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Nota: este é o meu perfil secundário, o primeiro foi excluído; ou seja, levará um tempo até eu listar todos os filmes, séries e animes que já assisti, no entanto, seja bem-vindo. :)

Últimas opiniões enviadas

  • William

    Depois de ler alguns comentários alegando que o filme "deixa muitas pontas soltas", "é non sense, raso e sem explicação alguma", resolvi deixar aqui algumas explicações e percepções, desde as mais óbvias até às mais "simbólicas" e interpretativas.

    Eu não preciso explicar sobre todo o histórico que os americanos possuem por serem racistas, xenofóbicos e responsáveis por grande parte das catástrofes que causam ao mundo. Na dúvida, 'Oppenheimer' está aí como uma boa sugestão de filme. Mas, acima de tudo, essa aqui é uma visão sobre o que o filme nos mostrou:

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    Observação: não, não estou dizendo que somente os americanos são racistas, xenofóbicos, individualistas, etc. Mas o alvo de crítica do filme é bem óbvia: os americanos; ou, como os americanos interpretam catástrofes que podem estar acontecendo somente nos EUA (ou no mundo inteiro, quem sabe?).

    1. Racismo: assim que G. H. e a sua filha aparecem na porta é nítido o desconforto que causam, não somente por surgirem em um momento em que a mansão estava alugada e serem dois desconhecidos para a família, mas, principalmente, pela relutância no qual a Amanda sente em dar credibilidade à ambos, afinal, dois negros possuindo uma mansão e um carro de luxo? — além de todo o sentimento de incômodo que a Amanda sente especialmente pela Ruth, por trazer falas sarcásticas e questionamentos que enfatizam esse racismo "velado". — E o oposto também acontece, quando Ruth propõe ao pai que expulse àquela família da mansão — "Eu quero que você se lembre de que se o mundo desmoronar, a confiança não deve ser distribuída facilmente a ninguém. Ainda mais aos brancos".

    2. Xenofobia: uma mulher latina pedindo ajuda à um americano que, por sinal, não entende absolutamente nada de espanhol, e sendo completamente deixada para trás. Além de todo o levantamento que fazem sobre ser uma conspiração dos coreanos e o "resto de nós". E sim, você e eu estamos inclusos nesse resto, afinal, tudo abaixo dos EUA é resto.

    3. Os animais: instintivamente, cervos se agrupam em manadas em meio à catástrofe. Flamingos sempre estão em bandos. O surgimento desses animais é uma clara alusão em como animais, em luta pela sobrevivência, agem em coletivo, enquanto seres humanos agem de forma individualista. O fato deles surgirem ao redor da mansão é óbvia: a mansão fica em meio à uma floresta, logo, é uma motivação para que os animais surjam ali e, claro, enfatizar ainda mais uma reflexão sobre o comportamento individualista dos seres humanos em comparação aos animais.

    4. Tecnologia: é impressionante como um blackout é capaz de reduzir toda uma população a: nada. E é nesse momento que percebemos em como toda a nossa estrutura está interligada à tecnologia, e como isso pode ser desfeito facilmente, fazendo com que o ser humano retorne à sua própria natureza. Sem acesso à internet e sem eletricidade, carros inteligentes perdem o rumo, ocasionando colisões. Chamadas telefônicas não podem ser realizadas. Acesso as notícias através do Google é impossível. Em meio à esse vazio, o sujeito tende a lidar unicamente com a sua própria existência e inadequação — "Eu não tenho ideia do que fazer agora. Não consigo fazer quase nada sem meu celular e meu GPS. Eu sou um homem inútil".

    5. Rose e o paralelo com a série 'Friends': apesar de transparecer uma personagem dispersa aos acontecimentos, ela tem algo a nos dizer. Por ser a mais jovem, Rose representa uma geração que se molda facilmente aos acontecimentos. Em meio à catástrofe, ela é a única a querer buscar um refúgio seguro (e é a primeira a encontrar o bunker), enquanto os adultos relutam em permanecer na mansão, alimentados pela esperança de que o sistema resolveria tudo. Inclusive, esse impulso de Rose é citado através de um episódio de 'The West Wing'. E para Rose, a maior tragédia que poderia acontecer em meio à esse caos é não ter a oportunidade de assistir o último episódio de 'Friends' — e existe um entretenimento clássico americano maior do que dar risadas enquanto assiste 'Friends'? — finalizando assim, 'O Mundo Depois de Nós', e esse desfecho não nos traz um sentimento familiar? Para Rose, assistir o último episódio da série é o que traz esse sentimento de completude, em paralelo à isso, esse desfecho brusco nos traz esse sentimento de que gostaríamos de ver mais sobre tudo o que estava acontecendo, assim, proporcionando um sentimento de completude com 'O Mundo Depois de Nós'. Através da Rose, pudemos constatar que a angústia e irritação que a personagem sentia é similar ao que a maioria está sentindo por não ter mais um episódio de 'Friends', ou, 'O Mundo Depois de Nós'.

    É importante salientar que aqui não se trata do que está acontecendo de fato, nem antes e nem depois das possíveis causas e motivações, mas sim, proporcionar uma visão de como os seres humanos podem agir diante do que não se sabe, não se entende, não se tem "tato". O caos, o medo, a desinformação, as teorias de conspirações e as paranoias são o suficiente para nos mostrar como uma desordem pode ser facilmente instalada e como podemos nos voltar uns contra os outros para sobreviver. Sendo assim, 'O Mundo Depois de Nós' não apenas nos faz constatar sobre o que somos e o que poderíamos ser em meio à um eminente apocalipse, mas é cirúrgico em nos proporcionar reflexões e nos trazer para mais próximo dos sentimentos vivenciados pelos personagens, ainda que possamos negá-los ou não percebe-los: estão ali. No mas, não está na minha lista de filmes favoritos com essa temática, porém, não o torna menos interessante e incisivo.

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  • Nenhum recado para William.

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