eu ainda não li o livro, mas gente, que filme tocante e chocante. Ao mesmo tempo que não há nada de novo nessa história, visto que viver sob um patriarcado já nos mostra muito de tudo o que ocorre nesse filme, vê-lo desenrolar toda essa trama é agoniante. Mesmo o filme sendo lento, ainda assim não é arrastado, sua lentidão não nos entedia, senti que fez parte dos sofrimentos passados pela Eurídice e pela Guida. E claro, ser mulher parece que amplia a experiência sensorial de sofrimento ao ver essa história.
A fotografia e a direção de arte ressaltaram de forma muito evidente e simbólica a crueza das relações do feminino com o masculino, ou seria do masculino para com o feminino? A cena em que Eurídice está no consultório do médico, grávida pela segunda vez, é tão assustadora. O médico falando para o marido dela, os únicos que aparecem inteiros (rostos inteiros e nítidos, no caso), enquanto Eurídice está num segundo plano, desfocada, cortada, e quando aparece, ainda desfocada, a impressão que temos dela paralisada, sentada no consultório, é de uma mulher realmente traumatizada, borrada, dando a impressão de nem ter vida própria, diagnosticada em uma única consulta com psicose maníaco-depressiva. Eu gostaria até de colocar este frame aqui, de tanto que me tocou. A simbologia do selvagem, com tanto verde, tantas plantas, obviamente não é à toa, tanto que logo nos créditos iniciais temos a fala arrependida da Eurídice sobre destruir o vestido verde que a Guida usava no dia em que fugiu e uma se perdendo da outra numa floresta.
Nossa!
muita coisa nesse filme me fez refletir profundamente e quero revê-lo mais vezes, principalmente depois de ler o livro. Uma ótima direção brasileira!
poxa, é um filme muito tocante. Visualmente, muito bonito e tocante porque aborda questões da existência humana que fala de lugares universais, embora eu ache que existam pessoas que podem passar a vida toda numa zona de conforto e por isso nem pensar no sentido de estar no mundo. Praticamente não há conforto na vida de Cristiano.
O único momento de conforto que ele experimenta, e que ele mesmo diz que daria tudo para voltar àquele momento, é quando ele se relaciona com Ana e vive momentos que talvez tenham sido de pleno prazer físico, e ainda assim, havia o desconforto de se sentir inferior a ela, menos inteligente. No mais, a vida dele era cheia de lugares desconfortáveis, apertados e cheios, barulhentos ou muito abertos e vazios, como a estrada que é uma espécie de lugar nenhum...
Um ponto que me incomodou um pouco foi a interpretação dos atores, que em certas cenas pareciam mecânicas. No entanto, isso não conseguiu tirar o peso existencial do filme, que mesmo narrado quase que completamente, mostrou imagens e sons (este principalmente pela sua ausência) de muitos significados. O título do filme também me incomodou e talvez isso tenha sido intencional, para não ter mesmo muito sentido ou um sentido totalmente deslocado que é
basicamente o sentimento do Cristiano no fim do filme: a ausência de sentido em estar ali, o não pertencimento, a sensação de ser apenas um objeto usado que serve a um sistema maior.
O filme é realmente bom, dos melhores do MCU. Mas, eu ouso dizer que bebeu muito de filmes como Inception e O mundo imaginário do Dr. Parnassus, este último de uma forma aprimoradíssima, além de outros filmes como Harry Potter e Efeito Borboleta, todos juntos e misturados. Provavelmente, minha surpresa seria maior se eu não tivesse visto nenhum dos filmes citados aqui. Por isso que dizem que referência é tudo, fizeram um ótimo filme com isso.
que quando Shota corria com as laranjas num plano aberto, a sensação era de que tudo ia mesmo se perder porque ele não tinha saída, foi mais claustrofóbico e agoniante do que ter seis pessoas dentro daquele cubículo em que eles viviam, onde na verdade, era o lugar em que eles partilhavam de todo afeto.
Que coisa linda! Eu já sabia do status da Agnès Varda antes de ver este documentário, mas só tinha visto mesmo apenas três filmes seus. Fiquei encantadissima com as contribuições dessa mulher para o mundo da arte, realmente lendária! Que bom que eu vi isso!
Penso que foi uma ideia de aproveitar todo o making off que se tinha da produção de Bacurau. Entretanto, faz uma certa falta não ter visto alguma entrevista com os atores ou com os diretores, aquela coisa de uma historinha pro desenrolar da coisa toda... no mais, é bom. Sempre bom mostrar o que rola por trás das câmeras e também poder ver o tanto de gente envolvida nesse trabalho, dando duro mesmo pra que uma obra se realizasse e ver como é um fazer grandioso.
A crise existencial do Alberto na manhã seguinte ao carnval mostra bem isso: o sentimento de estar perdido, de não ser nada, de precisar de um rumo na vida, de uma coisa que seja segura e certa e então o personagem declara que eles precisam se casar, como se o casamento fosse a salvação.
A cena final é lindíssima, assim como a maioria das cenas em que focavam no boa vida Moraldo.
muito nonsense. Mas, da pra passar o tempo sem problemas; mesmo com uma aparência tão ruim e bagunçada tem momentos que dá até pra refletir mesmo sobre o sentido da vida.
Não tive muitas expectativas antes de assistir e também tinha lido o livro há muito tempo antes, talvez isso tenha feito gostar mais do filme do que esperava. Me lembra que preciso ler o livro novamente!
O céu de Suely, e só aqui há tanto significado... A presença do azul desde o início do filme: na fala, na paisagem, no cenário. É um filme que consegue ser ardente, tanto no sentido sensual quanto em relação à temperatura do local, mesmo usando como fundo uma cor fria e meio inocente como o azul e uma obra bonita e pura, no sentido de não ter "arrumado" as coisas para parecer mais comercial. Até a trilha sonora é tão fiel à realidade de vidas dos interiores nordestinos. Realmente não discordo dos muitos elogios que vi por aqui, são merecidos, porém o filme se arrasta um pouco até o clímax, que é a história da rifa, mas isso não impede de sentir todas as emoções que a obra provoca.
Talvez essa sensação de arrastamento tenha se confundido com o arrastar da espera da Hermila, a saudade que ela sentia do pai da criança, e aí, faz todo sentido o filme se arrastar bem nessa parte: a espera de Hermila começa a angustiá-la e depois, é a ausência de quem ela esperava que faz Hermila querer ir pra longe dalí e recomeçar tudo de novo
A Vida Invisível
4.3 642eu ainda não li o livro, mas gente, que filme tocante e chocante. Ao mesmo tempo que não há nada de novo nessa história, visto que viver sob um patriarcado já nos mostra muito de tudo o que ocorre nesse filme, vê-lo desenrolar toda essa trama é agoniante. Mesmo o filme sendo lento, ainda assim não é arrastado, sua lentidão não nos entedia, senti que fez parte dos sofrimentos passados pela Eurídice e pela Guida. E claro, ser mulher parece que amplia a experiência sensorial de sofrimento ao ver essa história.
A fotografia e a direção de arte ressaltaram de forma muito evidente e simbólica a crueza das relações do feminino com o masculino, ou seria do masculino para com o feminino? A cena em que Eurídice está no consultório do médico, grávida pela segunda vez, é tão assustadora. O médico falando para o marido dela, os únicos que aparecem inteiros (rostos inteiros e nítidos, no caso), enquanto Eurídice está num segundo plano, desfocada, cortada, e quando aparece, ainda desfocada, a impressão que temos dela paralisada, sentada no consultório, é de uma mulher realmente traumatizada, borrada, dando a impressão de nem ter vida própria, diagnosticada em uma única consulta com psicose maníaco-depressiva. Eu gostaria até de colocar este frame aqui, de tanto que me tocou. A simbologia do selvagem, com tanto verde, tantas plantas, obviamente não é à toa, tanto que logo nos créditos iniciais temos a fala arrependida da Eurídice sobre destruir o vestido verde que a Guida usava no dia em que fugiu e uma se perdendo da outra numa floresta.
Nossa!
muita coisa nesse filme me fez refletir profundamente e quero revê-lo mais vezes, principalmente depois de ler o livro. Uma ótima direção brasileira!
Arábia
4.2 169 Assista Agorapoxa, é um filme muito tocante. Visualmente, muito bonito e tocante porque aborda questões da existência humana que fala de lugares universais, embora eu ache que existam pessoas que podem passar a vida toda numa zona de conforto e por isso nem pensar no sentido de estar no mundo. Praticamente não há conforto na vida de Cristiano.
O único momento de conforto que ele experimenta, e que ele mesmo diz que daria tudo para voltar àquele momento, é quando ele se relaciona com Ana e vive momentos que talvez tenham sido de pleno prazer físico, e ainda assim, havia o desconforto de se sentir inferior a ela, menos inteligente. No mais, a vida dele era cheia de lugares desconfortáveis, apertados e cheios, barulhentos ou muito abertos e vazios, como a estrada que é uma espécie de lugar nenhum...
Um ponto que me incomodou um pouco foi a interpretação dos atores, que em certas cenas pareciam mecânicas. No entanto, isso não conseguiu tirar o peso existencial do filme, que mesmo narrado quase que completamente, mostrou imagens e sons (este principalmente pela sua ausência) de muitos significados. O título do filme também me incomodou e talvez isso tenha sido intencional, para não ter mesmo muito sentido ou um sentido totalmente deslocado que é
basicamente o sentimento do Cristiano no fim do filme: a ausência de sentido em estar ali, o não pertencimento, a sensação de ser apenas um objeto usado que serve a um sistema maior.
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraOs filmes do Hitchcock são visualmente maravilhosos e adorei os diálogos desse Janela Indiscreta.
Thor: Ragnarok
3.7 1,9K Assista AgoraParece uma grande paródia! kkkkkk...
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraO filme é realmente bom, dos melhores do MCU. Mas, eu ouso dizer que bebeu muito de filmes como Inception e O mundo imaginário do Dr. Parnassus, este último de uma forma aprimoradíssima, além de outros filmes como Harry Potter e Efeito Borboleta, todos juntos e misturados. Provavelmente, minha surpresa seria maior se eu não tivesse visto nenhum dos filmes citados aqui. Por isso que dizem que referência é tudo, fizeram um ótimo filme com isso.
John Wick 3: Parabellum
3.9 1,0K Assista AgoraConfesso que só vi pelo Keanu Reeves, mas adorei e a fotografia tem um destaque do colorido muito bonito.
Nostalgia da Luz
4.3 61Lindo e melancólico. Uma forma poética de dizer que tudo volta ao pó de onde veio, num ciclo infinito... vida - morte - vida
Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar
4.3 210"Explico que estamos fazendo um filme sobre trabalho para ser exibido nos cinemas. Mas isso não desperta nenhum interesse..."
incrível!
Assunto de Família
4.2 400 Assista AgoraQue filme tocante! A noção de família é abordada de forma sensível e ao mesmo tempo crua. Os closes traziam tanta proximidade e envolvimento
que quando Shota corria com as laranjas num plano aberto, a sensação era de que tudo ia mesmo se perder porque ele não tinha saída, foi mais claustrofóbico e agoniante do que ter seis pessoas dentro daquele cubículo em que eles viviam, onde na verdade, era o lugar em que eles partilhavam de todo afeto.
E que poster lindo!!
Tomboy
4.2 1,6K Assista Agoraum filme sensível e delicado que consegue fascinar e te prender com toda elegância. A irmãzinha da Laure/Michael é muito fofa!!
Soundtrack
3.4 42Filme interessante e com bons alívios cômicos. Gostei muito de ver o Selton Mello e Seu Jorge juntos em mais um trabalho.
O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus
3.7 1,4K Assista Agoragente, que doideira, esse filme!
Como Ser Solteira
3.3 486 Assista Agorateve alguns momentos meio chatos, mas dá pra assistir pra passar o tempo...
Varda Por Agnès
4.4 40 Assista AgoraQue coisa linda! Eu já sabia do status da Agnès Varda antes de ver este documentário, mas só tinha visto mesmo apenas três filmes seus. Fiquei encantadissima com as contribuições dessa mulher para o mundo da arte, realmente lendária! Que bom que eu vi isso!
10/04/2020
Bacurau no Mapa
3.7 27Penso que foi uma ideia de aproveitar todo o making off que se tinha da produção de Bacurau. Entretanto, faz uma certa falta não ter visto alguma entrevista com os atores ou com os diretores, aquela coisa de uma historinha pro desenrolar da coisa toda... no mais, é bom. Sempre bom mostrar o que rola por trás das câmeras e também poder ver o tanto de gente envolvida nesse trabalho, dando duro mesmo pra que uma obra se realizasse e ver como é um fazer grandioso.
Os Boas-Vidas
4.0 54 Assista AgoraUm filme tocante e posso dizer que com questões ainda atemporais.
A crise existencial do Alberto na manhã seguinte ao carnval mostra bem isso: o sentimento de estar perdido, de não ser nada, de precisar de um rumo na vida, de uma coisa que seja segura e certa e então o personagem declara que eles precisam se casar, como se o casamento fosse a salvação.
A cena final é lindíssima, assim como a maioria das cenas em que focavam no boa vida Moraldo.
Gonzaga: De Pai pra Filho
3.8 781 Assista AgoraAtuações, direção de arte e fotografia muito boas! Vale muito a pena, só a primeira parte do filme que achei um pouco arrastada...
Juliet, Nua e Crua
3.4 67 Assista AgoraDivertido e nem é tão clichê assim...
Cinderela em Paris
4.0 419 Assista Agoravisto em 04/04/2020
O Guia do Mochileiro das Galáxias
3.4 1,0Kmuito nonsense. Mas, da pra passar o tempo sem problemas; mesmo com uma aparência tão ruim e bagunçada tem momentos que dá até pra refletir mesmo sobre o sentido da vida.
Apenas Uma Vez
4.0 1,4K Assista Agoraa melancolia é uma tristeza bonita, né?
me lembrou um pouco o desenvolvimento de lost in translation
Meu Malvado Favorito 2
3.9 1,8K Assista Agora"Eu também já passei muitas noites afogando minhas mágoas no guacamole." hahaha...
Orgulho e Preconceito
4.2 2,8K Assista AgoraNão tive muitas expectativas antes de assistir e também tinha lido o livro há muito tempo antes, talvez isso tenha feito gostar mais do filme do que esperava. Me lembra que preciso ler o livro novamente!
O Céu de Suely
3.9 466 Assista AgoraO céu de Suely, e só aqui há tanto significado... A presença do azul desde o início do filme: na fala, na paisagem, no cenário. É um filme que consegue ser ardente, tanto no sentido sensual quanto em relação à temperatura do local, mesmo usando como fundo uma cor fria e meio inocente como o azul e uma obra bonita e pura, no sentido de não ter "arrumado" as coisas para parecer mais comercial. Até a trilha sonora é tão fiel à realidade de vidas dos interiores nordestinos. Realmente não discordo dos muitos elogios que vi por aqui, são merecidos, porém o filme se arrasta um pouco até o clímax, que é a história da rifa, mas isso não impede de sentir todas as emoções que a obra provoca.
Talvez essa sensação de arrastamento tenha se confundido com o arrastar da espera da Hermila, a saudade que ela sentia do pai da criança, e aí, faz todo sentido o filme se arrastar bem nessa parte: a espera de Hermila começa a angustiá-la e depois, é a ausência de quem ela esperava que faz Hermila querer ir pra longe dalí e recomeçar tudo de novo
Lindo!