O big-bang dos filmes de ação. É insano como o Kurosawa em seu cinema foi desde o que há de mais pop e divertido, com seus filmes de samurai violentos e repletos de momentos icônicos, até o mais dramático e realista, com dramas do naipe de Rapsodia de Agosto e Anjo Embriagado, passando pelo surrealista e subversivo, como Dreams e Um Domingo Maravilhoso.
Como fã aficionado dos Beatles que sou, ver um filme pensado pra nova geração que procura honrar o legado e importância da banda já coloca um sorriso no meu rosto. Além disso o filme tem umas sacadas engraçadas (a do Oasis em especial) e a cena do John que é linda.
Mas perto do potencial que a história tinha, e de um diretor como Danny Boyle, o resultado é uma grande decepção. Also, colocar uma música do Ed Sheeran pra tocar no climax romântico, sendo que esse é um filme sobre os Beatles, é uma grande de uma sacanagem. E mesmo a cena do John poderia ter sido tão melhor. Enfim, espero que pelo menos o filme cumpra o dever de apresentar essa banda maravilhosa pra sensibilidade atual.
É divertido e tals, mas caramba, o filme lançou esse ano mas parece que já faz uma década. Não há nada de memorável ou que dê a "Longe de Casa" o peso de um FILME de verdade. Parece mais um episódio de uma série de TV qualquer. Após Ultimato sinceramente eu não me sinto mais ansioso por nada do que está pra sair da Marvel.
Um dos suspenses mais brilhantes que vi recentemente! O mais interessante aqui está em como o filme explora seu protagonista, e através da malícia que sabemos haver em sua mentalidade, constantemente tememos pelas situações do qual ele é colocado. Em especial o ato final onde o diretor alterna entre a dança e o olhar do psicopata, é criado um estado de inquietação no espectador só por imaginarmos o quanto aquilo deve estar afetando sua psique perturbada e homicida.
Além disso, é um filme muito relevante para os dias atuais. É impossível ver os monólogos de Slade sobre seu ódio a mulheres e não lembrar dos grupos incels e a relação entre homem, sociedade, masculinidade e sexualidade que persiste até os dias atuais. Pornografia, sexualização e libertação sexual são outros temas tratados no filme com muito maturidade e com um olhar a frente de seu tempo.
Homenagem extremamente digna aos clássicos da universal, e uma ótima conclusão a "trilogia" de crossovers "House of Frankenstein" e "House of Dracula". A atmosfera e trama do filme são engajantes e imersivas. As atuações são ótimas, e há vários momentos memoráveis.
Apesar disso, a forma como Frankenstein e Drácula são introduzidos no final do filme foi forçada e repentina demais até mesmo pra um filme do gênero. Não que nos outros filmes houvesse muita lógica, mas esse ultrapassou um pouco a suspensão de descrença e por ser muito no fim do filme, acabou não utilizando os personagens tão bem quanto poderia.
Por mais legal que seja revisitar esses personagens e universo, não há nada aqui que justifique a existência do filme. Tanto o plot quanto a história seguem exatamente pros lugares que você espera.
O tom contemplativo do filme da a impressão que eles se esforçaram ao máximo pra tirar 2 horas de uma trama rasa. Meio que não tinha muito o que fazer com uma ideia tão óbvia quanto "um filme do Jesse fugindo". Muito mais interessante seria um filme que já começasse com ele recomeçando sua vida. Mas enfim, tem umas 3 cenas realmente ótimas, apesar de nenhuma delas ser memorável, e o resto do filme é um bom thriller, e só. Não tem muito o que dizer além disso. Uma pena que depois de tanto tempo o filme de Breaking Bad seja tão previsível e sem sal.
Mas como uma conclusão pro personagem, é um filme digno e cumpre o papel de deixar o personagem ter o descanso e final feliz que sempre mereceu.
Eu achava que o Todd Phillips, apesar de eu sempre ter botado fé nele pra trabalhar em um projeto dramático, tava com cara (pelos trailers) de ser mais um Snyder da vida que filme pura estética sem substância alguma, mas não. A direção realmente conduz bem a história. Mas a história é que é o problema.
Eu gosto de muitas coisas sobre o filme, mas acredito que ele tenha 3 problemas. 3 PUTA problemas. Mais especificamente, 3 cenas. (Além do fato de não ter nada a ver com nenhuma retratação do personagem até hoje nas HQs, dado a ressalva que meio que o Coringa foi mudado tantas vezes, e nos últimos anos nem as HQs pareceram entender o personagem direito, então não vou dar crédito a isso. Acima de tudo eu quero ver um bom filme, adaptações eu deixo em segundo plano, em especial pra um filme que claramente quer se emancipar do chamado "filmes de gibizinhos" - ironia aqui, filme de gibizinho é top- ).
Cenas Problema: 1- Na verdade aqui é um conjunto de cenas. O primeiro ato é simplesmente repetitivo nessa constante batida na tecla que absolutamente todo mundo em Gotham City são completos babacas. A primeira cena de espancamento, okay. O chefe mala, já foi bem forçado mas okay. Agora, a mãe brigando com ele no busão só pq ele tava brincando com a criança, nisso o filme já ta usando todas as cartas possíveis pra vc odiar absolutamente todo mundo nessa cidade do caralho. Até a psicóloga dele é uma completa ignorante. Nos quadrinhos, há inúmeras pessoas que constantemente tentam salvar o Coringa do mundo negro que ele criou em volta de si mesmo, aqui, ele nunca tem sequer uma chance. Mas tudo bem. Esse problema é mais de repetição e forçada de barra, mas dava pra perdoar... Até...
2- A cena do apartamento pra mim foi outro tiro no pé. Aquela cena era a oportunidade perfeita pra mostrar de vez a ruptura entre Arthur e Coringa. Da mesma forma que em Breaking Bad, chega um momento que se vc continua do lado do Walter, vc é um maníaco. Nessa cena, se ele matasse os dois, seria esse momento. O anão só tava ali pra ajudar ele, nós veríamos que de fato ele se tornou um vilão, como o Walter deixando a namorada do Jesse morrer. Mas o que o filme faz? Ele mata o brother que era ruim pra ele, mas deixa vivo o que era amigável. Isso é um problema em vários aspectos. Primeiramente, demonstra que esse filme simplesmente não consegue estudar seu personagem muito bem, é no fundo só uma história de vingança como muitas outras. Mas em segundo, o filme claramente quer que vc perca a simpatia com o Coringa em determinado momento, mas ele nunca fornece algo para que isso ocorra.
Agora, vc pode dizer "ah vc não sabe o que o filme queria fazer, o filme não é seu blablabla". Okay. Mas eu acho que já é consenso hoje em dia como 13 reasons why é irresponsável pra caralho, e essa irresponsabilidade não parte de maldade dos roteiristas, mas pura burrice de quem escreve. A diferença é que Coringa é uma obra bem feita pelo menos, em todos os aspectos. 13 RW não só é irresponsável e burro como é ruim pra diabo. Mas o ponto é: no fundo esse filme só tem mensagens bem vazias e um desenvolvimento de personagem meio burro e que lembra um Frankenstein de todos os filmes que agradam o "cult médio" da internet, pra se validar como art house. Clube da Luta + Taxi driver + Rei da comédia + V de Vingança + Watchmen... Só que assim como o Snyder em Watchmen, que entregou um ótimo filme (mais pela estética) mas que não entende nada do material fonte, esse filme é um produto bem feito sobre inúmeros conceitos bem juvenis...
DITO TUDO ISSO, ainda havia um fator que poderia salvar o filme! Que poderia valida-lo de forma que seria bem sagaz.
3- O filme é inteiro passado pelo ponto de vista do Coringa, e como o filme indica que ele é esquizofrênico e se cobre de ilusões e fantasias sobre o mundo que queria viver, daria pra bem claramente indicar que tudo que vemos no filme, é só produto falso de uma mente perturbada. A música usada no final reforça isso, onde diz coisas como "já fui um pirata, um poeta, um cantor.." enfim, a velha história do passado de múltipla escolha que o Coringa cita em A Piada Mortal, e que o Nolan usou em Cavaleiro das Trevas (com o Coringa cada vez contando uma história diferente).
Mas infelizmente, isso perde a validade por causa de UMA cena que não é pelo ponto de vista do Coringa. Isso tira o filme do espectro individual e deixa claro que tudo ali está acontecendo. Que sim, é a cena da morte dos pais do Bruce, que é de longe a mais aleatória e sem nexo do filme, e só jogaram lá pra conectar com a origem do Batman. Não só a cena é artificial pra um caralho, como ela VALIDA AS MORTES DO PAI DO BRUCE. O que vc pode não achar um grande problema, mas caralho! Que ideia de merda mano! Não só a cena é péssima e parte de um conceito de muito mal gosto, como ela tira a chance de tornar o filme ambíguo e com múltiplas possibilidades de interpretação.
Apesar de ter feito parte da minha infância, eu tinha certeza que eu não ia achar ele grande coisa hoje em dia. Mas que surpresa! O roteiro é bastante inteligente pra um filme infantil, tem um timing cômico ótimo, e um bom subtexto a respeito de paranoia e puberdade. Agora posso defender ele sem medo de ser feliz!
A trilogia Toy Story era um ciclo perfeito. Aí chega o quarto, e não só é dispensável e não acrescenta nada que já não tivesse sido abordado nos outros, como também regride o desenvolvimento dos personagens.
Com exceção do Woody, nenhum dos personagens foi desenvolvido. O Buzz é o mais afetado; completamente descaracterizado de tudo o que foi construído com o personagem ao longo de 3 fantásticos filmes.
Eu espero que a Pixar embrase e faça logo mais dois filmes e feche uma segunda trilogia, pq se ela só quer capitalizar em cima das emoções dos fãs não tem pq fingir que esse é um bom fim pros personagens e que essa continuação precisava existir.
Apesar da direção extremamente operante e sem criatividade, uma narrativa muito derivada de Psicose e a estupidez de alguns personagens, há muita coisa ótima aqui e que elevam o filme a um status de "pequena pérola do horror".
A começar pela boa abordagem na questão da bruxaria na américa do século XVI, e sua relação com superstição e preconceito. De certa forma o plot lida com as consequências de se viver em um solo marcado pelo sangue dos arrependimentos passados, frutos de uma nação enlouquecida.
A trilha sonora também é maravilhosa, e há muitas cenas chocantes para a época; sendo já um vislumbre do que poderia vir no cinema após o fim do "code" alguns anos depois, com o nascimento da nova Hollywood.
Além disso tudo, ver Christopher Lee é sempre impagável. Ele parece se divertir com cada cena que já gravou na vida. É fascinante a sua seriedade com todo papel que tinha nas mãos.
Que filme fantástico! É realmente triste ver quantos filmes independentes tem notas medíocres nesses sites.
Ok, as atuações não foram das melhores, afinal o orçamento não conseguiria pagar os melhores atores. A fotografia e efeitos especiais também não. Mas, relevando esses aspectos (que em momento algum prejudicam o espectador), temos um roteiro extremamente inteligente e que entrega tudo que se pode pedir do gênero!
A ideia de ter um protagonista cego e limitado, mas que usa de sua astúcia e sentidos para desvendar o mistério e atacar o inimigo, dá muitas camadas a trama e torna o filme bastante original dentro do nicho. As cenas de ação são ótimas, bem como a maquiagem dos monstros e efeitos práticos.
Não bastasse tudo isso, temos no filme uma interessante alegoria para morte. Percebam: O filme se passa em um vilarejo de idosos onde, uma vez por mês, um deles é levado pela morte. O protagonista diz "as pessoas vêm aqui para morrer, não viver." É claramente uma alusão a terceira idade, e os medos e limitações que a cercam. Todos aqui estão vivendo a beira de um perigo em comum do qual não podem lutar contra, o próprio tempo.
É fantástico como os lobisomens são os monstros mais comuns em metáforas que fogem das suas expectativas em filmes de monstros (diferente de zumbis que são quase sempre exclusão e sociologia, e vampiros com sexualidade e história. Lobisomens são usados mais para existencialismo, insegurança e depressão).
Pra mim, uma das obras mais fascinantes do gênero, e um dos meus filmes de monstro favoritos das últimas duas décadas. Vejam!
"Rocketman" não é apenas (na minha opinião) o melhor filme do ano até o momento, como uma das melhores cinebiografias de todos os tempos (em relação a músicos então, top 5 certo).
Apesar de ter todos os clichês do gênero, um dos méritos do filme está em usá-los de maneira original e expândi-los a ponto de se tornarem figuras representativas de demônios que assombram o protagonista.
Então, a maioria das batidas que vc espera do gênero, são transformados em insights psicológicos que discutem abertamente a mentalidade de um artista genial, porém, extremamente conturbado.
A ideia de transformar a história em um musical também é perfeita. Não só isso ajuda muito na contextualização de cada música, como cria sequências absurdamente fascinantes que emocionam até quem nunca ouviu Elton John na vida.
A originalidade e beleza desses números musicais também emplacam esse filme como meu musical favorito dos últimos 30 anos (ao lado de Sinfonia da Necrópole).
Lembra muito "All That Jazz (1979)" na forma como as canções, coreografias e cenografias servem pra representar estados psíquicos no arco do personagem principal. E como "All That Jazz" é pra mim o musical mais genial já feito, da pra ter uma ideia do quanto amei esse filme.
É até deprimente tentar comparar Rocketman com "Bohemian Rapsody", que nada mais é que um videoclipe vazio e incoerente que desonra o legado do Queen. Realmente espero que Rocketman seja reconhecido no Oscar, pq ele merece.
Quando os filmes de Kaiju vão aprender que o arco dos personagens humanos não precisa ser complexo, ou ocupar 70% da história, ou melhor, nem precisa existir!!!
Sempre que ia pros personagens humanos eu ficava "aaaarrrrghhh!!". Agora, as batalhas são legais e tem pelo menos 2 cenas excelentes: O recarregamento do Gojira, e o vôo vulcânico destruidor.
Também gostei da forte influência de "Nas Montanhas da Loucura" no roteiro, bem como a cena em homenagem ao Gojira de 1954. Mas de resto, achei uma experiência enfadonha.
Visualmente, esse filme á uma das obras mais únicas e preciosas do cinema. As caracterizações são a obra prima de dois dos maiores artistas de pupets da história, e o resultado é espetacular. Um universo vivo e imaginativo, repleto de magia e fascinação, bem como criaturas com designes inventivos e audaciosos.
Infelizmente, por trás desse primoroso visual, temos uma história rasa, repleta de personagens estúpidos, bem como um ritmo lento e arrastado, que faz com que o filme pareça ser mais longo do que é. Felizmente, o roteiro da uma recuperada na cena final, onde temos um interessante vislumbre de um conceito filosófico a respeito de duas partes formarem uma, sendo o lado ruim e o bom partes de um todo. Me pareceu um conceito bastante maduro tendo em vista o público alvo. O trabalho de dublagem também ajudou a aumentar minha apreciação pelo longa.
Estou chocado com o quanto esse filme está sendo subestimado por crítica e público. Parte disso vem do lançamento tímido que o filme recebeu, sendo exibido em poucos cinemas dos EUA e praticamente nenhum no resto do mundo; por ser uma produção independente.
Mas caramba, isso é cinema em seu mais alto nível de qualidade! Roteiro simples mas repleto de sentimento e originalidade. Creio nunca ter visto um filme de sobrevivência tão preocupado com o fator sobrevivência da história. Cada detalhe e passo dado pelo personagem em busca da salvação é mostrado, com uma simplicidade e calma que é ao mesmo tempo inquietante e aconchegante.
Logo estamos dentro do filme com o protagonista; quando ele encontra algo que o ajudará na jornada, Mads Mikkelsen, no que talvez seja a melhor performance de sua carreira, demonstra toda a felicidade do personagem com um olhar de esperança e um sorriso doloroso que é carregado de emoção. Ficamos felizes com ele nesses momentos, bem como sofremos com ele nos momentos mais tensos.
O teor calmo da jornada também faz com que os momentos mais dramáticos ou pesados ganhem muito mais impacto no momento em que acontecem.
Outras coisas fantásticas no filme a serem citadas: A forma como a câmera e as ações do protagonista deixam claro o que está acontecendo sem que o filme precise verborragir a situação.
O melhor exemplo é quando Mads monta um pequeno memorial de pedra para o piloto, automaticamente transmitindo ao público que o outro mural de pedras provavelmente era de alguém querido que ele havia perdido, sem nunca precisar se aprofundar nisso pois foi o suficiente.
Há também a trilha sonora minimalista mas extremamente poderosa, a cinematografia impressionante, os enquadramentos belos e desoladores, bem como um final poético e esperançoso.
Pra mim já é um clássico contemporâneo, e espero que seja visto como tal com o decorrer do tempo.
Uma ótima história, com boas interpretações e uma direção fantástica que sempre busca os enquadramentos mais inventivos e interessantes dentro do possível. Mesmo com o orçamento limitado, o filme conseguiu uma boa fotografia e captação sonora, o que ajudou muito para o bom envelhecimento da obra. Mas sem dúvida, o que mais gostei foi a trilha sonora; quase como um musical, o filme é narrado com canções excelentes que enraízam a atmosfera do longa no sertão nordestino, com toda sua cultura e brilho.
Mas não é um filme perfeito. Algo que me incomodou muito foi o tratamento dado a personagem Rosa, que apesar de ter um bom arco que remete a Lady Macbeth, o filme sempre deixa ela em segundo plano, sendo sempre filtrada pelo ponto de vista dos outros personagens, e nunca protagonista de suas cenas. Além disso, o filme não estabeleceu os conflitos sociais e psicológicos tão bem quanto poderia, dando as vezes uma impressão de superficialidade nas decisões e motivações dos personagens.
Apesar disso, já é um dos meus nacionais favoritos.
Fazia tempo que eu não terminava um filme com aquela sensação boa de "Ok. Acho que esse é um dos melhores filmes que eu já vi na minha vida!".
Há tanta coisa genial para se destacar aqui que um comentário se torna banal, mas vou tentar resumir o máximo possível. A começar pela atenção primorosa a cada detalhe e elemento enquadrado pela câmera ou provido pelo impecável roteiro: A música e os pianos/órgãos são usados como representações do estado emocional dos personagens, as velas são dispositivos narrativos para demonstrar a passagem de tempo, as estátuas agregam camadas filosóficas às cenas em que aparecem (Atenção especial na cena do assassinato; onde as esculturas mostradas após o crime criam uma dicotomia entre a monstruosidade de Hyde e o "anjo" de Jeckyll, como a garota o chamava. Cinema em seu mais alto nível de sutileza e criatividade!) e etc...
O uso da câmera subjetiva é um dos mais perfeitos e eficientes que o cinema já criou até hoje. No início serve apenas como característica estilística da direção para imergir o espectador na história, bem como torna-lo mais íntimo do personagem. Conforme o filme se torna mais denso, o recurso se torna uma forma de aprisionar o espectador dentro do corpo do monstro, colocando-o sob a perspectiva da alma de Jeckyll, obrigando-o a assistir todas as atitudes do seu lado negro sem ter como impedi-las. Há também o claro efeito filosófico proporcionado pela escolha desse formato em primeira pessoa: Ao nos colocar na pele desses personagens, a obra implica que todos nós temos um Hide. O filme nos leva a enfrentar nossos demônios. Afinal, apesar da maioria de nós nunca ter matado ou estuprado ninguém, as coisas que impulsionam o surgimento do monstro são as tentações e fúrias de Jeckyll; coisas como ansiedade para que algo ocorra logo (no caso, o casamento), frustrações no trabalho (no caso, o não reconhecimento de sua pesquisa científica) e claro, a tentação sexual.
Outro ponto a ser exaltado além da direção e roteiro excepcionais, são as performances absurdas! A começar, claro, por Fedric March. Durante o filme todo acreditei serem dois atores diferentes; que surpresa descobrir que eram o mesmo! Isso emplacou facilmente essa performance entre minhas 10 favoritas de todos os tempos. Mas não apenas ele; em função dos closes inconvenientes e planos fechados nos rostos dos coadjuvantes quando a câmera está em primeira pessoa, torna-se consideravelmente mais difícil o trabalho dos atores em se manterem convincentes; pois estão mais vulneráveis a percepção do público. Ainda assim eles de mantém firmes nos papéis.
Em relação ao livro: Sempre achei a obra de Robert Louis Stevenson um desperdício de bons conceitos. Apesar da excelente narrativa e a fantástica premissa, bem como um final aterrador e repleto de camadas que daria início a um legado de interpretações que se estende até a atualidade; a verdade é que o livro foca muito mais na premissa de trama investigativa do que no horror ou psicologia da história. Sendo assim, acho o filme infinitamente superior a obra original. Não só ele consegue manter com fidelidade todas as ideias boas já existentes no livro, como as expande e se aprofunda nas possibilidades da premissa. Sendo muito mais rico em significados, bem como muito mais aterrorizante.
Além disso tudo, o filme ainda tem o fator histórico de ser um marco na evolução dos efeitos especiais e técnicas cinematográficas, sendo, portanto, um clássico em todos os sentidos da palavra!
Estou dando 0,5 estrelas a mais pq acho "2.9" injustos. As pessoas devem ver esse filme com o contexto em mente: Animação para TV, sequência de "O Hobbit" de 1977, feito em uma época do qual a adaptação em live action era considerada impossível.
Há muitas coisas excelentes para serem destacadas aqui: A trilha sonora é fantástica! Repleta de boas letras, harmonias e melodias. Gostei de todas as canções! A tentação e loucura causada pelo anel também foi muito bem adaptada, e visualmente o filme é ótimo, ainda mais se pensar no orçamento.
Infelizmente, o roteiro é muito confuso e resume as passagens mais complexas do livro das maneiras mais preguiçosas possível. Toda a subtrama do Rei e a batalha é enfadonha e até mesmo patética; chego a dizer que poderia ter sido totalmente excluída do longa, teria sido melhor.
Estou dando 0,5 estrela a mais em prol da minha admiração por filmes independentes como esse, que se esforçam o máximo para entregar o melhor possível com o pouco orçamento que têm.
Seguindo a tradição do excelente, e já clássico, "Chamado de Ctchulu", essa obra, vinda das mãos dos mesmos criadores do filme anterior, emula filmes dos anos 40/50 do gênero. Essa decisão funciona perfeitamente, tanto para baratear os custos quanto para homenagear o cinema da época.
As atuações são muito boas, ainda mais quando pensamos o quão difícil é capturar o estilo de performance da época. A trilha é operante, a fotografia excelente, e a direção muito boa. Infelizmente, o roteiro do filme é fraquíssimo. Tenta "Sussurro das Trevas" com elementos de "A Sombra de Innsmouth" e o resultado é estranho e artificial.
A ideia de resumir a construção de tensão do livro em um primeiro ato repleto de exposição e personagens coadjuvantes descartáveis também foi infeliz, bem como a super exposição dos monstros no ato final, que é uma afronta ao estilo de terror do Lovecraft do qual o filme ainda estava mantendo com bastante competência.
Apesar de tudo, em comparação a outras obras adaptadas do autor, essa se mantém entre as melhores.
Não é um dos piores filmes que já vi, mas sem dúvida um dos mais decepcionantes... O pior é que da pra ver claramente o quão bom o filme poderia ter sido. Há tantas ideias boas aqui!
Vamos começar por elas: A direção lenta e contemplativa do M., cheia de bons enquadramentos e decisões peculiares, me agradam imensamente; e aqui ele está em sua melhor forma. O conceito de criar um jogo psicológico com os personagens também é ótimo, e ajuda a reforçar inúmeras analogias filosóficas previamente abordadas na trilogia: Homens e deuses, crença e ceticismo, cultura pop e sociedade...
As interpretações também estão ótimas. James McVoy prova mais uma vez que é um dos melhores atores da atualidade (só falta escolher melhor os papéis), e Samuel L. Jackson e Bruce Willis estão realmente se esforçando para entregar seus icônicos personagens da melhor forma possível.
Também destaco do roteiro o primeiro ato, que é excelente, bem como a transição do segundo pro terceiro ato, com o Glass roubando o filme e entregando os melhores momentos da obra.
1- Personagens coadjuvantes desnecessários, enfadonhos e que só tomam decisões ilógicas para facilitar o roteiro preguiçoso. 2- Um ato final CONSTRANGEDOR, cheio de reviravoltas forçadas e sem a menor lógica. Sério, quem no mundo ia ver aqueles vídeos e pensar "PQP EXISTEM SUPER HEROISSS!!". Na boa, tem vídeo no YouTube daqueles "Humanos incríveis" que dão de 10 a 0 naquela luta medíocre. 3- Matar 2 dos personagens mais amados dos filmes do gênero da maneira mais anticlimática possível.
E assim por diante...
Não tenho como considerar o filme uma merda completa pois há coisas excelentes aqui. Mas junte isso a uma porrada de ideias imbecis e mal executadas, e vc tem uma das maiores decepções dos últimos anos. E filmes decepcionantes pesam muito mais do que filmes ruins.
Gosto da ideia de mudar o ato final da obra; tanto pra se destacar da primeira adaptação, quanto para surpreender aqueles que já sabem o que esperar da história.
Mas um bom conceito não é igual a uma boa execução. Mais uma vez as temáticas principais do livro são colocadas em escanteio (insegurança paternal e aceitação da morte) em prol de um show de horrores barato e quase genérico.
Alguns pontos essenciais para a boa condução da história foram excluídos, tirando a força das motivações e desenvolvimento dos personagens.
Não é uma perca total pois visualmente o filme me remeteu ao folk horror dos anos 60/70, os atores conseguem segurar bem a carga dramática apesar do roteiro fraco (um ponto superior ao filme de 87), e o ato final toma caminhos inesperados e que, pessoalmente, achei interessantes.
O protagonista tem pouco carisma, o Pikachu irrita com o excesso de tiradas (muitas vezes de cunho adulto, o que destoa do foco mais infantil do filme) e a trama é qualquer coisa.
Mas esse filme em momento algum se propôs a ser complexo ou sério; é um filme de entretenimento honesto como poucos da atualidade. E há muita qualidade a ser destacada aqui, em especial a criação de universo, que é visualmente lindo (remetendo muito a Blade Runner) e muito imaginativo.
Os Pokemons são um show a parte; cheios de personalidade e mantendo fidelidade total ao desenho e os jogos. Uma diversão sincera e tecnicamente impecável. Cumpriu o que prometeu.
Um documentário frustrante; não por sua qualidade, mas pelos fatos que apresenta. A partir da luta pelos direitos autorais de uma música, a obra nos leva a diversos temas complexos e socialmente relevantes que, incrivelmente, são pouco explorados.
Vemos aqui também o avanço da cultura africana no ocidente, a frágil busca de um homem por justiça, não por ser justo, mas sim pelo seu próprio ego. É fascinante o quão honesto o documentário é a respeito das pessoas envolvidas, sem procurar encontrar um herói, vilão ou responsável, apenas apresentando fatos e deixando a nós refletir sobre eles. É também incômodo pelas diversas barbaridades e injustiças que fogem de nosso alcance, nos restando apenas discuti-las e nos revoltarmos.
Infelizmente, o filme parece preocupado demais em cumprir a demanda de duração da série "ReMastered", e portanto, acaba se apressando em diversos pontos que mereciam um cuidado especial. Muitos tópicos acabam ficando tangenciais, o que impede o longa de entrar na grade de grandes documentários dos últimos anos.
Graças aos céus o filme anterior foi completamente ignorado, e o personagem pode começar do zero sua jornada no cinema com uma comédia, que acredito eu, pra época de lançamento tenha sido ainda melhor.
Mas datado ou não, o filme é extremamente repetitivo, e sofre de um grave problema: Não saber até que ponto quer realmente ser um filme de detetive, e em qual se torna pura comédia. Nisso, um gênero está em constante luta com o outro, e acaba por ficar mediano nas duas vertentes. O humor negro do filme também é um tanto de mal gosto.
Creio que, de longe, a melhor coisa do filme é Hercule, o ajudante. É com ele as melhores e mais charmosas piadas da obra.
Yojimbo, o Guarda-Costas
4.3 127O big-bang dos filmes de ação. É insano como o Kurosawa em seu cinema foi desde o que há de mais pop e divertido, com seus filmes de samurai violentos e repletos de momentos icônicos, até o mais dramático e realista, com dramas do naipe de Rapsodia de Agosto e Anjo Embriagado, passando pelo surrealista e subversivo, como Dreams e Um Domingo Maravilhoso.
Yesterday: A Trilha do Sucesso
3.4 1,0KComo fã aficionado dos Beatles que sou, ver um filme pensado pra nova geração que procura honrar o legado e importância da banda já coloca um sorriso no meu rosto. Além disso o filme tem umas sacadas engraçadas (a do Oasis em especial) e a cena do John que é linda.
Mas perto do potencial que a história tinha, e de um diretor como Danny Boyle, o resultado é uma grande decepção. Also, colocar uma música do Ed Sheeran pra tocar no climax romântico, sendo que esse é um filme sobre os Beatles, é uma grande de uma sacanagem. E mesmo a cena do John poderia ter sido tão melhor. Enfim, espero que pelo menos o filme cumpra o dever de apresentar essa banda maravilhosa pra sensibilidade atual.
Homem-Aranha: Longe de Casa
3.6 1,3K Assista AgoraÉ divertido e tals, mas caramba, o filme lançou esse ano mas parece que já faz uma década. Não há nada de memorável ou que dê a "Longe de Casa" o peso de um FILME de verdade. Parece mais um episódio de uma série de TV qualquer. Após Ultimato sinceramente eu não me sinto mais ansioso por nada do que está pra sair da Marvel.
Ódio Que Mata
3.6 18Um dos suspenses mais brilhantes que vi recentemente! O mais interessante aqui está em como o filme explora seu protagonista, e através da malícia que sabemos haver em sua mentalidade, constantemente tememos pelas situações do qual ele é colocado. Em especial o ato final onde o diretor alterna entre a dança e o olhar do psicopata, é criado um estado de inquietação no espectador só por imaginarmos o quanto aquilo deve estar afetando sua psique perturbada e homicida.
Além disso, é um filme muito relevante para os dias atuais. É impossível ver os monólogos de Slade sobre seu ódio a mulheres e não lembrar dos grupos incels e a relação entre homem, sociedade, masculinidade e sexualidade que persiste até os dias atuais. Pornografia, sexualização e libertação sexual são outros temas tratados no filme com muito maturidade e com um olhar a frente de seu tempo.
House of the Wolf Man
3.5 3Homenagem extremamente digna aos clássicos da universal, e uma ótima conclusão a "trilogia" de crossovers "House of Frankenstein" e "House of Dracula". A atmosfera e trama do filme são engajantes e imersivas. As atuações são ótimas, e há vários momentos memoráveis.
Apesar disso, a forma como Frankenstein e Drácula são introduzidos no final do filme foi forçada e repentina demais até mesmo pra um filme do gênero. Não que nos outros filmes houvesse muita lógica, mas esse ultrapassou um pouco a suspensão de descrença e por ser muito no fim do filme, acabou não utilizando os personagens tão bem quanto poderia.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 843 Assista Agora(Spoilers moderados)
Por mais legal que seja revisitar esses personagens e universo, não há nada aqui que justifique a existência do filme. Tanto o plot quanto a história seguem exatamente pros lugares que você espera.
O tom contemplativo do filme da a impressão que eles se esforçaram ao máximo pra tirar 2 horas de uma trama rasa. Meio que não tinha muito o que fazer com uma ideia tão óbvia quanto "um filme do Jesse fugindo". Muito mais interessante seria um filme que já começasse com ele recomeçando sua vida. Mas enfim, tem umas 3 cenas realmente ótimas, apesar de nenhuma delas ser memorável, e o resto do filme é um bom thriller, e só. Não tem muito o que dizer além disso. Uma pena que depois de tanto tempo o filme de Breaking Bad seja tão previsível e sem sal.
Mas como uma conclusão pro personagem, é um filme digno e cumpre o papel de deixar o personagem ter o descanso e final feliz que sempre mereceu.
Coringa
4.4 4,1K Assista Agora(Contém Spoilers)
Eu achava que o Todd Phillips, apesar de eu sempre ter botado fé nele pra trabalhar em um projeto dramático, tava com cara (pelos trailers) de ser mais um Snyder da vida que filme pura estética sem substância alguma, mas não. A direção realmente conduz bem a história. Mas a história é que é o problema.
Eu gosto de muitas coisas sobre o filme, mas acredito que ele tenha 3 problemas. 3 PUTA problemas. Mais especificamente, 3 cenas. (Além do fato de não ter nada a ver com nenhuma retratação do personagem até hoje nas HQs, dado a ressalva que meio que o Coringa foi mudado tantas vezes, e nos últimos anos nem as HQs pareceram entender o personagem direito, então não vou dar crédito a isso. Acima de tudo eu quero ver um bom filme, adaptações eu deixo em segundo plano, em especial pra um filme que claramente quer se emancipar do chamado "filmes de gibizinhos" - ironia aqui, filme de gibizinho é top- ).
Cenas Problema:
1- Na verdade aqui é um conjunto de cenas. O primeiro ato é simplesmente repetitivo nessa constante batida na tecla que absolutamente todo mundo em Gotham City são completos babacas. A primeira cena de espancamento, okay. O chefe mala, já foi bem forçado mas okay. Agora, a mãe brigando com ele no busão só pq ele tava brincando com a criança, nisso o filme já ta usando todas as cartas possíveis pra vc odiar absolutamente todo mundo nessa cidade do caralho. Até a psicóloga dele é uma completa ignorante. Nos quadrinhos, há inúmeras pessoas que constantemente tentam salvar o Coringa do mundo negro que ele criou em volta de si mesmo, aqui, ele nunca tem sequer uma chance. Mas tudo bem. Esse problema é mais de repetição e forçada de barra, mas dava pra perdoar... Até...
2- A cena do apartamento pra mim foi outro tiro no pé. Aquela cena era a oportunidade perfeita pra mostrar de vez a ruptura entre Arthur e Coringa. Da mesma forma que em Breaking Bad, chega um momento que se vc continua do lado do Walter, vc é um maníaco. Nessa cena, se ele matasse os dois, seria esse momento. O anão só tava ali pra ajudar ele, nós veríamos que de fato ele se tornou um vilão, como o Walter deixando a namorada do Jesse morrer. Mas o que o filme faz? Ele mata o brother que era ruim pra ele, mas deixa vivo o que era amigável. Isso é um problema em vários aspectos. Primeiramente, demonstra que esse filme simplesmente não consegue estudar seu personagem muito bem, é no fundo só uma história de vingança como muitas outras. Mas em segundo, o filme claramente quer que vc perca a simpatia com o Coringa em determinado momento, mas ele nunca fornece algo para que isso ocorra.
Agora, vc pode dizer "ah vc não sabe o que o filme queria fazer, o filme não é seu blablabla". Okay. Mas eu acho que já é consenso hoje em dia como 13 reasons why é irresponsável pra caralho, e essa irresponsabilidade não parte de maldade dos roteiristas, mas pura burrice de quem escreve. A diferença é que Coringa é uma obra bem feita pelo menos, em todos os aspectos. 13 RW não só é irresponsável e burro como é ruim pra diabo. Mas o ponto é: no fundo esse filme só tem mensagens bem vazias e um desenvolvimento de personagem meio burro e que lembra um Frankenstein de todos os filmes que agradam o "cult médio" da internet, pra se validar como art house. Clube da Luta + Taxi driver + Rei da comédia + V de Vingança + Watchmen... Só que assim como o Snyder em Watchmen, que entregou um ótimo filme (mais pela estética) mas que não entende nada do material fonte, esse filme é um produto bem feito sobre inúmeros conceitos bem juvenis...
DITO TUDO ISSO, ainda havia um fator que poderia salvar o filme! Que poderia valida-lo de forma que seria bem sagaz.
3- O filme é inteiro passado pelo ponto de vista do Coringa, e como o filme indica que ele é esquizofrênico e se cobre de ilusões e fantasias sobre o mundo que queria viver, daria pra bem claramente indicar que tudo que vemos no filme, é só produto falso de uma mente perturbada. A música usada no final reforça isso, onde diz coisas como "já fui um pirata, um poeta, um cantor.." enfim, a velha história do passado de múltipla escolha que o Coringa cita em A Piada Mortal, e que o Nolan usou em Cavaleiro das Trevas (com o Coringa cada vez contando uma história diferente).
Mas infelizmente, isso perde a validade por causa de UMA cena que não é pelo ponto de vista do Coringa. Isso tira o filme do espectro individual e deixa claro que tudo ali está acontecendo. Que sim, é a cena da morte dos pais do Bruce, que é de longe a mais aleatória e sem nexo do filme, e só jogaram lá pra conectar com a origem do Batman. Não só a cena é artificial pra um caralho, como ela VALIDA AS MORTES DO PAI DO BRUCE. O que vc pode não achar um grande problema, mas caralho! Que ideia de merda mano! Não só a cena é péssima e parte de um conceito de muito mal gosto, como ela tira a chance de tornar o filme ambíguo e com múltiplas possibilidades de interpretação.
O Homem Lobo e os Pestinhas
3.0 26Apesar de ter feito parte da minha infância, eu tinha certeza que eu não ia achar ele grande coisa hoje em dia. Mas que surpresa! O roteiro é bastante inteligente pra um filme infantil, tem um timing cômico ótimo, e um bom subtexto a respeito de paranoia e puberdade. Agora posso defender ele sem medo de ser feliz!
Toy Story 4
4.1 1,4K Assista AgoraA trilogia Toy Story era um ciclo perfeito. Aí chega o quarto, e não só é dispensável e não acrescenta nada que já não tivesse sido abordado nos outros, como também regride o desenvolvimento dos personagens.
Com exceção do Woody, nenhum dos personagens foi desenvolvido. O Buzz é o mais afetado; completamente descaracterizado de tudo o que foi construído com o personagem ao longo de 3 fantásticos filmes.
Eu espero que a Pixar embrase e faça logo mais dois filmes e feche uma segunda trilogia, pq se ela só quer capitalizar em cima das emoções dos fãs não tem pq fingir que esse é um bom fim pros personagens e que essa continuação precisava existir.
The City of the Dead
3.8 46 Assista AgoraApesar da direção extremamente operante e sem criatividade, uma narrativa muito derivada de Psicose e a estupidez de alguns personagens, há muita coisa ótima aqui e que elevam o filme a um status de "pequena pérola do horror".
A começar pela boa abordagem na questão da bruxaria na américa do século XVI, e sua relação com superstição e preconceito. De certa forma o plot lida com as consequências de se viver em um solo marcado pelo sangue dos arrependimentos passados, frutos de uma nação enlouquecida.
A trilha sonora também é maravilhosa, e há muitas cenas chocantes para a época; sendo já um vislumbre do que poderia vir no cinema após o fim do "code" alguns anos depois, com o nascimento da nova Hollywood.
Além disso tudo, ver Christopher Lee é sempre impagável. Ele parece se divertir com cada cena que já gravou na vida. É fascinante a sua seriedade com todo papel que tinha nas mãos.
Late Phases
3.1 95Que filme fantástico! É realmente triste ver quantos filmes independentes tem notas medíocres nesses sites.
Ok, as atuações não foram das melhores, afinal o orçamento não conseguiria pagar os melhores atores. A fotografia e efeitos especiais também não. Mas, relevando esses aspectos (que em momento algum prejudicam o espectador), temos um roteiro extremamente inteligente e que entrega tudo que se pode pedir do gênero!
A ideia de ter um protagonista cego e limitado, mas que usa de sua astúcia e sentidos para desvendar o mistério e atacar o inimigo, dá muitas camadas a trama e torna o filme bastante original dentro do nicho. As cenas de ação são ótimas, bem como a maquiagem dos monstros e efeitos práticos.
Não bastasse tudo isso, temos no filme uma interessante alegoria para morte. Percebam: O filme se passa em um vilarejo de idosos onde, uma vez por mês, um deles é levado pela morte. O protagonista diz "as pessoas vêm aqui para morrer, não viver." É claramente uma alusão a terceira idade, e os medos e limitações que a cercam. Todos aqui estão vivendo a beira de um perigo em comum do qual não podem lutar contra, o próprio tempo.
É fantástico como os lobisomens são os monstros mais comuns em metáforas que fogem das suas expectativas em filmes de monstros (diferente de zumbis que são quase sempre exclusão e sociologia, e vampiros com sexualidade e história. Lobisomens são usados mais para existencialismo, insegurança e depressão).
Pra mim, uma das obras mais fascinantes do gênero, e um dos meus filmes de monstro favoritos das últimas duas décadas. Vejam!
Rocketman
4.0 922 Assista Agora"Rocketman" não é apenas (na minha opinião) o melhor filme do ano até o momento, como uma das melhores cinebiografias de todos os tempos (em relação a músicos então, top 5 certo).
Apesar de ter todos os clichês do gênero, um dos méritos do filme está em usá-los de maneira original e expândi-los a ponto de se tornarem figuras representativas de demônios que assombram o protagonista.
Então, a maioria das batidas que vc espera do gênero, são transformados em insights psicológicos que discutem abertamente a mentalidade de um artista genial, porém, extremamente conturbado.
A ideia de transformar a história em um musical também é perfeita. Não só isso ajuda muito na contextualização de cada música, como cria sequências absurdamente fascinantes que emocionam até quem nunca ouviu Elton John na vida.
A originalidade e beleza desses números musicais também emplacam esse filme como meu musical favorito dos últimos 30 anos (ao lado de Sinfonia da Necrópole).
Lembra muito "All That Jazz (1979)" na forma como as canções, coreografias e cenografias servem pra representar estados psíquicos no arco do personagem principal. E como "All That Jazz" é pra mim o musical mais genial já feito, da pra ter uma ideia do quanto amei esse filme.
É até deprimente tentar comparar Rocketman com "Bohemian Rapsody", que nada mais é que um videoclipe vazio e incoerente que desonra o legado do Queen. Realmente espero que Rocketman seja reconhecido no Oscar, pq ele merece.
Godzilla II: Rei dos Monstros
3.2 651 Assista AgoraQuando os filmes de Kaiju vão aprender que o arco dos personagens humanos não precisa ser complexo, ou ocupar 70% da história, ou melhor, nem precisa existir!!!
Sempre que ia pros personagens humanos eu ficava "aaaarrrrghhh!!". Agora, as batalhas são legais e tem pelo menos 2 cenas excelentes: O recarregamento do Gojira, e o vôo vulcânico destruidor.
Também gostei da forte influência de "Nas Montanhas da Loucura" no roteiro, bem como a cena em homenagem ao Gojira de 1954. Mas de resto, achei uma experiência enfadonha.
O Cristal Encantado
3.6 91 Assista AgoraVisualmente, esse filme á uma das obras mais únicas e preciosas do cinema. As caracterizações são a obra prima de dois dos maiores artistas de pupets da história, e o resultado é espetacular. Um universo vivo e imaginativo, repleto de magia e fascinação, bem como criaturas com designes inventivos e audaciosos.
Infelizmente, por trás desse primoroso visual, temos uma história rasa, repleta de personagens estúpidos, bem como um ritmo lento e arrastado, que faz com que o filme pareça ser mais longo do que é. Felizmente, o roteiro da uma recuperada na cena final, onde temos um interessante vislumbre de um conceito filosófico a respeito de duas partes formarem uma, sendo o lado ruim e o bom partes de um todo. Me pareceu um conceito bastante maduro tendo em vista o público alvo. O trabalho de dublagem também ajudou a aumentar minha apreciação pelo longa.
Ártico
3.4 126Estou chocado com o quanto esse filme está sendo subestimado por crítica e público. Parte disso vem do lançamento tímido que o filme recebeu, sendo exibido em poucos cinemas dos EUA e praticamente nenhum no resto do mundo; por ser uma produção independente.
Mas caramba, isso é cinema em seu mais alto nível de qualidade! Roteiro simples mas repleto de sentimento e originalidade. Creio nunca ter visto um filme de sobrevivência tão preocupado com o fator sobrevivência da história. Cada detalhe e passo dado pelo personagem em busca da salvação é mostrado, com uma simplicidade e calma que é ao mesmo tempo inquietante e aconchegante.
Logo estamos dentro do filme com o protagonista; quando ele encontra algo que o ajudará na jornada, Mads Mikkelsen, no que talvez seja a melhor performance de sua carreira, demonstra toda a felicidade do personagem com um olhar de esperança e um sorriso doloroso que é carregado de emoção. Ficamos felizes com ele nesses momentos, bem como sofremos com ele nos momentos mais tensos.
O teor calmo da jornada também faz com que os momentos mais dramáticos ou pesados ganhem muito mais impacto no momento em que acontecem.
Outras coisas fantásticas no filme a serem citadas: A forma como a câmera e as ações do protagonista deixam claro o que está acontecendo sem que o filme precise verborragir a situação.
O melhor exemplo é quando Mads monta um pequeno memorial de pedra para o piloto, automaticamente transmitindo ao público que o outro mural de pedras provavelmente era de alguém querido que ele havia perdido, sem nunca precisar se aprofundar nisso pois foi o suficiente.
Há também a trilha sonora minimalista mas extremamente poderosa, a cinematografia impressionante, os enquadramentos belos e desoladores, bem como um final poético e esperançoso.
Pra mim já é um clássico contemporâneo, e espero que seja visto como tal com o decorrer do tempo.
Deus e o Diabo na Terra do Sol
4.1 429 Assista AgoraUma ótima história, com boas interpretações e uma direção fantástica que sempre busca os enquadramentos mais inventivos e interessantes dentro do possível. Mesmo com o orçamento limitado, o filme conseguiu uma boa fotografia e captação sonora, o que ajudou muito para o bom envelhecimento da obra. Mas sem dúvida, o que mais gostei foi a trilha sonora; quase como um musical, o filme é narrado com canções excelentes que enraízam a atmosfera do longa no sertão nordestino, com toda sua cultura e brilho.
Mas não é um filme perfeito. Algo que me incomodou muito foi o tratamento dado a personagem Rosa, que apesar de ter um bom arco que remete a Lady Macbeth, o filme sempre deixa ela em segundo plano, sendo sempre filtrada pelo ponto de vista dos outros personagens, e nunca protagonista de suas cenas. Além disso, o filme não estabeleceu os conflitos sociais e psicológicos tão bem quanto poderia, dando as vezes uma impressão de superficialidade nas decisões e motivações dos personagens.
Apesar disso, já é um dos meus nacionais favoritos.
O Médico e o Monstro
4.0 66Fazia tempo que eu não terminava um filme com aquela sensação boa de "Ok. Acho que esse é um dos melhores filmes que eu já vi na minha vida!".
Há tanta coisa genial para se destacar aqui que um comentário se torna banal, mas vou tentar resumir o máximo possível. A começar pela atenção primorosa a cada detalhe e elemento enquadrado pela câmera ou provido pelo impecável roteiro: A música e os pianos/órgãos são usados como representações do estado emocional dos personagens, as velas são dispositivos narrativos para demonstrar a passagem de tempo, as estátuas agregam camadas filosóficas às cenas em que aparecem (Atenção especial na cena do assassinato; onde as esculturas mostradas após o crime criam uma dicotomia entre a monstruosidade de Hyde e o "anjo" de Jeckyll, como a garota o chamava. Cinema em seu mais alto nível de sutileza e criatividade!) e etc...
O uso da câmera subjetiva é um dos mais perfeitos e eficientes que o cinema já criou até hoje. No início serve apenas como característica estilística da direção para imergir o espectador na história, bem como torna-lo mais íntimo do personagem. Conforme o filme se torna mais denso, o recurso se torna uma forma de aprisionar o espectador dentro do corpo do monstro, colocando-o sob a perspectiva da alma de Jeckyll, obrigando-o a assistir todas as atitudes do seu lado negro sem ter como impedi-las. Há também o claro efeito filosófico proporcionado pela escolha desse formato em primeira pessoa: Ao nos colocar na pele desses personagens, a obra implica que todos nós temos um Hide. O filme nos leva a enfrentar nossos demônios. Afinal, apesar da maioria de nós nunca ter matado ou estuprado ninguém, as coisas que impulsionam o surgimento do monstro são as tentações e fúrias de Jeckyll; coisas como ansiedade para que algo ocorra logo (no caso, o casamento), frustrações no trabalho (no caso, o não reconhecimento de sua pesquisa científica) e claro, a tentação sexual.
Outro ponto a ser exaltado além da direção e roteiro excepcionais, são as performances absurdas! A começar, claro, por Fedric March. Durante o filme todo acreditei serem dois atores diferentes; que surpresa descobrir que eram o mesmo! Isso emplacou facilmente essa performance entre minhas 10 favoritas de todos os tempos. Mas não apenas ele; em função dos closes inconvenientes e planos fechados nos rostos dos coadjuvantes quando a câmera está em primeira pessoa, torna-se consideravelmente mais difícil o trabalho dos atores em se manterem convincentes; pois estão mais vulneráveis a percepção do público. Ainda assim eles de mantém firmes nos papéis.
Em relação ao livro: Sempre achei a obra de Robert Louis Stevenson um desperdício de bons conceitos. Apesar da excelente narrativa e a fantástica premissa, bem como um final aterrador e repleto de camadas que daria início a um legado de interpretações que se estende até a atualidade; a verdade é que o livro foca muito mais na premissa de trama investigativa do que no horror ou psicologia da história. Sendo assim, acho o filme infinitamente superior a obra original. Não só ele consegue manter com fidelidade todas as ideias boas já existentes no livro, como as expande e se aprofunda nas possibilidades da premissa. Sendo muito mais rico em significados, bem como muito mais aterrorizante.
Além disso tudo, o filme ainda tem o fator histórico de ser um marco na evolução dos efeitos especiais e técnicas cinematográficas, sendo, portanto, um clássico em todos os sentidos da palavra!
O Retorno do Rei
2.9 16Estou dando 0,5 estrelas a mais pq acho "2.9" injustos. As pessoas devem ver esse filme com o contexto em mente: Animação para TV, sequência de "O Hobbit" de 1977, feito em uma época do qual a adaptação em live action era considerada impossível.
Há muitas coisas excelentes para serem destacadas aqui: A trilha sonora é fantástica! Repleta de boas letras, harmonias e melodias. Gostei de todas as canções! A tentação e loucura causada pelo anel também foi muito bem adaptada, e visualmente o filme é ótimo, ainda mais se pensar no orçamento.
Infelizmente, o roteiro é muito confuso e resume as passagens mais complexas do livro das maneiras mais preguiçosas possível. Toda a subtrama do Rei e a batalha é enfadonha e até mesmo patética; chego a dizer que poderia ter sido totalmente excluída do longa, teria sido melhor.
Um Sussurro Nas Trevas
3.4 31Estou dando 0,5 estrela a mais em prol da minha admiração por filmes independentes como esse, que se esforçam o máximo para entregar o melhor possível com o pouco orçamento que têm.
Seguindo a tradição do excelente, e já clássico, "Chamado de Ctchulu", essa obra, vinda das mãos dos mesmos criadores do filme anterior, emula filmes dos anos 40/50 do gênero. Essa decisão funciona perfeitamente, tanto para baratear os custos quanto para homenagear o cinema da época.
As atuações são muito boas, ainda mais quando pensamos o quão difícil é capturar o estilo de performance da época. A trilha é operante, a fotografia excelente, e a direção muito boa. Infelizmente, o roteiro do filme é fraquíssimo. Tenta "Sussurro das Trevas" com elementos de "A Sombra de Innsmouth" e o resultado é estranho e artificial.
A ideia de resumir a construção de tensão do livro em um primeiro ato repleto de exposição e personagens coadjuvantes descartáveis também foi infeliz, bem como a super exposição dos monstros no ato final, que é uma afronta ao estilo de terror do Lovecraft do qual o filme ainda estava mantendo com bastante competência.
Apesar de tudo, em comparação a outras obras adaptadas do autor, essa se mantém entre as melhores.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraPqp, Shymalan....
Não é um dos piores filmes que já vi, mas sem dúvida um dos mais decepcionantes... O pior é que da pra ver claramente o quão bom o filme poderia ter sido. Há tantas ideias boas aqui!
Vamos começar por elas: A direção lenta e contemplativa do M., cheia de bons enquadramentos e decisões peculiares, me agradam imensamente; e aqui ele está em sua melhor forma. O conceito de criar um jogo psicológico com os personagens também é ótimo, e ajuda a reforçar inúmeras analogias filosóficas previamente abordadas na trilogia: Homens e deuses, crença e ceticismo, cultura pop e sociedade...
As interpretações também estão ótimas. James McVoy prova mais uma vez que é um dos melhores atores da atualidade (só falta escolher melhor os papéis), e Samuel L. Jackson e Bruce Willis estão realmente se esforçando para entregar seus icônicos personagens da melhor forma possível.
Também destaco do roteiro o primeiro ato, que é excelente, bem como a transição do segundo pro terceiro ato, com o Glass roubando o filme e entregando os melhores momentos da obra.
Dito isso. Vtnc Shymalan.
1- Personagens coadjuvantes desnecessários, enfadonhos e que só tomam decisões ilógicas para facilitar o roteiro preguiçoso.
2- Um ato final CONSTRANGEDOR, cheio de reviravoltas forçadas e sem a menor lógica. Sério, quem no mundo ia ver aqueles vídeos e pensar "PQP EXISTEM SUPER HEROISSS!!". Na boa, tem vídeo no YouTube daqueles "Humanos incríveis" que dão de 10 a 0 naquela luta medíocre.
3- Matar 2 dos personagens mais amados dos filmes do gênero da maneira mais anticlimática possível.
E assim por diante...
Não tenho como considerar o filme uma merda completa pois há coisas excelentes aqui. Mas junte isso a uma porrada de ideias imbecis e mal executadas, e vc tem uma das maiores decepções dos últimos anos. E filmes decepcionantes pesam muito mais do que filmes ruins.
Cemitério Maldito
2.7 891Gosto da ideia de mudar o ato final da obra; tanto pra se destacar da primeira adaptação, quanto para surpreender aqueles que já sabem o que esperar da história.
Mas um bom conceito não é igual a uma boa execução. Mais uma vez as temáticas principais do livro são colocadas em escanteio (insegurança paternal e aceitação da morte) em prol de um show de horrores barato e quase genérico.
Alguns pontos essenciais para a boa condução da história foram excluídos, tirando a força das motivações e desenvolvimento dos personagens.
Não é uma perca total pois visualmente o filme me remeteu ao folk horror dos anos 60/70, os atores conseguem segurar bem a carga dramática apesar do roteiro fraco (um ponto superior ao filme de 87), e o ato final toma caminhos inesperados e que, pessoalmente, achei interessantes.
Pokémon: Detetive Pikachu
3.5 671 Assista AgoraO protagonista tem pouco carisma, o Pikachu irrita com o excesso de tiradas (muitas vezes de cunho adulto, o que destoa do foco mais infantil do filme) e a trama é qualquer coisa.
Mas esse filme em momento algum se propôs a ser complexo ou sério; é um filme de entretenimento honesto como poucos da atualidade. E há muita qualidade a ser destacada aqui, em especial a criação de universo, que é visualmente lindo (remetendo muito a Blade Runner) e muito imaginativo.
Os Pokemons são um show a parte; cheios de personalidade e mantendo fidelidade total ao desenho e os jogos. Uma diversão sincera e tecnicamente impecável. Cumpriu o que prometeu.
ReMastered: O Rei Leão e o Músico Esquecido
3.7 11Um documentário frustrante; não por sua qualidade, mas pelos fatos que apresenta. A partir da luta pelos direitos autorais de uma música, a obra nos leva a diversos temas complexos e socialmente relevantes que, incrivelmente, são pouco explorados.
Vemos aqui também o avanço da cultura africana no ocidente, a frágil busca de um homem por justiça, não por ser justo, mas sim pelo seu próprio ego. É fascinante o quão honesto o documentário é a respeito das pessoas envolvidas, sem procurar encontrar um herói, vilão ou responsável, apenas apresentando fatos e deixando a nós refletir sobre eles. É também incômodo pelas diversas barbaridades e injustiças que fogem de nosso alcance, nos restando apenas discuti-las e nos revoltarmos.
Infelizmente, o filme parece preocupado demais em cumprir a demanda de duração da série "ReMastered", e portanto, acaba se apressando em diversos pontos que mereciam um cuidado especial. Muitos tópicos acabam ficando tangenciais, o que impede o longa de entrar na grade de grandes documentários dos últimos anos.
Um Tiro no Escuro
3.8 63 Assista AgoraGraças aos céus o filme anterior foi completamente ignorado, e o personagem pode começar do zero sua jornada no cinema com uma comédia, que acredito eu, pra época de lançamento tenha sido ainda melhor.
Mas datado ou não, o filme é extremamente repetitivo, e sofre de um grave problema: Não saber até que ponto quer realmente ser um filme de detetive, e em qual se torna pura comédia. Nisso, um gênero está em constante luta com o outro, e acaba por ficar mediano nas duas vertentes. O humor negro do filme também é um tanto de mal gosto.
Creio que, de longe, a melhor coisa do filme é Hercule, o ajudante. É com ele as melhores e mais charmosas piadas da obra.