Talvez seja intencional, mas a aparente inobjetividade do enredo parece ter turvado a detecção de certos alvos da sátira que não apenas o protagonista. Diversos long shots de curta duração pela cidade, mas sem demarcar um escopo, dificultando a captação da sátira, que está lá, incessante, ainda que não tão bem delineada.
Cage esculpiu o seu próprio Nosferatu no qual se inspira, indo das expressões meme a uma apiedante derrocada.
afinal o personagem do vaughn foi tão somente arrastado e arrasado pelo concreto do dever sem remuneração na forma de 'sim' quanto ao seu pedido de casamento em um paralelo estreito com o personagem 'músculos'.
toda a gula do personagem, mais do que uma marca clichê do estereótipo policial rosquinha, me pareceu derivar dessa ansiedade quanto ao pedido de casamento, que, por sua vez, se fundamentava na acentuada diferença entre o casal.
A cama-casulo do Saul e a sua cadeira de alimentação conferem, a princípio, um caráter primário e, ao mesmo tempo, emergente ao seu processo criativo, porém os tentáculos e ossos que as constituem insinuam a natureza natimorta de sua criação. Com isso já nos é dado o mote do que está por vir.
Cronenberg mais uma vez atestando que o corpo é uma fonte inesgotável de práticas parafílicas.
Essa estética minimalista, seja na cidade ou na periferia, transmite com perfeita precisão, praticamente materializa o ambiente meramente descrito no livro.
Nessa encruzilhada entre replicantes subterrâneos revolucionários e um tubarão com aspirações supremacistas, nosso herói waifuísta abre mão de sua existência eivada de artificialismo, e, não obstante, age em prol de Deckard, cujo laço com a filha talvez lhe parecesse a única realidade palpável e desejada.
Em seus momentos finais, sob a neve, estirando-se e olhando para o céu e percebendo-se capaz de empatia, estaria se questionando se ele afinal possuía uma alma?
Por pouco o Batman não é cancelado na sua própria história, de tanta ''culpa do white privilege'' que o roteiro bate na tecla, servindo até como motivação de um dos vilões.
Filme inexplicavelmente arrastado, trapalhão enquanto trama policial, lacrador, com um Batman distinto e passível de lapidação em suas continuações.
Destaque para a cena dele entrando na boate à la American Psycho.
Até agora não se sabe quem é o mais fatigado: o protagonista ou as coreografias em geral, salvo uma ou outra cena. E deve-se dar um desconto para o humor descabido inserido neste, afinal, o próprio estopim do enredo é mais cômico do que trágico.
É um contraste bem interessante com o antecessor Naked.
Era de se esperar que uma leva de diretores despejassem na tela um arco-íris de dar náusea, mas, felizmente, Mike Leigh me parece diferenciado. A protagonista otimista e balzaca não é o tipo de personagem que me cativa, ainda dificulta o fato de não haver um enredo estabelecido, é simplesmente o cotidiano dela e situações cotidianas e a forma como ela as encara, só que há um certo charme na interpretação da Sally Hawkins, mesmo a personagem beirando a demência.
E um contraste explícito com o de Naked, além da perspectiva dos protagonistas perante a vida, é a forma como se relacionam com as pessoas, especialmente as de visão contrária. Em Naked, Johnny devolvia tristeza, angústia e desesperança em dobro ao interlocutor, mesmo que às vezes tentasse trazer consolo, só que de forma "inconsolável". Já neste, Poppy procura, literalmente, tratar as pessoas como uma branda professora do maternal, o que obviamente e dificilmente, não a faz obter êxito; mas não tira a peculiaridade de sua personalidade. Também ressalto o choque de opostos nas cenas com o instrutor. Ele, que num outro contexto fosse tido como o "fora da caixa", da matrix ou algo do tipo, o diretor já o apresenta seminu, e termina por despi-lo completamente.
No final, mesmo com certa frustração e com o otimismo sofrendo um pequeno abalo, mas ao mesmo tempo mantendo-o resiliente e ainda esperançoso, segue remando livre e leve; um poco parecido com Johnny, que começa e termina em fuga, só que não se resignando facilmente, mas arrastando-se inutilmente, como forma cínica de fuga do incessante inferno que lhe é o absurdo da existência.
Quem nunca desejou uma noite nova-iorquina rondando em uma van com amigays do rock, encontrar o amor, falar sobre os Beatles e usar calças apertadas? E tudo isso na companhia do Cera.
Um filme Godarniano que tem como pano de fundo a situação política ao redor de alguns países na década 60; o Brasil é citado inclusive. Seria ingenuidade pensar que Godard iria nos apresentar uma visão ampla da política de um desses países? Sim, seria. Como já disse, é apenas pano de fundo para ser contada uma linda história de amor de um suposto casal francês, um ex-militar e uma aspirante a cantora pop. Contém todas as características que fazem o diretor ser tão querido; temos personagens que soltam frases de efeito em momentos não muito apropriados; cortes poeticamente bisonhos; mocinhas que desejam apenas viver livremente; homens que amam as mulheres com a mesma intensidade que fumam maços de Derby azul, branco e vermelho; diálogos costumeiramente poéticos sobre o amor, mais pra interrogatório da falta do que obter da outra pessoa. Enfim, um filme onde Godard nos proporciona aquele costumeiro déjà vu de seus outros filmes; visão ampla sobre determinado assunto, suposto casal extremamente carismático, diálogos afiadíssimos, humor ácido, personagens inteligentemente com inclinações a esquerda, e o melhor de tudo, Godard levanta sutilmente, porém com louvor, a bandeira feminista. Outro belo filme desse exímio cineasta que é pura provocação, pura revolta e puro amor. É um filme puro. Apesar de sua intensa sujeira. É um filme humano. Sobre humanos. Sobre o erro. Sobre a tentativa de ser. Sobre o desespero de não ser. Sobre a necessidade de se continuar.
Encarei como exercício de fimose, esticaram, esticaram e nada. A cada minuto na realidade verde vc só se certifica de quão merda será o final, não só por terminar do ponto inicial, mas por terminar como qualquer final bunda mole de um péssimo drama europeu.
Thriller que me lembrou ligeiramente o Por Um Fio do Schumacher. Acho que melhor seria se a trama também centrasse num local específico, que seria o quarto de hotel no caso, depois que o Frodo sai do quarto o filme engata num ritmo frenético que acaba perdendo um pouco do clima de mistério que havia sido bem construído. Mas é um bom thriller, há quem reclame dos hackers com habilidades de rastreamento e vigilância de dar inveja no velho barbudo alado, fora isso não vi incoerências até o final (bem satisfatório por sinal).
Transe
3.4 3Billie Joe acorda em todo primeiro de outubro, mas a esquerda brasileira pena em acordar do maio de 68.
Na Companhia de Homens
3.5 23Que rufem os tambores, pois o Chad irá rular.
Não Fale o Mal
3.6 670Precisamos falar sobre eurocucks.
Patrick invadindo a privacidade e dominando o território através da mijola até o último ato.
Nefasto
3.4 200 Assista AgoraAgora que a poeira abaixou, sejamos sinceros: a premissa do demônio não tem cabimento e o final é no mínimo intrincado.
Um Estranho Vampiro
3.0 72 Assista AgoraTalvez seja intencional, mas a aparente inobjetividade do enredo parece ter turvado a detecção de certos alvos da sátira que não apenas o protagonista. Diversos long shots de curta duração pela cidade, mas sem demarcar um escopo, dificultando a captação da sátira, que está lá, incessante, ainda que não tão bem delineada.
Cage esculpiu o seu próprio Nosferatu no qual se inspira, indo das expressões meme a uma apiedante derrocada.
Justiça Brutal
3.7 153 Assista Agoraafinal o personagem do vaughn foi tão somente arrastado e arrasado pelo concreto do dever sem remuneração na forma de 'sim' quanto ao seu pedido de casamento em um paralelo estreito com o personagem 'músculos'.
toda a gula do personagem, mais do que uma marca clichê do estereótipo policial rosquinha, me pareceu derivar dessa ansiedade quanto ao pedido de casamento, que, por sua vez, se fundamentava na acentuada diferença entre o casal.
Crimes do Futuro
3.2 263 Assista AgoraA cama-casulo do Saul e a sua cadeira de alimentação conferem, a princípio, um caráter primário e, ao mesmo tempo, emergente ao seu processo criativo, porém os tentáculos e ossos que as constituem insinuam a natureza natimorta de sua criação. Com isso já nos é dado o mote do que está por vir.
Cronenberg mais uma vez atestando que o corpo é uma fonte inesgotável de práticas parafílicas.
Pânico
3.4 1,1K Assista AgoraO 4 foi o verdadeiro arremate da franquia.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraEssa estética minimalista, seja na cidade ou na periferia, transmite com perfeita precisão, praticamente materializa o ambiente meramente descrito no livro.
Nessa encruzilhada entre replicantes subterrâneos revolucionários e um tubarão com aspirações supremacistas, nosso herói waifuísta abre mão de sua existência eivada de artificialismo, e, não obstante, age em prol de Deckard, cujo laço com a filha talvez lhe parecesse a única realidade palpável e desejada.
Em seus momentos finais, sob a neve, estirando-se e olhando para o céu e percebendo-se capaz de empatia, estaria se questionando se ele afinal possuía uma alma?
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraPor pouco o Batman não é cancelado na sua própria história, de tanta ''culpa do white privilege'' que o roteiro bate na tecla, servindo até como motivação de um dos vilões.
Filme inexplicavelmente arrastado, trapalhão enquanto trama policial, lacrador, com um Batman distinto e passível de lapidação em suas continuações.
Destaque para a cena dele entrando na boate à la American Psycho.
John Wick 3: Parabellum
3.9 1,0K Assista AgoraInegavelmente o mais inconsistente da franquia.
Até agora não se sabe quem é o mais fatigado: o protagonista ou as coreografias em geral, salvo uma ou outra cena. E deve-se dar um desconto para o humor descabido inserido neste, afinal, o próprio estopim do enredo é mais cômico do que trágico.
12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição
3.3 804 Assista Agora12 horas para lacrar - Vote Hilary.
Simplesmente Feliz
3.4 254É um contraste bem interessante com o antecessor Naked.
Era de se esperar que uma leva de diretores despejassem na tela um arco-íris de dar náusea, mas, felizmente, Mike Leigh me parece diferenciado. A protagonista otimista e balzaca não é o tipo de personagem que me cativa, ainda dificulta o fato de não haver um enredo estabelecido, é simplesmente o cotidiano dela e situações cotidianas e a forma como ela as encara, só que há um certo charme na interpretação da Sally Hawkins, mesmo a personagem beirando a demência.
E um contraste explícito com o de Naked, além da perspectiva dos protagonistas perante a vida, é a forma como se relacionam com as pessoas, especialmente as de visão contrária. Em Naked, Johnny devolvia tristeza, angústia e desesperança em dobro ao interlocutor, mesmo que às vezes tentasse trazer consolo, só que de forma "inconsolável". Já neste, Poppy procura, literalmente, tratar as pessoas como uma branda professora do maternal, o que obviamente e dificilmente, não a faz obter êxito; mas não tira a peculiaridade de sua personalidade. Também ressalto o choque de opostos nas cenas com o instrutor. Ele, que num outro contexto fosse tido como o "fora da caixa", da matrix ou algo do tipo, o diretor já o apresenta seminu, e termina por despi-lo completamente.
No final, mesmo com certa frustração e com o otimismo sofrendo um pequeno abalo, mas ao mesmo tempo mantendo-o resiliente e ainda esperançoso, segue remando livre e leve; um poco parecido com Johnny, que começa e termina em fuga, só que não se resignando facilmente, mas arrastando-se inutilmente, como forma cínica de fuga do incessante inferno que lhe é o absurdo da existência.
Pelos Caminhos do Inferno
3.9 78Da perspectiva do professor, ele se perverteu; e do Dr., despiu-se.
Vale outra menção ao Dr., que é o diabo mais consciente entre os outros diabos.
Entre Abelhas
3.4 832Comédia Drama Fantasia Ficção
Porchat veio pra revolucionar o cinema nacional, sem dúvida.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraE não é que as preces do ROBSON foram atendidas?
Trash: A Esperança Vem do Lixo
3.7 556 Assista AgoraNão houve esperança, é um verdadeiro trash de filme.
Nick & Norah: Uma Noite de Amor e Música
3.5 847Quem nunca desejou uma noite nova-iorquina rondando em uma van com amigays do rock, encontrar o amor, falar sobre os Beatles e usar calças apertadas? E tudo isso na companhia do Cera.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraBa dum tss
Masculino-Feminino
3.9 159 Assista AgoraUm filme Godarniano que tem como pano de fundo a situação política ao redor de alguns países na década 60; o Brasil é citado inclusive. Seria ingenuidade pensar que Godard iria nos apresentar uma visão ampla da política de um desses países? Sim, seria.
Como já disse, é apenas pano de fundo para ser contada uma linda história de amor de um suposto casal francês, um ex-militar e uma aspirante a cantora pop. Contém todas as características que fazem o diretor ser tão querido; temos personagens que soltam frases de efeito em momentos não muito apropriados; cortes poeticamente bisonhos; mocinhas que desejam apenas viver livremente; homens que amam as mulheres com a mesma intensidade que fumam maços de Derby azul, branco e vermelho; diálogos costumeiramente poéticos sobre o amor, mais pra interrogatório da falta do que obter da outra pessoa. Enfim, um filme onde Godard nos proporciona aquele costumeiro déjà vu de seus outros filmes; visão ampla sobre determinado assunto, suposto casal extremamente carismático, diálogos afiadíssimos, humor ácido, personagens inteligentemente com inclinações a esquerda, e o melhor de tudo, Godard levanta sutilmente, porém com louvor, a bandeira feminista.
Outro belo filme desse exímio cineasta que é pura provocação, pura revolta e puro amor. É um filme puro. Apesar de sua intensa sujeira. É um filme humano. Sobre humanos. Sobre o erro. Sobre a tentativa de ser. Sobre o desespero de não ser. Sobre a necessidade de se continuar.
Entes Queridos
3.5 498Convida eu pro baile, Lola.
Incertezas
2.8 109Encarei como exercício de fimose, esticaram, esticaram e nada.
A cada minuto na realidade verde vc só se certifica de quão merda será o final, não só por terminar do ponto inicial, mas por terminar como qualquer final bunda mole de um péssimo drama europeu.
Perseguição Virtual
2.7 108 Assista AgoraThriller que me lembrou ligeiramente o Por Um Fio do Schumacher. Acho que melhor seria se a trama também centrasse num local específico, que seria o quarto de hotel no caso, depois que o Frodo sai do quarto o filme engata num ritmo frenético que acaba perdendo um pouco do clima de mistério que havia sido bem construído. Mas é um bom thriller, há quem reclame dos hackers com habilidades de rastreamento e vigilância de dar inveja no velho barbudo alado, fora isso não vi incoerências até o final (bem satisfatório por sinal).
Será Que?
3.5 913 Assista AgoraSerá que não houve um roteiro menos débil que esse?