"Você não cairá na rotina. Eu não cairei na rotina."
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O filme retrata a vida da jovem Rosetta que após perder o emprego recém conquistado retorna a morar em um trailer junto de sua mãe. A realidade que enfrenta beira a sobrevivência. Além de lidar com sua dificuldade financeira, a ponto de tendo que fazer armadilhas para pescar e assim se alimentar, também precisa cuidar de sua mãe que, por conta de seu alcoolismo, se submete a promiscuidade. Caminhamos com Rosetta em primeiro plano por quase todo o filme fazendo com que sua tonalidade emocional abata sobre o espectador. A personagem oscila entre seu embotamento predominante a episódios de histeria e agressividade.
Para Rosetta a perspectiva de sair de sua rotina cruel é através de um emprego fixo. Ideia fortemente destacada em conversa com Riquet, personagem esse, que demontra simpatia para com Rosetta e tenta ajudá-la nessa busca. Riquet tenta de diversas formas uma aproximação com a personagem e aparece de forma benevolente, em suas tentativas consegue arrancar o único sorriso verdadeiro de Rosetta no longa. O personagem, por sua vez, tem um emprego que lhe da a vida tão desejada por Rosetta. "Eu quero um trabalho. Uma vida normal como a sua" é uma das colocações que ela lhe faz.
O filme é marcado com cenas de momentos repetidos reforçando a ideia de rotina. A principal delas é a trajetória que Rosetta faz da cidade para casa, tirando seus tênis e calçando suas botas de borracha para adentrar ao camping, como uma divisão das realidades.
Em sua trajetória Riquet consegue ajudá-la a conseguir um emprego, mas esse também não dura muito. Retornando ao estado anterior em sua busca irrefreável, Rosetta chega a cogitar não socorrer seu amigo quando esse cai em um lago e começa a afundar na tentativa de ajudá-la. Apesar de mudar de ideia, outra cena extremamente angunstiante é a traição de Riquet por Rosetta que denuncia-o em sua frente para seu chefe e toma seu posto. Possivelmente motivada por inveja ou simplesmente necessidade. Riquet possesso persegue-a duas vezes. Na segunda em um momento em que cansada e abalada cai ao chão a chorar o filme acaba por se encerrar com Riquet abandonando suas motivações para ajudá-la a se reerguer.
A humanidade se apresenta no filme nesses extremos. A precariedade levando a tentativa de mudança a qualquer custo e a compaixão.
Obs.: Esse foi meu primeiro texto sobre filme. E nem me agradou tanto, nota 6-7 no máximo, acredito que a forma com que ele se apresenta crie uma certa angústia no espectador causando talvez uma aversão. A falta de informações sobre Rosetta e sua desumanização nesse constante contato próximo também me foi incômodo. Mas ressalto aqui um comentario do crítico Jonathan Rosenbaum que sintetiza o sentimento causado: You feel it in your nervous system before you get a chance to reflect on its meaning.
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Rosetta
3.9 76"Você não cairá na rotina. Eu não cairei na rotina."
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O filme retrata a vida da jovem Rosetta que após perder o emprego recém conquistado retorna a morar em um trailer junto de sua mãe. A realidade que enfrenta beira a sobrevivência. Além de lidar com sua dificuldade financeira, a ponto de tendo que fazer armadilhas para pescar e assim se alimentar, também precisa cuidar de sua mãe que, por conta de seu alcoolismo, se submete a promiscuidade. Caminhamos com Rosetta em primeiro plano por quase todo o filme fazendo com que sua tonalidade emocional abata sobre o espectador. A personagem oscila entre seu embotamento predominante a episódios de histeria e agressividade.
Para Rosetta a perspectiva de sair de sua rotina cruel é através de um emprego fixo. Ideia fortemente destacada em conversa com Riquet, personagem esse, que demontra simpatia para com Rosetta e tenta ajudá-la nessa busca. Riquet tenta de diversas formas uma aproximação com a personagem e aparece de forma benevolente, em suas tentativas consegue arrancar o único sorriso verdadeiro de Rosetta no longa. O personagem, por sua vez, tem um emprego que lhe da a vida tão desejada por Rosetta. "Eu quero um trabalho. Uma vida normal como a sua" é uma das colocações que ela lhe faz.
O filme é marcado com cenas de momentos repetidos reforçando a ideia de rotina. A principal delas é a trajetória que Rosetta faz da cidade para casa, tirando seus tênis e calçando suas botas de borracha para adentrar ao camping, como uma divisão das realidades.
Em sua trajetória Riquet consegue ajudá-la a conseguir um emprego, mas esse também não dura muito. Retornando ao estado anterior em sua busca irrefreável, Rosetta chega a cogitar não socorrer seu amigo quando esse cai em um lago e começa a afundar na tentativa de ajudá-la. Apesar de mudar de ideia, outra cena extremamente angunstiante é a traição de Riquet por Rosetta que denuncia-o em sua frente para seu chefe e toma seu posto. Possivelmente motivada por inveja ou simplesmente necessidade. Riquet possesso persegue-a duas vezes. Na segunda em um momento em que cansada e abalada cai ao chão a chorar o filme acaba por se encerrar com Riquet abandonando suas motivações para ajudá-la a se reerguer.
A humanidade se apresenta no filme nesses extremos. A precariedade levando a tentativa de mudança a qualquer custo e a compaixão.
Obs.: Esse foi meu primeiro texto sobre filme. E nem me agradou tanto, nota 6-7 no máximo, acredito que a forma com que ele se apresenta crie uma certa angústia no espectador causando talvez uma aversão. A falta de informações sobre Rosetta e sua desumanização nesse constante contato próximo também me foi incômodo. Mas ressalto aqui um comentario do crítico Jonathan Rosenbaum que sintetiza o sentimento causado: You feel it in your nervous system before you get a chance to reflect on its meaning.