Me doeu tanto a história da Verónica por completo: pela responsabilidade que ela tem em casa (e da qual ela lida muitíssimo bem, vale dizer), pela colega que não ficou ao lado dela quando ela mais precisou e por ela não ter ninguém a quem pedir ajuda. Fiquei o filme todo triste porque ela não merecia e estava sozinha.
Tinha o horror como pano de fundo, mas é a realidade de tanta gente
Apesar de ter levado um PUTA spoiler ao ler os comentários do trailer de Get Out!, ainda fiquei aguardando pela estreia do filme em terras brasileiras e não me arrependi: além do clima de terror bem construído (e da trilha sonora que tá de parabéns), Corra! tem como um dos grandes méritos nos colocar na pele das minorias e nos fazer olhar pelos olhos delas (não sei vcs mas eu fiquei BEM TENSA) em toda a cena da festa, seja as pessoas falando com ele ou reparando nele.
Apesar de algumas coisas que poderiam ter sido melhor exploradas na história, esse é um filme que vale muito a pena assistir e que deve despertar no espectador médio toda a tensão e suspense que a gente procure em um filme do gênero. Sem falar nas cenas de comédia, geradas por Rod, o melhor amigo do Chris, que nos ajudam a lembrar de respirar e que não atrapalham na trama central.
Outro ponto que também acho legal comentar é a escalação do elenco, tanto pelo fato dos atores não serem conhecidos do grande público como pela afinação na interpretação
ACHEI FOI POUCO o modo como cada um da família Armitage morreu, Aqueles DESGRAÇADOS COVARDES APROVEITADORES deveriam ter sido ESFOLADOS VIVOS e depois terem os membros arrancados um por um, tal qual prega a escola Ramsay Bolton.
Nunca senti tanto alívio em um filme como na hora em que Chris foge e mata um por um, deu vontade de pular da cadeira e gritar GOL todas as vezes
Talvez eu seja fã dos longas de Shyamalan por gostar tanto de realismo fantástico.
Acho incrível como ele consegue colocar dentro de situações tão cotidianas o inesperado, o mágico, de uma forma tão convincente. Senti isso em O Sexto Sentido, A Vila, Sinais, Corpo Fechado. E em Fragmentado essa sensação se dúvidas permanece.
Para mim esse é um filme no qual todos saíram ganhando: Shyamalan, que voltou às graças dos críticos após um combo de longas bem-sucedidos (A Visita e Fragmentado); James McAvoy, que fez direitinho a lição de casa e conseguiu imprimir diferentes personalidades em uma mesma face, provando que não é só um rostinho bonito nos filmes de ação; e Anya Tailor Joy, que após o excelente "A Bruxa" vem construindo uma carreira bem interessante. E, é claro, nós, cinéfilos.
O que mais gostei em Fragmentado foi o roteiro, que conseguiu com louvor explicar muita coisa de uma forma bem simples. Assistindo ao filme você pode não perceber, mas é tanta informação que você recebe - para conseguir entender todo o contexto dos personagens e entender a proposta do longa - que fiquei positivamente impressionada em como esse carretel foi desenrolado aparentemente sem esforço. Isso contribuiu pra história ter fôlego e prender a atenção de geral.
Fragmentado tem com uma proposta bem diferente do que vemos atualmente, que é muito bem contada e executada - parando pra pensar ele me lembra muito o também ótimo Cloverfield 10 - com certeza vale a ida para quem não quer ver mais do mesmo.
Não sei do que gosto mais da primeira fase: entender a personalidade de Chiron ou me inclinar na figura de Juan e Tereza, tão atentos e preocupados de forma incondicional com uma criança que mal acabaram de conhecer. Gostei demais da participação deles pois elas sempre me ajudam a relembrar que cada pessoa é um país dentro de si e que cada destino é traçado de uma forma diferente e que não cabe a mim - e nem a ninguém, na verdade - julgar o outro.
Na segunda fase vemos um Chiron sobre uma pressão incrível - tirando Tereza, sua vida é a perfeita definição do caos. O olhar que ele lança enquanto é espancado nos deixa ver a força que está oculta dentro de si, o que acaba por nos ajudar a entender o desfecho desta parte.
Em sua fase final, vemos um Chiron completamente diferente do que conhecemos nas duas primeiras fases. Achamos que a vida o transformou, mas na verdade ele apenas se escondeu no mundo, tomando pra si a máscara do único homem que ele respeitava. E,o que eu mais gostei desse momento é que, por mais difícil e árida a sua vida tenha sido, ele ainda procura encontrar a felicidade, ou ao menos paz na alma.
Queria muito que Moonlight tivesse um capítulo a mais, estava muito envolvida na história de Chiron. Mas, arrisco a dizer, que ele finalmente encontrou o que procurava e que irá mudar para ajustar à nova vida - mais pobre, sim, e talvez mais difícil também, mas muito mais feliz - que vislumbramos nos últimos instantes do filme =)
Rogue One é o spinoff de Star Wars que você respeita.
Especialmente porque é mais gente como a gente. O foco não está nos Jedis e Siths, pessoas especiais e com poderes únicos, mas sim nos rebeles, que acreditam na causa e se viram como podem para mantê-la viva.
Rogue One é sobre o que nós - ao menos - seríamos no meio da batalha. Os que se viram para conseguir as informações, os que distraem os stormtroopers, os que tentam abrir as portas, ligar as conexões os paus para toda a obra.
Mais do que isso, ele tem um quê de comprometimento à causa que só me lembro de ter assistido em V for Vendetta. O mal existe, ele já está no meio de nós. Mas ele não vencerá. Ele não NOS vencerá. Por que estamos dispostos a ir mais longe do que ele já jamais estará.
A história é linda e o final é emocionante. Chorei? Com certeza, mas emociona.
Começando com polêmica "Animais" traz muito mais da magia dos livros de Harry Potter do que qualquer um dos filmes feitos da saga.
Muito disso se deve ao fato da história ter sido pensada para ser um filme? Acredito que é uma possibilidade bem real, até porque o diretor éo David Yates, que dirigiu a maioria das produções (alguém que eu só fui começar a respeitar justo na parte 2 de HP7) e fez um ótimo trabalho por aqui, trazendo o melhor do mundo mágico de uma forma muito real.
O roteiro está muito bem amarrado (obrigada JK, sua linda!) e as atuações em geral estão mais do que satisfatórias. Eddie Redmayne caiu como uma luva para o papel
sobre Eddie: às vezes não sei se ele sempre faz o mesmo papel ou se só dão um tipo específico de personagem para ele, mas neste caso funcionou muito bem
e o elenco de apoio só deixa a desejar em um aspecto:
Não sei se é a construção da personagem, mas achei que a Tina Goldstein poderia ter sido (e feito) muito mais. Parecia que a personagem havia frequentando a escola Bella Swan de atuação
De resto está tudo ali: o clima, a magia, referências a alguns dos nossos queridos personagens e - último mais não menos importante - as magias (que saudades estava de ouvir um Alohomora e um Expelliarmus) =)
Como muitas daqui, comecei vendo os filmes da franquia, passei pelos livros (os dois primeiros maravilhosos, fujam do último) e eis que me encontro com a última parte desta aparente trilogia, que contrariando o senso comum é o melhor filme que leva a marca da nossa heroína.
Porque acho que é o melhor (sem spoiler)?
- o roteiro está muito bem amarrado, cheio de referências pop (principalmente para quem está na casa dos 25/35 anos e conhece festivais como Tomorrowland, Lollapalooza) e se aproveitando de fatos do mundo real (Pussy Riot) para construir uma boa narrativa. Felizmente não se baseou no último livro, que deixou bem a desejar.
- recheado de cenas genuinamente engraçadas (fazia muito tempo que não via todo o cinema gargalhando) e ótimas atuações (por que não colocaram Patrick Dempsey desde o primeiro filme, PORQUÊ?
E o mais importante
- como já adiantei acima, Bridget cresceu e aprendeu a se amar (fiquei com muito, MUITO orgulho de um certo recado que ela deixa no início do filme, dizendo que não se deve ter medo de ficar só, pois somos nossa melhor companhia) mas ainda tira os pés pelas mãos e tem aquela leveza de espírito e o brilho do olhar que nos faz querer ser sua melhor amiga =)
Acho que esse é um daqueles casos em que a tradução de um filme muda completamente o sentido da obra.
"Presságios de um Crime", apesar de ser bem preciso enquanto o roteiro, dá uma ideia errada do que seria o filme, que realmente combina mais com "Solace" (algo como confortar, traduzindo).
Classificaria o filme como aquele do realismo fantástico (quando o povo já encara o extraordinário com o pé no chão) no qual o principal objetivo não é pegar o bandido mas sim abordar uma questão muito mais profunda do que essa
como na reunião estilo AA dos vilões (abrindo um parênteses que, não sei vocês mas pra mim Zangief se fala ZANGUIÉFE e não ZANGUÍFI, como na versão dublada)
que juntos fazem do filme uma ótima experiência.
Muito mais do que recomendado e já disponível na Netflix o/
Gosto muito do trabalho de Poyart desde 2 coelhos, mas nesse filme fiquei com a impressão de que a montagem tinha que entregar tudo muito, mas MUUUUUITO mastigado pra gente, por isso tantas cenas em slow motion, tanta explicação pra falar dos conflitos do Aldo e a trilha sonora sempre carregada (o que de certa forma prejudica o longa, pois chega uma hora que vc cansa de tanta grandiosidade pra nada).
Também me incomodou um pouco alguns furos no roteiro, como a parte na qual o Aldo chega de aviaão (se ele era tão pobre, mais sentido teria o trajeto Manaus-Rio de ônibus) e quando a namorada termina com ele (além de ver que não aconteceu nada com ele e a personagem da Paloma Bernardi, a atitude não combinava com a segurança que ela passou todo o filme).
Assim como o primeiro longa, o melhor de Tartarugas Ninja 2 é o time formado por Donatello, Michelangelo (Mike para os íntimos), Rafael e Leonardo.
O roteiro peca por ingenuidade/inconsistência e algumas atuações realmente deixam a desejar (mas quero Megan Fox dá conta do que se pede à April O'Neil), mas no final isso não importa: a força do filme está na história dos irmãos criados pelo lendário Mestre Splinter e nas conversas, brigas e brincadeiras que acontecem durante todo o longa.
Pra quem é time Cowabonga, acho que vale dar uma chance.
Apesar de totalmente montado na base do CGI ouso dizer que é o filme mais "real" da safra infantil da Disney.
Mogli ainda permanece com sua inocência e pureza infantil, mas o tom do filme é mais sério e verossímil do que costumamos encontrar nos filmes do Sr Walt. Mesmo as inserções de música acontecem de forma mais contida do que em outros filmes (mas, o que pode ser uma contradição, achei que ficou mais natural do que o povo de repente saltitando por aí).
Estou tentada a dizer que Neel Sethi fez o Mogli com a carga dramática que se esperava de uma criança de doze anos (e nem quero entrar no fato de que ele NASCEU em 2003 #óotempopassandoaí), mas justiça seja feita e ele merece uns pontos a mais porque não deve ser fácil contracenar na maior parte do tempo com um estúdio que deve parecer uma planície esverdeada.
Assisti a versão legendada e tenho alguns pontos a destacar:
- Ben Kingsley como Baghera: escolha acertada, ele soube dar o tom do "sábio que também sabe bater" que o pantera precisa. - Idris Elba como Shere Kan: escolha acertadíssima, deu medo do tigre. - Bill Murray como Baloo: MELHOR URSO, MELHOR PESSOA, QUERIA SÓ UM ABRAÇO DELE.
Um filme grandioso sem ser apelativo, com um ótimo elenco geral e uma dupla afinadíssima de protagonistas, mostrando aquele tipo tão bonito (e infelizmente raro) de amizade que se constrói com o tempo e a cumplicidade.
Diria que esse é um daqueles filmes que não é memorável mas vale muito à pena ser visto
"De Onde eu te Vejo" tem um tom leve, possui um elenco ótimo e extremamente bem afinado (você sai do cinema jurando que Denise Fraga e Domingos Montagner têm um caso) e uma montagem bastante original, que te prende durante todo o filme.
O eixo central da história é bem simples e direto (um casal se separa, mas vivem literalmente um na frente do outro), mas o que encanta são as histórias paralelas: fiquei com um sorriso nos lábios sempre que via a Laura Cardoso e, cinéfila que sou, quase chorei no depoimento do personagem do Juca de Oliveira.
Um dos aspectos que achei mais legal no filme é a forma respeitosa com que Ana e Fábio se relacionam, mesmo após a separação. Sempre achei tão triste ver o ódio velado que muitos casais carregam quando tomam caminhos opostos que sempre me senti bem quando vejo que, ainda que em filme, essa não precisa ser a regra. E também as cenas deles quando ainda eram um caso (em especial a que envolve uma queda de luz) são muito singelas e lindas porque poderiam perfeitamente ser reais,
O único ponto negativo, pra mim, é o roteiro, que passa por diversos temas mas não se aprofunda em nada. Não há uma "transformação" ou "revelação" durante a história, os acontecimentos apenas passam e parece que as pessoas não reagem à eles. Uma pena, pois caso contrário "De Onde.." entraria na mesma categoria de "Estômago" e "Dois Coelhos": filmes incríveis e que contam histórias universais.
Mas, pelo conjunto da obra (e em especial para ver a linda da Denise Fraga), vale a ida ao cinema.
Voltei do cinema e queria dar algumas dicas para quem (como eu) veio aqui querendo saber "o clima" do filme. Deixo três impressões sobre o file
- A trilha sonora às vezes exagera, mas quando acerta, MEU AMIGO, MINHA AMIGA. - Você não vai sentir medo do estilo "susto", mas medo porque sente que algo de muito ruim vai acontecer - Tenha em mente este é um "filme histórico", que se passa em um mundo dividido entre fé e magia e que leva ambos os aspectos ao extremo.
Perguntei a uma amiga cinéfila o que ela tinha achado do filme e a resposta foi “Muito bom, mas precisa prestar bastante atenção, porque eles falam de um mundo que não é o nosso”.
Com isso em mente, fui ao cinema, assisti The Big Short e (acho) que consigo explicar o que o filme conta para quem está perdido. Já aviso que a tentativa é de bom coração, mas caso eu erre em algum ponto, podem responder nos comentários porque realmente o filme trata de algo bem longe da realidade da maioria de nós (e, mesmo sem entendermos muito, dá pra perceber que é algo bem importante).
Bem no início do filme, em 1970/80, um banqueiro chamado Rainer (não peguei o sobrenome) teve a ideia de mudar a estratégia de captação de renda dos bancos (que antes era focada em poupança e afins, que não dão lucro) para investir em taxas mais pesadas em hipotecas, seguindo a lógica de que
1) o banco só autorizava o financiamento após uma avaliação rigorosa do solicitante, para se certificar de que ele ou ela teria condições de efetuar os pagamento mensais ;
2) as pessoas venderiam tudo antes de atrasar uma hipoteca, pois realizar “o sonho da casa própria” valeria o sacrifício. Então era um panorama perfeito para os bancos, que poderiam “abusar” mais das taxas com a certeza de receber as prestações.
E esse processo durou 20/30 anos e, à medida que a oferta de casas aumentava (com preços de compra sempre crescendo mais e mais) o número de solicitantes “de qualidade” era muito menor do que o número de casas à venda. Então os bancos “relaxaram” o cinto e passaram a conceder financiamentos a pessoas com renda menor ou instável e com maior risco de calote. Era arriscado? Sem dúvida. Mas enquanto houvesse dinheiro e pessoas comprando casas, a engrenagem continuaria funcionando, os analistas pensaram.
Todo o dinheiro que as pessoas pagavam de hipoteca (na verdade, todo o dinheiro que a gente coloca no banco, mas vamos ficar com o exemplo do filme) entrava pelo os bancos do varejo (os bancos que nós, mortais, podemos abrir uma conta, como Bradesco, Caixa, Itaú, Santander etc) e era negociado para bancos de investimento (como Safra e o próprio Deutsche Welle).
Como a soma era gigantesca, eles começaram a rotular a “qualidade” dos investimentos, para saber qual era o que tinha mais chance de dar calote e fazer o investidor perder dinheiro. Daí surgiram os tais CDOs , que existem aos montes no filme. Ele possui várias, classificações, indo do “Triple A” (que seriam os investimentos baseados no mercado imobiliário com maior chance de retorno e menor de perda) para os Double B, Triple B, C e D, os investimentos menos seguros e com maior chance de perda (os chamados subprime).
O problema? O mercado acreditava que a maioria dos investimentos de CDO era composta por financiamentos do tipo “Triple A”, mas na verdade toda a indústria era sustentada por double B, triple B, C, Ds e afins. Ou seja: milhares de bilhões estavam investidos em um mercado extremamente instável, mas ninguém via, porque a economia estava aquecida e se retroalimentava. Mas (como estávamos vendo hoje por aqui) a economia tem seu ciclo e a baixa pode demorar, mas chega.
Foi aí que, em 2005, Michael Burry/Christian Bale viu o que ninguém conseguiu enxergar e pensou num jeito de lucrar com isso. E o modo foi criar o CDS, que seria um tipo de seguro (como os de carro), no qual ele seria re-embolsado com juros e tudo o mais caso seus investimentos em CDOs ficassem desvalorizados.
No começo, vcs vão lembrar, os bancos acharam bom demais pra ser verdade: seria como se eu quisesse te comprar uma apólice de 1 bilhão para quando o sol parasse de brilhar mas, até lá, te pagasse uma mensalidade 100 mil reais por mês. O mercado estava ótimo, as produção imobiliária a todo o vapor e cada vez mais supervalorizada e os CDOs lindos e maravilhosos. Então eles criaram os CDSs e acharam que era o tipo raro de negócio que só traria lucro e nenhuma dor de cabeça.
Aqui é quando Steve Carrell, Ryan Gosling o irmão de Christine em The New Adventures of Old Christine & Cia também começam a ver que este é uma oportunidade única na vida (once-in-a-lifetime-opportunity) e correm para comprar CDSs e afins. O tempo passa e, com o mercado imobiliário caindo só que o preço dos CDOs subindo, eles descobrem duas coisas:
1- Os bancos não vão admitir a derrota tão facilmente 2- Existe um mercado muito mais complexo do que os CDOs: os CDOs sintéticos, que a grosso modo são investimentos baseados em apostas na qualidade de outros investimentos para inflacionar o mercado.
Por exemplo: Maria está oferecendo para João um pacote de CDOs a R$ 10 reais. Joana vê Maria oferecendo este pacote e acha que o investimento é ótimo e compra os mesmos CDOs por R$ 50 reais. Thiago, que não quer ficar de fora, também acha que esta é uma ótima forma de investimento e compra o mesmo pacote a R$ 100,00. Tudo baseado no achismo, sem lógica alguma.
Mas o dinheiro entra e é assim que eles mantêm a máquina girando (é só lembrar do chinês/japonês conversando com o Steve Carrell mais para o final do filme, dizendo que o mercado de compra e venda de CDOs de hipotecas movimenta 20 vezes mais do que o dinheiro arrecadado de fato neste tipo de negócio).
Porém, chega uma hora que o mercado entra em colapso e tudo vem à tona, mostrando que Michael Burry estava mais do que certo (mais do que certo é eufemismo pra quem catapultou as ações do seu fundo em mais de 489 por cento, mas não tenho termo melhor pra usar).
Gostei do filme: ele faz o possível para ser didático e foi montado de uma forma que achei interessante e que me motivou a buscar mais infos sobre este período. Mas, como comentaram anteriormente, é triste ver que os CDOs tinham como base os sonhos das pessoas e que, quando o valor deles virou pó, os desejos de milhões (na época, 6 milhões desempregados e 8 milhões sem casa) também se esfacelaram e que são sempre os mais pobres que pagam o preço da ousadia (ou burrice mesmo) dos mais ricos
Taí um motivo para entender quem, na verdade, controla nosso dinheiro.
PS: e também bateu um certo medo quando vi/li eu Burry agora está investindo em ÁGUA *-*
O Segredo da Cabana
3.0 3,2K Assista AgoraAcho que todo o mundo já sabe da (ótima) simbologia que envolve o filme e tudo o mais, porém só queria dizer que:
fiquei FELIZ pacas quando Marty voltou 0/
Meu senso de justiça não aceitou a única pessoa sensata "morrer" daquele jeito
Candidatos ao Amor
3.8 4Surpreendentemente, dá pra aprender coisas bem interessantes de política durante a história
Verônica: Jogo Sobrenatural
3.1 546 Assista AgoraÉ a primeira vez na história da minha vida que termino um filme de terror me sentindo triste:
Me doeu tanto a história da Verónica por completo: pela responsabilidade que ela tem em casa (e da qual ela lida muitíssimo bem, vale dizer), pela colega que não ficou ao lado dela quando ela mais precisou e por ela não ter ninguém a quem pedir ajuda. Fiquei o filme todo triste porque ela não merecia e estava sozinha.
Tinha o horror como pano de fundo, mas é a realidade de tanta gente
O Máskara
3.4 1,4K Assista AgoraSe já era um dos meus filmes favoritos da infância, imagina agora que consigo perceber as referências adultas?
Por exemplo:
Na primeira transformação do Máscara ele está fazendo balões e pega sem querer uma camisinha usada;
Quando ele está cantando Cuban Pete e fala algo como "as garotas gostam do meu gingado" para as garotas de programa
Filmão
Clube dos Cinco
4.2 2,6K Assista AgoraEstava achando beeem mais ou menos até a hora em o atleta começou a falar sobre o porquê foi parar na detenção.
Daí pra frente, entendi porque ele ainda faz sucesso 32 anos depois do lançamento.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraApesar de ter levado um PUTA spoiler ao ler os comentários do trailer de Get Out!, ainda fiquei aguardando pela estreia do filme em terras brasileiras e não me arrependi: além do clima de terror bem construído (e da trilha sonora que tá de parabéns), Corra! tem como um dos grandes méritos nos colocar na pele das minorias e nos fazer olhar pelos olhos delas (não sei vcs mas eu fiquei BEM TENSA) em toda a cena da festa, seja as pessoas falando com ele ou reparando nele.
Apesar de algumas coisas que poderiam ter sido melhor exploradas na história, esse é um filme que vale muito a pena assistir e que deve despertar no espectador médio toda a tensão e suspense que a gente procure em um filme do gênero. Sem falar nas cenas de comédia, geradas por Rod, o melhor amigo do Chris, que nos ajudam a lembrar de respirar e que não atrapalham na trama central.
Outro ponto que também acho legal comentar é a escalação do elenco, tanto pelo fato dos atores não serem conhecidos do grande público como pela afinação na interpretação
(até o Sid - cachorro - foi bem colocado, rachei de rir na foto que o Rod manda para o Chris)
E só tenho um único ponto que foi mal aproveitado no filme:
ACHEI FOI POUCO o modo como cada um da família Armitage morreu, Aqueles DESGRAÇADOS COVARDES APROVEITADORES deveriam ter sido ESFOLADOS VIVOS e depois terem os membros arrancados um por um, tal qual prega a escola Ramsay Bolton.
Nunca senti tanto alívio em um filme como na hora em que Chris foge e mata um por um, deu vontade de pular da cadeira e gritar GOL todas as vezes
No mais, já virou indicação no meu portifólio
Fragmentado
3.9 2,9K Assista AgoraTalvez eu seja fã dos longas de Shyamalan por gostar tanto de realismo fantástico.
Acho incrível como ele consegue colocar dentro de situações tão cotidianas o inesperado, o mágico, de uma forma tão convincente. Senti isso em O Sexto Sentido, A Vila, Sinais, Corpo Fechado. E em Fragmentado essa sensação se dúvidas permanece.
Para mim esse é um filme no qual todos saíram ganhando: Shyamalan, que voltou às graças dos críticos após um combo de longas bem-sucedidos (A Visita e Fragmentado); James McAvoy, que fez direitinho a lição de casa e conseguiu imprimir diferentes personalidades em uma mesma face, provando que não é só um rostinho bonito nos filmes de ação; e Anya Tailor Joy, que após o excelente "A Bruxa" vem construindo uma carreira bem interessante. E, é claro, nós, cinéfilos.
O que mais gostei em Fragmentado foi o roteiro, que conseguiu com louvor explicar muita coisa de uma forma bem simples. Assistindo ao filme você pode não perceber, mas é tanta informação que você recebe - para conseguir entender todo o contexto dos personagens e entender a proposta do longa - que fiquei positivamente impressionada em como esse carretel foi desenrolado aparentemente sem esforço. Isso contribuiu pra história ter fôlego e prender a atenção de geral.
Fragmentado tem com uma proposta bem diferente do que vemos atualmente, que é muito bem contada e executada - parando pra pensar ele me lembra muito o também ótimo Cloverfield 10 - com certeza vale a ida para quem não quer ver mais do mesmo.
>>>Dica pra quem ainda não foi ver<<<
Assistam Corpo Fechado antes!
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraMoonlight em duas palavras: intenso e delicado
Não sei do que gosto mais da primeira fase: entender a personalidade de Chiron ou me inclinar na figura de Juan e Tereza, tão atentos e preocupados de forma incondicional com uma criança que mal acabaram de conhecer. Gostei demais da participação deles pois elas sempre me ajudam a relembrar que cada pessoa é um país dentro de si e que cada destino é traçado de uma forma diferente e que não cabe a mim - e nem a ninguém, na verdade - julgar o outro.
Na segunda fase vemos um Chiron sobre uma pressão incrível - tirando Tereza, sua vida é a perfeita definição do caos. O olhar que ele lança enquanto é espancado nos deixa ver a força que está oculta dentro de si, o que acaba por nos ajudar a entender o desfecho desta parte.
Em sua fase final, vemos um Chiron completamente diferente do que conhecemos nas duas primeiras fases. Achamos que a vida o transformou, mas na verdade ele apenas se escondeu no mundo, tomando pra si a máscara do único homem que ele respeitava. E,o que eu mais gostei desse momento é que, por mais difícil e árida a sua vida tenha sido, ele ainda procura encontrar a felicidade, ou ao menos paz na alma.
Queria muito que Moonlight tivesse um capítulo a mais, estava muito envolvida na história de Chiron. Mas, arrisco a dizer, que ele finalmente encontrou o que procurava e que irá mudar para ajustar à nova vida - mais pobre, sim, e talvez mais difícil também, mas muito mais feliz - que vislumbramos nos últimos instantes do filme =)
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraMuita gente já falou todos os pontos que queria discutir, então só queria ressaltar três pontos
1 - o quanto esse filme é profundo e fica na gente mesmo depois que saímos do cinema.
2 - Como eu quero ouvir pelo resto da vida a versão do filme para Sweet Child o'Mine
E 3:
E o quão bonito foi o enterro ~ de verdade ~ da Leslie. Por mais cerimônias iguais na vida real
E uma ressalva:
Viggo Mortensen é o ator multifacetado que você respeita. Merece carregar consigo o título que dá nome ao filme.
Rogue One: Uma História Star Wars
4.2 1,7K Assista AgoraRogue One é o spinoff de Star Wars que você respeita.
Especialmente porque é mais gente como a gente. O foco não está nos Jedis e Siths, pessoas especiais e com poderes únicos, mas sim nos rebeles, que acreditam na causa e se viram como podem para mantê-la viva.
Rogue One é sobre o que nós - ao menos - seríamos no meio da batalha. Os que se viram para conseguir as informações, os que distraem os stormtroopers, os que tentam abrir as portas, ligar as conexões os paus para toda a obra.
Mais do que isso, ele tem um quê de comprometimento à causa que só me lembro de ter assistido em V for Vendetta. O mal existe, ele já está no meio de nós. Mas ele não vencerá. Ele não NOS vencerá. Por que estamos dispostos a ir mais longe do que ele já jamais estará.
A história é linda e o final é emocionante. Chorei? Com certeza, mas emociona.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraComeçando com polêmica "Animais" traz muito mais da magia dos livros de Harry Potter do que qualquer um dos filmes feitos da saga.
Muito disso se deve ao fato da história ter sido pensada para ser um filme? Acredito que é uma possibilidade bem real, até porque o diretor éo David Yates, que dirigiu a maioria das produções (alguém que eu só fui começar a respeitar justo na parte 2 de HP7) e fez um ótimo trabalho por aqui, trazendo o melhor do mundo mágico de uma forma muito real.
O roteiro está muito bem amarrado (obrigada JK, sua linda!) e as atuações em geral estão mais do que satisfatórias. Eddie Redmayne caiu como uma luva para o papel
sobre Eddie: às vezes não sei se ele sempre faz o mesmo papel ou se só dão um tipo específico de personagem para ele, mas neste caso funcionou muito bem
e o elenco de apoio só deixa a desejar em um aspecto:
Não sei se é a construção da personagem, mas achei que a Tina Goldstein poderia ter sido (e feito) muito mais. Parecia que a personagem havia frequentando a escola Bella Swan de atuação
De resto está tudo ali: o clima, a magia, referências a alguns dos nossos queridos personagens e - último mais não menos importante - as magias (que saudades estava de ouvir um Alohomora e um Expelliarmus) =)
É close certo, pode ir!
O Bebê de Bridget Jones
3.5 552 Assista AgoraBridget cresceu, mas continua a mesma.
Como muitas daqui, comecei vendo os filmes da franquia, passei pelos livros (os dois primeiros maravilhosos, fujam do último) e eis que me encontro com a última parte desta aparente trilogia, que contrariando o senso comum é o melhor filme que leva a marca da nossa heroína.
Porque acho que é o melhor (sem spoiler)?
- o roteiro está muito bem amarrado, cheio de referências pop (principalmente para quem está na casa dos 25/35 anos e conhece festivais como Tomorrowland, Lollapalooza) e se aproveitando de fatos do mundo real (Pussy Riot) para construir uma boa narrativa. Felizmente não se baseou no último livro, que deixou bem a desejar.
- recheado de cenas genuinamente engraçadas (fazia muito tempo que não via todo o cinema gargalhando) e ótimas atuações (por que não colocaram Patrick Dempsey desde o primeiro filme, PORQUÊ?
E o mais importante
- como já adiantei acima, Bridget cresceu e aprendeu a se amar (fiquei com muito, MUITO orgulho de um certo recado que ela deixa no início do filme, dizendo que não se deve ter medo de ficar só, pois somos nossa melhor companhia) mas ainda tira os pés pelas mãos e tem aquela leveza de espírito e o brilho do olhar que nos faz querer ser sua melhor amiga =)
Presságios de um Crime
3.4 308 Assista AgoraAcho que esse é um daqueles casos em que a tradução de um filme muda completamente o sentido da obra.
"Presságios de um Crime", apesar de ser bem preciso enquanto o roteiro, dá uma ideia errada do que seria o filme, que realmente combina mais com "Solace" (algo como confortar, traduzindo).
Classificaria o filme como aquele do realismo fantástico (quando o povo já encara o extraordinário com o pé no chão) no qual o principal objetivo não é pegar o bandido mas sim abordar uma questão muito mais profunda do que essa
(há um bandido?).
Achei a proposta do filme muito interessante, bem executada e com atuação consistente único porém vai
pra última última visão do Hopkins, que desmerece quase toda a lição de moral que ele deu no personagem do Farrel
Vale a pena especialmente pra quem procura por histórias realmente diferentes.
A Governanta
3.1 11Definitivamente não é o filme que você esperará ver
Detona Ralph
3.9 2,6K Assista Agora"Sou mal. E isso é bom.
Nunca serei bom. E isso não é mal.
Não quero ser ninguém além de mim."
Acho maravilhosa essa capacidade da Disney de apresentar temas tão profundos em meio a uma animação infantil, agradando as crianças de 2 a 90 anos.
Detona Ralph tem uma história amarrada, personagens ótimos e muitos momentos de fanservice,
como na reunião estilo AA dos vilões (abrindo um parênteses que, não sei vocês mas pra mim Zangief se fala ZANGUIÉFE e não ZANGUÍFI, como na versão dublada)
que juntos fazem do filme uma ótima experiência.
Muito mais do que recomendado e já disponível na Netflix o/
Mais Forte Que o Mundo: A História de José Aldo
3.6 267No saldo geral é um bom filme e indico a ida ao cinema. Mas existem dois pontos que eu precisava comentar:
Gosto muito do trabalho de Poyart desde 2 coelhos, mas nesse filme fiquei com a impressão de que a montagem tinha que entregar tudo muito, mas MUUUUUITO mastigado pra gente, por isso tantas cenas em slow motion, tanta explicação pra falar dos conflitos do Aldo e a trilha sonora sempre carregada (o que de certa forma prejudica o longa, pois chega uma hora que vc cansa de tanta grandiosidade pra nada).
Também me incomodou um pouco alguns furos no roteiro, como a parte na qual o Aldo chega de aviaão (se ele era tão pobre, mais sentido teria o trajeto Manaus-Rio de ônibus) e quando a namorada termina com ele (além de ver que não aconteceu nada com ele e a personagem da Paloma Bernardi, a atitude não combinava com a segurança que ela passou todo o filme).
As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras
3.0 341 Assista AgoraAssim como o primeiro longa, o melhor de Tartarugas Ninja 2 é o time formado por Donatello, Michelangelo (Mike para os íntimos), Rafael e Leonardo.
O roteiro peca por ingenuidade/inconsistência e algumas atuações realmente deixam a desejar (mas quero Megan Fox dá conta do que se pede à April O'Neil), mas no final isso não importa: a força do filme está na história dos irmãos criados pelo lendário Mestre Splinter e nas conversas, brigas e brincadeiras que acontecem durante todo o longa.
Pra quem é time Cowabonga, acho que vale dar uma chance.
Truque de Mestre: O 2º Ato
3.5 941 Assista AgoraRoteiro me deu muita raiva
Parecia novela das nove, na qual os mocinhos só se ferram mas no final tudo dá certo
e achei que faltou uma cena de peso para o ótimo Mark Ruffalo
Nada contra Eisenberg, mas sinceramente acho que, depois de tudo o que Dylan Rodhes passou no primeiro filme, Dylan Shrike merecia uma "compensação".
Mas admito que o filme tem bom momentos. Só não recomendo ir esperando um filmaço.
Como Eu Era Antes de Você
3.7 2,3K Assista AgoraPara quem leu o livro:
Não conta tudo (por exemplo, o porquê de Louisa ter desistido de estudar moda) mas o essencial está no filme.
Resumindo: leve lenços
Mogli: O Menino Lobo
3.8 1,0K Assista AgoraApesar de totalmente montado na base do CGI ouso dizer que é o filme mais "real" da safra infantil da Disney.
Mogli ainda permanece com sua inocência e pureza infantil, mas o tom do filme é mais sério e verossímil do que costumamos encontrar nos filmes do Sr Walt. Mesmo as inserções de música acontecem de forma mais contida do que em outros filmes (mas, o que pode ser uma contradição, achei que ficou mais natural do que o povo de repente saltitando por aí).
Estou tentada a dizer que Neel Sethi fez o Mogli com a carga dramática que se esperava de uma criança de doze anos (e nem quero entrar no fato de que ele NASCEU em 2003 #óotempopassandoaí), mas justiça seja feita e ele merece uns pontos a mais porque não deve ser fácil contracenar na maior parte do tempo com um estúdio que deve parecer uma planície esverdeada.
Assisti a versão legendada e tenho alguns pontos a destacar:
- Ben Kingsley como Baghera: escolha acertada, ele soube dar o tom do "sábio que também sabe bater" que o pantera precisa.
- Idris Elba como Shere Kan: escolha acertadíssima, deu medo do tigre.
- Bill Murray como Baloo: MELHOR URSO, MELHOR PESSOA, QUERIA SÓ UM ABRAÇO DELE.
Em resumo: a ida ao cinema é super válida!
Truman
3.9 151 Assista AgoraUm filme grandioso sem ser apelativo, com um ótimo elenco geral e uma dupla afinadíssima de protagonistas, mostrando aquele tipo tão bonito (e infelizmente raro) de amizade que se constrói com o tempo e a cumplicidade.
Sem falar no Truman <3
De Onde eu te Vejo
3.8 138Diria que esse é um daqueles filmes que não é memorável mas vale muito à pena ser visto
"De Onde eu te Vejo" tem um tom leve, possui um elenco ótimo e extremamente bem afinado (você sai do cinema jurando que Denise Fraga e Domingos Montagner têm um caso) e uma montagem bastante original, que te prende durante todo o filme.
O eixo central da história é bem simples e direto (um casal se separa, mas vivem literalmente um na frente do outro), mas o que encanta são as histórias paralelas: fiquei com um sorriso nos lábios sempre que via a Laura Cardoso e, cinéfila que sou, quase chorei no depoimento do personagem do Juca de Oliveira.
Um dos aspectos que achei mais legal no filme é a forma respeitosa com que Ana e Fábio se relacionam, mesmo após a separação. Sempre achei tão triste ver o ódio velado que muitos casais carregam quando tomam caminhos opostos que sempre me senti bem quando vejo que, ainda que em filme, essa não precisa ser a regra. E também as cenas deles quando ainda eram um caso (em especial a que envolve uma queda de luz) são muito singelas e lindas porque poderiam perfeitamente ser reais,
O único ponto negativo, pra mim, é o roteiro, que passa por diversos temas mas não se aprofunda em nada. Não há uma "transformação" ou "revelação" durante a história, os acontecimentos apenas passam e parece que as pessoas não reagem à eles. Uma pena, pois caso contrário "De Onde.." entraria na mesma categoria de "Estômago" e "Dois Coelhos": filmes incríveis e que contam histórias universais.
Mas, pelo conjunto da obra (e em especial para ver a linda da Denise Fraga), vale a ida ao cinema.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraVoltei do cinema e queria dar algumas dicas para quem (como eu) veio aqui querendo saber "o clima" do filme. Deixo três impressões sobre o file
- A trilha sonora às vezes exagera, mas quando acerta, MEU AMIGO, MINHA AMIGA.
- Você não vai sentir medo do estilo "susto", mas medo porque sente que algo de muito ruim vai acontecer
- Tenha em mente este é um "filme histórico", que se passa em um mundo dividido entre fé e magia e que leva ambos os aspectos ao extremo.
Dizendo isso, divirta-se!
A Grande Aposta
3.7 1,3KPerguntei a uma amiga cinéfila o que ela tinha achado do filme e a resposta foi “Muito bom, mas precisa prestar bastante atenção, porque eles falam de um mundo que não é o nosso”.
Com isso em mente, fui ao cinema, assisti The Big Short e (acho) que consigo explicar o que o filme conta para quem está perdido. Já aviso que a tentativa é de bom coração, mas caso eu erre em algum ponto, podem responder nos comentários porque realmente o filme trata de algo bem longe da realidade da maioria de nós (e, mesmo sem entendermos muito, dá pra perceber que é algo bem importante).
Senta que lá vem textão:
Parte 1 do filme
Bem no início do filme, em 1970/80, um banqueiro chamado Rainer (não peguei o sobrenome) teve a ideia de mudar a estratégia de captação de renda dos bancos (que antes era focada em poupança e afins, que não dão lucro) para investir em taxas mais pesadas em hipotecas, seguindo a lógica de que
1) o banco só autorizava o financiamento após uma avaliação rigorosa do solicitante, para se certificar de que ele ou ela teria condições de efetuar os pagamento mensais ;
2) as pessoas venderiam tudo antes de atrasar uma hipoteca, pois realizar “o sonho da casa própria” valeria o sacrifício. Então era um panorama perfeito para os bancos, que poderiam “abusar” mais das taxas com a certeza de receber as prestações.
E esse processo durou 20/30 anos e, à medida que a oferta de casas aumentava (com preços de compra sempre crescendo mais e mais) o número de solicitantes “de qualidade” era muito menor do que o número de casas à venda. Então os bancos “relaxaram” o cinto e passaram a conceder financiamentos a pessoas com renda menor ou instável e com maior risco de calote. Era arriscado? Sem dúvida. Mas enquanto houvesse dinheiro e pessoas comprando casas, a engrenagem continuaria funcionando, os analistas pensaram.
Todo o dinheiro que as pessoas pagavam de hipoteca (na verdade, todo o dinheiro que a gente coloca no banco, mas vamos ficar com o exemplo do filme) entrava pelo os bancos do varejo (os bancos que nós, mortais, podemos abrir uma conta, como Bradesco, Caixa, Itaú, Santander etc) e era negociado para bancos de investimento (como Safra e o próprio Deutsche Welle).
Como a soma era gigantesca, eles começaram a rotular a “qualidade” dos investimentos, para saber qual era o que tinha mais chance de dar calote e fazer o investidor perder dinheiro. Daí surgiram os tais CDOs , que existem aos montes no filme. Ele possui várias, classificações, indo do “Triple A” (que seriam os investimentos baseados no mercado imobiliário com maior chance de retorno e menor de perda) para os Double B, Triple B, C e D, os investimentos menos seguros e com maior chance de perda (os chamados subprime).
O problema? O mercado acreditava que a maioria dos investimentos de CDO era composta por financiamentos do tipo “Triple A”, mas na verdade toda a indústria era sustentada por double B, triple B, C, Ds e afins. Ou seja: milhares de bilhões estavam investidos em um mercado extremamente instável, mas ninguém via, porque a economia estava aquecida e se retroalimentava. Mas (como estávamos vendo hoje por aqui) a economia tem seu ciclo e a baixa pode demorar, mas chega.
Foi aí que, em 2005, Michael Burry/Christian Bale viu o que ninguém conseguiu enxergar e pensou num jeito de lucrar com isso. E o modo foi criar o CDS, que seria um tipo de seguro (como os de carro), no qual ele seria re-embolsado com juros e tudo o mais caso seus investimentos em CDOs ficassem desvalorizados.
No começo, vcs vão lembrar, os bancos acharam bom demais pra ser verdade: seria como se eu quisesse te comprar uma apólice de 1 bilhão para quando o sol parasse de brilhar mas, até lá, te pagasse uma mensalidade 100 mil reais por mês. O mercado estava ótimo, as produção imobiliária a todo o vapor e cada vez mais supervalorizada e os CDOs lindos e maravilhosos. Então eles criaram os CDSs e acharam que era o tipo raro de negócio que só traria lucro e nenhuma dor de cabeça.
Parte 2 do comentário
Aqui é quando Steve Carrell, Ryan Gosling o irmão de Christine em The New Adventures of Old Christine & Cia também começam a ver que este é uma oportunidade única na vida (once-in-a-lifetime-opportunity) e correm para comprar CDSs e afins. O tempo passa e, com o mercado imobiliário caindo só que o preço dos CDOs subindo, eles descobrem duas coisas:
1- Os bancos não vão admitir a derrota tão facilmente
2- Existe um mercado muito mais complexo do que os CDOs: os CDOs sintéticos, que a grosso modo são investimentos baseados em apostas na qualidade de outros investimentos para inflacionar o mercado.
Por exemplo: Maria está oferecendo para João um pacote de CDOs a R$ 10 reais. Joana vê Maria oferecendo este pacote e acha que o investimento é ótimo e compra os mesmos CDOs por R$ 50 reais. Thiago, que não quer ficar de fora, também acha que esta é uma ótima forma de investimento e compra o mesmo pacote a R$ 100,00. Tudo baseado no achismo, sem lógica alguma.
Mas o dinheiro entra e é assim que eles mantêm a máquina girando (é só lembrar do chinês/japonês conversando com o Steve Carrell mais para o final do filme, dizendo que o mercado de compra e venda de CDOs de hipotecas movimenta 20 vezes mais do que o dinheiro arrecadado de fato neste tipo de negócio).
Porém, chega uma hora que o mercado entra em colapso e tudo vem à tona, mostrando que Michael Burry estava mais do que certo (mais do que certo é eufemismo pra quem catapultou as ações do seu fundo em mais de 489 por cento, mas não tenho termo melhor pra usar).
Gostei do filme: ele faz o possível para ser didático e foi montado de uma forma que achei interessante e que me motivou a buscar mais infos sobre este período. Mas, como comentaram anteriormente, é triste ver que os CDOs tinham como base os sonhos das pessoas e que, quando o valor deles virou pó, os desejos de milhões (na época, 6 milhões desempregados e 8 milhões sem casa) também se esfacelaram e que são sempre os mais pobres que pagam o preço da ousadia (ou burrice mesmo) dos mais ricos
Taí um motivo para entender quem, na verdade, controla nosso dinheiro.
PS: e também bateu um certo medo quando vi/li eu Burry agora está investindo em ÁGUA *-*