Bastante divertido, vi carinha falando ser pior que Esquadrão, puta que pariu, viu o mesmo filme que eu? Esquadrão é uma bosta. Só as cenas de ação, utilização das músicas é bem melhor que o outro filme, além da Margot Robbie estar bem melhor. As coadjuvantes também são boas.
Adaptações cinematográficas geralmente costumam decepcionar muitas vezes a quem leu a obra original, por mudar muitos detalhes. Isso aconteceu com o autor Stephen King e O Iluminado de Stanley Kubrick: o escritor detesta veementemente o filme de 1980, já que muda drasticamente certos eventos do livro. Doutor Sono já se apresenta como um universo expandido de O Iluminado, transformando-se em um filme de fantasia/aventura com toques de terror, diferente do suspense psicólogico do primeiro filme/livro. Quem desconhece a história do livro e pensa em encontrar um tom exatamente igual ao filme do Kubrick pode não gostar, já que esse foca nas tais habilidades dos iluminados e nos seres que se alimentam deles.
A obra tem diversas referências ao próprio Kubrick, como It: A Coisa, criaturas imortais que se assemelham a vampiros, como em Salem's Lot, dentre outras. A respeito do filme, a adaptação é extremamente fiel, com leves mudanças. A partir de metade do filme é que Flanagan toma muitas liberdades criativas e muda bastantes eventos do livro, principalmente quanto ao destino de alguns personagens e quando mistura o filme do Kubrick com a trama dos livros de King.
No entanto tais mudanças são válidas em sua grande maioria e outras nem tanto. Falando como alguém que leu o livro, as mudanças não me incomodaram, pois melhorou o final em relação ao livro e deu um tom a mais de ameaça aos protagonistas, algo meio ausente na obra original. A forma como Flanagan criou as cenas dos "cofres mentais" e as viagens pela mente são visualmente incríveis e casam muito com o que imaginamos ao ler o livro. Há certos elementos que não gostei, como a menção a Momo, avó de Abra Stone, personagem importante no livro, mas aqui a citação é irrelevante, assim como os pais da protagonista que são qualquer coisa.
As atuações estão boas e Ewan McGregor, Kyliegh Curran e Rebecca Ferguson exploram bem seus personagens da maneira como são no livro. Um bom filme para um bom livro, com uma direção bem diferente de O Iluminado.
Horrível, vocês são bem generosos. As atuações e diálogos estragam tudo, torcia pra que todos aqueles personagens morressem brutalmente. Os piores são o irmão da Becky e o namorado.
Muito bom, depois de ter vistos poucos filmes realmente magníficos esse ano, vir o Joon-ho Bong e entregar uma pedrada dessas mais uma vez. Cinema sul-coreano quando quer não tem pra ninguém. Melhor do ano até o momento
Acho bom o filme fazer sucesso, achei bem feito, boa homenagem ao universo, mas tem muito momento "massa véi" no filme, piadas em excesso pra um desfecho que deveria ser mais denso, achei muitas soluções fáceis no filme, enfim.
Não gostei, o filme é dividido em 3 capítulos, Destino, Medo e Vôo. A história vai bem até o final do segundo capítulo para início do terceiro em que acontece algo que estraga o filme quase por completo, pelo menos pra mim. Não li o livro o qual foi baseado mas analisando como filme infelizmente o filme é repleto de coincidências e conveniências, com um roteiro problemático. Uma pena, o ator principal atua bem e tem alguns detalhes interessantes no personagem que poderiam ser melhor trabalhados, mas infelizmente o roteiro mina quase tudo.
Mais um ótimo filme de S.Craig Zahler, um dos meus favoritos atualmente. Apesar de ter achado seu "menos bom" filme, ainda assim é muito foda. Embora tenha uma longa duração, nunca fica maçante. Demora 1:30 pra a ação chegar, mas quando chega não para mais, com uma sequência final excelente.
Enquanto isso Zahler constrói sua trama sem pressa. O destaque vai para Mel Gibson, um policial motherfucka prestes a se aposentar e inconformado com a situação atual do seu trabalho. Os assaltantes são super cruéis e ameaçadores. A violência não é tanta quanto nos filmes anteriores, mas existe e tem sequências gráficas rápidas, mas eficientes.
Não é todo mundo que tem um talento como Zahler pra fazer um policial assim e aguardo agora ansioso sua parceria com Chan-wook Park para o faroeste sangrento, dessa vez no papel de roteirista. Imagina o que vai sair disso?
Oriol Paulo se confirma como mais um ótimo diretor espanhol, especialista em thrillers. Suas tramas não buscam introduzir metáforas para discutir pós-filme e sim apenas o entretenimento, com uma história que tem várias reviravoltas. O Corpo e Um Contratempo já mostraram isso e nesse novo filme disponível na Netflix o diretor dá um passo além.
O longa pode parecer fraco de início, com uma aparente coincidência que pode ser um ato falho de roteiro, mas logo o filme mostra a que veio e constrói uma intrincada trama que prefiro não falar muito sobre. O elenco é bom: a belíssima Adriana Ugarte é a protagonista (vista em Julieta, de Almodóvar), Chino Darín não é lá grande ator como o pai, mas dá conta do recado e temos o professor de A Casa de Papel, Álvaro Morte. O diretor ainda faz uma leve brincadeira com o filme "Um Contratempo" com a presença de uma atriz que participa de ambos. Não sei se foi brincadeira, mas a sua participação eu tratei como uma "homenagem".
Falar da trama não é legal, peguem apenas a informação que tem uma forte tempestade, pronto. Diferente de "Um contratempo" que teve um excesso de reviravoltas, esse tem bem menos, mais bem construídas e uma delas me pegou de jeito, porque não adivinhei. Enfim, ótimo entretenimento, suspense inteligente, bem feito e o melhor trabalho do diretor até então. Viva os thrillers espanhóis!
Bem, estou cada vez mais vigilante quanto a trailers. Felizmente ou infelizmente vi o trailer de Us e fiquei bastante empolgado. Quando saíram as críticas o exaltando, naturalmente o hype sobe um pouco. Fato é que Jordan Peele é um nome importante para o cinema. E principalmente para o terror, meu gênero predileto e fico feliz de estar tão em alta e tão reconhecido. Mas ainda assim acho que ele não chegou lá em entregar uma obra-prima.
Sim, caso não tenha visto o trailer mantenha-se assim porque vai ser melhor a sua experiência, acredito eu. Pode não influenciar quem tenha visto, mas enfim fica o aviso. Peele cria uma espécie de filme englobado em vários gêneros e subgêneros para compor o seu novo trabalho. Desde o invasão domiciliar (Algo que o filme A Invasora parece ter influenciado muito o diretor) até outros que prefiro não falar.
O humor está presente no filme em menor tom que em Corra, mas que pra mim não funcionou tanto. Um dos principais destaques foi a trilha sonora, aquela cena inicial dos coelhos dá a impressão de algo grandioso, com uma música marcante. E os aspectos sonoros em si funcionam pra engrandecer a tensão.
Os atores todos bem, com destaque para Lupita. Não achei que mereça tanto assim uma indicação à Oscar como já vejo alguns especulando (Diferente de uma Toni Colette), mas ficaria feliz caso fosse.
O roteiro em si é bom, embora o de Corra tenha achado melhor. No entanto aqui a direção é outra: enquanto que em Corra Peele trata especificamente de racismo, aqui o âmbito é mais geral, mais América mesmo (U.S), mais o ser humano em si, os favorecidos e os não-favorecidos, os marginalizados, os cegos dentro da caverna do mito de Platão. É um roteiro que é engenhoso, que faz pensar, mas não totalmente original. Em termos de impacto a título de comparação, filmes como Sorry to Bother You e Blindspotting me impactaram mais.
Nós é mais um bom filme de Peele, que nos faz refletir enquanto passa tensão. Pra mim, ainda não foi dessa vez que ele entregou sua obra-prima, mas caminha para isso. Que venha mais Peele.
Filme com belas paisagens, mas é um filme vazio, sem propósito. Inicialmente parece com Revenge, garotinha amante de gângster que adora os luxos e trabalha para eles, mas no decorrer do filme acompanhamos uma rotina de criminosos num local paradisíaco e que coloca a protagonista em maus lençóis através das mais diversas humilhações.
A versão que eu vi é a que contém uma infame cena cortada. Achei uma versão que contém a tal cena, extremamente chocante, mas que com ela ou não o filme é um nada e extremamente misógino, dirigido por uma mulher, pra piorar. Se o filme tem mensagem a favor das mulheres eu não sei. E se é pra denunciar os abusos machistas também não serve, pois a protagonista faz é gostar daquele universo, vide o que acontece em determinado momento do filme quando
ela mata o holandês, que estava sendo bom com ela. Após o gângster fazer medo ao holandês, a moça vai até o barco e o mata. Quando ela é estuprada pelo gângster, abusada, continua o apoiando.
Aí detestei o filme. Não acontece nada e quando tem a tal cena chocante, ela é cortada das versões que rolam por aí. Se tem a visão de uma mulher, que deveria ter uma abordagem contra o abuso feminino, a mensagem que ela quis passar foi justamente o contrário, de misoginia e machismo, numa protagonista fútil e inerte.
Muito bom ver que o Brasil está exportando nosso cinema de gênero e cada vez mais aumentam sua qualidade. Triste perceber que filmes assim foram lançados primeiramente na gringa pra depois receberem alguma data de lançamento no Brasil (Provavelmente será visto no Canal Brasil e não cinemas).
Algumas coisas importantes a se tratar: O filme é do Guto Parente e é o primeiro filme que vejo dele, dos elogiados Doce Amianto, Inferninho e Estrada para Ythaca. O filme é uma produção cearense, muito bom ver filme da minha terra estreando em festivais mundo afora. E é uma ótima crítica social a esse momento atual que vivemos em nosso país e não só dessa época, mas de tempos imemoriais e que sempre acontece.
O filme é sob o ponto de vista dos ricos, magnatas que moram nos arredores de Fortaleza e que se utilizam de pobres, geralmente negros e contratados como seguranças ou domésticos para saciar a lascívia e o paladar. Sim, como no próprio nome sugere, Gilda e Otávio, protagonistas ricaços, brancos, são canibais. E Otávio principalmente, que participa até de um grupo secreto, composto obviamente de brancos, ricos e até figuras políticas, como um deputado.
Basicamente então o diretor utiliza desse argumento para expor as críticas. O cidadão de bem, que não pode sair de casa com medo de ser assaltado. O ódio aos flanelinhas, que deveriam ser exterminados da face da Terra. A perpetuação dos interesses dos ricos, que devoram os pobres e sobem à custa desses.Valores como família, bons costumes, armamentos, segurança, algo tão valorizado em detrimento de outras questões cruciais, como educação, igualdade social. Já vimos isso antes, não? (E estamos vendo diariamente)
Conta com uma trilha inspirada de Fernando Catatau, guitarrista integrante da grande banda Cidadão Instigado e contém algumas cenas de sexo, o que não deve ser visto na sala perto dos pais, ok? O próprio título sugere que vai ser um festival de gore, além de ter efeitos práticos bem feitos do Rodrigo Aragão, mas não é bem assim.
O Clube dos Canibais é mais um thriller com críticas sociais que terror propriamente dito. Acerta mais quando entra nas críticas e não é bem sucedido como terror, o que certos elementos da trama acabam decepcionando um pouco nesse quesito. Mas com certeza merece ser visto e que mais produções assim apareçam, sejam distribuídas e que o brasileiro valorize nosso cinema.
Um filme de origem bem genérico e sem nenhuma novidade. O arco dramático da heroína é praticamente nulo, tem o seu passado, mas é apenas uma válvula de escape para Carol Danvers virar a Capitã Marvel. Pelo menos no filme, já que não conheço nada dos quadrinhos.
O filme tem todo um climão de uma sci-fi despretensiosa dos anos 90, com humor e bastante leveza. Legal ver Samuel L. Jackson "jovem" e brincalhão, o logo da Marvel fazendo homenagem à Stan Lee e o terço final diverte com as sequências de ação. Os diretores Anna Boden e Ryan Fleck, egressos do drama indie como Half Nelson e Mississipi Grind, encararam essa nova empreitada, mas o resultado é apenas razoável, nada marcante. Brie Larson inicialmente achava bem deslocada como a personagem, até infantil, o que me fez lembrar terrivelmente de Elektra, não sei por quê. No entanto, depois a atriz mostra o seu carisma e mais determinação na personagem. Tanto que notamos uma mudança de tom na
Quem estiver nessa babaquice de criticar por ter empoderamento feminino pode ficar tranquilo que não é o foco do filme, tirando uma frase ou outra cena que exalta isso. Seu ego masculino não será ferido, caro ser frágil. É um filme de origem despretensioso, diverte, termina você já o esquece, como Thor ou Homem Formiga.
Primeiro de tudo, gostaria que o filme fosse feito com atores nórdicos, pra que essa americanizada? E o próprio diretor é nórdico, cada uma. Segundo, a narração do filme estragou bastante, nada a ver. No mais, um bando de retardado fazendo coisa de retardado. Eu sou headbanger, black metal nunca foi minha praia, mas conheço a história do Inner Circle e tudo mais. Acho muitas atitudes de fãs do estilo bem infantis mesmo e deu meio que vergonha alheia de quando éramos jovens e nos achávamos os malzões ouvindo metal. Hoje curto bastante ainda, mas obviamente o tempo molda o nosso comportamento e passamos a gostar de outras coisas também.
Terceiro, não focaram muito na parte musical. Gostaria de ter visto mais sobre composições, etc. Tem até Sigur Rós em filme de black metal. Esperava ver mais bastidores, o lance da capa do EP que foi utilizada fica só sugerido no filme. As sequências de violência e dos crimes, no entanto, foram bem realistas e as atuações foram corretas.
Queria ter gostado mas não funcionou nem como thriller psicológico nem como horror. A atriz principal é bonita, mas não achei uma boa performance pra ilustrar uma mãe com problemas psicológicos. O garotinho é ok, mas nada demais. O lance do buraco poderia fazer uma analogia interessante com aquela frase do Nietzsche, de quanto mais se olha para o abismo mais ele olha de volta, mas não tem nada relevante quanto à isso
Coitado do Jake Gyllenhaal após O Abutre (Por sinal do mesmo diretor), como se diz na expressão: "Não deu mais nenhuma dentro". Sempre personagens caricatos ou afetados, como em Okja, Demolition e por aí vai (Com pequenas exceções, como em The Sisters Brothers e Wildlife, esse último que não conferi). No novo filme do Gilroy, que estreou hoje no Netflix e anteriormente no festival de Sundance 2019, Jake interpreta Morf Vanderwalt, um crítico de arte, homossexual, mas que no decorrer do filme mostra-se muito inseguro quanto às suas escolhas e opiniões. Ora tem trejeitos afetados e um parceiro homem, ora se sente confuso ao se apaixonar pela colega Josephina (Zawe Ashton).
Após a misteriosa morte de um artista desconhecido, descobre-se que existiam inúmeras obras suas na residência. E incrível que as artes são fenomenais. Como ninguém conhecia esse artista? Aproveitam-se então para ganhar em cima do falecido, porém suas obras carregam uma maldição que vai perseguir cada um daquela galeria de artes.
O filme que deveria ser uma sátira ao mundo das artes vira um terror sobrenatural, com boas cenas quando investe nelas. O elenco é excelente. Temos Rene Russo, John Malkovich, Toni Collette, Daveed Diggs (Visto no sensacional Blindspotting) e Natalia Dyer (Stranger Things). O título do filme se refere a uma antiga banda de punk rock que a personagem de Russo tinha no passado, Sem muita influência na história. Tem créditos iniciais bacanas, misturando uma animação artística e a música-tema de Marco Beltrami, trilha que fica tímida no restante do filme.
Apesar das boas ideias e da crítica à ganância sobre a arte, passa vergonha quando comparamos à acidez de um The Square, por exemplo. Além do quesito sobrenatural não ser tão bem explorado, mas o filme ainda diverte em poucos momentos.
E o primeiro filme de 2019 foi Under the Silver Lake, aguardado filme do diretor David Robert Mitchell, mesmo do fenômeno It Follows (Que confesso nem ser grande fã também, apesar de achar um bom filme). Esse seu segundo trabalho teve uma recepção mista no último Festival de Cannes, em que muitos críticos saíram durante a sessão e assisti com a maior vontade, sem expectativas.
Fato é que, apesar de extremamente bem dirigido, com uma excelente trilha sonora e várias referências cinematográficas, achei o filme muito pretensioso, tipo "olha como entendo de cinema, com vários posters de clássicos na parede do protagonista e outras referências visuais". "Ah, a trama do meu filme foi um sonho que eu tive que conectei todos os pontos e transformei nessa mistureba investigativa hipster".
As referências a Hitchcock são óbvias, desde a trilha sonora, o cara observando a vizinhança como em Janela Indiscreta, poster de Psicose na parede, dentre outras coisas. A trama me lembrou algo do Thomas Pynchon, como o Inherent Vice dirigido por Paul Thomas Anderson, mas sem o brilhantismo desse último. Um filme de 2 horas e 19 minutos, bastante longo, que desfila uma série de surrealismos, como vi numa crítica aí, é um Cidade dos Sonhos escrito por um aluno do ensino médio, com referências a Mario Bros, Zelda, mas que não têm sentido prático. Uma pena, porém o filme tem boas cenas, bons momentos e Andrew Garfield carrega bem a obra.
Baseado no livro de Josh Malerman, Caixa de Pássaros tem uma trama intrigante e que é um amálgama de elementos que lembra outras obras, como o recente filme Um Lugar Silencioso, Fim dos Tempos e Ensaio sobre a Cegueira. Um Lugar Silencioso porque troca os sentidos: enquanto no filme do John Krasinski existem monstros guiados pelo som, aqui as criaturas não podem ser vistas, espécie de Medusa. Caso as avistem, as pessoas cometem suicídio, o que lembra Fim dos Tempos, de M. Night Shyamalan. E por fim, Ensaio Sobre a Cegueira, já que é um filme pós-apocalíptico que as pessoas têm que viver como cegos, embora permaneçam com os sentidos intactos, mas impossibilitados de usá-los plenamente.
O elenco é excelente, Sandra Bullock como protagonista, John Malkovich, Sarah Paulson, Trevante Rhodes, Jacki Weaver o completando. No entanto, com exceção talvez de Bullock e Trevante, os atores não são bem aproveitados em tela. Paulson em uma ponta como a irmã da protagonista, aparece muito pouco em tela. Malkovich interpreta um personagem caricato semeador de discórdia e Jacki Weaver tão insignificante e sem camadas que poderia nem estar lá. Tem outros do elenco que sinceramente sua falta nem é sentida e somem da história sem mais nem menos.
Bullock interpreta uma mulher grávida diante do apocalipse e sem um senso de maternidade, desinteressada em ser mãe, característica que vai ganhando no decorrer do filme. A atriz ainda segura bem o filme, apesar de não ter grande destaque e Trevante Rhodes, visto em Moonlight, está bem, como um homem bondoso e par romântico da protagonista.
Dirigido por Susanne Bier, diretora dinamarquesa de altos e baixos na carreira, é um filme bem conduzido, com belas imagens, boa fotografia e a direção é o que menos atrapalha. O roteiro escrito por Eric Heisserer que não é tão feliz. Não li o livro no qual o filme é baseado, mas o lance dos pássaros não tem grande importância a não ser alertar os personagens da presença dos monstros e no filme é pouco explorado. Os personagens como já falado acima não causam empatia no espectador. A divisão de linhas temporais entre presente e passado é um pouco problemática, por não causar surpresas ao espectador sobre o destino de outros personagens e tem um desfecho simples para uma narrativa de duas linhas temporais, ou seja, sem surpresas.
Eu gostei particularmente da não-aparição das criaturas, nem explicações sobre origem, pontos fracos, etc. As criaturas são apenas sugeridas, nunca mostradas a não ser em desenhos de determinado personagem. Outro fator que achei interessante é que personagens com distúrbios psicológicos não são afetados pelas criaturas, já que não têm mais sanidade, elemento que deveria ser melhor explorado.
Caixa de Pássaros é um filme que tem boas ideias, mas uma série de problemas de roteiro. Susanne Bier, que geralmente se dá bem em seus filmes dinamarqueses, como Em um mundo Melhor, Depois do Casamento, Open Hearts, Brothers, não teve a mesma sorte em Hollywood quanto à qualidade de suas obras.
Spike Lee, junto a Jason Blum, Jordan Peele e mais vários produtores e roteiro escrito a "3 mãos", criou essa biografia diferente. Apesar de seguir a história real de Ron Stallworth (John David Washington, filho de Denzel Washington), o filme tem bastante parte da história ficcionalizada, fazendo homenagem ao subgênero Blaxpoitation, além de fazer várias alusões aos problemas políticos e sociais da atualidade, apesar da história se passar nos anos 70.
Desde o "A Spike Lee Joint" até a apresentação do filme ao dizer que é baseado em uma história real com um vocabulário informal negro americano, o Blaxpoitation está sempre presente: O título do filme, a trilha sonora, o visual do protagonista entusiasta do Black Power, tudo remete à estética do subgênero policial.
Os membros da Ku Klux Klan são representados como verdadeiros idiotas, como o Ivanhoe, que possui uma risada digna de um retardado mental e Connie, mulher de um dos membros, que aceita tudo que o marido se envolve. Filmes como Super Fly, Shaft, Coffy e Cleopatra Jones são citados, o que ressalta o Blaxpoitation.
O longa perde um pouco o seu tom ácido no final para se tornar mais sério, em um desfecho impactante, assim como o de um outro grande filme que trata sobre o racismo lançado em 2018, o excelente Ponto Cego, que merecia maior atenção. As diversas alusões à Trump e à direita mostra que vivemos uma realidade parecida no Brasil, com a eleição de um Presidente que segue à risca muitas das características, assim como seus eleitores. Um filme importante e que retrata uma realidade de uma América virada de cabeça pra baixo, como a bandeira dos Estados Unidos aparece em determinado momento do filme. Uma dobradinha com Ponto Cego faz virar uma sessão de extrema qualidade. E exemplos não faltam esse ano do cinema negro: Além desses 2 precisamos citar os aclamados If Beale Street Could Talk, Sorry to Bother You, The Hate U Give, outros 3 que pretendo ver em breve.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KBastante divertido, vi carinha falando ser pior que Esquadrão, puta que pariu, viu o mesmo filme que eu? Esquadrão é uma bosta. Só as cenas de ação, utilização das músicas é bem melhor que o outro filme, além da Margot Robbie estar bem melhor. As coadjuvantes também são boas.
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraPorrada fofa Disney? Tô fora
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraAdaptações cinematográficas geralmente costumam decepcionar muitas vezes a quem leu a obra original, por mudar muitos detalhes. Isso aconteceu com o autor Stephen King e O Iluminado de Stanley Kubrick: o escritor detesta veementemente o filme de 1980, já que muda drasticamente certos eventos do livro.
Doutor Sono já se apresenta como um universo expandido de O Iluminado, transformando-se em um filme de fantasia/aventura com toques de terror, diferente do suspense psicólogico do primeiro filme/livro. Quem desconhece a história do livro e pensa em encontrar um tom exatamente igual ao filme do Kubrick pode não gostar, já que esse foca nas tais habilidades dos iluminados e nos seres que se alimentam deles.
A obra tem diversas referências ao próprio Kubrick, como It: A Coisa, criaturas imortais que se assemelham a vampiros, como em Salem's Lot, dentre outras. A respeito do filme, a adaptação é extremamente fiel, com leves mudanças. A partir de metade do filme é que Flanagan toma muitas liberdades criativas e muda bastantes eventos do livro, principalmente quanto ao destino de alguns personagens e quando mistura o filme do Kubrick com a trama dos livros de King.
No entanto tais mudanças são válidas em sua grande maioria e outras nem tanto. Falando como alguém que leu o livro, as mudanças não me incomodaram, pois melhorou o final em relação ao livro e deu um tom a mais de ameaça aos protagonistas, algo meio ausente na obra original.
A forma como Flanagan criou as cenas dos "cofres mentais" e as viagens pela mente são visualmente incríveis e casam muito com o que imaginamos ao ler o livro. Há certos elementos que não gostei, como a menção a Momo, avó de Abra Stone, personagem importante no livro, mas aqui a citação é irrelevante, assim como os pais da protagonista que são qualquer coisa.
As atuações estão boas e Ewan McGregor, Kyliegh Curran e Rebecca Ferguson exploram bem seus personagens da maneira como são no livro. Um bom filme para um bom livro, com uma direção bem diferente de O Iluminado.
Eli
2.5 589 Assista AgoraUma pena, o filme tem até atuações corretas e prende a atenção, mas aquele plot twist ridículo quase estraga o filme por completo.
Campo do Medo
2.7 732 Assista AgoraO filho da puta preso no matagal das drogas e cantando música pra dizer que é membro de uma banda. Ah, vai se foder, meu
Campo do Medo
2.7 732 Assista AgoraHorrível, vocês são bem generosos. As atuações e diálogos estragam tudo, torcia pra que todos aqueles personagens morressem brutalmente. Os piores são o irmão da Becky e o namorado.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraMuito bom, depois de ter vistos poucos filmes realmente magníficos esse ano, vir o Joon-ho Bong e entregar uma pedrada dessas mais uma vez. Cinema sul-coreano quando quer não tem pra ninguém. Melhor do ano até o momento
I Am Mother
3.4 495 Assista AgoraSó eu que achei a Clara Rugaard a cara da Natalie Portman jovem?
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraAcho bom o filme fazer sucesso, achei bem feito, boa homenagem ao universo, mas tem muito momento "massa véi" no filme, piadas em excesso pra um desfecho que deveria ser mais denso, achei muitas soluções fáceis no filme, enfim.
Filho Nativo
3.2 20 Assista AgoraNão gostei, o filme é dividido em 3 capítulos, Destino, Medo e Vôo. A história vai bem até o final do segundo capítulo para início do terceiro em que acontece algo que estraga o filme quase por completo, pelo menos pra mim. Não li o livro o qual foi baseado mas analisando como filme infelizmente o filme é repleto de coincidências e conveniências, com um roteiro problemático. Uma pena, o ator principal atua bem e tem alguns detalhes interessantes no personagem que poderiam ser melhor trabalhados, mas infelizmente o roteiro mina quase tudo.
Justiça Brutal
3.7 153 Assista AgoraMais um ótimo filme de S.Craig Zahler, um dos meus favoritos atualmente. Apesar de ter achado seu "menos bom" filme, ainda assim é muito foda. Embora tenha uma longa duração, nunca fica maçante. Demora 1:30 pra a ação chegar, mas quando chega não para mais, com uma sequência final excelente.
Enquanto isso Zahler constrói sua trama sem pressa. O destaque vai para Mel Gibson, um policial motherfucka prestes a se aposentar e inconformado com a situação atual do seu trabalho. Os assaltantes são super cruéis e ameaçadores. A violência não é tanta quanto nos filmes anteriores, mas existe e tem sequências gráficas rápidas, mas eficientes.
Não é todo mundo que tem um talento como Zahler pra fazer um policial assim e aguardo agora ansioso sua parceria com Chan-wook Park para o faroeste sangrento, dessa vez no papel de roteirista. Imagina o que vai sair disso?
Durante a Tormenta
4.0 900 Assista AgoraOriol Paulo se confirma como mais um ótimo diretor espanhol, especialista em thrillers. Suas tramas não buscam introduzir metáforas para discutir pós-filme e sim apenas o entretenimento, com uma história que tem várias reviravoltas. O Corpo e Um Contratempo já mostraram isso e nesse novo filme disponível na Netflix o diretor dá um passo além.
O longa pode parecer fraco de início, com uma aparente coincidência que pode ser um ato falho de roteiro, mas logo o filme mostra a que veio e constrói uma intrincada trama que prefiro não falar muito sobre. O elenco é bom: a belíssima Adriana Ugarte é a protagonista (vista em Julieta, de Almodóvar), Chino Darín não é lá grande ator como o pai, mas dá conta do recado e temos o professor de A Casa de Papel, Álvaro Morte. O diretor ainda faz uma leve brincadeira com o filme "Um Contratempo" com a presença de uma atriz que participa de ambos. Não sei se foi brincadeira, mas a sua participação eu tratei como uma "homenagem".
Falar da trama não é legal, peguem apenas a informação que tem uma forte tempestade, pronto. Diferente de "Um contratempo" que teve um excesso de reviravoltas, esse tem bem menos, mais bem construídas e uma delas me pegou de jeito, porque não adivinhei. Enfim, ótimo entretenimento, suspense inteligente, bem feito e o melhor trabalho do diretor até então. Viva os thrillers espanhóis!
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraBem, estou cada vez mais vigilante quanto a trailers. Felizmente ou infelizmente vi o trailer de Us e fiquei bastante empolgado. Quando saíram as críticas o exaltando, naturalmente o hype sobe um pouco. Fato é que Jordan Peele é um nome importante para o cinema. E principalmente para o terror, meu gênero predileto e fico feliz de estar tão em alta e tão reconhecido. Mas ainda assim acho que ele não chegou lá em entregar uma obra-prima.
Sim, caso não tenha visto o trailer mantenha-se assim porque vai ser melhor a sua experiência, acredito eu. Pode não influenciar quem tenha visto, mas enfim fica o aviso. Peele cria uma espécie de filme englobado em vários gêneros e subgêneros para compor o seu novo trabalho. Desde o invasão domiciliar (Algo que o filme A Invasora parece ter influenciado muito o diretor) até outros que prefiro não falar.
O humor está presente no filme em menor tom que em Corra, mas que pra mim não funcionou tanto. Um dos principais destaques foi a trilha sonora, aquela cena inicial dos coelhos dá a impressão de algo grandioso, com uma música marcante. E os aspectos sonoros em si funcionam pra engrandecer a tensão.
Os atores todos bem, com destaque para Lupita. Não achei que mereça tanto assim uma indicação à Oscar como já vejo alguns especulando (Diferente de uma Toni Colette), mas ficaria feliz caso fosse.
O roteiro em si é bom, embora o de Corra tenha achado melhor. No entanto aqui a direção é outra: enquanto que em Corra Peele trata especificamente de racismo, aqui o âmbito é mais geral, mais América mesmo (U.S), mais o ser humano em si, os favorecidos e os não-favorecidos, os marginalizados, os cegos dentro da caverna do mito de Platão. É um roteiro que é engenhoso, que faz pensar, mas não totalmente original. Em termos de impacto a título de comparação, filmes como Sorry to Bother You e Blindspotting me impactaram mais.
Nós é mais um bom filme de Peele, que nos faz refletir enquanto passa tensão. Pra mim, ainda não foi dessa vez que ele entregou sua obra-prima, mas caminha para isso. Que venha mais Peele.
Holiday
3.0 15 Assista AgoraFilme com belas paisagens, mas é um filme vazio, sem propósito. Inicialmente parece com Revenge, garotinha amante de gângster que adora os luxos e trabalha para eles, mas no decorrer do filme acompanhamos uma rotina de criminosos num local paradisíaco e que coloca a protagonista em maus lençóis através das mais diversas humilhações.
A versão que eu vi é a que contém uma infame cena cortada. Achei uma versão que contém a tal cena, extremamente chocante, mas que com ela ou não o filme é um nada e extremamente misógino, dirigido por uma mulher, pra piorar. Se o filme tem mensagem a favor das mulheres eu não sei. E se é pra denunciar os abusos machistas também não serve, pois a protagonista faz é gostar daquele universo, vide o que acontece em determinado momento do filme quando
ela mata o holandês, que estava sendo bom com ela. Após o gângster fazer medo ao holandês, a moça vai até o barco e o mata. Quando ela é estuprada pelo gângster, abusada, continua o apoiando.
Aí detestei o filme. Não acontece nada e quando tem a tal cena chocante, ela é cortada das versões que rolam por aí. Se tem a visão de uma mulher, que deveria ter uma abordagem contra o abuso feminino, a mensagem que ela quis passar foi justamente o contrário, de misoginia e machismo, numa protagonista fútil e inerte.
O Clube dos Canibais
3.1 148 Assista AgoraMuito bom ver que o Brasil está exportando nosso cinema de gênero e cada vez mais aumentam sua qualidade. Triste perceber que filmes assim foram lançados primeiramente na gringa pra depois receberem alguma data de lançamento no Brasil (Provavelmente será visto no Canal Brasil e não cinemas).
Algumas coisas importantes a se tratar: O filme é do Guto Parente e é o primeiro filme que vejo dele, dos elogiados Doce Amianto, Inferninho e Estrada para Ythaca. O filme é uma produção cearense, muito bom ver filme da minha terra estreando em festivais mundo afora. E é uma ótima crítica social a esse momento atual que vivemos em nosso país e não só dessa época, mas de tempos imemoriais e que sempre acontece.
O filme é sob o ponto de vista dos ricos, magnatas que moram nos arredores de Fortaleza e que se utilizam de pobres, geralmente negros e contratados como seguranças ou domésticos para saciar a lascívia e o paladar. Sim, como no próprio nome sugere, Gilda e Otávio, protagonistas ricaços, brancos, são canibais. E Otávio principalmente, que participa até de um grupo secreto, composto obviamente de brancos, ricos e até figuras políticas, como um deputado.
Basicamente então o diretor utiliza desse argumento para expor as críticas. O cidadão de bem, que não pode sair de casa com medo de ser assaltado. O ódio aos flanelinhas, que deveriam ser exterminados da face da Terra. A perpetuação dos interesses dos ricos, que devoram os pobres e sobem à custa desses.Valores como família, bons costumes, armamentos, segurança, algo tão valorizado em detrimento de outras questões cruciais, como educação, igualdade social. Já vimos isso antes, não? (E estamos vendo diariamente)
Conta com uma trilha inspirada de Fernando Catatau, guitarrista integrante da grande banda Cidadão Instigado e contém algumas cenas de sexo, o que não deve ser visto na sala perto dos pais, ok? O próprio título sugere que vai ser um festival de gore, além de ter efeitos práticos bem feitos do Rodrigo Aragão, mas não é bem assim.
O Clube dos Canibais é mais um thriller com críticas sociais que terror propriamente dito. Acerta mais quando entra nas críticas e não é bem sucedido como terror, o que certos elementos da trama acabam decepcionando um pouco nesse quesito. Mas com certeza merece ser visto e que mais produções assim apareçam, sejam distribuídas e que o brasileiro valorize nosso cinema.
Capitã Marvel
3.7 1,9K Assista AgoraUm filme de origem bem genérico e sem nenhuma novidade. O arco dramático da heroína é praticamente nulo, tem o seu passado, mas é apenas uma válvula de escape para Carol Danvers virar a Capitã Marvel. Pelo menos no filme, já que não conheço nada dos quadrinhos.
O filme tem todo um climão de uma sci-fi despretensiosa dos anos 90, com humor e bastante leveza. Legal ver Samuel L. Jackson "jovem" e brincalhão, o logo da Marvel fazendo homenagem à Stan Lee e o terço final diverte com as sequências de ação. Os diretores Anna Boden e Ryan Fleck, egressos do drama indie como Half Nelson e Mississipi Grind, encararam essa nova empreitada, mas o resultado é apenas razoável, nada marcante. Brie Larson inicialmente achava bem deslocada como a personagem, até infantil, o que me fez lembrar terrivelmente de Elektra, não sei por quê. No entanto, depois a atriz mostra o seu carisma e mais determinação na personagem. Tanto que notamos uma mudança de tom na
cena pós-créditos
Quem estiver nessa babaquice de criticar por ter empoderamento feminino pode ficar tranquilo que não é o foco do filme, tirando uma frase ou outra cena que exalta isso. Seu ego masculino não será ferido, caro ser frágil. É um filme de origem despretensioso, diverte, termina você já o esquece, como Thor ou Homem Formiga.
Mayhem: Senhores Do Caos
3.5 280Primeiro de tudo, gostaria que o filme fosse feito com atores nórdicos, pra que essa americanizada? E o próprio diretor é nórdico, cada uma. Segundo, a narração do filme estragou bastante, nada a ver. No mais, um bando de retardado fazendo coisa de retardado. Eu sou headbanger, black metal nunca foi minha praia, mas conheço a história do Inner Circle e tudo mais. Acho muitas atitudes de fãs do estilo bem infantis mesmo e deu meio que vergonha alheia de quando éramos jovens e nos achávamos os malzões ouvindo metal. Hoje curto bastante ainda, mas obviamente o tempo molda o nosso comportamento e passamos a gostar de outras coisas também.
Terceiro, não focaram muito na parte musical. Gostaria de ter visto mais sobre composições, etc. Tem até Sigur Rós em filme de black metal. Esperava ver mais bastidores, o lance da capa do EP que foi utilizada fica só sugerido no filme. As sequências de violência e dos crimes, no entanto, foram bem realistas e as atuações foram corretas.
The Hole in the Ground
2.8 103Queria ter gostado mas não funcionou nem como thriller psicológico nem como horror. A atriz principal é bonita, mas não achei uma boa performance pra ilustrar uma mãe com problemas psicológicos. O garotinho é ok, mas nada demais. O lance do buraco poderia fazer uma analogia interessante com aquela frase do Nietzsche, de quanto mais se olha para o abismo mais ele olha de volta, mas não tem nada relevante quanto à isso
E no final então
parece Abismo do Medo, com criaturas nada a ver
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraVenho aqui de vez em quando só pra ver o choro dos bolsominions kkkkk. Chora cambada de prego
Toda Arte é Perigosa
2.6 496 Assista AgoraCoitado do Jake Gyllenhaal após O Abutre (Por sinal do mesmo diretor), como se diz na expressão: "Não deu mais nenhuma dentro". Sempre personagens caricatos ou afetados, como em Okja, Demolition e por aí vai (Com pequenas exceções, como em The Sisters Brothers e Wildlife, esse último que não conferi). No novo filme do Gilroy, que estreou hoje no Netflix e anteriormente no festival de Sundance 2019, Jake interpreta Morf Vanderwalt, um crítico de arte, homossexual, mas que no decorrer do filme mostra-se muito inseguro quanto às suas escolhas e opiniões. Ora tem trejeitos afetados e um parceiro homem, ora se sente confuso ao se apaixonar pela colega Josephina (Zawe Ashton).
Após a misteriosa morte de um artista desconhecido, descobre-se que existiam inúmeras obras suas na residência. E incrível que as artes são fenomenais. Como ninguém conhecia esse artista? Aproveitam-se então para ganhar em cima do falecido, porém suas obras carregam uma maldição que vai perseguir cada um daquela galeria de artes.
O filme que deveria ser uma sátira ao mundo das artes vira um terror sobrenatural, com boas cenas quando investe nelas. O elenco é excelente. Temos Rene Russo, John Malkovich, Toni Collette, Daveed Diggs (Visto no sensacional Blindspotting) e Natalia Dyer (Stranger Things). O título do filme se refere a uma antiga banda de punk rock que a personagem de Russo tinha no passado, Sem muita influência na história. Tem créditos iniciais bacanas, misturando uma animação artística e a música-tema de Marco Beltrami, trilha que fica tímida no restante do filme.
Apesar das boas ideias e da crítica à ganância sobre a arte, passa vergonha quando comparamos à acidez de um The Square, por exemplo. Além do quesito sobrenatural não ser tão bem explorado, mas o filme ainda diverte em poucos momentos.
Nota: 6,0/10,0
O Mistério de Silver Lake
3.0 289 Assista AgoraE o primeiro filme de 2019 foi Under the Silver Lake, aguardado filme do diretor David Robert Mitchell, mesmo do fenômeno It Follows (Que confesso nem ser grande fã também, apesar de achar um bom filme). Esse seu segundo trabalho teve uma recepção mista no último Festival de Cannes, em que muitos críticos saíram durante a sessão e assisti com a maior vontade, sem expectativas.
Fato é que, apesar de extremamente bem dirigido, com uma excelente trilha sonora e várias referências cinematográficas, achei o filme muito pretensioso, tipo "olha como entendo de cinema, com vários posters de clássicos na parede do protagonista e outras referências visuais". "Ah, a trama do meu filme foi um sonho que eu tive que conectei todos os pontos e transformei nessa mistureba investigativa hipster".
As referências a Hitchcock são óbvias, desde a trilha sonora, o cara observando a vizinhança como em Janela Indiscreta, poster de Psicose na parede, dentre outras coisas. A trama me lembrou algo do Thomas Pynchon, como o Inherent Vice dirigido por Paul Thomas Anderson, mas sem o brilhantismo desse último. Um filme de 2 horas e 19 minutos, bastante longo, que desfila uma série de surrealismos, como vi numa crítica aí, é um Cidade dos Sonhos escrito por um aluno do ensino médio, com referências a Mario Bros, Zelda, mas que não têm sentido prático. Uma pena, porém o filme tem boas cenas, bons momentos e Andrew Garfield carrega bem a obra.
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista AgoraMetáfora de c... é r.... O filme é só isso e pronto. Ainda tem vídeo explicando o final. Espectadores estão muito preguiçosos
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista AgoraBaseado no livro de Josh Malerman, Caixa de Pássaros tem uma trama intrigante e que é um amálgama de elementos que lembra outras obras, como o recente filme Um Lugar Silencioso, Fim dos Tempos e Ensaio sobre a Cegueira. Um Lugar Silencioso porque troca os sentidos: enquanto no filme do John Krasinski existem monstros guiados pelo som, aqui as criaturas não podem ser vistas, espécie de Medusa. Caso as avistem, as pessoas cometem suicídio, o que lembra Fim dos Tempos, de M. Night Shyamalan. E por fim, Ensaio Sobre a Cegueira, já que é um filme pós-apocalíptico que as pessoas têm que viver como cegos, embora permaneçam com os sentidos intactos, mas impossibilitados de usá-los plenamente.
O elenco é excelente, Sandra Bullock como protagonista, John Malkovich, Sarah Paulson, Trevante Rhodes, Jacki Weaver o completando. No entanto, com exceção talvez de Bullock e Trevante, os atores não são bem aproveitados em tela. Paulson em uma ponta como a irmã da protagonista, aparece muito pouco em tela. Malkovich interpreta um personagem caricato semeador de discórdia e Jacki Weaver tão insignificante e sem camadas que poderia nem estar lá. Tem outros do elenco que sinceramente sua falta nem é sentida e somem da história sem mais nem menos.
Bullock interpreta uma mulher grávida diante do apocalipse e sem um senso de maternidade, desinteressada em ser mãe, característica que vai ganhando no decorrer do filme. A atriz ainda segura bem o filme, apesar de não ter grande destaque e Trevante Rhodes, visto em Moonlight, está bem, como um homem bondoso e par romântico da protagonista.
Dirigido por Susanne Bier, diretora dinamarquesa de altos e baixos na carreira, é um filme bem conduzido, com belas imagens, boa fotografia e a direção é o que menos atrapalha. O roteiro escrito por Eric Heisserer que não é tão feliz. Não li o livro no qual o filme é baseado, mas o lance dos pássaros não tem grande importância a não ser alertar os personagens da presença dos monstros e no filme é pouco explorado. Os personagens como já falado acima não causam empatia no espectador. A divisão de linhas temporais entre presente e passado é um pouco problemática, por não causar surpresas ao espectador sobre o destino de outros personagens e tem um desfecho simples para uma narrativa de duas linhas temporais, ou seja, sem surpresas.
Eu gostei particularmente da não-aparição das criaturas, nem explicações sobre origem, pontos fracos, etc. As criaturas são apenas sugeridas, nunca mostradas a não ser em desenhos de determinado personagem. Outro fator que achei interessante é que personagens com distúrbios psicológicos não são afetados pelas criaturas, já que não têm mais sanidade, elemento que deveria ser melhor explorado.
Caixa de Pássaros é um filme que tem boas ideias, mas uma série de problemas de roteiro. Susanne Bier, que geralmente se dá bem em seus filmes dinamarqueses, como Em um mundo Melhor, Depois do Casamento, Open Hearts, Brothers, não teve a mesma sorte em Hollywood quanto à qualidade de suas obras.
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraSpike Lee, junto a Jason Blum, Jordan Peele e mais vários produtores e roteiro escrito a "3 mãos", criou essa biografia diferente. Apesar de seguir a história real de Ron Stallworth (John David Washington, filho de Denzel Washington), o filme tem bastante parte da história ficcionalizada, fazendo homenagem ao subgênero Blaxpoitation, além de fazer várias alusões aos problemas políticos e sociais da atualidade, apesar da história se passar nos anos 70.
Desde o "A Spike Lee Joint" até a apresentação do filme ao dizer que é baseado em uma história real com um vocabulário informal negro americano, o Blaxpoitation está sempre presente: O título do filme, a trilha sonora, o visual do protagonista entusiasta do Black Power, tudo remete à estética do subgênero policial.
Os membros da Ku Klux Klan são representados como verdadeiros idiotas, como o Ivanhoe, que possui uma risada digna de um retardado mental e Connie, mulher de um dos membros, que aceita tudo que o marido se envolve. Filmes como Super Fly, Shaft, Coffy e Cleopatra Jones são citados, o que ressalta o Blaxpoitation.
O longa perde um pouco o seu tom ácido no final para se tornar mais sério, em um desfecho impactante, assim como o de um outro grande filme que trata sobre o racismo lançado em 2018, o excelente Ponto Cego, que merecia maior atenção. As diversas alusões à Trump e à direita mostra que vivemos uma realidade parecida no Brasil, com a eleição de um Presidente que segue à risca muitas das características, assim como seus eleitores. Um filme importante e que retrata uma realidade de uma América virada de cabeça pra baixo, como a bandeira dos Estados Unidos aparece em determinado momento do filme. Uma dobradinha com Ponto Cego faz virar uma sessão de extrema qualidade. E exemplos não faltam esse ano do cinema negro: Além desses 2 precisamos citar os aclamados If Beale Street Could Talk, Sorry to Bother You, The Hate U Give, outros 3 que pretendo ver em breve.