Uma arte simples, mas muito bela e peculiar. Um mundo que parece diferente, mas é exatamente aquele que conhecemos. Um filme sem diálogos, a não ser por breves momentos numa língua que parece um português invertido (oninem!), mas ainda que transmite uma mensagem poderosa.
Um filme altamente melancólico, mas que ainda assim termina nos deixando com um sorriso no rosto.
Porra Mike Cahill, o objetivo da Ciência não é refutar religião. Quando você apresenta um cientista cujo motivador da pesquisa é esse, você já deu a dica que vem proselitismo espiritualista por aí.
Quando lá pelo meio você confirma a direção que o filme realmente vai tomar eu soltei um "nãããooooo ....". Porque a parte inicial é bacana tecnicamente, visual lindão, boas atuações e com o clima bem construído na condução do drama dos personagens. Mas tudo vira pseudo-ciência rápido demais e tome incoerência e frase constrangedora uma atrás da outra ... Aliás, também não entendi porque não procuraram a Dr. Simmons que obviamente já estava estudando o "fenômeno" antes embarcar pra India !!
*** Engraçado como o poster parece com a abertura da série Cosmos, na qual Neil deGrasse Tyson em um dos episódios mostra justamente o erro da afirmação que o olho é uma estrutura de complexidade irredutível. Se o "cientista" do filme tivesse assistido, talvez tivesse direcionado a pesquisa pra outro campo !
PTU é uma montanha russa que oscila entre o cômico, a tensão, a violência, situações absurdas que escalam numa cena de ação séria foda e volta para gargalhadas inesperadas no clímax (ou resumindo: extremamente divertido). Tudo isso numa Hong Kong iluminada de forma quase cartunesca, difícil até de dizer se algumas cenas são em estudio ou externas.
Predestination me agradaria mais se fosse fundo no seu conceito bacana e original sobre paradoxos, ciclos temporais, a missão e as conseqüências na mente do agente temporal perfeitamente arquitetado. Em vez disso, você logo nota que toda a sua construção é a preparação para uma reviravolta "OMFG!" (o que é um problema sério quando você saca o twist logo no começo)
Ora vejam (não é spoiler, pois acontece nos 20-30 minutos iniciais): 1) Cenas e flashbacks em que um dos personagens sempre tem o rosto oculto. Recurso manjado para a cena vai ser repetida depois com a revelação do rosto como como alguém já conhecido na trama. 2) Na PRIMEIRA cena do filme o personagem precisa trocar de rosto ("minha mãe não me reconheceria"), um evento que depois "parece" não ter qualquer importância. 3) Viagem no tempo ao som de "eu sou meu avô" e "quem veio primeiro, o ovo ou a galinha"
Soma 1+2+3 e você saca a "surpresa" antes de um terço do filme ter passado. Não que seja uma fraqueza do filme dar pistas suficientes pra você decifrar sua resolução, o problema é fazer dessa resolução o mote principal. Uma pena, com tantos elementos bacanas para explorar.
Ridley Scott parece que ter se apaixonado por algum software VFX simulador de multidão. Aliás, se alguém fizer uma daquelas montagens de YouTube com todos os planos gerais de Exodus, acho que dá um vídeo de quase uma hora. O resultado visual pelo menos fica bem bacana, e ainda valoriza o 3D com gigantescas profundidades de campo.
Mas é à distância também que ele explora seus personagens, sem nunca nos inserir com eficiência nos seus grandes momentos, paixões e testes de fé.
Vale pela cutucada sionista em certo momento do filme e por deixar bem claro por que as pessoas usam a expressão "temente a Deus".
Um conceito de sci-fi enxuto, explorado de forma fascinante e que ainda assim não é mote central da trama ! Um thriller de tirar o fôlego, com um pano de fundo semi-apocalíptico que faz paralelo com os conflitos raciais em Los Angeles nos anos 90. Juliette Lewis em plena forma ! Elementos que fazem um filmaço !
Matar zumbis usando uma peixeira, na beira de uma praia brasileira, ao som de um maracatu macabro ? Mesmo que o filme fosse horrível, isso já valeria a pena !
O destaque de Mar Negro é a parte técnica impressionante da maquiagem e o gore (MUITO MESMO), que te remete a filmes como Braindead, Evil Dead e Arrasta-me para o Inferno (e nesse ponto ganharia elogios do Peter Jackson e Sam Raimi). A fotografia também é bacana, junto com a direção de arte e com a câmera sempre te colocando sempre em ângulos incômodos.
A parte ruim são as atuações amadoras, e a narrativa irregular e confusa que não sabe se decidir entre ameaça biológica e culto satânico, ou entre o clima de medo e tensão e o terrir non-sense-traveco-com-minigun-baleia-zumbi !
Show de Marion Cotillard, num filme que oferece uma visão aberta e realista de temas tão diversos como empatia, depressão e a crise financeira na Europa, juntos de forma belamente harmônica.
Enquanto esperava começar a sessão, recapitulava mentalmente os outros filmes e só conseguia lembrar dos elementos básicos: Capital opressora e violenta, Katniss única que pode unir os distritos na guerra de libertação (que parece que vai acontecer no fim do filme, mas não acontece), guerra midiática pra controlar a população ... E provavelmente quando eu tentar me lembrar do Mockingjay 1 vou pensar exatamente a mesma coisa.
Hunger Games é uma franquia cheia de idéias bacanas, mas essa história que não engrena e personagens que pouco evoluem é o que ainda me incomoda. Massa a coisa da importância de fazer a imagem de Katniss como líder para as pessoas, mas 3 filmes centrados nisso já enche um pouco o saco.
Apesar disso, este capítulo é muito melhor tecnicamente, com efeitos especiais mais "discretos" (e por isso incrivelmente realistas), cenas de ação de tirar o fôlego e alguns diálogos inspirados. Mas a insistência no tema da guerra de propaganda continua até ficar insuportavelmente chata ... Pelo menos no próximo filme não vai ter desculpa pra adiar ainda mais o clímax.
Quase todo composto por diálogos inexplicavelmente rebuscados com discussões teológicas que se pouco te interessam, logo configuram-se em poderoso sonífero. Chega a dar alívio nos poucos momentos quando os personagens finalmente se calam pra podermos curtirmos uma ou outra sequência bacana.
Assistir filmes do Coutinho é aprender que você não depende da ficção para conhecer personagens interessantes.
Em Edifício Master ele consegue extrair em cada entrevista, aparentemente prosaica, histórias que renderiam cada uma seu próprio filme. Um universo inteiro dentro de um prédio. Às vezes parece até difícil crer que algumas cenas, diálogos e reações não tenham sido cuidadosamente escritas. O talento dele para fazer as pessoas se abrirem era mesmo espetacular.
Como John Ford conseguiu se safar depois de fazer este filme ? Porque se já fosse mostrado a uma certa platéia hoje no Brasil alguém acabaria chamando-o de "bolivariano". Imagino então o impacto num Estados Unidos se recuperando da Depressão e caminhando ao auge da guerra ideológica contra o comunismo !
A cena em que o personagem de Henry Fonda mostra o nascimento do discurso político das suas entranhas, mesmo em sua simplicidade admitindo não entender bem sobre o que está falando enquanto simplesmente conversa com a mãe, deve ter arrepiado os cabelos dos conservadores num dos momentos mais fodas do filme !
"Drama de manicômio" bacana que se no início lembra bastante O Bicho de Sete Cabeças, logo ganha força própria com a construção da bela relação dos protagonistas. Ótimo trabalho de Débora Secco em vários planos inspirados, infelizmente intercalados com um ou outro clichezão dramático.
Kevin Smith fez filmes inesquecíveis no seu universo de New Jersey, mas desde "Strikes Back" ele vem pendendo mais pra montar situações de absurdo que não me pegaram. Ultimamente, fiquei muito mais fã de seus podcasts do que seus filmes, e foi justamente daí que saiu este.
Tusk é exatamente o que pensei que seria: uma grande piada interna. O elenco está afiado, os efeitos práticos nojentos não deixam devendo pra nenhum Cronemberg, e pescar as referências é um exercício divertido. Mas não é o suficiente pra fazer um grande filme, com alguns diálogos longos meio perdidos, ficando claro que o tempo total ficou muito maior do que deveria.
Quando ouço falar de filme de espionagem "de verdade", já espero um algo mais lento e intricado. Most Wanted Man consegue se encaixar neste subgênero, mas ainda assim tem um ritmo surpreendente fluido mesmo não apelando para grandes cenas de ação, com uma trama inteligente e apesar de não tão complexa.
Elenco afiado, sempre com destaque para o P.S.Hoffman :_(
Coherence é um filme de produção super simples, mas todo construído com a boa exploração de um conceito de sci-fi (lembrando outros muito bons como Primer e The Man from Earth).
Ele se diferencia ao criar de forma muito eficiente o clima de tensão e ao dar mais destaque a alguns elementos mais humanos e de relacionamento (apesar de não desenvolver tanto seus personagens).
O estilo de câmera nervosa (que parece até querer emular um found footage) ajuda na construção do clima mas parece às vezes passar um pouco do ponto.
Eis a definição de "épico", onde você consegue contar cada milhão despejado na impressionante produção. Certamente seria muito mais eficiente se fosse separado em filmes diferentes para as épocas de César e Marco Antônio...
Que bom voltar a rir alto com Seth Rogen ! Que habilidade em respeitar (um pouco) a seriedade do tema, sem cair na armadilha de querer passar alguma mensagem ideológica, e ainda assim galhofar com as partes que merecem, seja com a cultura de massa ocidental ou o regime/ditador anacrônico norte-coreano !
O politicamento incorreto feito da maneira certa (sempre zoando a ignorância de quem o pratica), as diversas participações especiais, a produção excelente dos cenários da Coréia (e as incursões hilárias na zona desmilitarizada), James Franco incontrolável. São vários os destaques que mostram que Seth Rogen tem que fugir mais do seu tipo pothead irresponsável pra continuar a fazer bons filmes.
Só não consigo compreender essa tendência das comédias americanas de apostar em cenas de violência gráfica, como se isso fosse de alguma forma engraçado. Sr. Tarantino sabe que esse tipo de reação pede a violência mais cartunesca, não o gore realista que vem sendo mostrado.
Não entendo tanta gente adorar Robocop e odiar este filme. É o mesmo Paul Verhoven ... Extremamente satírico, cínico e explícito. As mesmas atuações escrotas, as mesmas situações e personagens exagerados. Talvez seja o "tits all over the place" ou gente vendo misoginia no lugar da sátira. Pra mim o maior problema é a duração um pouco maior que a necessária ...
"Realidade" e ficção se misturam neste ótimo filme com um texto sensacional. Com o filmaço Carnage e agora o Venus in Fur dá pra ver que o investimento do Polansky no teatro está fazendo bem !
O mais anárquico, ácido e hilário do Monty Python. E mesmo com a estrutura de esquetes mais forte do que alguns gostariam, ainda assim é tecnicamente impressionante, com alguns planos de dar inveja a grandes produções !
"Dreams" do Cranberries cantado lindamente em cantonês. Só isso já valeria a pena ... De quebra ainda vem um filmaço sobre caras mergulhados na melancolia e com problemas para deixar ir um amor passado no sempre belo estilo de direção do cinema asiático.
Joon-ho Bong mostrou em Snowpiercer que deve adorar mesmo sci-fi. Em poucos minutos de filme você percebe a salada de todos os assuntos típicos das obras clássicas do gênero (distopia pós-apocalíptica, luta de classes, rebeldia, tecnologia, controle social) bem como as fontes principais de cada um: Metrópolis, Soylent Green, Matrix (o plano inicial é inclusive idêntico a um curta da série Animatrix). Mas se sobrou amor pelo gênero, faltou lógica na escrita.
Começam com os conceitos absurdos, que vão desde a premissa idiota de esfriar a Terra pra conter o aquecimento global, até o trem rodando o mundo movido a uma máquina de movimento perpétuo (!) que mostram que ciência não é o forte de quem criou o argumento do filme.
Alguns personagens absurdos e diálogos constrangedores também atrapalham, mas o legal do cinema é que um orçamento bem gasto e uma direção segura salvam qualquer filme !! O elenco está muito bem e a presença do Kang-ho Song (figura carimbada de vários filmaços sul-coreanos) me prendeu pelo resto do filme.
Assim, relevando os furos, dá pra se divertir. ** Mas, PORRA ROTEIRISTAS, se o homem já tinha uma máquina de movimento perpétuo (esquecendo as leis da Física), então não tinha mais necessidade de combustível fóssil pra produzir aquecimento global !!!)
Apesar de eu não ser muito fã das performances de Will Ferrel, não dá pra negar que seu texto tem sacadas muito boas e flertes casuais com o non-sense especialmente hilários !
Humor politicamente incorreto de qualidade, que escancara o machismo, mas ri principalmente do absurdo e da imbecilidade de quem o pratica. O tipo de coisa que os novos "humoristas" brasileiros não conseguem compreender.
O Menino e o Mundo
4.3 735 Assista AgoraUma arte simples, mas muito bela e peculiar. Um mundo que parece diferente, mas é exatamente aquele que conhecemos. Um filme sem diálogos, a não ser por breves momentos numa língua que parece um português invertido (oninem!), mas ainda que transmite uma mensagem poderosa.
Um filme altamente melancólico, mas que ainda assim termina nos deixando com um sorriso no rosto.
O Universo No Olhar
4.2 1,3KPorra Mike Cahill, o objetivo da Ciência não é refutar religião. Quando você apresenta um cientista cujo motivador da pesquisa é esse, você já deu a dica que vem proselitismo espiritualista por aí.
Quando lá pelo meio você confirma a direção que o filme realmente vai tomar eu soltei um "nãããooooo ....". Porque a parte inicial é bacana tecnicamente, visual lindão, boas atuações e com o clima bem construído na condução do drama dos personagens. Mas tudo vira pseudo-ciência rápido demais e tome incoerência e frase constrangedora uma atrás da outra ... Aliás, também não entendi porque não procuraram a Dr. Simmons que obviamente já estava estudando o "fenômeno" antes embarcar pra India !!
*** Engraçado como o poster parece com a abertura da série Cosmos, na qual Neil deGrasse Tyson em um dos episódios mostra justamente o erro da afirmação que o olho é uma estrutura de complexidade irredutível. Se o "cientista" do filme tivesse assistido, talvez tivesse direcionado a pesquisa pra outro campo !
PTU
3.9 4PTU é uma montanha russa que oscila entre o cômico, a tensão, a violência, situações absurdas que escalam numa cena de ação séria foda e volta para gargalhadas inesperadas no clímax (ou resumindo: extremamente divertido). Tudo isso numa Hong Kong iluminada de forma quase cartunesca, difícil até de dizer se algumas cenas são em estudio ou externas.
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraPredestination me agradaria mais se fosse fundo no seu conceito bacana e original sobre paradoxos, ciclos temporais, a missão e as conseqüências na mente do agente temporal perfeitamente arquitetado. Em vez disso, você logo nota que toda a sua construção é a preparação para uma reviravolta "OMFG!" (o que é um problema sério quando você saca o twist logo no começo)
Ora vejam (não é spoiler, pois acontece nos 20-30 minutos iniciais):
1) Cenas e flashbacks em que um dos personagens sempre tem o rosto oculto. Recurso manjado para a cena vai ser repetida depois com a revelação do rosto como como alguém já conhecido na trama.
2) Na PRIMEIRA cena do filme o personagem precisa trocar de rosto ("minha mãe não me reconheceria"), um evento que depois "parece" não ter qualquer importância.
3) Viagem no tempo ao som de "eu sou meu avô" e "quem veio primeiro, o ovo ou a galinha"
Soma 1+2+3 e você saca a "surpresa" antes de um terço do filme ter passado. Não que seja uma fraqueza do filme dar pistas suficientes pra você decifrar sua resolução, o problema é fazer dessa resolução o mote principal. Uma pena, com tantos elementos bacanas para explorar.
Êxodo: Deuses e Reis
3.1 1,2K Assista AgoraRidley Scott parece que ter se apaixonado por algum software VFX simulador de multidão. Aliás, se alguém fizer uma daquelas montagens de YouTube com todos os planos gerais de Exodus, acho que dá um vídeo de quase uma hora. O resultado visual pelo menos fica bem bacana, e ainda valoriza o 3D com gigantescas profundidades de campo.
Mas é à distância também que ele explora seus personagens, sem nunca nos inserir com eficiência nos seus grandes momentos, paixões e testes de fé.
Vale pela cutucada sionista em certo momento do filme e por deixar bem claro por que as pessoas usam a expressão "temente a Deus".
Estranhos Prazeres
3.6 134 Assista AgoraUm conceito de sci-fi enxuto, explorado de forma fascinante e que ainda assim não é mote central da trama ! Um thriller de tirar o fôlego, com um pano de fundo semi-apocalíptico que faz paralelo com os conflitos raciais em Los Angeles nos anos 90. Juliette Lewis em plena forma ! Elementos que fazem um filmaço !
Mar Negro
3.5 96Matar zumbis usando uma peixeira, na beira de uma praia brasileira, ao som de um maracatu macabro ? Mesmo que o filme fosse horrível, isso já valeria a pena !
O destaque de Mar Negro é a parte técnica impressionante da maquiagem e o gore (MUITO MESMO), que te remete a filmes como Braindead, Evil Dead e Arrasta-me para o Inferno (e nesse ponto ganharia elogios do Peter Jackson e Sam Raimi). A fotografia também é bacana, junto com a direção de arte e com a câmera sempre te colocando sempre em ângulos incômodos.
A parte ruim são as atuações amadoras, e a narrativa irregular e confusa que não sabe se decidir entre ameaça biológica e culto satânico, ou entre o clima de medo e tensão e o terrir non-sense-traveco-com-minigun-baleia-zumbi !
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542Show de Marion Cotillard, num filme que oferece uma visão aberta e realista de temas tão diversos como empatia, depressão e a crise financeira na Europa, juntos de forma belamente harmônica.
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
3.8 2,4K Assista AgoraEnquanto esperava começar a sessão, recapitulava mentalmente os outros filmes e só conseguia lembrar dos elementos básicos: Capital opressora e violenta, Katniss única que pode unir os distritos na guerra de libertação (que parece que vai acontecer no fim do filme, mas não acontece), guerra midiática pra controlar a população ... E provavelmente quando eu tentar me lembrar do Mockingjay 1 vou pensar exatamente a mesma coisa.
Hunger Games é uma franquia cheia de idéias bacanas, mas essa história que não engrena e personagens que pouco evoluem é o que ainda me incomoda. Massa a coisa da importância de fazer a imagem de Katniss como líder para as pessoas, mas 3 filmes centrados nisso já enche um pouco o saco.
Apesar disso, este capítulo é muito melhor tecnicamente, com efeitos especiais mais "discretos" (e por isso incrivelmente realistas), cenas de ação de tirar o fôlego e alguns diálogos inspirados. Mas a insistência no tema da guerra de propaganda continua até ficar insuportavelmente chata ... Pelo menos no próximo filme não vai ter desculpa pra adiar ainda mais o clímax.
Philip Seymour Hoffman ... :_(
Sob o Sol de Satã
3.7 22Quase todo composto por diálogos inexplicavelmente rebuscados com discussões teológicas que se pouco te interessam, logo configuram-se em poderoso sonífero. Chega a dar alívio nos poucos momentos quando os personagens finalmente se calam pra podermos curtirmos uma ou outra sequência bacana.
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraAssistir filmes do Coutinho é aprender que você não depende da ficção para conhecer personagens interessantes.
Em Edifício Master ele consegue extrair em cada entrevista, aparentemente prosaica, histórias que renderiam cada uma seu próprio filme. Um universo inteiro dentro de um prédio. Às vezes parece até difícil crer que algumas cenas, diálogos e reações não tenham sido cuidadosamente escritas. O talento dele para fazer as pessoas se abrirem era mesmo espetacular.
Vinhas da Ira
4.4 206Como John Ford conseguiu se safar depois de fazer este filme ? Porque se já fosse mostrado a uma certa platéia hoje no Brasil alguém acabaria chamando-o de "bolivariano". Imagino então o impacto num Estados Unidos se recuperando da Depressão e caminhando ao auge da guerra ideológica contra o comunismo !
A cena em que o personagem de Henry Fonda mostra o nascimento do discurso político das suas entranhas, mesmo em sua simplicidade admitindo não entender bem sobre o que está falando enquanto simplesmente conversa com a mãe, deve ter arrepiado os cabelos dos conservadores num dos momentos mais fodas do filme !
Boa Sorte
3.6 440"Drama de manicômio" bacana que se no início lembra bastante O Bicho de Sete Cabeças, logo ganha força própria com a construção da bela relação dos protagonistas. Ótimo trabalho de Débora Secco em vários planos inspirados, infelizmente intercalados com um ou outro clichezão dramático.
Tusk, A Transformação
2.5 388 Assista AgoraKevin Smith fez filmes inesquecíveis no seu universo de New Jersey, mas desde "Strikes Back" ele vem pendendo mais pra montar situações de absurdo que não me pegaram. Ultimamente, fiquei muito mais fã de seus podcasts do que seus filmes, e foi justamente daí que saiu este.
Tusk é exatamente o que pensei que seria: uma grande piada interna. O elenco está afiado, os efeitos práticos nojentos não deixam devendo pra nenhum Cronemberg, e pescar as referências é um exercício divertido. Mas não é o suficiente pra fazer um grande filme, com alguns diálogos longos meio perdidos, ficando claro que o tempo total ficou muito maior do que deveria.
O Homem Mais Procurado
3.5 200 Assista AgoraQuando ouço falar de filme de espionagem "de verdade", já espero um algo mais lento e intricado. Most Wanted Man consegue se encaixar neste subgênero, mas ainda assim tem um ritmo surpreendente fluido mesmo não apelando para grandes cenas de ação, com uma trama inteligente e apesar de não tão complexa.
Elenco afiado, sempre com destaque para o P.S.Hoffman :_(
Coerência
4.0 1,3K Assista AgoraCoherence é um filme de produção super simples, mas todo construído com a boa exploração de um conceito de sci-fi (lembrando outros muito bons como Primer e The Man from Earth).
Ele se diferencia ao criar de forma muito eficiente o clima de tensão e ao dar mais destaque a alguns elementos mais humanos e de relacionamento (apesar de não desenvolver tanto seus personagens).
O estilo de câmera nervosa (que parece até querer emular um found footage) ajuda na construção do clima mas parece às vezes passar um pouco do ponto.
Cleópatra
4.0 310 Assista AgoraEis a definição de "épico", onde você consegue contar cada milhão despejado na impressionante produção. Certamente seria muito mais eficiente se fosse separado em filmes diferentes para as épocas de César e Marco Antônio...
A Entrevista
3.1 1,0K Assista AgoraQue bom voltar a rir alto com Seth Rogen ! Que habilidade em respeitar (um pouco) a seriedade do tema, sem cair na armadilha de querer passar alguma mensagem ideológica, e ainda assim galhofar com as partes que merecem, seja com a cultura de massa ocidental ou o regime/ditador anacrônico norte-coreano !
O politicamento incorreto feito da maneira certa (sempre zoando a ignorância de quem o pratica), as diversas participações especiais, a produção excelente dos cenários da Coréia (e as incursões hilárias na zona desmilitarizada), James Franco incontrolável. São vários os destaques que mostram que Seth Rogen tem que fugir mais do seu tipo pothead irresponsável pra continuar a fazer bons filmes.
Só não consigo compreender essa tendência das comédias americanas de apostar em cenas de violência gráfica, como se isso fosse de alguma forma engraçado. Sr. Tarantino sabe que esse tipo de reação pede a violência mais cartunesca, não o gore realista que vem sendo mostrado.
Showgirls
3.0 210 Assista AgoraNão entendo tanta gente adorar Robocop e odiar este filme. É o mesmo Paul Verhoven ... Extremamente satírico, cínico e explícito. As mesmas atuações escrotas, as mesmas situações e personagens exagerados. Talvez seja o "tits all over the place" ou gente vendo misoginia no lugar da sátira. Pra mim o maior problema é a duração um pouco maior que a necessária ...
A Pele de Vênus
4.0 218 Assista Agora"Realidade" e ficção se misturam neste ótimo filme com um texto sensacional.
Com o filmaço Carnage e agora o Venus in Fur dá pra ver que o investimento do Polansky no teatro está fazendo bem !
O Sentido da Vida
4.0 327 Assista AgoraO mais anárquico, ácido e hilário do Monty Python. E mesmo com a estrutura de esquetes mais forte do que alguns gostariam, ainda assim é tecnicamente impressionante, com alguns planos de dar inveja a grandes produções !
Amores Expressos
4.2 355 Assista Agora"Dreams" do Cranberries cantado lindamente em cantonês. Só isso já valeria a pena ... De quebra ainda vem um filmaço sobre caras mergulhados na melancolia e com problemas para deixar ir um amor passado no sempre belo estilo de direção do cinema asiático.
Expresso do Amanhã
3.5 1,3K Assista grátisJoon-ho Bong mostrou em Snowpiercer que deve adorar mesmo sci-fi. Em poucos minutos de filme você percebe a salada de todos os assuntos típicos das obras clássicas do gênero (distopia pós-apocalíptica, luta de classes, rebeldia, tecnologia, controle social) bem como as fontes principais de cada um: Metrópolis, Soylent Green, Matrix (o plano inicial é inclusive idêntico a um curta da série Animatrix). Mas se sobrou amor pelo gênero, faltou lógica na escrita.
Começam com os conceitos absurdos, que vão desde a premissa idiota de esfriar a Terra pra conter o aquecimento global, até o trem rodando o mundo movido a uma máquina de movimento perpétuo (!) que mostram que ciência não é o forte de quem criou o argumento do filme.
Alguns personagens absurdos e diálogos constrangedores também atrapalham, mas o legal do cinema é que um orçamento bem gasto e uma direção segura salvam qualquer filme !! O elenco está muito bem e a presença do Kang-ho Song (figura carimbada de vários filmaços sul-coreanos) me prendeu pelo resto do filme.
Assim, relevando os furos, dá pra se divertir.
** Mas, PORRA ROTEIRISTAS, se o homem já tinha uma máquina de movimento perpétuo (esquecendo as leis da Física), então não tinha mais necessidade de combustível fóssil pra produzir aquecimento global !!!)
O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy
3.3 356 Assista AgoraApesar de eu não ser muito fã das performances de Will Ferrel, não dá pra negar que seu texto tem sacadas muito boas e flertes casuais com o non-sense especialmente hilários !
Humor politicamente incorreto de qualidade, que escancara o machismo, mas ri principalmente do absurdo e da imbecilidade de quem o pratica. O tipo de coisa que os novos "humoristas" brasileiros não conseguem compreender.