis. É um filme completo e muito competente no que se propõe. Senti forte inspiração no cinema soviético, devido à montagem, a qual achei muito interessante. O mérito de fazer da história comum de um menino uma obra atrativa que transmite sensibilidade e também o seu amor pelo cinema é grandioso.
Lindo, lindo, lindo!
Noite Passada em Soho
3.5 744 Assista AgoraO problema de Noite Passada em Soho é que ele carece da principal ferramenta que deve estar presente em um filme de terror: o silêncio.
Apesar disso, amei a trilha sonora e a direção de arte, vale a pena assistir por eles.