Ao meu ver um comentário interessante foi traçado. Não há apenas a projeção da mãe de Nick, em Helena. Existe um arquétipo de mulher refletidos em Helena. As diferentes imagens de Vênus não aparecem ali ao acaso. Vênus de Milo, Vênus de Botticelli, o próprio nome de Helena (análogo à Helena de Troia, que acreditava-se ser a mulher mais bela que já existiu), o figurino, o penteado com o qual ela aparece na festa, todos reforçam um arquétipo de mulher, de beleza irredutível, está acima de tudo, digna de uma divindade grega. Inalcançável. Livre.
Nick, deposita nela todos seus ideais de mulher, a sensualidade, a rispidez e a distância de sua mãe que nunca lhe deu atenção e constantemente o emasculou. Sua busca/perseguição se intensifica justamente após a morte de sua mãe. Como bem vocalizado por Helena em dois momentos, "um garotinho chamado Nick", "você precisa de mim para se sentir um homem", ele, frente a ela, age como um garoto adolescente, e busca validação para sentir-se homem, e sempre que lhe é negada, ele tenta possuí-la (através da posse e atenção de Helena) cada vez mais, encaixotando-a, despindo-a e tirando dela partes a seu critério (muito significativo, não?)
O final desaponta um tanto em questão de narrativa, mas simbólicamente, é coerente, não se pode encaixotar Helena.
A monotonia acompanha infelicidade do casal, ao passo que a lentidão desenha um cotidiano maçante. O motivo em si de toda a infelicidade pode parecer banal, mas pra mim soa como uma daquelas coisas acumulativas que pesam o mundo e arrastam você.
Vanessa parece estar num estado depressivo difícil de se acompanhar e me parece natural que a conduta dela aparente ser inapreensível. E a constante luta pra compreendê-la tanto do marido quanto do público é parte do encanto do filme.
(No mais, até então, todo filme que tenha a Mélanie Laurent vale a pena)
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O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraAcabei de ver e já acho que preciso reassistir. Gostei mas não sei que pontuação dar.
Encaixotando Helena
3.1 307Ao meu ver um comentário interessante foi traçado. Não há apenas a projeção da mãe de Nick, em Helena. Existe um arquétipo de mulher refletidos em Helena. As diferentes imagens de Vênus não aparecem ali ao acaso. Vênus de Milo, Vênus de Botticelli, o próprio nome de Helena (análogo à Helena de Troia, que acreditava-se ser a mulher mais bela que já existiu), o figurino, o penteado com o qual ela aparece na festa, todos reforçam um arquétipo de mulher, de beleza irredutível, está acima de tudo, digna de uma divindade grega. Inalcançável. Livre.
Nick, deposita nela todos seus ideais de mulher, a sensualidade, a rispidez e a distância de sua mãe que nunca lhe deu atenção e constantemente o emasculou. Sua busca/perseguição se intensifica justamente após a morte de sua mãe. Como bem vocalizado por Helena em dois momentos, "um garotinho chamado Nick", "você precisa de mim para se sentir um homem", ele, frente a ela, age como um garoto adolescente, e busca validação para sentir-se homem, e sempre que lhe é negada, ele tenta possuí-la (através da posse e atenção de Helena) cada vez mais, encaixotando-a, despindo-a e tirando dela partes a seu critério (muito significativo, não?)
O Diabo a Quatro
3.8 88 Assista AgoraHumor pastelão conte comigo para tudo
À Beira Mar
3.1 222 Assista AgoraA monotonia acompanha infelicidade do casal, ao passo que a lentidão desenha um cotidiano maçante. O motivo em si de toda a infelicidade pode parecer banal, mas pra mim soa como uma daquelas coisas acumulativas que pesam o mundo e arrastam você.
Vanessa parece estar num estado depressivo difícil de se acompanhar e me parece natural que a conduta dela aparente ser inapreensível. E a constante luta pra compreendê-la tanto do marido quanto do público é parte do encanto do filme.
(No mais, até então, todo filme que tenha a Mélanie Laurent vale a pena)