mirella

achei que focou muito nos efeitos especiais, que são muito bons, e pouco no roteiro, nas narrativas, e na linha evolutiva em si. a série é bem realística e linda, mas ficou bem difícil entender a linha do tempo de fato, já que não é totalmente linear e fica indo e voltando no tempo.
além disso, novas espécies apareciam o tempo todo, sem serem explicadas, porque a série só explicava algumas. inclusive, animais super importantes como ursos, por exemplo, nem apareceram na história.
também achei que os eventos da natureza que causaram extinção em massa ficaram muito bem explicados, mas não deu pra entender como muitas das espécies sobreviventes conseguiram sobreviver. de novo, eles só explicaram algumas, e não deu pra entender o critério usado. inclusive, o ancestral do rinoceronte, por exemplo, foi extinto, de acordo com a série, e hoje o rinoceronte existe. não foi possível entender como.
fiquei com a impressão que faltou um pouco de alinhamento entre os roteiristas e os profissionais específicos da área. então, no fim, ficou difícil de entender de fato a história da vida no planeta.

misericórdia. terminei essa temporada só porque realmente tinha alguma esperança que melhorasse, mas foi no sufoco.
claro que a série ainda traz críticas importantes sobre o mundo corporativo, a indústria do jornalismo, da especulação, da fofoca e da cultura insana do cancelamento, mas tudo isso foi feita de maneira muito torta, superficial e confusa. há vários momentos em que você não entende qual ponto de vista da série, de tão confusa que ela ficou, ao tentar "mostrar os dois lados" ou "ser imparcial", o que em casos que envolvem esses tipos de situações, precisa ser feito com muito cuidado.
pra mim, the morning show ficou focada de fato no drama eterno da personagem alex levy (jennifer aniston), que é insuportável, tendo episódios MASSANTES, longos demais e com os mesmos conflitos eternos já tratados mil vezes, que parecem voltar em loopings infinitos. aliás, quase nenhuma das personagens principais femininas se mostra de fato gostável (tirando a laura, que não aparece tanto também), o que me parece, sinceramente, misógino e contra a própria ideia original da série - que era... criticar a misoginia no ambiente de trabalho?... eu não sei, por que sinceramente não entendi o intuito da série, de tão confusa que ela é -.
e enquanto isso... o estuprador merece redenção? qual foi o sentido dessas partes sobre a vida dele após o "cancelamento", sinceramente? e o cara que basicamente se declarou pedófilo e continuou aparecendo na série, como se nada houvesse!? redenção, reparação e mudança pessoal têm limites e essa série não respeitou nenhum deles.
além disso, o racismo na emissora simplesmente nunca foi levado de fato em consideração - com o daniel se humilhando todo episódio pra ter o mínimo de respeito - mas ao invés disso, foi comparado com o que o yanko "fez", sem intenção nenhuma (citar animais espirituais na reportagem). e qual foi aquele lance da mulher cantando músicas relacionadas ao mussolini na itália? aliás, qual o uso da personagem dela, sinceramente?
me pareceu que a intenção era mostrar que todo ser humano tem uma série de questões, que as pessoas mudam (o que a cultura do cancelamento não permite) e que podem ser contraditórias, mas de qualquer forma, isso só foi ficando cada vez mais confuso e cada vez mais focado na alex levy, ao invés de focar nas questões estruturais que envolviam tudo isso. além disso, novos personagens surgem o tempo inteiro, sem ter apresentação nenhuma, como a diretoria, que surgiu do nada, sem existir na temporada anterior, e de novo, trazendo uma mulher insuportável na direção, ao invés de trazer uma mulher coerente para a trama.
realmente, como a galera já disse, o ponto alto foi o billy crudup, que deu um SHOW de atuação, e infelizmente era o único personagem que teve mais destaque e que era admirável.

"trabalho: a única coisa com a qual você pode contar. todo o resto é frágil."