Dr. Ike entra no hall facinho dos personagens mais detestáveis de todos os tempos das séries. Mas o pior é que ele existe na vida real, e toda vez que via e lembrava disso, eu não acreditava. A lavagem cerebral que ele fez com diversos pacientes é chocante e angustiante, a ponto da gente querer socar a cara do Paul Rudd toda vez que ele aparece, já que o interpreta convicentemente bem, assim como o Will Farrey, seu paciente ingênuo e fragilizado. Ótima minissérie e mais uma das grandes produções do catálogo da Apple Tv+.
Um this is us sobrenatural, no qual o foco no presente não é tão interessante quanto no passado. Porém Christina Ricci está perfeita, rouba todo o tempo de tela para ela. Só acho que 10 horas para desenvolver o que desenvolveu foi um tanto quanto prolixo. Parece algumas narrativas do Stephen King. Entregou muito pouco e se enrolou demais em alguns plots. Porém tem potencial de ser uma obra ainda melhor na segunda temporada, p último episódio foi bem bom.
Adorei com a série adentra ainda mais na psiquê do Ted nessa temporada e fala de algo muito importante: a saúde mental no âmbito do esporte!
Inclusive, durante a série, em algum momento percebe-se que quase todos os atletas e a comissão técnica buscam a ajuda da psicóloga Dra. Sharon para sessão de terapia... mas sabe quem não busca ela?
Exatamente, o Nate. Não soube lidar com sua ascensão social, a sua emoção raiva totalmente desregulada, querendo vomitar toda a frustração da vida de não ser o centro de atenção no Ted... porém não podemos negar que o seu desenvolvimento como vilão foi incrível.
Uma série com personagens com muitas camadas. Uma dramédia que nos faz refletir psicologicamente cada um dos personagens.
Essa minissérie da Apple é aquela produção indicada para dias de cansaço mental no qual a gente só quer uma boa história que nos prenda e distraia a nossa cabeça a ponto de esquecer de nossos problemas. É um tipo suspense farofa de ação que cumpre bem o que propõe.
Primeiro, que é uma narrativa que envolve sequestro de avião. Se você gostou de filmes como "Voo Noturno", "Plano de Voo" e "Sem Escalas", tem tudo para gostar dessa. Sequestro no ar, nova minissérie da Apple+, satisfaz muito bem essa proposta sendo uma das coisas mais divertidas - e tensas - vista por mim nesse ano.
Segundo que temos como protagonista o carismático, charmoso e talentoso Idris Elba. Fazendo o que ele curte muito fazer - cinema de ação - Elba mostra mais uma atuação convincente nesse gênero no papel de um negociador que entra em um avião sequestrado por criminosos. Nisso, ele precisa usar suas habilidades persuasivas para conseguir o máximo de pessoas vivas - e menos caos instaurado - ao longo do voo de 7 horas de Dubai até Londres.
7 horas que se passam em 7 episódios com um pouco menos de 60 minutos cada. Nós acompanhamos a trajetória do voo sequestrado quase que em tempo real. E, não só pequenas “negociações” no avião são focadas, mas também como um tipo de sequestro dessa escala mexe com toda uma complexa rede política entre países que também precisam interagir para evitar danos maiores.
Se você minimizar aqueles famosos furos e conveniências de roteiro (pra fazer a trama andar), fidedignidade e burrice de diversos personagens, você curtirá um show de entretenimento! Os episódios são ágeis, com senso de perigo e urgência, com muitas reviravoltas e te fará querer finalizar a história rapidamente. É o tipo de série que irá te distrair após um dia desgastante de trabalho. Mas fica o alerta: cuidado para não querer ver tudo de vez e ficar sem dormir ao longo da noite.
Buscou mais o horror e todas as suas facetas nessa temporada. Apesar de apelar muito pro militarismo em alguns episódios, tinha sempre um quê a acrescentar. Bad Travelling para mim é obra prima de todas as temporadas. Saber que quem dirigiu foi David Fincher foi uma surpresa. Jibaro também tem seu charme, o último episódio.
Achei a série sublime. Quebrou a maldição das adaptações dos games. Fiel até nos mínimos detalhes, dentro das limitações que um seriado televisivo pode oferecer. Gostei porque The Last of Us nunca quis desenvolver um Joel heróico - que diverge com a visão de muitos fãs do primeiro game - e que faz a gente pensar em mundo além dos polos bons e ruins. Joey é um escroto, egoísta, quebrado por dentro e já vive num mundo pouco se importando com as pessoas. Nesse mesmo mundo que abandonou a moralidade e abraçou a mais pura brutalidade em prol da sobrevivência, a produção nos coloca justamente em seu lugar, entendendo sua história de vida e faz a gente refletir sobre o que faríamos se estivermos em seu lugar na decisão final no último episódio - porque a situação é muito mais complexa do que parece. Esperando a segunda temporada! que, caso siga o jogo, abandona o intimismo de Joey-Ellie para explorar mais as facetas desse universo, trazendo personagens bem impactantes, como a Abby - que é o meu arco favorito no segundo game.
A carismática Emma Stone narrando dá um charme a mais aos episódios, super dinâmicos, bem editados e muito didáticos, além de se pautar em evidências. Para quem gosta da área da Psicologia, há tanto o que (re)aprender aqui. As temáticas foram bem escolhidas, e até alguns episódios pareceram ser curtos demais, deixando a sensação de queríamos mais. A Netflix sempre fazendo boas produções no que tange a documentários.
Essa série tem uma essência própria. Os personagens são todos bons, ímpares em suas características e essa temporada conseguiu adentrar ainda mais a complexidade de cada um. Teve inúmeras cenas cômicas, mas a parte dramática foi o que mais mexeu com a gente. Tem tudo para continuar caminhando para o desenvolvimento psicológico dos personagens e intensificando no drama na próxima temporada.
E, só para constar, Barry teve todas as suas três temporadas indicadas ao Emmy de melhor série cômica, assim como Bill Hader em atuação principal.
É praticamente uma mescla de Salem (livro) do Stephen King (cidadezinha pequena, todo mundo se conhece e vampiros) + O Nevoeiro, filme baseado no conto também do King (fanatismo religioso e caos social, uma vilã que aliena as pessoas) + 30 dias de noite (vampiros clássicos se aproveitando da noite pra matar todo mundo)
Por que o filmow deixa usuário avaliar uma série que ainda está em andamento? E as pessoas que fazem isso com apenas dois episódios liberados, por quê?
É como se avaliassem um filme após ter visto o mesmo por 15 minutos.
Enquanto Breaking Bad e Sons of Anarchy trazem a criminalidade como plano de fundo para desenvolvimento de seus personagens centrais - Walter White e Jax Teller, respectivamente - nos mostrando sem maniqueísmo a complexidade humana enquanto somos colocados em situações limites, Ozark usa os seus personagens para nos fazer enxergar a complexidade do crime em suas diversas esferas. É um olhar maior para o sistema e toda a desesperança e crueldade trazida com ele. Passando por simples furtos em pequenos hotéis do interior à política nacional dos EUA, Ozark nos mostra a interligação entre todos eles e como uma família sobrevive em meio à tudo isso. E como o poder as livra de diversas consequências fatais, enquanto os menos favorecidos tendem a receber todo um destino trágico.
É como se Ozark fosse uma metáfora em forma de série: sabemos que a venda de drogas em uma comunidade pobre por traficantes armados envolve todo um sistema criminal. Muita gente ganha com aquela venda da droga, muita gente de “poder”. Porém só quem se “fode” são praticamente os desfavorecidos, os/as Ruth da vida. Parece que os Aécios Neves (os Byrdes) nunca vão sofrer por estarem no topo onde tudo acontece. A lição desse final é justamente essa.
Quanto ao envolvimento dos filhos do Byrde naquele mundo criminoso, é tipo aquele clichê que a gente ouve morando no Brasil: quem se envolve no crime desde cedo é muito difícil de sair. Ou o poder corromperá ou os caminhos externos se fecharão. Restando, como única via, permanecer nele.
The Witcher tem 8 livros e 3 games para se inspirar. Não precisa ser fiel a nenhum deles, mas para quem usa a alcunha, personagens e o universo criado pelo Andrzej Sapkowski, que honre em qualidade ao menos. Poxa, essa temporada fugiu ainda mais da trama canônica e ficou pior, à lá últimas temporadas de GOT. Nada aqui empolga, é impressionante, eu só vejo até o fim porque sou cadelinha da saga do bruxo Geralt de Rívia e sempre estou dando a chance para a série se redimir. Algumas cenas de violência legais, fotografia e tal, mas muito aquém de uma boa série de fantasia. Personagens caricaturados e desinteressantes, atuações sofríveis (com exceção do quarteto principal, não se salva ninguém), maquiagem e vestuários bem amadores. Isso porque não quero ser o chato que fica comparado com os livros, porque descaracterizaram inúmeros personagens (o que fizeram com o Vasemir aqui na história é de xingar muito no Twitter).
A trama segue de forma quase que episódica e a localização geográfica das cidades onde se passa a série é bem confusa (eu tenho a sorte de ter jogado os games porque lá pelo menos tem mapa), bem diferente, por exemplo, de Game of Thrones, que por mais que não existisse mapa para os telespectadores da série, você entendia o que era norte e sul, havia muitas diferenças climáticas e outros pontos mais característicos de cada cidade central. Parece que os personagens usam a "viagem rápida" dos games porque às vezes está em uma cidade, e do nada está em outra. Não se sabe se passou horas, dias ou semanas.
O sistema de magias também é bem "Deus E-Machina", quando é pra usar e salvar o personagem, ótimo, só aceite telespectador. A batalha do episódio final mostra muito isso. Todos os bruxos tem uma magia de fogo, muito comum nos games. Ninguém a usa na batalha final (não vou descrever para não dar spoiler). Mas Geralt, quando está perto de sofrer algo fatal, vai lá e usa. Simples.
Vou ver a terceira temporada pois eu tenho desejo que a série se coloque nos trilhos - e, inclusive, é o desejo de Henry Cavil, que afirma que quer que a série se aproxime da história dos livros, pois acho que só assim para ela ficar realmente boa.
A série continua nos entretendo, o dinheiro de 30 milhões de doláres por episódio é bem notável, efeitos visuais, sonoros, trilha, fotografia, tudo continua super bem, essa atmosfera oitentista é muito convidativa e a dinâmica entre os adolescentes é o maior atrativo da série. Porém, não podemos negar que a qualidade de uma obra está relacionada também a dinamismo de roteiro, surpresas, fuga de conveniências ou fórmulas prontas.
Os diretores reciclaram a ideia de que no fim ninguém enfrentou um real perigo já que Eleven vai salvar o dia no final e ninguém terá grandes consequências, pq até o poder de reviver a Eleven já tem, e Steve recebeu 500 mordidas mas 0 consequências para ele. Não só de uma produção técnica impecável uma obra sobrevive. Ao fim da temporada, parece que sentimos ainda mais o "modus operandi" dos irmãos Duffer, que vem se tornando desgastado justamente pela falta de coragem. Pelo menos, para mim, aos poucos vou me deixando de me importar e me imergir na trama sabendo que os personagens centrais da série realmente não vão sofrer muitas consequências de nada do que vão passar, quase que "intocáveis" e que Eleven vai salvar o dia. E, para preencher isso, utiliza-se né aquele famoso recurso narrativo de desenvolver um personagem secundário, gerar nele carisma e matá-lo em um momento chave para gerar comoção. Inclusive aconteceu em temporadas anteriores aqui, com o Bobby, na segunda e Alexei na terceira.. Pode ter certeza que isso poderá acontecer com a nova crush da Robbie, a personagem que faz Anne, da Netflix, se ela tiver um melhor desenvolvimento na próxima temporada.
Um dos melhores monólogos da temporada é o de Miguel, episódio 15. Falar sobre paixão x amor, e, assim, ir de encontro com as fantasias românticas de amor à primeira vista , que somos incorporados desde a infância, e também ao "escrito nas estrelas", que funcionam muito bem em comédias românticas clichês mas nem sempre na vida real, foi sensacional para mim. Muitas vezes, pessoas se fecham a relacionamentos que podem ser frutíferos só porque não sentiu uma paixonite de verão naquele momento, sendo que paixão vai e volta em um relação de amor duradoura. O amor cotidiano é muito mais real do que em filmes da disney que duram 90 minutos. E ele pode ser tão lindo quanto. O diálogo: "Quando a sua mãe e eu começamos a sair , eu lembro de pensar muito na expressão: “escrito nas estrelas”. Eu sempre amei essa expressão. A ideia que o universo tinha grandes planos para dois estranhos antes mesmos deles se encontrarem. Eu me lembro que foi assim com seus pais. “Escrito nas estrelas”. Sei que não foi assim pra ela e pra mim. Foi estranha a forma que ficamos juntos. Eu sei disso. E eu tinha muitas dúvidas no dia do nosso casamento. E até dias depois. Mas os anos passaram e eu eu percebi que estava tudo bem. Que sim, há algumas histórias de amor que são escritas nas estrelas. Mas há outras histórias de amor que são escritas juntas. Duas pessoas, para quais o universo não tinha planos, escrevem sua história nas estrelas, juntos. Isso também é incrível, não é?"
Mais uma releitura do clássico vitoriano de Charles Dickens, "Um Conto de Natal", tem, pelas mãos da BBC, uma direção de arte impecável, com uma fotografia mais sombria e o tom narrativo mais sério. Também, um Scrooge mais novo que o habitual, apesar de continuar sendo bem ranzinza e desprezível, interpretado de forma belíssima pelo Guy Pearce.
O que faltou, para mim, foi uma melhor divisão narrativa. O primeiro episódio é muito moroso, e peca em desenvolver pouco grandes arcos narrativos da história do Scrooge. A cada aparição fantasmagórica nos episódios seguintes, menos tempo de tela reservada para eles e muitos acontecimentos apressados. Mesmo com um final honesto e um último episódio bem mais fluído, digo que fiquei pouco convencido que o Scrooge realmente possa ter mudado.
Apesar de ter descartados momentos interessantes da obra do Dickens, gostei do foco maior na família Cratchit e também um novo olhar dado a infância do Scrooge. A adaptação poderia ser um pouco maior para poder passar mais naturalidade à transformação do amargo e popular personagem.
É uma adaptação muito boa, mas, infelizmente, vai funcionar melhor que para leu o livro do King. Julianne Moore arrasa, e a produção da Apple + tá impecável.
Eu já havia comentado, e agora, após finalizar, eu percebo que a série explora mais o drama dos personagens do que no livro e para mim isso foi muito positivo. Enquanto o suspense e investigação no livro é mais envolvente, nessa minissérie sentimos a montanha russa emocional que a família Barber vivia. Inclusive, há muito mais espaço para Laurie, mostrando momentos exclusivos dela - que são mais destacáveis ainda pela atuação da Michelle Dockery - que não se encontram no livro. A produção da Apple está excelente. É uma ótima narrativa de ser acompanhada até o final pois ela sempre nos deixa com a pulga atrás da orelha. E quanto ao final, que é o que tem de mais polêmico na série, inclusive no comparativo com o livro:
Eu particularmente gostei desse final. Percebi que muitos enxergaram que a série quis passar a ideia da mãe (Laurie) como histérica no final, já eu vi diferente. Eu vi uma mulher que estava com muita carga emocional acumulada, sem poder conversar com ninguém sobre o inferno que estava vivendo. A série já tinha dado a deixa que a ansiedade e o estresse que ela passava deveria ser conversada com um (a) psicólogo (a), a psiquiatra havia dito a ela. O acumulado de tensão, inclusive pelo olhar psicanalítico, pode se reverter em muita ansiedade, por isso que essa abordagem enxerga a associação livre oral uma forma de "cura". Sendo assim, essa vontade de dirigir o carro de forma super acelerada e querer colidir e matar o filho (e ela também) foi uma consequência de um momento super impulsivo e com muita carga emocional. Acaba sendo diferente do livro, mas não incoerente pelo o que estava sendo apresentado. No livro, inclusive, ela mata ele (no livro ele morre) após saber que possivelmente ele matou Ben e Hope. Inclusive ela meio que premeditou o que queria fazer. Aqui na série meio que foi uma reação inesperada.
Porém a série mostrou na cara que o Jacob era um estranhão, muito forçada essa forma que a série quis mostrar o personagem. No livro você não imagina que ele tenha esse ar de psicopata assim, até pq psicopatas são muito dissimuladores e manipuladores. São aparentemente pessoas normais, como o menino lá do A Mulher na Janela. E eu achei muito legal o final dessa série, com o Andy
escondendo todos os segredos tentando proteger sua família mas , e agora, como será sua família? Para mim isso é muito reflexivo, até que ponto as mentiras e os segredos podem levar a consequências terrríveis. Me lembrou Sons of Anarchy (no sentido de me fazer pensar também). Só achei um pouco nada a ver o lance da blusa esquecida do Jacob, que no livro a mãe acha suja de sangue, aqui na série eles colocam essa ideia como se fosse uma pista (será que ele realmente esqueceu ou queria esconder evidências?) mas ai simplesmente é descartada, como assim colocar essa ideia no episódio pra simplesmente descartar e não ter impacto nenhum?
Por mais incrível que pareça, a série está desenvolvendo melhor os personagens secundários que o livro (tô no episódio 05). A Laurie tá sendo mais explorada aqui na história. O desenvolvimento e e desgaste emocional da família tá muito melhor retratada aqui. A parte, por exemplo, em que Laurie conversa lá com a colunista que quer escrever um artigo do caso não existe no livro, e pra mim foi uma cena brilhante que mostra o quão bad está essa situação para eles. Todo mundo só quer julgar, condenar ou ganhar com o caso e ninguém liga muito para o quanto estão sofrendo. Por mais que o livro seja mais envolvente e dinâmico, até pq intercala mais com momentos futuros, além de saltos temporais que dá um ar de episódico para o mesmo, a linearidade da série tem sido muito útil para a proposta televisiva. O foco no drama dos personagens enriqueceu a história. E a Michelle Dockery é um show a parte
Tá bão demais essa adaptação. King alterou a ordem de acontecimentos nessa série do existe em seu próprio livro, já que ele também é roteirista e assim ficaria mais convidativo para assistir. O ruim da nossa geração é o puro imediatismo, precisa ter bomba explosão e cliffhanger já nos primeiros episódios para ser atrativo pra esse pessoal. Para quem é assi, caalmaaa, as coisas não precisam ser entregues facilmente logo nos primeiros episódios, nem no livro é assim. A produção da Apple + tá impecável. Julianne Moore dispensa elogios. O único personagem que não tá sendo tão representado é o Jim Dooley, mas culpa do ator, o Dave Dehaan, ele não passa a periculosidade do personagem, é muito caricato. Na verdade, nunca gostei muito dele como ator.
A curva de maior desenvolução que já vi em uma série/anime. Pelo tempo que uso o filmow, eu nunca vi também diferença de nota tão grande de uma temporada para a outra. A primeira, nota 4.5. A segunda, 2.5.
Taí uma boa adaptação cinematográfica de um livro. A minissérie respeita o material fonte, segue o mesmo curso narrativo do mesmo e faz adaptações que, para mim, tiveram o intuito de dificultar o acerto da charada por parte de quem não leu o livro. Por exemplo, no livro mostra-se todo o poema infantil sendo lido pela Vera logo quando a mesma chega em seu quarto e então o leitor se atenta as sequencias das mortes, podendo voltar à pagina sempre que quer prever algo que poderá acontecer. Nessa minissérie, os versos são citados após as mortes dos personagens. Apesar de que, no livro, o foco no poema dá um ar super tenebroso.
Colocaram também o Mr. Rogers mais perverso, malicioso, ao contrário da ingenuidade que transparecia na obra de Agatha. Isso, acredito que seja para desconfiarmos mais dele no início. De resto, é bem fiel, os atores e atrizes incorporaram bem os personagens. Só acho que deveriam focar mais nas mortes, mostrar mais a cena do assassinato. Pelo menos em algumas mortes,
não achei desnecessário o aparecimento de Wargrave antes da Vera morrer. Achei até algo torturante pra ela. Porém, o monólogo dele poderia ser maior para ficarmos ainda mais assustados com a psiquê psicopata dele. É retratada em sua carta de confissão, no livro, que ele ama tortura e morte desde criança, quando matar animais lhe dava prazer. Porém, ao mesmo tempo ama justiça, e o cargo de juíz lhe caiu muito bem, pois amava condenar assassinos à forca. E ai ele comenta também como foi que soube do caso de cada um dos convidados da mansão, além de como seria mais convidativo para cada um deles aceitarem o convite de estarem lá naquele período. Além disso, diz que o motivo da ordem dos assassinatos ser aquela é devido ao que ele enxergava de culpa nos indivíduos ali presentes: quanto menos arrependimento e culpa a pessoa sentia, mais rápido morreria. No fim, ele queria pessoas que ficassem "loucas" se atormentando pelos erros que causou no passado, e então, por isso que a Vera se suicida no final da história.
Por falar em Vera, achei também excessivo o foco na história dela, com alguns flashbacks anticlimáticos, interrompendo muitas vezes a tensão da narrativa.
Resumindo, a produção da BBC é exemplar e honrou muito bem o popular livro escrito pela Agatha Christie ainda em 1939 e que gerou inspirações para diversas obras da cultura pop posteriormente.
Home Before Dark (2ª Temporada)
3.4 6Essa temporada precisava de uma boa terapia, para ajudar em qual rumo tomar na vida (leia-se narrativa)
O Psiquiatra ao Lado (1ª Temporada)
4.0 23Dr. Ike entra no hall facinho dos personagens mais detestáveis de todos os tempos das séries. Mas o pior é que ele existe na vida real, e toda vez que via e lembrava disso, eu não acreditava. A lavagem cerebral que ele fez com diversos pacientes é chocante e angustiante, a ponto da gente querer socar a cara do Paul Rudd toda vez que ele aparece, já que o interpreta convicentemente bem, assim como o Will Farrey, seu paciente ingênuo e fragilizado. Ótima minissérie e mais uma das grandes produções do catálogo da Apple Tv+.
Yellowjackets (1ª Temporada)
3.8 213 Assista AgoraUm this is us sobrenatural, no qual o foco no presente não é tão interessante quanto no passado. Porém Christina Ricci está perfeita, rouba todo o tempo de tela para ela. Só acho que 10 horas para desenvolver o que desenvolveu foi um tanto quanto prolixo. Parece algumas narrativas do Stephen King. Entregou muito pouco e se enrolou demais em alguns plots. Porém tem potencial de ser uma obra ainda melhor na segunda temporada, p último episódio foi bem bom.
Ted Lasso (2ª Temporada)
4.4 157"Citando o grande técnico de basquete da UCLA, John Obi-Wan Gandalf: São nossas escolhas que mostram quem somos, não nossas habilidades"
- Ted Lasso
Ted Lasso (2ª Temporada)
4.4 157Adorei com a série adentra ainda mais na psiquê do Ted nessa temporada e fala de algo muito importante: a saúde mental no âmbito do esporte!
Inclusive, durante a série, em algum momento percebe-se que quase todos os atletas e a comissão técnica buscam a ajuda da psicóloga Dra. Sharon para sessão de terapia... mas sabe quem não busca ela?
Exatamente, o Nate. Não soube lidar com sua ascensão social, a sua emoção raiva totalmente desregulada, querendo vomitar toda a frustração da vida de não ser o centro de atenção no Ted... porém não podemos negar que o seu desenvolvimento como vilão foi incrível.
Roy Kent <3
Sequestro no Ar
3.6 55 Assista AgoraEssa minissérie da Apple é aquela produção indicada para dias de cansaço mental no qual a gente só quer uma boa história que nos prenda e distraia a nossa cabeça a ponto de esquecer de nossos problemas. É um tipo suspense farofa de ação que cumpre bem o que propõe.
Primeiro, que é uma narrativa que envolve sequestro de avião. Se você gostou de filmes como "Voo Noturno", "Plano de Voo" e "Sem Escalas", tem tudo para gostar dessa. Sequestro no ar, nova minissérie da Apple+, satisfaz muito bem essa proposta sendo uma das coisas mais divertidas - e tensas - vista por mim nesse ano.
Segundo que temos como protagonista o carismático, charmoso e talentoso Idris Elba. Fazendo o que ele curte muito fazer - cinema de ação - Elba mostra mais uma atuação convincente nesse gênero no papel de um negociador que entra em um avião sequestrado por criminosos. Nisso, ele precisa usar suas habilidades persuasivas para conseguir o máximo de pessoas vivas - e menos caos instaurado - ao longo do voo de 7 horas de Dubai até Londres.
7 horas que se passam em 7 episódios com um pouco menos de 60 minutos cada. Nós acompanhamos a trajetória do voo sequestrado quase que em tempo real. E, não só pequenas “negociações” no avião são focadas, mas também como um tipo de sequestro dessa escala mexe com toda uma complexa rede política entre países que também precisam interagir para evitar danos maiores.
Se você minimizar aqueles famosos furos e conveniências de roteiro (pra fazer a trama andar), fidedignidade e burrice de diversos personagens, você curtirá um show de entretenimento! Os episódios são ágeis, com senso de perigo e urgência, com muitas reviravoltas e te fará querer finalizar a história rapidamente. É o tipo de série que irá te distrair após um dia desgastante de trabalho. Mas fica o alerta: cuidado para não querer ver tudo de vez e ficar sem dormir ao longo da noite.
Amor, Morte e Robôs (Volume 3)
4.1 344 Assista AgoraBuscou mais o horror e todas as suas facetas nessa temporada. Apesar de apelar muito pro militarismo em alguns episódios, tinha sempre um quê a acrescentar.
Bad Travelling para mim é obra prima de todas as temporadas. Saber que quem dirigiu foi David Fincher foi uma surpresa.
Jibaro também tem seu charme, o último episódio.
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraAchei a série sublime. Quebrou a maldição das adaptações dos games. Fiel até nos mínimos detalhes, dentro das limitações que um seriado televisivo pode oferecer. Gostei porque The Last of Us nunca quis desenvolver um Joel heróico - que diverge com a visão de muitos fãs do primeiro game - e que faz a gente pensar em mundo além dos polos bons e ruins. Joey é um escroto, egoísta, quebrado por dentro e já vive num mundo pouco se importando com as pessoas. Nesse mesmo mundo que abandonou a moralidade e abraçou a mais pura brutalidade em prol da sobrevivência, a produção nos coloca justamente em seu lugar, entendendo sua história de vida e faz a gente refletir sobre o que faríamos se estivermos em seu lugar na decisão final no último episódio - porque a situação é muito mais complexa do que parece.
Esperando a segunda temporada! que, caso siga o jogo, abandona o intimismo de Joey-Ellie para explorar mais as facetas desse universo, trazendo personagens bem impactantes, como a Abby - que é o meu arco favorito no segundo game.
Explicando: A Mente (1ª Temporada)
4.4 29A carismática Emma Stone narrando dá um charme a mais aos episódios, super dinâmicos, bem editados e muito didáticos, além de se pautar em evidências. Para quem gosta da área da Psicologia, há tanto o que (re)aprender aqui. As temáticas foram bem escolhidas, e até alguns episódios pareceram ser curtos demais, deixando a sensação de queríamos mais. A Netflix sempre fazendo boas produções no que tange a documentários.
Barry (3ª Temporada)
4.2 74 Assista AgoraEssa série tem uma essência própria. Os personagens são todos bons, ímpares em suas características e essa temporada conseguiu adentrar ainda mais a complexidade de cada um. Teve inúmeras cenas cômicas, mas a parte dramática foi o que mais mexeu com a gente. Tem tudo para continuar caminhando para o desenvolvimento psicológico dos personagens e intensificando no drama na próxima temporada.
E, só para constar, Barry teve todas as suas três temporadas indicadas ao Emmy de melhor série cômica, assim como Bill Hader em atuação principal.
Missa da Meia-Noite
3.9 730É praticamente uma mescla de Salem (livro) do Stephen King (cidadezinha pequena, todo mundo se conhece e vampiros) + O Nevoeiro, filme baseado no conto também do King (fanatismo religioso e caos social, uma vilã que aliena as pessoas) + 30 dias de noite (vampiros clássicos se aproveitando da noite pra matar todo mundo)
Missa da Meia-Noite
3.9 730Bev Keane e Silas Malafaia são muito semelhantes. A arte imitando a vida.
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 790 Assista AgoraPor que o filmow deixa usuário avaliar uma série que ainda está em andamento? E as pessoas que fazem isso com apenas dois episódios liberados, por quê?
É como se avaliassem um filme após ter visto o mesmo por 15 minutos.
Ozark (4ª Temporada)
4.2 278 Assista AgoraEnquanto Breaking Bad e Sons of Anarchy trazem a criminalidade como plano de fundo para desenvolvimento de seus personagens centrais - Walter White e Jax Teller, respectivamente - nos mostrando sem maniqueísmo a complexidade humana enquanto somos colocados em situações limites, Ozark usa os seus personagens para nos fazer enxergar a complexidade do crime em suas diversas esferas. É um olhar maior para o sistema e toda a desesperança e crueldade trazida com ele. Passando por simples furtos em pequenos hotéis do interior à política nacional dos EUA, Ozark nos mostra a interligação entre todos eles e como uma família sobrevive em meio à tudo isso. E como o poder as livra de diversas consequências fatais, enquanto os menos favorecidos tendem a receber todo um destino trágico.
É como se Ozark fosse uma metáfora em forma de série: sabemos que a venda de drogas em uma comunidade pobre por traficantes armados envolve todo um sistema criminal. Muita gente ganha com aquela venda da droga, muita gente de “poder”. Porém só quem se “fode” são praticamente os desfavorecidos, os/as Ruth da vida. Parece que os Aécios Neves (os Byrdes) nunca vão sofrer por estarem no topo onde tudo acontece. A lição desse final é justamente essa.
Quanto ao envolvimento dos filhos do Byrde naquele mundo criminoso, é tipo aquele clichê que a gente ouve morando no Brasil: quem se envolve no crime desde cedo é muito difícil de sair. Ou o poder corromperá ou os caminhos externos se fecharão. Restando, como única via, permanecer nele.
The Witcher (2ª Temporada)
3.8 272The Witcher tem 8 livros e 3 games para se inspirar. Não precisa ser fiel a nenhum deles, mas para quem usa a alcunha, personagens e o universo criado pelo Andrzej Sapkowski, que honre em qualidade ao menos. Poxa, essa temporada fugiu ainda mais da trama canônica e ficou pior, à lá últimas temporadas de GOT. Nada aqui empolga, é impressionante, eu só vejo até o fim porque sou cadelinha da saga do bruxo Geralt de Rívia e sempre estou dando a chance para a série se redimir. Algumas cenas de violência legais, fotografia e tal, mas muito aquém de uma boa série de fantasia. Personagens caricaturados e desinteressantes, atuações sofríveis (com exceção do quarteto principal, não se salva ninguém), maquiagem e vestuários bem amadores. Isso porque não quero ser o chato que fica comparado com os livros, porque descaracterizaram inúmeros personagens (o que fizeram com o Vasemir aqui na história é de xingar muito no Twitter).
A trama segue de forma quase que episódica e a localização geográfica das cidades onde se passa a série é bem confusa (eu tenho a sorte de ter jogado os games porque lá pelo menos tem mapa), bem diferente, por exemplo, de Game of Thrones, que por mais que não existisse mapa para os telespectadores da série, você entendia o que era norte e sul, havia muitas diferenças climáticas e outros pontos mais característicos de cada cidade central. Parece que os personagens usam a "viagem rápida" dos games porque às vezes está em uma cidade, e do nada está em outra. Não se sabe se passou horas, dias ou semanas.
O sistema de magias também é bem "Deus E-Machina", quando é pra usar e salvar o personagem, ótimo, só aceite telespectador. A batalha do episódio final mostra muito isso. Todos os bruxos tem uma magia de fogo, muito comum nos games. Ninguém a usa na batalha final (não vou descrever para não dar spoiler). Mas Geralt, quando está perto de sofrer algo fatal, vai lá e usa. Simples.
Vou ver a terceira temporada pois eu tenho desejo que a série se coloque nos trilhos - e, inclusive, é o desejo de Henry Cavil, que afirma que quer que a série se aproxime da história dos livros, pois acho que só assim para ela ficar realmente boa.
Stranger Things (4ª Temporada)
4.2 1,0K Assista AgoraA série continua nos entretendo, o dinheiro de 30 milhões de doláres por episódio é bem notável, efeitos visuais, sonoros, trilha, fotografia, tudo continua super bem, essa atmosfera oitentista é muito convidativa e a dinâmica entre os adolescentes é o maior atrativo da série. Porém, não podemos negar que a qualidade de uma obra está relacionada também a dinamismo de roteiro, surpresas, fuga de conveniências ou fórmulas prontas.
Os diretores reciclaram a ideia de que no fim ninguém enfrentou um real perigo já que Eleven vai salvar o dia no final e ninguém terá grandes consequências, pq até o poder de reviver a Eleven já tem, e Steve recebeu 500 mordidas mas 0 consequências para ele. Não só de uma produção técnica impecável uma obra sobrevive. Ao fim da temporada, parece que sentimos ainda mais o "modus operandi" dos irmãos Duffer, que vem se tornando desgastado justamente pela falta de coragem. Pelo menos, para mim, aos poucos vou me deixando de me importar e me imergir na trama sabendo que os personagens centrais da série realmente não vão sofrer muitas consequências de nada do que vão passar, quase que "intocáveis" e que Eleven vai salvar o dia. E, para preencher isso, utiliza-se né aquele famoso recurso narrativo de desenvolver um personagem secundário, gerar nele carisma e matá-lo em um momento chave para gerar comoção. Inclusive aconteceu em temporadas anteriores aqui, com o Bobby, na segunda e Alexei na terceira.. Pode ter certeza que isso poderá acontecer com a nova crush da Robbie, a personagem que faz Anne, da Netflix, se ela tiver um melhor desenvolvimento na próxima temporada.
This Is Us (5ª Temporada)
4.4 162 Assista AgoraUm dos melhores monólogos da temporada é o de Miguel, episódio 15. Falar sobre paixão x amor, e, assim, ir de encontro com as fantasias românticas de amor à primeira vista , que somos incorporados desde a infância, e também ao "escrito nas estrelas", que funcionam muito bem em comédias românticas clichês mas nem sempre na vida real, foi sensacional para mim. Muitas vezes, pessoas se fecham a relacionamentos que podem ser frutíferos só porque não sentiu uma paixonite de verão naquele momento, sendo que paixão vai e volta em um relação de amor duradoura. O amor cotidiano é muito mais real do que em filmes da disney que duram 90 minutos. E ele pode ser tão lindo quanto.
O diálogo:
"Quando a sua mãe e eu começamos a sair , eu lembro de pensar muito na expressão: “escrito nas estrelas”. Eu sempre amei essa expressão. A ideia que o universo tinha grandes planos para dois estranhos antes mesmos deles se encontrarem. Eu me lembro que foi assim com seus pais. “Escrito nas estrelas”. Sei que não foi assim pra ela e pra mim. Foi estranha a forma que ficamos juntos. Eu sei disso. E eu tinha muitas dúvidas no dia do nosso casamento. E até dias depois.
Mas os anos passaram e eu eu percebi que estava tudo bem. Que sim, há algumas histórias de amor que são escritas nas estrelas. Mas há outras histórias de amor que são escritas juntas. Duas pessoas, para quais o universo não tinha planos, escrevem sua história nas estrelas, juntos. Isso também é incrível, não é?"
A Christmas Carol
3.6 11Mais uma releitura do clássico vitoriano de Charles Dickens, "Um Conto de Natal", tem, pelas mãos da BBC, uma direção de arte impecável, com uma fotografia mais sombria e o tom narrativo mais sério. Também, um Scrooge mais novo que o habitual, apesar de continuar sendo bem ranzinza e desprezível, interpretado de forma belíssima pelo Guy Pearce.
O que faltou, para mim, foi uma melhor divisão narrativa. O primeiro episódio é muito moroso, e peca em desenvolver pouco grandes arcos narrativos da história do Scrooge. A cada aparição fantasmagórica nos episódios seguintes, menos tempo de tela reservada para eles e muitos acontecimentos apressados. Mesmo com um final honesto e um último episódio bem mais fluído, digo que fiquei pouco convencido que o Scrooge realmente possa ter mudado.
Apesar de ter descartados momentos interessantes da obra do Dickens, gostei do foco maior na família Cratchit e também um novo olhar dado a infância do Scrooge. A adaptação poderia ser um pouco maior para poder passar mais naturalidade à transformação do amargo e popular personagem.
Love: A História de Lisey
3.1 24 Assista AgoraÉ uma adaptação muito boa, mas, infelizmente, vai funcionar melhor que para leu o livro do King. Julianne Moore arrasa, e a produção da Apple + tá impecável.
Em Defesa de Jacob
4.0 229 Assista AgoraEu já havia comentado, e agora, após finalizar, eu percebo que a série explora mais o drama dos personagens do que no livro e para mim isso foi muito positivo. Enquanto o suspense e investigação no livro é mais envolvente, nessa minissérie sentimos a montanha russa emocional que a família Barber vivia. Inclusive, há muito mais espaço para Laurie, mostrando momentos exclusivos dela - que são mais destacáveis ainda pela atuação da Michelle Dockery - que não se encontram no livro. A produção da Apple está excelente. É uma ótima narrativa de ser acompanhada até o final pois ela sempre nos deixa com a pulga atrás da orelha. E quanto ao final, que é o que tem de mais polêmico na série, inclusive no comparativo com o livro:
Eu particularmente gostei desse final. Percebi que muitos enxergaram que a série quis passar a ideia da mãe (Laurie) como histérica no final, já eu vi diferente. Eu vi uma mulher que estava com muita carga emocional acumulada, sem poder conversar com ninguém sobre o inferno que estava vivendo. A série já tinha dado a deixa que a ansiedade e o estresse que ela passava deveria ser conversada com um (a) psicólogo (a), a psiquiatra havia dito a ela. O acumulado de tensão, inclusive pelo olhar psicanalítico, pode se reverter em muita ansiedade, por isso que essa abordagem enxerga a associação livre oral uma forma de "cura". Sendo assim, essa vontade de dirigir o carro de forma super acelerada e querer colidir e matar o filho (e ela também) foi uma consequência de um momento super impulsivo e com muita carga emocional. Acaba sendo diferente do livro, mas não incoerente pelo o que estava sendo apresentado. No livro, inclusive, ela mata ele (no livro ele morre) após saber que possivelmente ele matou Ben e Hope. Inclusive ela meio que premeditou o que queria fazer. Aqui na série meio que foi uma reação inesperada.
Porém a série mostrou na cara que o Jacob era um estranhão, muito forçada essa forma que a série quis mostrar o personagem. No livro você não imagina que ele tenha esse ar de psicopata assim, até pq psicopatas são muito dissimuladores e manipuladores. São aparentemente pessoas normais, como o menino lá do A Mulher na Janela.
E eu achei muito legal o final dessa série, com o Andy
escondendo todos os segredos tentando proteger sua família mas , e agora, como será sua família? Para mim isso é muito reflexivo, até que ponto as mentiras e os segredos podem levar a consequências terrríveis. Me lembrou Sons of Anarchy (no sentido de me fazer pensar também).
Só achei um pouco nada a ver o lance da blusa esquecida do Jacob, que no livro a mãe acha suja de sangue, aqui na série eles colocam essa ideia como se fosse uma pista (será que ele realmente esqueceu ou queria esconder evidências?) mas ai simplesmente é descartada, como assim colocar essa ideia no episódio pra simplesmente descartar e não ter impacto nenhum?
De resto a produção da Apple + tá de parabéns.
Em Defesa de Jacob
4.0 229 Assista AgoraPor mais incrível que pareça, a série está desenvolvendo melhor os personagens secundários que o livro (tô no episódio 05). A Laurie tá sendo mais explorada aqui na história. O desenvolvimento e e desgaste emocional da família tá muito melhor retratada aqui. A parte, por exemplo, em que Laurie conversa lá com a colunista que quer escrever um artigo do caso não existe no livro, e pra mim foi uma cena brilhante que mostra o quão bad está essa situação para eles. Todo mundo só quer julgar, condenar ou ganhar com o caso e ninguém liga muito para o quanto estão sofrendo. Por mais que o livro seja mais envolvente e dinâmico, até pq intercala mais com momentos futuros, além de saltos temporais que dá um ar de episódico para o mesmo, a linearidade da série tem sido muito útil para a proposta televisiva. O foco no drama dos personagens enriqueceu a história. E a Michelle Dockery é um show a parte
Love: A História de Lisey
3.1 24 Assista AgoraTá bão demais essa adaptação. King alterou a ordem de acontecimentos nessa série do existe em seu próprio livro, já que ele também é roteirista e assim ficaria mais convidativo para assistir. O ruim da nossa geração é o puro imediatismo, precisa ter bomba explosão e cliffhanger já nos primeiros episódios para ser atrativo pra esse pessoal. Para quem é assi, caalmaaa, as coisas não precisam ser entregues facilmente logo nos primeiros episódios, nem no livro é assim.
A produção da Apple + tá impecável. Julianne Moore dispensa elogios.
O único personagem que não tá sendo tão representado é o Jim Dooley, mas culpa do ator, o Dave Dehaan, ele não passa a periculosidade do personagem, é muito caricato. Na verdade, nunca gostei muito dele como ator.
The Promised Neverland (2ª Temporada)
2.6 61A curva de maior desenvolução que já vi em uma série/anime. Pelo tempo que uso o filmow, eu nunca vi também diferença de nota tão grande de uma temporada para a outra. A primeira, nota 4.5. A segunda, 2.5.
E Não Sobrou Nenhum
4.2 123Taí uma boa adaptação cinematográfica de um livro. A minissérie respeita o material fonte, segue o mesmo curso narrativo do mesmo e faz adaptações que, para mim, tiveram o intuito de dificultar o acerto da charada por parte de quem não leu o livro. Por exemplo, no livro mostra-se todo o poema infantil sendo lido pela Vera logo quando a mesma chega em seu quarto e então o leitor se atenta as sequencias das mortes, podendo voltar à pagina sempre que quer prever algo que poderá acontecer. Nessa minissérie, os versos são citados após as mortes dos personagens. Apesar de que, no livro, o foco no poema dá um ar super tenebroso.
Colocaram também o Mr. Rogers mais perverso, malicioso, ao contrário da ingenuidade que transparecia na obra de Agatha. Isso, acredito que seja para desconfiarmos mais dele no início. De resto, é bem fiel, os atores e atrizes incorporaram bem os personagens. Só acho que deveriam focar mais nas mortes, mostrar mais a cena do assassinato. Pelo menos em algumas mortes,
como a da Emily Brett, que no livro por ela está dopada, começa a enxergar uma abelha a vindo picar, que seria a seringa que a mata.
No final,
não achei desnecessário o aparecimento de Wargrave antes da Vera morrer. Achei até algo torturante pra ela. Porém, o monólogo dele poderia ser maior para ficarmos ainda mais assustados com a psiquê psicopata dele. É retratada em sua carta de confissão, no livro, que ele ama tortura e morte desde criança, quando matar animais lhe dava prazer. Porém, ao mesmo tempo ama justiça, e o cargo de juíz lhe caiu muito bem, pois amava condenar assassinos à forca. E ai ele comenta também como foi que soube do caso de cada um dos convidados da mansão, além de como seria mais convidativo para cada um deles aceitarem o convite de estarem lá naquele período. Além disso, diz que o motivo da ordem dos assassinatos ser aquela é devido ao que ele enxergava de culpa nos indivíduos ali presentes: quanto menos arrependimento e culpa a pessoa sentia, mais rápido morreria. No fim, ele queria pessoas que ficassem "loucas" se atormentando pelos erros que causou no passado, e então, por isso que a Vera se suicida no final da história.
Resumindo, a produção da BBC é exemplar e honrou muito bem o popular livro escrito pela Agatha Christie ainda em 1939 e que gerou inspirações para diversas obras da cultura pop posteriormente.