Belo e sincero são adjetivos com os quais consigo descrever esta obra, no momento. Do começo ao fim, com uma trilha sonora que começa com Bon Iver, Un Beau Dimanche foi fiel em seus diálogos, personagens e fotografia. Há tempos que não escrevo uma crítica, todavia senti que era necessário. Identifiquei-me com o protagonista, Baptiste. Sua solidão, que não sou capaz de julgar como infeliz, acaba encantando Sandra como algo sutil e dócil. Essa ida aos confins do passado trouxe, também, um toque mais profundo e especial à estória com a participação elegante de outros atores.
Posso dizer, com certeza, que é essa sensibilidade cinematográfica que me deixe com vontade de ver e rever Um Belho Domingo. Espero que essa qualidade distinta de retratar a vida não se perca ao longo dos anos.
Pierre Rochefort, Louise Bourgoin e Nicole Garcia: Bravo!
"Olha, o amor é assim. Quando um se aproxima, o outro se afasta. Quando o outro tenta se aproximar, aquele que ia atrás dele, se afasta. É a lei dos limpa-pára-brisas."
Mais uma prova de que o cinema só depende de uma interpretação sincera da vida cotidiana. "A fronteira da Alvorada" é um filme cândido, simplório, charmoso e ligeiramente, mas na medida certa, místico. Tratando-se de um sentimento humano tão repercutido ao longo da história cinematográfica, Philippe Garrel domina com elegância as idas e vindas de um amor que nasce, engradece, explode, torna-se doentio e, surpreendentemente, transpõe a existência.
Só tenho admirações com os trabalhos de Louis Garrel, seja com seu pai, seja com Christophe Honoré ou qualquer outro realizador. Esse french guy, apesar de ficar com todas nos filmes, continua sendo original e humano em suas cenas.
Ah, que trilha sonora é essa? Tão fiel aos diálogos e aos movimentos dos personagens. Sem comentários de tanta lealdade.
Impactante e realista. Malle traça uma vida conturbada como várias em trânsito nesse planeta. Em uma época pós-guerra, saindo de um tratamento contra o vício do álcool, Alain tenta retomar sua vida, encontrar seus vínculos humanos do passado e, quem sabe, poder ter a virtude de enxergar um novo destino. Diálogos eruditos e marcantes fazem do vazio existencial atado em Alain se revelar ao seu redor. Louis cria cenas incríveis, retratando a desilusão e insatisfação plena do protagonista. O personagem se encontra no fim de um poço que ele mesmo construiu. A decisão trágica de Alain tenha, talvez, sido bem pensada. Parecia que ele sentia que era o certo, o inevitável, mas certo. Uma decisão esperada e que de um certo modo até sutil, pois nos mostra que nossas vidas são muito tênues perto de nossos pensamentos mais profundos.
E, claro, o filme conta com uma trilha sonora maravilhosa do pianista francês Erik Satie que nos mergulha ainda mais nos dilemas de Alain e até nos nossos do cotidiano.
Eric Rohmer é um dos raros cineastas com um dom extraordinário quando se trata de sentimentos humanos. Basta dar uma olhada na sua célebre série de filmes precedente: "Six Contes Moraux" e, com certeza, você perceberá.
"Le Rayon Vert" também se inclui nesse dom mágico de Rohmer. A solidão personificada em Delphine é feita para se sentir e refletir, tentando compreendê-la de uma forma sutil e simples. O meio amador de filmagem auxilia bastante nessa transposição mais humana do filme. As angústias, as lagrimas e as hesitações parecem tão realistas, que só fui me dar conta da ficção horas depois.
Apesar da película ser contada ao redor de uma personagem com sentimentos e reações peculiares, Rohmer administra formidavelmente sua obra, assim como todo o seu magnífico legado.
O modo de filmagem, a falta de sincronização das falas, o contexto e a trilha sonora me encantam. Comecei a vê-lo e me deparei que se tratava de Nova York, pois à primeira vista me veio a Paris da Nouvelle Vague. Sendo um filme improvisado, financiado com recursos próprios e com o propósito independente magnífico de Cassavetes, Shadows tornar-se um ícone atemporal que prova a possível existência de um cinema inteligente e cativante.
Parece estranho por eu não ser francês, mas senti um certo orgulho dos resistentes e uma tristeza por aqueles que não sobreviveram. Documentário tocante.
Um Belo Domingo
3.3 39 Assista AgoraBelo e sincero são adjetivos com os quais consigo descrever esta obra, no momento. Do começo ao fim, com uma trilha sonora que começa com Bon Iver, Un Beau Dimanche foi fiel em seus diálogos, personagens e fotografia. Há tempos que não escrevo uma crítica, todavia senti que era necessário. Identifiquei-me com o protagonista, Baptiste. Sua solidão, que não sou capaz de julgar como infeliz, acaba encantando Sandra como algo sutil e dócil. Essa ida aos confins do passado trouxe, também, um toque mais profundo e especial à estória com a participação elegante de outros atores.
Posso dizer, com certeza, que é essa sensibilidade cinematográfica que me deixe com vontade de ver e rever Um Belho Domingo. Espero que essa qualidade distinta de retratar a vida não se perca ao longo dos anos.
Pierre Rochefort, Louise Bourgoin e Nicole Garcia: Bravo!
A Fronteira da Alvorada
3.5 91"Olha, o amor é assim.
Quando um se aproxima,
o outro se afasta.
Quando o outro tenta se aproximar,
aquele que ia atrás dele, se afasta.
É a lei dos limpa-pára-brisas."
Mais uma prova de que o cinema só depende de uma interpretação sincera da vida cotidiana. "A fronteira da Alvorada" é um filme cândido, simplório, charmoso e ligeiramente, mas na medida certa, místico. Tratando-se de um sentimento humano tão repercutido ao longo da história cinematográfica, Philippe Garrel domina com elegância as idas e vindas de um amor que nasce, engradece, explode, torna-se doentio e, surpreendentemente, transpõe a existência.
Só tenho admirações com os trabalhos de Louis Garrel, seja com seu pai, seja com Christophe Honoré ou qualquer outro realizador. Esse french guy, apesar de ficar com todas nos filmes, continua sendo original e humano em suas cenas.
Ah, que trilha sonora é essa? Tão fiel aos diálogos e aos movimentos dos personagens. Sem comentários de tanta lealdade.
Trinta Anos Esta Noite
4.3 142Impactante e realista. Malle traça uma vida conturbada como várias em trânsito nesse planeta. Em uma época pós-guerra, saindo de um tratamento contra o vício do álcool, Alain tenta retomar sua vida, encontrar seus vínculos humanos do passado e, quem sabe, poder ter a virtude de enxergar um novo destino. Diálogos eruditos e marcantes fazem do vazio existencial atado em Alain se revelar ao seu redor. Louis cria cenas incríveis, retratando a desilusão e insatisfação plena do protagonista. O personagem se encontra no fim de um poço que ele mesmo construiu. A decisão trágica de Alain tenha, talvez, sido bem pensada. Parecia que ele sentia que era o certo, o inevitável, mas certo. Uma decisão esperada e que de um certo modo até sutil, pois nos mostra que nossas vidas são muito tênues perto de nossos pensamentos mais profundos.
E, claro, o filme conta com uma trilha sonora maravilhosa do pianista francês Erik Satie que nos mergulha ainda mais nos dilemas de Alain e até nos nossos do cotidiano.
O Raio Verde
4.1 87Eric Rohmer é um dos raros cineastas com um dom extraordinário quando se trata de sentimentos humanos. Basta dar uma olhada na sua célebre série de filmes precedente: "Six Contes Moraux" e, com certeza, você perceberá.
"Le Rayon Vert" também se inclui nesse dom mágico de Rohmer. A solidão personificada em Delphine é feita para se sentir e refletir, tentando compreendê-la de uma forma sutil e simples. O meio amador de filmagem auxilia bastante nessa transposição mais humana do filme. As angústias, as lagrimas e as hesitações parecem tão realistas, que só fui me dar conta da ficção horas depois.
Apesar da película ser contada ao redor de uma personagem com sentimentos e reações peculiares, Rohmer administra formidavelmente sua obra, assim como todo o seu magnífico legado.
Sombras
3.8 50O modo de filmagem, a falta de sincronização das falas, o contexto e a trilha sonora me encantam. Comecei a vê-lo e me deparei que se tratava de Nova York, pois à primeira vista me veio a Paris da Nouvelle Vague. Sendo um filme improvisado, financiado com recursos próprios e com o propósito independente magnífico de Cassavetes, Shadows tornar-se um ícone atemporal que prova a possível existência de um cinema inteligente e cativante.
A Tristeza e a Piedade
3.8 15Parece estranho por eu não ser francês, mas senti um certo orgulho dos resistentes e uma tristeza por aqueles que não sobreviveram. Documentário tocante.
Ensina-me a Viver
4.3 873 Assista AgoraUm filme para sempre.
Duas ou Três Coisas que Eu Sei Dela
3.7 82 Assista AgoraAtemporal, realista e apaixonante.