Pra quem ainda não assistiu, o filme Waking Life foi filmado e depois todas as cenas receberam uma filtragem de animação, transformando as cenas quase que em animação em flash. O resultado obtido não é um desenho super bem feito. É torto, vertiginoso, onírico.
O filme contém diversos diálogos e monólogos sobre a questão da existência, da liberdade, de Deus, da condição humana, da realidade. Porém, algumas falas se destacaram.
Há uma grande defesa do existencialismo francês do século XX. A ideia de que cada indivíduo constrói sua própria essência na existência é a defesa da liberdade e da responsabilidade. Os indivíduos são livres e não podem usar desculpas para justificar suas escolhas. É o que falta nas filosofias pós-modernas que se afastaram um pouco desse eu subjetivo capaz de escolher.
É interessante como temos desculpas para tudo. Nossas atitudes estão sempre condicionadas às atitudes dos outros. Culpamos nossa infância, nossa criação, nossos traumas, nossas vivências, Deus, o Diabo, os espíritos, o destino. Há sempre uma desculpa para que possamos dizer: “Eu não sou o único culpado por agir da forma como agi”. Neste ponto a psicologia ajuda todo mundo com as desculpas. É sempre culpa de uma alteração do humor, do inconsciente etc. Sempre é necessário o retorno ao passado para encontrar uma justificativa para ser o que se é hoje. Mas o que se é hoje senão a somatória das escolhas feitas? Mais do que nunca é o momento de dizer aos outros que o importante é o que se faz com o que a vida fez de você, para lembrar o que disse Sartre.
Neste filme, no qual o protagonista se perde entre realidade e sonho, é muito interessante falar sobre a questão do sonho. No filme há a frase “Você é um sonhador?… Não tenho visto muitos ultimamente”.
É fantástico pensar nessa ausência de sonhadores. Quem são os sonhadores? Aqueles românticos, utópicos ou loucos? Obviamente que não. Aqueles que sonham são aqueles capazes de criar. Se é possível um sonho lúcido, sonhar e saber que se está sonhando, também é possível estar acordado e perceber-se acordado. O grande problema é que estamos acordados, mas ainda não despertamos.
O despertar, a Vida Desperta, está relacionado com aquele sujeito do existencialismo. O sujeito que é dono de si, que constrói a si mesmo. É um sonhador, pois diante dele está aberta uma ampla gama de opções. Escolhe, acerta, erra, se inventa.
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O filme contém diversos diálogos e monólogos sobre a questão da existência, da liberdade, de Deus, da condição humana, da realidade. Porém, algumas falas se destacaram.
Há uma grande defesa do existencialismo francês do século XX. A ideia de que cada indivíduo constrói sua própria essência na existência é a defesa da liberdade e da responsabilidade. Os indivíduos são livres e não podem usar desculpas para justificar suas escolhas. É o que falta nas filosofias pós-modernas que se afastaram um pouco desse eu subjetivo capaz de escolher.
É interessante como temos desculpas para tudo. Nossas atitudes estão sempre condicionadas às atitudes dos outros. Culpamos nossa infância, nossa criação, nossos traumas, nossas vivências, Deus, o Diabo, os espíritos, o destino. Há sempre uma desculpa para que possamos dizer: “Eu não sou o único culpado por agir da forma como agi”. Neste ponto a psicologia ajuda todo mundo com as desculpas. É sempre culpa de uma alteração do humor, do inconsciente etc. Sempre é necessário o retorno ao passado para encontrar uma justificativa para ser o que se é hoje. Mas o que se é hoje senão a somatória das escolhas feitas? Mais do que nunca é o momento de dizer aos outros que o importante é o que se faz com o que a vida fez de você, para lembrar o que disse Sartre.
Neste filme, no qual o protagonista se perde entre realidade e sonho, é muito interessante falar sobre a questão do sonho. No filme há a frase “Você é um sonhador?… Não tenho visto muitos ultimamente”.
É fantástico pensar nessa ausência de sonhadores. Quem são os sonhadores? Aqueles românticos, utópicos ou loucos? Obviamente que não. Aqueles que sonham são aqueles capazes de criar. Se é possível um sonho lúcido, sonhar e saber que se está sonhando, também é possível estar acordado e perceber-se acordado. O grande problema é que estamos acordados, mas ainda não despertamos.
O despertar, a Vida Desperta, está relacionado com aquele sujeito do existencialismo. O sujeito que é dono de si, que constrói a si mesmo. É um sonhador, pois diante dele está aberta uma ampla gama de opções. Escolhe, acerta, erra, se inventa.