O documentário tem um lado positivo e um negativo.
Pelo lado bom, ele mostra que fontes como eólica, solar e mesmo biomassa não serão suficientes para lidar com os problemas gerados por nossa sociedade. Mostram também o óbvio: que entre termelétricas movidas a carvão e petróleo, a opção nuclear é superior. O ponto que mais me chamou a atenção é sobre a radioatividade. Ao mostrar que mesmo o grande bicho-papão dos movimentos anti energia nuclear, Chernobyl, não causou um impacto tão terrível quanto é propagandeado, o documentário presta um grande serviço. De fato, antes de ver o filme eu já havia chegado a conclusão que os acidentes nucleares não causam efeitos assim tão terríveis sobre o ecossistema (e aqui estou colocando os seres humanos como apenas uma parte deste). O dano maior é sobre as pessoas consideradas individualmente, pois estas sim podem ter problemas consideráveis. Mas o impacto "estatístico" é bem pequeno.
O lado ruim do filme é que, apesar de eu concordar com a premissa de que energia eólica e solar não resolvem todos os problemas causados por nossa sociedade, ele não ataca a raiz do problema: a nossa sociedade atual não é a melhor sociedade possível, como defendido pelo pensamento triunfalista da década de 90 capitaneado pelo atual saco de pancadas Francis Fukuyama. Nossa sociedade pode, e deve, mudar. Uma sociedade diferente necessitaria de menos energia, ao lidar com os problemas da condição humana de forma diferente. Dando nome aos bois, os problemas da sociedade não precisam encontrar todas as suas soluções no mercado. A grande falha do filme, pra mim, é considerar a nossa sociedade capitalista como imutável. E também algo me chamou a atenção: fala-se muito pouco da comparação entre energia nuclear e termelétricas a gás natural. Na minha concepção, não há ainda informações suficientes para afirmar que a opção nuclear é melhor do que a por gás natural. O documentário convenientemente deixa este assunto de lado.
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Promessa de Pandora
3.7 7O documentário tem um lado positivo e um negativo.
Pelo lado bom, ele mostra que fontes como eólica, solar e mesmo biomassa não serão suficientes para lidar com os problemas gerados por nossa sociedade. Mostram também o óbvio: que entre termelétricas movidas a carvão e petróleo, a opção nuclear é superior. O ponto que mais me chamou a atenção é sobre a radioatividade. Ao mostrar que mesmo o grande bicho-papão dos movimentos anti energia nuclear, Chernobyl, não causou um impacto tão terrível quanto é propagandeado, o documentário presta um grande serviço. De fato, antes de ver o filme eu já havia chegado a conclusão que os acidentes nucleares não causam efeitos assim tão terríveis sobre o ecossistema (e aqui estou colocando os seres humanos como apenas uma parte deste). O dano maior é sobre as pessoas consideradas individualmente, pois estas sim podem ter problemas consideráveis. Mas o impacto "estatístico" é bem pequeno.
O lado ruim do filme é que, apesar de eu concordar com a premissa de que energia eólica e solar não resolvem todos os problemas causados por nossa sociedade, ele não ataca a raiz do problema: a nossa sociedade atual não é a melhor sociedade possível, como defendido pelo pensamento triunfalista da década de 90 capitaneado pelo atual saco de pancadas Francis Fukuyama. Nossa sociedade pode, e deve, mudar. Uma sociedade diferente necessitaria de menos energia, ao lidar com os problemas da condição humana de forma diferente. Dando nome aos bois, os problemas da sociedade não precisam encontrar todas as suas soluções no mercado. A grande falha do filme, pra mim, é considerar a nossa sociedade capitalista como imutável. E também algo me chamou a atenção: fala-se muito pouco da comparação entre energia nuclear e termelétricas a gás natural. Na minha concepção, não há ainda informações suficientes para afirmar que a opção nuclear é melhor do que a por gás natural. O documentário convenientemente deixa este assunto de lado.