Pedro

Oh, man! I shot Marvin in the face!

Esse filme é deslumbrante. O enredo é impecável, a narrativa é genial e surpreendente, nos faz questionar nossa própria existência.
Os diálogos e monólogos são sensíveis, poéticos, cheios de reflexões, são longos e apesar disso não são cansativos; pelo contrário, o filme prende a atenção do começo ao fim.
Cada gesto, cada expressão tem uma mensagem nesse filme, muitas vezes mais expressivas que as próprias falas das personagens; um show de interpretação das atrizes.
É incrível como Bergman consegue criar uma atmosfera onírica e até fantasmagórica em algumas cenas. O filme é enigmático, é muito difícil saber se trata-se de sonho ou realidade.
O ponto principal do filme, ao meu ver, é o questionamento da existência humana e a sua fragilidade. O eu se constrói com o outro, a personalidade é fruto da construção conjunta entre o ser e a alteridade. Bergman explora isso com tamanha complexidade que fica difícil compreender todas as nuanças do filme.
O que é a existência, afinal? O que há por trás das nossas máscaras, dos nossos papéis sociais? Um silêncio, um mar de desejos, uma inconstância, um vazio. É angustiante perceber como o ser não é aquilo que gostaríamos de ser. Quando tiramos a máscara, que resta? O grande drama da existência: porque o meu eu se mostra sempre como algo aparente, flutuante?
É interessante observar como a angústia e o silêncio de Elisabeth enseja em Alma os mesmos questionamentos: quando o olhar do outro se cala sobre mim, como saberei quem sou? Ao longo do filme essas identificações entre as personagens se tornam tão complexas que o vazio do existir se funde em apenas uma personalidade.
A fotografia impecável e os closes nas expressões das personagens aprofundam mais ainda esse drama.
A cena mais marcante foi aquela em que

Enfim, essa é a minha interpretação e a minha impressão sobre o filme. Acredito que ele seja tão rico que centenas de interpretações podem ser feitas, inclusive à luz de teorias psicanalíticas, principalmente existencialistas.
Um filme genial!

Esse filme é espetacular!
Não colocarei aqui minha impressão sobre a história, pois imagino que a peculiaridade do filme esteja no fato de que cabem inúmeras interpretações.
Uma boa dosagem de ficção, condicionada a conceitos da física (ainda que de forma simplista), resultou em um enredo de arrepiar.
Saí da sala do cinema extasiado; não soube muito bem como digerir os milhares de pensamentos que tive durante o filme! Com certeza é um daqueles filmes pra se ver várias vezes e que nunca se chegará a uma conclusão.
Tive o prazer de apreciar dois outros filmes de Nolan: Inception e Memento. Assim como nesses dois filmes, esse diretor deixa sua grande marca em Interestellar: a narrativa genial, cheia de pontas soltas pra deixar a imaginação livre. A história é original e muito bem feita.
Mesmo com diálogos curtos e corte de cenas muito rápidos -outra grande marca de Nolan-, o filme não deixa a desejar, nos emocionamos do começo ao fim.
O clímax da história nos surpreende e até arrepia; Nolan brinca com os conceitos da física e explora um mundo misterioso, ao qual talvez nunca cheguemos a conhecer: viagem entre galáxias, imersões em buracos negros.
A fluidez das cenas de ação nos deixa apreensivos e angustiados, como se estivéssemos na pele dos personagens.
A estética acinzentada nos impressiona, mostrando como a vida no futuro poderia ser vazia e solitária.
Acho que um dos grandes ponto do filme é explorar o tema da individualidade em detrimento da coletividade: até onde a ambição do ser humano moderno pode chegar?
Todavia, mais importante que isso, é a genialidade de Nolan em deixar muito tênue a diferença entre aquilo que pode ser real e aquilo que é ficção. Em outras palavras, o diretor utiliza dos mistérios que a física contemporânea dispõe e brinca com as inúmeras possibilidades que ela pode oferecer. Não se pode dizer que desfecho do filme seja improvável ou impossível, por mais maluco que for.
Fora isso, temos um show de efeitos especiais. O cenário é fantástico.
Anne Hathaway e Matthew McConaughey fazem ótimas interpretações, possivelmente candidatos a serem indicados ao óscar do ano que vem.
Enfim, temos um filme espetacular, ao nível de Christopher Nolan. Vai pra lista dos favoritos, com certeza.