Esse filme é uma grande evolução da comédia/sátira política de "Greetings", aqui as piadas disfarçadas como crítica social, funcionam de maneira muito mais eficiente, além de serem muito mais engraçadas. Robert Deniro incrivelmente bem aqui, tanto ele como o DePalma evoluíram bastante.
Tem um desenvolvimento interessante, apesar dos clichês, e é visualmente um dos mais interessantes entre os indicados desse ano. Acho que faltou um clímax maior no final, apesar de ainda o achar interessante.
Curta de animação baseado na vida da execrável torturadora Íngrid Olderöck. Bizarramente interessante, o curta é bem surreal e abstrato, e sem as explicações sobre a personagem, a pessoa pode ficar meio perdida.
Gratificante fechamento de um ciclo. Sempre adorei a versão Craig do mito James Bond, e acho que toda sua trajetória foi bem digna, esse filme talvez peque um pouco no vilão caricato, mas em todo o resto ele exala tudo que os outros filmes tiveram de melhor. A história desse James Bond estará pra sempre no imaginário das pessoas.
Extremamente divertido e criativo, e com uma arte linda. Me perguntei por alguns momentos, se o curta se trata de uma história real, os personagens são tão cativantes que realmente parecem ser de verdade. Um dos meus favoritos pra curta de animação no Oscar.
O primeiro trabalho filmado de Brian De Palma, ficou um longo período sem ser lançado por conta de problemas com a produtora. Filmado em 1963, só chegou a ser lançado em 1969. O filme é uma comédia bem fraquinha sobre casamento, e conta com poucos momentos realmente interessantes, De Palma co-dirigiu o filme com outros dois diretores, e esse foi realmente o primeiro filme que o DeNiro filmou (apesar de ele constar nas capas do filme, ele é apenas um personagem secundário no filme).
No segundo filme de Brian De Palma, temos o primeiro papel expressivo da carreira de Robert DeNiro, no longa ele está interpretando um cineasta amador com obsessões voyeurística (um pouco self insert do próprio De Palma), que faz parte do trio excêntrico de personagens principais. O filme é divido entre os três, com cada um tendo um tipo de abordagem, o primeiro, Paul é um que sai em encontros esquematizados, uma espécie de "Tinder" da época, entre um encontro e outro as situações e as mulheres que ele topa vão sempre escalando pra algo mais estranhamente peculiar. Já a segunda é sobre Lloyd, um homem obcecado pela morte de JFK e as respectivas teorias conspiratórias que envolvem a morte do mesmo, esse é um que tem um dos desfechos mais surpreendentes e irônicos. Por fim temos o Jon Rubin, personagem do DeNiro, que é um cineasta que gosta de filmar garotas se despindo de forma natural, algo que rende algumas cenas muito boas e inclusive a ótima e criativa conclusão do longa. O longa também conta com diversas críticas e sátiras anti guerra e governo, muito bem inseridas por sinal. É uma comédia que remete muito ao cinema europeu e que apesar disso, ainda tem traços fortes do estilo que consolidaria a carreira do diretor mais tarde.
"He kill the lady. He killed her and put her in his picture..." É um filme bem estranho e que parece ser de baixíssimo orçamento, mas no meio dessa bagunça, existe algumas cenas bem criativas e inventivas, o jeito que ele dividiu o filme em perspectivas diferentes e passagens de tempo, as cenas em primeira pessoa, e a pitada voyerística, mostra como apesar de seus defeitos, tudo ali é carregado de criatividade e ambição.
A história do homem quieto com um passado obscuro, que acaba entrando em confronto com um mafioso violento porque bateu em algum parente dele, talvez esteja ficando um pouco batida. Talvez.
Um personagem disperso, que está mais obcecado por uma fantasia irreal do que sua própria vida, uma geração e sua devoção pela cultura midiática na busca de um propósito. E por fim, um filme "neo noir" bem surrealista e divertido.
Que bela surpresa esse filme, apesar de possuir uma longa duração, o filme conseguiu me manter imerso naquele universo com personagens tão moralmente questionáveis e excêntricos. A direção do Scott também tem umas sacadas bem inteligentes aqui, tem certos cortes bem criativos no longa e acho que a montagem ajudou bastante o filme não se manter maçante. O personagem mais importante do filme, Patrizia, vivida por Lady Gaga, também é ótimo, e muito disso é mérito da atriz, que na minha opinião está em sua melhor forma como atriz nesse papel, apesar do sotaque italiano estereotipado, os resto do elenco manda muito bem, até o Leto que é o mais caricato de todos, consegue humanizar seu personagem em algumas cenas ótimas, se tornado meu coadjuvante favorito do filme.
Apesar da lenta construção da trama, o terceiro ato do filme mostra a que veio e consegue aproveitar muito bem essa jornada sobre manipulação e degradação. Senti o Bradley Cooper bem no papel, já a Cate Blanchett um pouco caricata, mas algo que cabe no tipo do personagem que está fazendo, e a Rooney Mara tenta entregar no pouco espaço que o personagem tem. E o filme é esteticamente muito bonito, Del Toro é um cara que preza bastante o visual em seus filmes, e esse não é diferente.
Depois de assistir o excelente Titane, tive que ir atrás de outro trabalho da maravilhosa Julia Ducournau. E olha, saí bem satisfeito com essa outra obra da diretora, apesar de ser menos sucinta e profunda que Titane, ela tem seus momentos e a direção e trilha sonora são espetaculares. Adorei o trio de personagens principais também (a protagonista, irmã e o colega de quarto gay), é um filme que faz você pensar sobre certos aspectos do fetichismo e aceitação, na medida possível.
Adaptar Shakespeare de uma forma tão literal e densa, e ainda conseguir imprimir a sua identidade só mostra o quão talentoso o Joel Coen é. A fotografia extremamente hipnotizante, remetendo ao expressionismo alemão e a atuação totalmente entregue do Denzel, só engrandece ainda mais a obra, que até o momento, é a mais esteticamente estilosa que vi esse ano.
É incrível como esse filme é realista ao ponto de sentirmos que estamos testemunhado algo real, todo o trabalho de produção desse filme talvez seja um dos maiores da história. Todo o figurino, cavalos e inúmeras pessoas em vários enquadramentos, que as vezes parecem pinturas, mostram que talvez esse seja um dos maiores, ou o maior, épico da história do cinema. Não bastasse todo esse valor de produção, temos um épico trágico muito emocionante, sobre como o ódio pode destruir qualquer chance de paz e felicidade.
O último que faltava para revisão e o último que eu tinha visto antes dela, e como esse filme envelheceu bem pra mim, Craven realmente estava inspirado nesse que foi o seu último filme e deixou um legado bem sólido na história do cinema com essa franquia, que no final, se mostra uma mega celebração do cinema de horror e sua evolução.
Drunken Angel é o primeiro filme de Akira Kurosawa com colaboração de Toshiro Mifune, uma dupla que futuramente iriam lançar grandes obras importantes para a história do cinema, gerando uma das mais famosas parcerias ator/diretor de todos os tempos. Só por isso já valeria a pena ver esse filme, mas existe uma linda história sobre autodestruição e a cura, tanto do corpo quanto da alma nesse filme. O filme se passa inteiramente em uma pequena região no Japão pós-guerra, fica evidenciado logo no inicio, que existe um mangue que está no centro do local, onde as pessoas despejam tudo de indesejado por elas, talvez pra mostrar a precariedade daquele lugar e como as pessoas não ligam de conviver com toda aquela sujeira que pode causar mal a elas. Os dois personagens principais na trama são o médico alcoólatra Dr. Sanada (Takashi Shimura) e o gangster Matsunaga (Toshiro Mifune), o que inicia a ligação entre os dois é o fato de Matsunaga aparentar estar muito doente, o médico vê nisso uma oportunidade de tentar salvar uma vida, apesar de aparentar não se importar, dá pra perceber que tudo que o Dr. Sanada quer ver, é seus pacientes bem, isso vai ficando cada vez mais evidente durante o filme, e talvez tenha a ver com o fato de sua revolta e vicio, provavelmente o fato de ele ter falhado com alguns pacientes, o fez se afundar nessa espiral de desilusão, e o álcool serve como forma de tentar punir a si mesmo por isso. Já o Gangster, se nega aceitar de qualquer forma que está errado, e talvez seja esse orgulho seja a principal forma dele se destruir ao longo da trama, seja porque não aceita um tratamento precoce ou porque um outro mandachuva volta da cadeia e questiona sua autoridade, o fazendo se afundar ainda mais. E é o estudo desses dois personagens que movimenta a trama, ambos buscando um certo tipo de salvação, mas ao mesmo tempo se destruindo. É um roteiro inteligente e ao mesmo tempo simples e direto, que foi escrito pelo próprio Akira Kurosawa e seu parceiro e amigo de infância Keinosuke Uekusa, existem boatos inclusive, que o Doutor é baseado em uma pessoa real que atendia sujeitos no mercado negro de Tóquio na infância dos dois. A direção aqui é surpreendente, tem cenas impressionantes como a do sonho na margem da praia ou o show na boate, e o embate final também é muito cru e tenta passar uma sensação de realismo, por mais bobo e patético que possa parecer. Mas é na conclusão que somos realmente surpreendidos, se por um lado existe lamentações e alternativas para toda essa tragédia, no outro surge uma nova esperança através de uma jovem recém curada, que pode carregar todos os sonhos de um futuro melhor para aquele pequeno lugar tão decadente.
O maior problema pra mim é que o filme quer contar tanta coisa, mas também quer explicar muita coisa, eu detesto o excesso de exposição, ainda mais quando são desnecessárias e esdrúxulas, como foram feitas aqui. Muito disso se deve ao fato do elenco ser muito grande e a jornada em si ser um pouco menos habitual do que as pessoas viram até agora em filmes do estúdio, muitos filmes de introdução da Marvel, tentam focar em apenas apresentar seus novos personagens em uma mini jornada e conflitos isolados, nesse filme além de serem diversos novos personagens, existe toda uma nova mitologia e a jornada é talvez uma das mais importantes do universo deles. Mas o filme tem seus pontos positivos, principalmente, por conta de sua direção. Em momentos inspirados está muito acima do padrão MCU, as cenas de ação me agradaram, tirando algumas que que não gostei por conta de serem muito escuras, um problema bem recorrente em filmes que usam muito CGI. Mas seus momentos mais íntimos e contemplativos (lembrando até Malick em algumas cenas), mostram o porquê a diretora ganhadora do Oscar tem muito potencial e méritos de ter conseguido imprimir um pouco de sensibilidade em um filme comercial. Outro grande acerto do filme pra mim foi como conseguiram deixar a representatividade no filme natural e não forçada dentro da história, é o filme do MCU que mais acertou nesse quesito até então, espero que sirva de inspiração para produções futuras e que temos mais personagens de diferentes etnias, sexualidades e com necessidades especiais. No final, eles ainda deixam algumas pontas soltas pra dar um ar de mais importância no "universo", as duas cenas pós-créditos são mais do mesmo, fan service para os fãs de quadrinhos e alguns vislumbres do que pode estar vindo por aí.
Com a celebração da franquia no segundo filme, o que resta é um fechamento. E o fato da franquia ter saturado, está sendo debatido no próprio filme, aqui o Wes Craven brinca com as convenções que ele criou na sua franquia, fazendo uma espécie de autocrítica e apontando que as vezes, três é demais mesmo. O conceito de trilogia, já é algo que vem existindo a anos no cinema, e a maioria dos terceiros filmes não são tão amados quanto os dois primeiros, pois as expectativas de um fechamento que ligue tudo ou a formula já desgastada e repetida, conseguem quase sempre abaixar qualquer chance de suprir as expectativas do público. Com esse filme não foi diferente, ele não encontra muito espaço pra inovar, mas o fato de ele ter ciência disso, faz dele um dos mais profundos em sua metalinguagem, que é um fator tão importante na franquia. E claro, com a necessidade de novos tempos, Pânico continuaria dando o ar de sua graça anos depois.
James Gray é um diretor que ao longo dos anos tem ganhado bastante relevância, alguns anos atrás sua parceria com Joaquin Phoenix rendeu filmes muito elogiados que acabaram se tornando muito queridos pelos fãs do trabalho do diretor. Essa foi minha primeira experiência assistindo um filme dele e devo dizer de antemão, que foi um dos melhores filmes que assisti esse ano. O filme é baseado em um conto de Fiódor Dostoiévski, que apesar de eu nunca ter lido, sei que se trata de um romance trágico, mas confesso não saber o quanto a adaptação livre, escrita pelo próprio James Gray em parceria com Ric Menello tem em comum com o próprio conto. Na trama seguimos um homem chamado Leonard (Joaquin Phoenix), logo na primeira cena, temos uma tentativa sem sucesso de suicídio do próprio, essa abordagem impactante já mostra que o filme trata da vida de um homem que está sofrendo bastante por algum motivo misterioso, o que já prende bastante a atenção do espectador. Somos então apresentados a outro personagem chave da trama, Sandra (Vinessa Shaw), uma jovem que aparentemente se apaixonou pelo Leonard, e que também faz parte de uma família judia como a dele, os pais de ambos inclusive possuem interesse em se tornarem sócios. Leonard até mostra interesse recíproco em Sandra, apresenta pra ela seu hobbie de fazer fotografias de paisagens e explica a existência de uma foto de uma mulher em seu quarto, que por acaso é sua ex-esposa, a partir daí começamos entender que Leonard é um homem que sofreu uma forte desilusão amorosa e isso trouxe danos psicológicos severos pra ele — em uma cena os pais comentam que ele tem transtorno bipolar e em outra vemos ele tomando medicamentos. Por último temos Michelle (Gwyneth Paltrow), vizinha de Leonard que ele conhece no dia seguinte, Leonard começa se sentir atraído e sair com ela, mas ao longo da trama descobrimos que ela é amante de um rico empresário e ex-dependente química, mas Leonard insiste que essa mulher é o amor de sua vida. O filme segue através desse conflito, enquanto uma mulher o ama e promete trazer estabilidade para toda sua família, ele parece mais interessado em alguém que vai transformar sua vida completamente, para bem ou mal. A direção e atuação desse filme são as chaves para que esse drama funcione tão bem, James Gray e Joaquin Phoenix entregam um personagem muito complexo e realista, um homem carente que quer encontrar seu lugar no mundo e preencher o vazio que um relacionamento conturbado deixou, testando até às últimas consequências para saber se fez a escolha certa ou não. Tenho também que elogiar bastante a personagem de Gwyneth Paltrow, o charme que ela consegue transmitir é o que liga esse fascínio tão grande do protagonista pela sua personagem. Na conclusão do filme, temos um ciclo se fechando, se no inicio do filme o personagem tenta se matar pulando no mar, temos uma cena muito importante no mesmo cenário, só que ao invés de colocar o fim em tudo isso, nos deparamos com uma tentativa de renascimento.
Um dos principais registros históricos que temos, é o nosso cinema, por trás do cinema subversivo e divertido da pornochanchada existe um retrato muito fiel da nossa sociedade, e o genial trabalho de edição e montagem desse filme mostra muito bem como tudo isso está atrelado a nossa história. Uma pena — como a conclusão do documentário afirma — que muito dessa nossa história se perdeu ao longo dos anos. Ver o abandono recente que nossa cinemateca brasileira sofre, dói mais ainda, porque muito mais ainda pode ficar esquecido no tempo. Espero que nosso cinema nacional seja mais valorizado e que saibam respeitar mais o valor histórico que isso tem para nossas gerações futuras, acho que essa é mensagem mais poderosa do filme.
Olá, Mamãe!
3.4 35 Assista AgoraEsse filme é uma grande evolução da comédia/sátira política de "Greetings", aqui as piadas disfarçadas como crítica social, funcionam de maneira muito mais eficiente, além de serem muito mais engraçadas. Robert Deniro incrivelmente bem aqui, tanto ele como o DePalma evoluíram bastante.
The Windshield Wiper
3.5 42What is love?
Oh, baby, don't hurt me
Don't hurt me
No more
Boxballet
3.3 27Tem um desenvolvimento interessante, apesar dos clichês, e é visualmente um dos mais interessantes entre os indicados desse ano. Acho que faltou um clímax maior no final, apesar de ainda o achar interessante.
Bestia
3.8 66Curta de animação baseado na vida da execrável torturadora Íngrid Olderöck. Bizarramente interessante, o curta é bem surreal e abstrato, e sem as explicações sobre a personagem, a pessoa pode ficar meio perdida.
007: Sem Tempo para Morrer
3.6 566 Assista AgoraGratificante fechamento de um ciclo. Sempre adorei a versão Craig do mito James Bond, e acho que toda sua trajetória foi bem digna, esse filme talvez peque um pouco no vilão caricato, mas em todo o resto ele exala tudo que os outros filmes tiveram de melhor. A história desse James Bond estará pra sempre no imaginário das pessoas.
Affairs of the Art
2.7 32Extremamente divertido e criativo, e com uma arte linda. Me perguntei por alguns momentos, se o curta se trata de uma história real, os personagens são tão cativantes que realmente parecem ser de verdade. Um dos meus favoritos pra curta de animação no Oscar.
A Sabiá Sabiazinha
3.5 67 Assista AgoraÉ a animação confortável dos indicados, dá pra notar bastante alma aqui, mas a história não tem nada demais.
Festa de Casamento
3.2 6O primeiro trabalho filmado de Brian De Palma, ficou um longo período sem ser lançado por conta de problemas com a produtora. Filmado em 1963, só chegou a ser lançado em 1969.
O filme é uma comédia bem fraquinha sobre casamento, e conta com poucos momentos realmente interessantes, De Palma co-dirigiu o filme com outros dois diretores, e esse foi realmente o primeiro filme que o DeNiro filmou (apesar de ele constar nas capas do filme, ele é apenas um personagem secundário no filme).
King's Man: A Origem
3.1 298 Assista AgoraTodo o drama de pai e filho enche o saco, mas quando o filme decide seguir a velha fórmula ação/comédia até que consegue se sair bem.
Quem Anda Cantando Nossas Mulheres
3.1 22 Assista AgoraNo segundo filme de Brian De Palma, temos o primeiro papel expressivo da carreira de Robert DeNiro, no longa ele está interpretando um cineasta amador com obsessões voyeurística (um pouco self insert do próprio De Palma), que faz parte do trio excêntrico de personagens principais.
O filme é divido entre os três, com cada um tendo um tipo de abordagem, o primeiro, Paul é um que sai em encontros esquematizados, uma espécie de "Tinder" da época, entre um encontro e outro as situações e as mulheres que ele topa vão sempre escalando pra algo mais estranhamente peculiar.
Já a segunda é sobre Lloyd, um homem obcecado pela morte de JFK e as respectivas teorias conspiratórias que envolvem a morte do mesmo, esse é um que tem um dos desfechos mais surpreendentes e irônicos.
Por fim temos o Jon Rubin, personagem do DeNiro, que é um cineasta que gosta de filmar garotas se despindo de forma natural, algo que rende algumas cenas muito boas e inclusive a ótima e criativa conclusão do longa.
O longa também conta com diversas críticas e sátiras anti guerra e governo, muito bem inseridas por sinal. É uma comédia que remete muito ao cinema europeu e que apesar disso, ainda tem traços fortes do estilo que consolidaria a carreira do diretor mais tarde.
Murder à la Mod
3.3 5"He kill the lady.
He killed her and put her in his picture..."
É um filme bem estranho e que parece ser de baixíssimo orçamento, mas no meio dessa bagunça, existe algumas cenas bem criativas e inventivas, o jeito que ele dividiu o filme em perspectivas diferentes e passagens de tempo, as cenas em primeira pessoa, e a pitada voyerística, mostra como apesar de seus defeitos, tudo ali é carregado de criatividade e ambição.
Passado Violento
2.6 74 Assista AgoraA história do homem quieto com um passado obscuro, que acaba entrando em confronto com um mafioso violento porque bateu em algum parente dele, talvez esteja ficando um pouco batida. Talvez.
O Mistério de Silver Lake
3.0 291 Assista AgoraUm personagem disperso, que está mais obcecado por uma fantasia irreal do que sua própria vida, uma geração e sua devoção pela cultura midiática na busca de um propósito. E por fim, um filme "neo noir" bem surrealista e divertido.
Casa Gucci
3.2 707 Assista AgoraQue bela surpresa esse filme, apesar de possuir uma longa duração, o filme conseguiu me manter imerso naquele universo com personagens tão moralmente questionáveis e excêntricos. A direção do Scott também tem umas sacadas bem inteligentes aqui, tem certos cortes bem criativos no longa e acho que a montagem ajudou bastante o filme não se manter maçante.
O personagem mais importante do filme, Patrizia, vivida por Lady Gaga, também é ótimo, e muito disso é mérito da atriz, que na minha opinião está em sua melhor forma como atriz nesse papel, apesar do sotaque italiano estereotipado, os resto do elenco manda muito bem, até o Leto que é o mais caricato de todos, consegue humanizar seu personagem em algumas cenas ótimas, se tornado meu coadjuvante favorito do filme.
O Beco do Pesadelo
3.5 496 Assista AgoraApesar da lenta construção da trama, o terceiro ato do filme mostra a que veio e consegue aproveitar muito bem essa jornada sobre manipulação e degradação.
Senti o Bradley Cooper bem no papel, já a Cate Blanchett um pouco caricata, mas algo que cabe no tipo do personagem que está fazendo, e a Rooney Mara tenta entregar no pouco espaço que o personagem tem.
E o filme é esteticamente muito bonito, Del Toro é um cara que preza bastante o visual em seus filmes, e esse não é diferente.
Grave
3.4 1,1KDepois de assistir o excelente Titane, tive que ir atrás de outro trabalho da maravilhosa Julia Ducournau. E olha, saí bem satisfeito com essa outra obra da diretora, apesar de ser menos sucinta e profunda que Titane, ela tem seus momentos e a direção e trilha sonora são espetaculares. Adorei o trio de personagens principais também (a protagonista, irmã e o colega de quarto gay), é um filme que faz você pensar sobre certos aspectos do fetichismo e aceitação, na medida possível.
A Tragédia de Macbeth
3.7 192 Assista AgoraAdaptar Shakespeare de uma forma tão literal e densa, e ainda conseguir imprimir a sua identidade só mostra o quão talentoso o Joel Coen é.
A fotografia extremamente hipnotizante, remetendo ao expressionismo alemão e a atuação totalmente entregue do Denzel, só engrandece ainda mais a obra, que até o momento, é a mais esteticamente estilosa que vi esse ano.
Ran
4.5 265 Assista AgoraÉ incrível como esse filme é realista ao ponto de sentirmos que estamos testemunhado algo real, todo o trabalho de produção desse filme talvez seja um dos maiores da história. Todo o figurino, cavalos e inúmeras pessoas em vários enquadramentos, que as vezes parecem pinturas, mostram que talvez esse seja um dos maiores, ou o maior, épico da história do cinema.
Não bastasse todo esse valor de produção, temos um épico trágico muito emocionante, sobre como o ódio pode destruir qualquer chance de paz e felicidade.
Pânico 4
3.2 2,7K Assista AgoraO último que faltava para revisão e o último que eu tinha visto antes dela, e como esse filme envelheceu bem pra mim, Craven realmente estava inspirado nesse que foi o seu último filme e deixou um legado bem sólido na história do cinema com essa franquia, que no final, se mostra uma mega celebração do cinema de horror e sua evolução.
O Anjo Embriagado
4.0 36 Assista AgoraDrunken Angel é o primeiro filme de Akira Kurosawa com colaboração de Toshiro Mifune, uma dupla que futuramente iriam lançar grandes obras importantes para a história do cinema, gerando uma das mais famosas parcerias ator/diretor de todos os tempos. Só por isso já valeria a pena ver esse filme, mas existe uma linda história sobre autodestruição e a cura, tanto do corpo quanto da alma nesse filme.
O filme se passa inteiramente em uma pequena região no Japão pós-guerra, fica evidenciado logo no inicio, que existe um mangue que está no centro do local, onde as pessoas despejam tudo de indesejado por elas, talvez pra mostrar a precariedade daquele lugar e como as pessoas não ligam de conviver com toda aquela sujeira que pode causar mal a elas.
Os dois personagens principais na trama são o médico alcoólatra Dr. Sanada (Takashi Shimura) e o gangster Matsunaga (Toshiro Mifune), o que inicia a ligação entre os dois é o fato de Matsunaga aparentar estar muito doente, o médico vê nisso uma oportunidade de tentar salvar uma vida, apesar de aparentar não se importar, dá pra perceber que tudo que o Dr. Sanada quer ver, é seus pacientes bem, isso vai ficando cada vez mais evidente durante o filme, e talvez tenha a ver com o fato de sua revolta e vicio, provavelmente o fato de ele ter falhado com alguns pacientes, o fez se afundar nessa espiral de desilusão, e o álcool serve como forma de tentar punir a si mesmo por isso.
Já o Gangster, se nega aceitar de qualquer forma que está errado, e talvez seja esse orgulho seja a principal forma dele se destruir ao longo da trama, seja porque não aceita um tratamento precoce ou porque um outro mandachuva volta da cadeia e questiona sua autoridade, o fazendo se afundar ainda mais.
E é o estudo desses dois personagens que movimenta a trama, ambos buscando um certo tipo de salvação, mas ao mesmo tempo se destruindo. É um roteiro inteligente e ao mesmo tempo simples e direto, que foi escrito pelo próprio Akira Kurosawa e seu parceiro e amigo de infância Keinosuke Uekusa, existem boatos inclusive, que o Doutor é baseado em uma pessoa real que atendia sujeitos no mercado negro de Tóquio na infância dos dois.
A direção aqui é surpreendente, tem cenas impressionantes como a do sonho na margem da praia ou o show na boate, e o embate final também é muito cru e tenta passar uma sensação de realismo, por mais bobo e patético que possa parecer.
Mas é na conclusão que somos realmente surpreendidos, se por um lado existe lamentações e alternativas para toda essa tragédia, no outro surge uma nova esperança através de uma jovem recém curada, que pode carregar todos os sonhos de um futuro melhor para aquele pequeno lugar tão decadente.
Eternos
3.4 1,1K Assista AgoraO maior problema pra mim é que o filme quer contar tanta coisa, mas também quer explicar muita coisa, eu detesto o excesso de exposição, ainda mais quando são desnecessárias e esdrúxulas, como foram feitas aqui. Muito disso se deve ao fato do elenco ser muito grande e a jornada em si ser um pouco menos habitual do que as pessoas viram até agora em filmes do estúdio, muitos filmes de introdução da Marvel, tentam focar em apenas apresentar seus novos personagens em uma mini jornada e conflitos isolados, nesse filme além de serem diversos novos personagens, existe toda uma nova mitologia e a jornada é talvez uma das mais importantes do universo deles.
Mas o filme tem seus pontos positivos, principalmente, por conta de sua direção. Em momentos inspirados está muito acima do padrão MCU, as cenas de ação me agradaram, tirando algumas que que não gostei por conta de serem muito escuras, um problema bem recorrente em filmes que usam muito CGI. Mas seus momentos mais íntimos e contemplativos (lembrando até Malick em algumas cenas), mostram o porquê a diretora ganhadora do Oscar tem muito potencial e méritos de ter conseguido imprimir um pouco de sensibilidade em um filme comercial.
Outro grande acerto do filme pra mim foi como conseguiram deixar a representatividade no filme natural e não forçada dentro da história, é o filme do MCU que mais acertou nesse quesito até então, espero que sirva de inspiração para produções futuras e que temos mais personagens de diferentes etnias, sexualidades e com necessidades especiais.
No final, eles ainda deixam algumas pontas soltas pra dar um ar de mais importância no "universo", as duas cenas pós-créditos são mais do mesmo, fan service para os fãs de quadrinhos e alguns vislumbres do que pode estar vindo por aí.
Pânico 3
3.0 775 Assista AgoraCom a celebração da franquia no segundo filme, o que resta é um fechamento. E o fato da franquia ter saturado, está sendo debatido no próprio filme, aqui o Wes Craven brinca com as convenções que ele criou na sua franquia, fazendo uma espécie de autocrítica e apontando que as vezes, três é demais mesmo.
O conceito de trilogia, já é algo que vem existindo a anos no cinema, e a maioria dos terceiros filmes não são tão amados quanto os dois primeiros, pois as expectativas de um fechamento que ligue tudo ou a formula já desgastada e repetida, conseguem quase sempre abaixar qualquer chance de suprir as expectativas do público. Com esse filme não foi diferente, ele não encontra muito espaço pra inovar, mas o fato de ele ter ciência disso, faz dele um dos mais profundos em sua metalinguagem, que é um fator tão importante na franquia. E claro, com a necessidade de novos tempos, Pânico continuaria dando o ar de sua graça anos depois.
Amantes
3.5 340James Gray é um diretor que ao longo dos anos tem ganhado bastante relevância, alguns anos atrás sua parceria com Joaquin Phoenix rendeu filmes muito elogiados que acabaram se tornando muito queridos pelos fãs do trabalho do diretor. Essa foi minha primeira experiência assistindo um filme dele e devo dizer de antemão, que foi um dos melhores filmes que assisti esse ano.
O filme é baseado em um conto de Fiódor Dostoiévski, que apesar de eu nunca ter lido, sei que se trata de um romance trágico, mas confesso não saber o quanto a adaptação livre, escrita pelo próprio James Gray em parceria com Ric Menello tem em comum com o próprio conto.
Na trama seguimos um homem chamado Leonard (Joaquin Phoenix), logo na primeira cena, temos uma tentativa sem sucesso de suicídio do próprio, essa abordagem impactante já mostra que o filme trata da vida de um homem que está sofrendo bastante por algum motivo misterioso, o que já prende bastante a atenção do espectador. Somos então apresentados a outro personagem chave da trama, Sandra (Vinessa Shaw), uma jovem que aparentemente se apaixonou pelo Leonard, e que também faz parte de uma família judia como a dele, os pais de ambos inclusive possuem interesse em se tornarem sócios.
Leonard até mostra interesse recíproco em Sandra, apresenta pra ela seu hobbie de fazer fotografias de paisagens e explica a existência de uma foto de uma mulher em seu quarto, que por acaso é sua ex-esposa, a partir daí começamos entender que Leonard é um homem que sofreu uma forte desilusão amorosa e isso trouxe danos psicológicos severos pra ele — em uma cena os pais comentam que ele tem transtorno bipolar e em outra vemos ele tomando medicamentos.
Por último temos Michelle (Gwyneth Paltrow), vizinha de Leonard que ele conhece no dia seguinte, Leonard começa se sentir atraído e sair com ela, mas ao longo da trama descobrimos que ela é amante de um rico empresário e ex-dependente química, mas Leonard insiste que essa mulher é o amor de sua vida.
O filme segue através desse conflito, enquanto uma mulher o ama e promete trazer estabilidade para toda sua família, ele parece mais interessado em alguém que vai transformar sua vida completamente, para bem ou mal.
A direção e atuação desse filme são as chaves para que esse drama funcione tão bem, James Gray e Joaquin Phoenix entregam um personagem muito complexo e realista, um homem carente que quer encontrar seu lugar no mundo e preencher o vazio que um relacionamento conturbado deixou, testando até às últimas consequências para saber se fez a escolha certa ou não. Tenho também que elogiar bastante a personagem de Gwyneth Paltrow, o charme que ela consegue transmitir é o que liga esse fascínio tão grande do protagonista pela sua personagem.
Na conclusão do filme, temos um ciclo se fechando, se no inicio do filme o personagem tenta se matar pulando no mar, temos uma cena muito importante no mesmo cenário, só que ao invés de colocar o fim em tudo isso, nos deparamos com uma tentativa de renascimento.
Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
3.7 71Um dos principais registros históricos que temos, é o nosso cinema, por trás do cinema subversivo e divertido da pornochanchada existe um retrato muito fiel da nossa sociedade, e o genial trabalho de edição e montagem desse filme mostra muito bem como tudo isso está atrelado a nossa história. Uma pena — como a conclusão do documentário afirma — que muito dessa nossa história se perdeu ao longo dos anos.
Ver o abandono recente que nossa cinemateca brasileira sofre, dói mais ainda, porque muito mais ainda pode ficar esquecido no tempo.
Espero que nosso cinema nacional seja mais valorizado e que saibam respeitar mais o valor histórico que isso tem para nossas gerações futuras, acho que essa é mensagem mais poderosa do filme.