Fui assistir com expectativa zero e saí impressionado. Importante lembrar que o diretor, Craig Gillespie, é o mesmo do fantástico "I, Tonya" e de "Lars and the Real Girl", outro bom filme.
Aqui, por sua vez, ele entrega um pacote completo: não deixa nem a humanidade e nem a vilania de Cruella de lado - sem apelar pra uma loucura manicômica como outros filmes de vilões ou uma infância de abusos, apesar de ainda haver um tragicismo, mas equilibrado com um incondicional carinho -, traz uma perspectiva inesperada de maternidade a um filme desse tamanho e alcance, visuais deslumbrantes e uma trilha maravilhosa que serviria por si só e que casa perfeitamente com a ambientação do filme.
O elenco, afiadíssimo e bastante envolvido com a história, se diverte em suas cenas - todos os holofotes para o "duo das Emmas": tanto Thompson quanto Stone prendem a atenção com suas personagens num intenso jogo de gata e rata.
Bom perceber que uma das roteiristas do filme, Kelly Marcel, também escreveu "Walt nos bastidores de Mary Poppins" e "Venon", a maravilhosa "zebra" da Sony inspirada no insano personagem dos quadrinhos noventistas do Homem-Aranha. Se tem alguém que sabe escrever sobre bons vilões, Kelly Marcel parece ser a pessoa.
Enfim, assistam, se divirtam e se empolguem. Vale as quase 2h30 de tela.
A Febre é um filme incrivelmente bem feito. A direção dele é precisa e tão organizada quanto uma sinfonia de música clássica. Não há excessos ou faltas. É quase um relógio de tão bem ordenado. A diretora Maya Werneck mantém o controle da história com impressionante maestria, entendendo que boa parte de seu público (talvez) não compreenda a cultura indígena, que é a base do filme, entregando o necessário para que possamos acompanhar - e nos importar - com os personagens e entender os mundos em que vivem, construindo toda a narrativa de forma bastante compreensiva, sem deixar de lado os dilemas humanos, na confusão que temos ao nos afastarmos de nossas raízes, de nossas casas, e (também) no conflito geracional que isso leva. As atuações são excelentes: discretas e verdadeiras - os diálogos são de um cuidado extremo, sendo reais, mas especialmente profundos. Impressionante filme. Indico fortemente.
Lynne Ramsay utiliza a violência como elemento narrativo como poucos realmente um fazem. Uma diretora em seu melhor com um protagonista à altura de seu talento.
Subestimado: melhor do que se pressupõe, mas também inferior aos anteriores. O que não o torna necessariamente ruim, mas competente. Tem um tom inocente e nostálgico que é a cara de Nárnia.
Tem um momento em que um dos personagens fala: "Vc queria mais dentes, mais selvagem, maior. Tem de aceitar tudo que vem com isso" (ou algo semelhante) e esse parece ser todo o mote do filme. Na necessidade de ser um filme que exponencializa tudo o que havia nos anteriores, JW é apressado demais, com correria demais, com dinossauros demais, com personagens demais, envolvidos em relações pretensiosas demais e, por isso, ele é ralo, desinteressante e bobo. A maior parte do elenco parece estar no automático (só Vincent D'Onofrio parece à vontade em seu papel e se divertindo) e se apegar aos personagens é um exercício hercúleo/forçado.
O filme quebra a própria lógica de causa e consequência pra enfiar clichès com o mesmo cuidado que um brontossauro anda de bicicleta e, por isso, acaba sendo a prova de que certos clássicos é melhor que fiquem no passado.
Jurassic World faz Jurassic Park 3 ser uma obra prima.
Malick tem um jeito muito único de fazer filmes. Arrisco dizer que ele procura resgatar em audiovisual o conceito literário de "fluxo de pensamento". Em seus filmes, tempo, pensamento e realidade se confundem, seguindo um ritmo próprio, tomado pelos sentimentos e sensações dos personagens - o que é interessante, pois torna o cinema uma experiência discursiva que vai além do narrativo per se, da história pela história, abrindo espaço pra investigação pessoal e humana no geral.
Em "De Canção em Canção", no entanto, ele parece tomado por um desejo de linearidade, talvez para fechar o ciclo emocional do casal principal (Faye e BV), deixando de lado as idas e voltas no tempo para mostrar o aproximar e distanciar desses personagens. A sensação que fica, no fim, é de que algo se perdeu, um texto que ficou inacabado, e que as discussões foram levadas por clichès dos filmes de romance com metade do elenco estrelado sem função alguma - tomados por um ópio da riqueza e do privilégio e soando mais como crianças mimadas que como levantadores de questões relevantes.
Mesmo assim, ainda é bonito ver sua fotografia incomum, sua direção que retira os atores de seus lugares confortáveis, os textos narrados sobrepondo-se às falas. Mas me pareceu só uma embalagem bonita para um "disco" esquecível.
Emilia Clarke é de um carisma contagiante e tem personalidade própria, não parecendo mais uma versão de Julia Roberts, o que é muito bom. No entanto, o filme não acompanha a identidade de sua atriz principal e, apesar de eu não achar um problema em si a previsibilidade do roteiro, todo o classicismo europeu (britânico, em particular) parece cansativo e enfadonho - que só não foi pior porque Charles Dance, que não é um ator de todo ruim, soube se por no seu lugar e deixar Emilia brilhar.
O filme se esforça muito pra resgatar o espírito do primeiro, mas todos os elementos parecem desconectados e apressados. Na necessidade de se tornar um filme maior que os anteriores, falha em resgatar as ideias simples do primeiro, perdendo o timming de despedida que merecia.
Uma pena pra uma franquia que começou em passos tortos, mas bem direcionados.
Muito longe do charme do primeiro, mas nem por isso realmente ruim - morreu também pelo excesso de expectativas em cima. Além disso, DeKnight está longe de dirigir um elenco tão bem quanto Del Toro e essa história parece reduzir a idade do público-alvo, por isso ela parece mais brincalhona e mais simples. Os personagens são divertidos, mas poderiam ser melhor aproveitados e há muito tempo perdido com explicações de coisas pouco interessantes.
Mas, curti. Achei divertido. Poderia ser um bom episódio piloto pra uma série derivada.
Acredito que esta versão das Panteras atualiza bem o conceito da série, tem um elenco muito dedicado e uma história que não deixa a dever com relação em filmes do gênero. No entanto, Elizabeth Banks foi fominha demais e sua direção é, no mínimo, questionável. Ela não aproveita bem seu elenco, as cenas de ação são fracas e os efeitos amadores. Uma pena. Tivesse ela colocado a direção do filme nas mãos de experientes como Cathy Yan, Kathryn Bigelow ou mesmo as irmãs Wachowski, ou arriscado uma Ana Lily Amirpour da vida, talvez o resultado fosse bem melhor.
Ficou bem distante do primeiro, tropeçou bastante no começo, forçou umas piadas bem "desnecessárias" (pra se usar de um eufemismo), mas teve um fim até bem bonitinho. Poderia ser mais, infelizmente não foi.
Redondo. Intenso. Emocionante. Mad Max: Fury Road não é somente bom e bem feito, ele é uma aula de cinema de ação/sci-fi (o sci-fi real, de raiz, que foi criado para nos fazer pensar sobre a sociedade em que vivemos e o tipo de pessoas que somos), uma aula de como escrever/fazer uma boa história, dando mais camadas de leitura a um épico de carros e poeira que um bolo de casamento.
De quebra, só porque todos seus atributos positivos seriam triviais e poderiam ser taxados como: "saber fazer feijão com arroz", ele foi mais além e deu vida, respirável e verdadeira na atuação sempre sensacional de Charlize Theron, à heroína de toda uma geração (e de algumas antes e depois dela).
MM: Fury Road não é um filme. Ele é uma necessidade de formas incontáveis.
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraFui assistir com expectativa zero e saí impressionado. Importante lembrar que o diretor, Craig Gillespie, é o mesmo do fantástico "I, Tonya" e de "Lars and the Real Girl", outro bom filme.
Aqui, por sua vez, ele entrega um pacote completo: não deixa nem a humanidade e nem a vilania de Cruella de lado - sem apelar pra uma loucura manicômica como outros filmes de vilões ou uma infância de abusos, apesar de ainda haver um tragicismo, mas equilibrado com um incondicional carinho -, traz uma perspectiva inesperada de maternidade a um filme desse tamanho e alcance, visuais deslumbrantes e uma trilha maravilhosa que serviria por si só e que casa perfeitamente com a ambientação do filme.
O elenco, afiadíssimo e bastante envolvido com a história, se diverte em suas cenas - todos os holofotes para o "duo das Emmas": tanto Thompson quanto Stone prendem a atenção com suas personagens num intenso jogo de gata e rata.
Bom perceber que uma das roteiristas do filme, Kelly Marcel, também escreveu "Walt nos bastidores de Mary Poppins" e "Venon", a maravilhosa "zebra" da Sony inspirada no insano personagem dos quadrinhos noventistas do Homem-Aranha. Se tem alguém que sabe escrever sobre bons vilões, Kelly Marcel parece ser a pessoa.
Enfim, assistam, se divirtam e se empolguem. Vale as quase 2h30 de tela.
A Febre
3.8 55A Febre é um filme incrivelmente bem feito. A direção dele é precisa e tão organizada quanto uma sinfonia de música clássica. Não há excessos ou faltas. É quase um relógio de tão bem ordenado.
A diretora Maya Werneck mantém o controle da história com impressionante maestria, entendendo que boa parte de seu público (talvez) não compreenda a cultura indígena, que é a base do filme, entregando o necessário para que possamos acompanhar - e nos importar - com os personagens e entender os mundos em que vivem, construindo toda a narrativa de forma bastante compreensiva, sem deixar de lado os dilemas humanos, na confusão que temos ao nos afastarmos de nossas raízes, de nossas casas, e (também) no conflito geracional que isso leva.
As atuações são excelentes: discretas e verdadeiras - os diálogos são de um cuidado extremo, sendo reais, mas especialmente profundos.
Impressionante filme. Indico fortemente.
Você Nunca Esteve Realmente Aqui
3.6 521 Assista AgoraCru, sujo, revoltante.
Lynne Ramsay utiliza a violência como elemento narrativo como poucos realmente um fazem. Uma diretora em seu melhor com um protagonista à altura de seu talento.
Assunto de Família
4.2 400 Assista AgoraIntenso e emocionante.
Sakura Andou é uma força da natureza.
Para ver, rever e fazer grupos de discussão sobre.
A Vilã
3.6 224 Assista AgoraAção excelente, coreografias de luta de tirar o fôlego, uma trama envolvente, com mais reviravoltas que um rocambole.
Maravilhoso.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraBong Joon-ho é tão incômodo quanto excelente.
As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada
3.5 1,4K Assista AgoraSubestimado: melhor do que se pressupõe, mas também inferior aos anteriores. O que não o torna necessariamente ruim, mas competente. Tem um tom inocente e nostálgico que é a cara de Nárnia.
Alabama Monroe
4.3 1,4K Assista AgoraAssista e chore litros.
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraTem um momento em que um dos personagens fala: "Vc queria mais dentes, mais selvagem, maior. Tem de aceitar tudo que vem com isso" (ou algo semelhante) e esse parece ser todo o mote do filme. Na necessidade de ser um filme que exponencializa tudo o que havia nos anteriores, JW é apressado demais, com correria demais, com dinossauros demais, com personagens demais, envolvidos em relações pretensiosas demais e, por isso, ele é ralo, desinteressante e bobo. A maior parte do elenco parece estar no automático (só Vincent D'Onofrio parece à vontade em seu papel e se divertindo) e se apegar aos personagens é um exercício hercúleo/forçado.
O filme quebra a própria lógica de causa e consequência pra enfiar clichès com o mesmo cuidado que um brontossauro anda de bicicleta e, por isso, acaba sendo a prova de que certos clássicos é melhor que fiquem no passado.
Jurassic World faz Jurassic Park 3 ser uma obra prima.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista Agora"Daddy issues" em 2049.
De Canção Em Canção
2.9 373 Assista AgoraMalick tem um jeito muito único de fazer filmes. Arrisco dizer que ele procura resgatar em audiovisual o conceito literário de "fluxo de pensamento". Em seus filmes, tempo, pensamento e realidade se confundem, seguindo um ritmo próprio, tomado pelos sentimentos e sensações dos personagens - o que é interessante, pois torna o cinema uma experiência discursiva que vai além do narrativo per se, da história pela história, abrindo espaço pra investigação pessoal e humana no geral.
Em "De Canção em Canção", no entanto, ele parece tomado por um desejo de linearidade, talvez para fechar o ciclo emocional do casal principal (Faye e BV), deixando de lado as idas e voltas no tempo para mostrar o aproximar e distanciar desses personagens. A sensação que fica, no fim, é de que algo se perdeu, um texto que ficou inacabado, e que as discussões foram levadas por clichès dos filmes de romance com metade do elenco estrelado sem função alguma - tomados por um ópio da riqueza e do privilégio e soando mais como crianças mimadas que como levantadores de questões relevantes.
Mesmo assim, ainda é bonito ver sua fotografia incomum, sua direção que retira os atores de seus lugares confortáveis, os textos narrados sobrepondo-se às falas. Mas me pareceu só uma embalagem bonita para um "disco" esquecível.
Angry Birds 2: O Filme
3.3 80O filme tem muitos momentos sem noção, umas piadas bem inapropriadas, e um ritmo alucinadamente frenético... ou seja, ótimo.
Como Eu Era Antes de Você
3.7 2,3K Assista AgoraEmilia Clarke é de um carisma contagiante e tem personalidade própria, não parecendo mais uma versão de Julia Roberts, o que é muito bom. No entanto, o filme não acompanha a identidade de sua atriz principal e, apesar de eu não achar um problema em si a previsibilidade do roteiro, todo o classicismo europeu (britânico, em particular) parece cansativo e enfadonho - que só não foi pior porque Charles Dance, que não é um ator de todo ruim, soube se por no seu lugar e deixar Emilia brilhar.
Vale uma sessão da tarde com a pessoa querida.
A Escolha Perfeita 3
3.1 304 Assista AgoraO filme se esforça muito pra resgatar o espírito do primeiro, mas todos os elementos parecem desconectados e apressados. Na necessidade de se tornar um filme maior que os anteriores, falha em resgatar as ideias simples do primeiro, perdendo o timming de despedida que merecia.
Uma pena pra uma franquia que começou em passos tortos, mas bem direcionados.
Círculo de Fogo: A Revolta
2.8 491 Assista AgoraMuito longe do charme do primeiro, mas nem por isso realmente ruim - morreu também pelo excesso de expectativas em cima. Além disso, DeKnight está longe de dirigir um elenco tão bem quanto Del Toro e essa história parece reduzir a idade do público-alvo, por isso ela parece mais brincalhona e mais simples. Os personagens são divertidos, mas poderiam ser melhor aproveitados e há muito tempo perdido com explicações de coisas pouco interessantes.
Mas, curti. Achei divertido. Poderia ser um bom episódio piloto pra uma série derivada.
As Panteras
3.1 705 Assista AgoraAcredito que esta versão das Panteras atualiza bem o conceito da série, tem um elenco muito dedicado e uma história que não deixa a dever com relação em filmes do gênero. No entanto, Elizabeth Banks foi fominha demais e sua direção é, no mínimo, questionável. Ela não aproveita bem seu elenco, as cenas de ação são fracas e os efeitos amadores. Uma pena. Tivesse ela colocado a direção do filme nas mãos de experientes como Cathy Yan, Kathryn Bigelow ou mesmo as irmãs Wachowski, ou arriscado uma Ana Lily Amirpour da vida, talvez o resultado fosse bem melhor.
A Torre Negra
2.6 839 Assista AgoraA expectativa matou esse filme antes dele estrear e a falta de coragem de fazer algo fora da década de 1990 foi a pá de cal que faltava.
Você Nem Imagina
3.4 516 Assista AgoraInesperada e surpreendentemente excelente.
A Escolha Perfeita 2
3.4 798 Assista AgoraFicou bem distante do primeiro, tropeçou bastante no começo, forçou umas piadas bem "desnecessárias" (pra se usar de um eufemismo), mas teve um fim até bem bonitinho. Poderia ser mais, infelizmente não foi.
Monsieur e Madame Adelman
4.1 134 Assista AgoraSurpreendemente melhor que o esperado. Vale assistir mais de uma vez, com certeza serão experiências bem distintas e com muitas camadas de leitura.
Uma Lição de Vida
4.3 213Excelente. Incrivelmente emocionante.
Deus Abençoe a América
4.0 799Hipocrisia e pretenciosismo de mãos dadas nesse "crássico"...
Jack Reacher: O Último Tiro
3.4 892 Assista AgoraTom Cruise, cara, esse filme foi um erro... Feio.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraRedondo. Intenso. Emocionante. Mad Max: Fury Road não é somente bom e bem feito, ele é uma aula de cinema de ação/sci-fi (o sci-fi real, de raiz, que foi criado para nos fazer pensar sobre a sociedade em que vivemos e o tipo de pessoas que somos), uma aula de como escrever/fazer uma boa história, dando mais camadas de leitura a um épico de carros e poeira que um bolo de casamento.
De quebra, só porque todos seus atributos positivos seriam triviais e poderiam ser taxados como: "saber fazer feijão com arroz", ele foi mais além e deu vida, respirável e verdadeira na atuação sempre sensacional de Charlize Theron, à heroína de toda uma geração (e de algumas antes e depois dela).
MM: Fury Road não é um filme. Ele é uma necessidade de formas incontáveis.