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Filme o animal cordial: quando verônica é morta, a personagem rica, fina e petulante, Sara, a garçonete do estabelecimento passa a assumir traças da personagem assassinada por Inácio. É possível ver isso quando ela se utiliza dos brincos e batom de Verônica, se empoderando e agora "estando a altura" de Inácio. Logo, podendo agora, se relacionar com ele
É bem verdade, que a relação entre Verônica e Sara apresentava um duplo conflito: por um lado, Sara sentia raiva, ódio e repulsa de Verônica diante de sua condição social superior, refletindo em atitudes abjetas. Por outro, Sara reputava a posição social de Verônica como única forma de se sentir empoderada para agir e tomar a uma posição protagônica na vida.
Há de se ressaltar ainda que essa situação de saltar de uma classe inferior para uma superior ao longo da trama não resulta numa emancipação da personagem em relação a sua posição de subordinada. Sara, ao menos duas vezes, durante o filme queria ser liberada do estabelecimento durante a carnificina, sempre consultando Inácio, até quando tinha a arma na mão e teoricamente o poder da situação. O empoderamento social de Sara por meio de símbolos não resulta na emancipação da mesma diante da sua figura de subalterna, sempre ratificada por Inácio, ainda que ela tenha assumido uma postura diferente da inicial da trama.
Sara só consegue sua emancipação nos minutos finais do filme, após Djair conseguir deter Inácio e, posteriormente Sara matar Inácio
Ao meu ver, o filme em parte encena a dificuldade de se alcançar uma consciência de classe comum, uma vez que Sara se voltou contra seu companheiro de classe Djair durante a maior parte da trama. De qualquer forma ela titubeou entre ficar ao lado de Djair ou não. Mas de forma geral só conseguiu tomar consciência na cena final do filme, apesar de todos os alertas do cozinheiro, LGBT e nordestino Djair.
A violência de gênero é retratada pelo lado de Sara, enquanto a violência devido a opção de é retratada pelo lado de Djair. Mas o que a trama mostra é o que os une: a opressão de classe[spoiler][/spoiler]
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- Nenhum recado para João Vitor Hugo.
Os números são maravilhosos. Além disso, mostra a tensão étnica entre porto-riquenhos e norte-americanos de forma incrível