A característica marcante da história de vida de Julieta são os ciclo de perdas e rupturas em todas as esferas de sua vida: familiar (que ultrapassa gerações), amorosa, amizade e até mesmo de colega de viagem. Todas as perdas e rupturas são caracterizadas pela presença de culpa e ressentimentos, sentimentos marcantes em todo o filme, arquitetado por meio do uso de cores, diálogos e enquadramento da filmagem (característicos dos filmes de Almodóvar), pra trazer a sensação de empatia para com Julieta, sendo um objetivo alcançado com sucesso. É difícil ver o filme sem sentir-se próximo a sua dor, a sua angústia, e até mesmo, compartilhar de sua aflição pelo misterioso desaparecimento de sua filha e indignar-se com sua partida. O que mais me deixou admirada por "Julieta" foi a construção de um filme intrigante pela sinceridade da história. Tão sincero que pode ser sentindo, e por sua vez, acessivelmente compreendido.
O filme é sobre a busca pela sensação de pertencimento por meio da construção da autenticidade, movimento este que é exposto e resumido pela escolha do próprio nome pela personagem Christine, no caso "Lady Bird". O pertencimento familiar é constantemente explorado e fica exposto nas tentativas de interpretação sua relação com a mãe, refletindo sobre os sentimentos que esta tem por ela. A busca pelo pertencimento social se mostra por meio das tentativas de adequação nas "tribos" de sua escola e nas experimentações discursivas com foco no agrado do seu interlocutor. A busca pelo pertencimento social se coloca sempre com norte no culturalmente posto como "cool" na cultura estadunidense. A personagem se encontra em constante movimento emocional, o que foi sensivelmente traduzido pela edição e roteiro. Foram colocadas cenas que traduzem somente este movimento, nada mais, sem maiores explorações, o que faz com que toda a mensagem contida nesse movimento que se passou no período de um ano fique clara ao telespectador em 1h30. As quebras e reinvenção dos vínculos são expostos como parte desse movimento, além da da evolução linear da busca pelas expectativas romantizadas do modo de viver a vida e ser feliz com o que se já tem, o que se é, ao que já se pertence e com o que se é possível. Toda essa busca pelo pertencimento se coloca como uma tentativa de estabelecimentos afetivos, os quais a personagem tenta compreender: o amor familiar e o amor romântico. O final encontro dessa busca se resume na frase dita no filme: "Don't you think that, maybe, they are the same thing? Love and attention?"
O filme expõe de forma simples e acessível o entendimento das relações amorosas e seu reflexo no entendimento sobre si mesmo. O roteiro trouxe isso de forma tão organizada sem deixar de ser interessante que merece destaque. Incrível também a naturalidade que o filme tratou a fluidez da sexualidade humana, ao não explorar a temática do discurso por trás do preconceito e embates familiares, uma vez que o foco da narrativa foi expôr a construção do eu por meio das vivências amorosas.
AMAR (2017) é sobre a identificação do sentimento patológico da relação simbiótica, vivida pelos personagens, como amor. Fato este que vai ao encontro do título, o amor como ação repleta de sentimentos doentios que confundem o lugar do individual e do amante.
NEWNESS (2017) - Lembra Closer pela quebra de paradigma afetivo-sexual nas relações humanas, mas com a atualização de mostrar a influência das redes sociais neste cenário. Não possui o mesmo magnetismo de closer, o que atribuo à ritmicidade e conteúdo dos diálogos, além da construção da filmagem. Roteiro muito bom e fundamental para a exposição da profundidade do assunto.
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Julieta
3.8 529 Assista AgoraA característica marcante da história de vida de Julieta são os ciclo de perdas e rupturas em todas as esferas de sua vida: familiar (que ultrapassa gerações), amorosa, amizade e até mesmo de colega de viagem. Todas as perdas e rupturas são caracterizadas pela presença de culpa e ressentimentos, sentimentos marcantes em todo o filme, arquitetado por meio do uso de cores, diálogos e enquadramento da filmagem (característicos dos filmes de Almodóvar), pra trazer a sensação de empatia para com Julieta, sendo um objetivo alcançado com sucesso. É difícil ver o filme sem sentir-se próximo a sua dor, a sua angústia, e até mesmo, compartilhar de sua aflição pelo misterioso desaparecimento de sua filha e indignar-se com sua partida.
O que mais me deixou admirada por "Julieta" foi a construção de um filme intrigante pela sinceridade da história. Tão sincero que pode ser sentindo, e por sua vez, acessivelmente compreendido.
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Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraO filme é sobre a busca pela sensação de pertencimento por meio da construção da autenticidade, movimento este que é exposto e resumido pela escolha do próprio nome pela personagem Christine, no caso "Lady Bird". O pertencimento familiar é constantemente explorado e fica exposto nas tentativas de interpretação sua relação com a mãe, refletindo sobre os sentimentos que esta tem por ela. A busca pelo pertencimento social se mostra por meio das tentativas de adequação nas "tribos" de sua escola e nas experimentações discursivas com foco no agrado do seu interlocutor. A busca pelo pertencimento social se coloca sempre com norte no culturalmente posto como "cool" na cultura estadunidense. A personagem se encontra em constante movimento emocional, o que foi sensivelmente traduzido pela edição e roteiro. Foram colocadas cenas que traduzem somente este movimento, nada mais, sem maiores explorações, o que faz com que toda a mensagem contida nesse movimento que se passou no período de um ano fique clara ao telespectador em 1h30. As quebras e reinvenção dos vínculos são expostos como parte desse movimento, além da da evolução linear da busca pelas expectativas romantizadas do modo de viver a vida e ser feliz com o que se já tem, o que se é, ao que já se pertence e com o que se é possível. Toda essa busca pelo pertencimento se coloca como uma tentativa de estabelecimentos afetivos, os quais a personagem tenta compreender: o amor familiar e o amor romântico. O final encontro dessa busca se resume na frase dita no filme: "Don't you think that, maybe, they are the same thing? Love and attention?"
Ana e Vitória
3.2 357O filme expõe de forma simples e acessível o entendimento das relações amorosas e seu reflexo no entendimento sobre si mesmo. O roteiro trouxe isso de forma tão organizada sem deixar de ser interessante que merece destaque. Incrível também a naturalidade que o filme tratou a fluidez da sexualidade humana, ao não explorar a temática do discurso por trás do preconceito e embates familiares, uma vez que o foco da narrativa foi expôr a construção do eu por meio das vivências amorosas.
Amar
2.4 123 Assista AgoraAMAR (2017) é sobre a identificação do sentimento patológico da relação simbiótica, vivida pelos personagens, como amor. Fato este que vai ao encontro do título, o amor como ação repleta de sentimentos doentios que confundem o lugar do individual e do amante.
Newness
3.4 233NEWNESS (2017) - Lembra Closer pela quebra de paradigma afetivo-sexual nas relações humanas, mas com a atualização de mostrar a influência das redes sociais neste cenário. Não possui o mesmo magnetismo de closer, o que atribuo à ritmicidade e conteúdo dos diálogos, além da construção da filmagem. Roteiro muito bom e fundamental para a exposição da profundidade do assunto.