Aline Koskinas

Morri aguardando.

O Jamie vive uma vida passiva, modelada sob a visão de um sistema alienado (mas não pejorativo): é formado (mas foi aluno mediano), casado, filho a caminho, casa popular americana, ganhando a vida como professor de ensino médio, esposa com uma lojinha. Vida ok, familiar, honesta e saudável. (a sociedade diz que isso é ok, pelo menos).

Já pelo que soubemos do Nick, ele sempre se destacou na faculdade, era culto e bem sucedido. Ele soube desde muito cedo matar o conceito de "sociedade e valores morais" e viver uma vida sem as amarras do que é imposto como "certo" ou "errado"e sim, perseguindo em seu agora os "acasos" e as "vontades".

Sabe aquela frase bonitinha carpe diem? É isso aí.

O Nick é o homem-deus. Ele dita e faz as regras dele mesmo. Matar uma pessoa já não é mais errado, porque ele não acredita mais no que é certo e tem a consciência plena disso. Ele matou Deus na ótica metafísica e está seguro dessa escolha.

O Jaime, que um dia se encantou com esse modo de viver , estava frustrado, aprisionado, infeliz e estafado com a sua rotina e seu contexto no mundo, resolvendo recorrer ao amigo para sentir novamente esse poder de viver de forma livre.

Ao provar um gostinho disso, seu pêndulo moralista e moldado entre o que é certo e errado foi ativado. E ele decidiu que era errado matar uma pessoa naquele momento, omitindo ajuda ao seu amigo autodestrutivo. (que já estava preparado para a morte).

O Jaime matou o Nick, mas o enterrou dentro de si próprio.

O Nick virou o diabinho que canta ao lado do ouvido: "seja pleno, mate os costumes, mate os valores, viva a vida sob a sua ótica do que é certo". Ao mesmo tempo que o Nick queria viver tudo isso, ele também queria voltar para a esposa, se arrependia de seus atos, pedia desculpas para esposa, filho, pais, alunos e professores e principalmente: não estava preparado para a morte.

O Nick não tinha a auto-confiança o suficiente pra matar Deus e as morais (tanto que não conseguia decidir se a aluna deveria ir para a faculdade ou não). A dualidade entre o certo e o errado foi virando uma bomba relógio que se transformou em uma dupla personalidade e em uma crise de identidade, já que o Jaime não teve tempo suficiente com o Nick e não aprendeu como controlar a vida e criar as suas próprias regras. (uma vez porque fugiu dele e outra vez porque o matou).

Lembrando que, quem segue essa filosofia não é necessariamente uma pessoa violenta. Você pode agir contra as regras da sociedade, criando as suas próprias e definindo o que é certo ou errado sob a sua ótica. Nessa visão, você decide o que considera certo ou errado, com a consciência sob os seus atos.

Nick não entendeu pra que continuaria vivendo. Jaime não entendeu como formular novos valores. E por isso que o Ambrose é, pra mim, o estado mais consciente do niilismo: ele concorda com a filosofia, experimentou, mas conseguiu ter um controle sereno e positivo sob os seus atos, aceitando sua condição hipócrita de homem domesticado, mas vivendo sua vida de forma livre.

gente, vcs acham que ainda vão explicar o que era aquele ritual com crianças mortas com aqueles símbolos esquisitos? E o sequestro dos bebês que eram oferendas para os ww? O que aquilo significava? E porque o night king queria matar o Bran? E quem o Bran significa nessa trama toda? Achei o fim dos ww muito rápido, sem esclarecer mais coisas que acontecem desde a primeira temporada...alguma dessas coisas foi esclarecida e eu que pesquei?