Scaphandre

"Retrato de uma Jovem em Chamas" é um filme sutíl e profundo que traz uma fotografia deslumbrante, com paisagens costeiras da Bretanha que servem como pano de fundo para a história, criando uma atmosfera envolvente e quase palpável.

Situado na França do século XVIII, o filme acompanha a história de Marianne, uma pintora encarregada de criar um retrato de Héloïse, uma jovem prometida em casamento a um nobre italiano. O desafio é que Héloïse se recusa a posar para o retrato, então Marianne precisa observá-la em segredo, capturando sua essência sem que ela saiba.

A relação entre Marianne e Héloïse floresce gradualmente, inicialmente marcada pela resistência e distância, mas evoluindo para uma conexão profunda e apaixonada.

As protagonistas transmitem uma gama complexa de sentimentos com sutiliza e autenticidade sem precisar de muitas palavras.

A cena final destaca-se pelo momento carregado de emoção pelas memórias que as duas compartilharam, encerrando o filme de maneira comovente e poderosa.

Pode-se dizer que eu gostei desse filme, o qual possui um ritmo um pouco lento ao mesmo tempo que instigante. Atmosfera soturna, bem como a fotografia e a trilha sonora peculiarmente tensa criam todo um mistério macabro. Particularmente, medrosa que sou, acho um filme assustador pelos pormenores e mesmo nada sendo apelativo,

embora na condição de assistir sozinha e à noite pois acho que a experiência de "assistir coletivamente" nos cinemas isenta de certa forma o "sentir medo genuíno". Houve uma cena de susto, pelo modo abrupto do movimento da câmera e da trilha mais alta.

Enfim, foi inevitável não criar certa expectativa ao assisti-lo pelo marketing todo que andaram fazendo, contudo, não me decepcionei, é de fato um desses filmes incomuns. E de toda forma, é um filme que você volta para casa digerindo-o, você deita sua cabeça sobre o travesseiro e surge uns flashbacks das cenas e visualiza o bode preto na sua frente (rsrs)

De uma lindeza descomunal e muito verdadeiro. A princípio alguns talvez podem sentir raiva da Delphine pela coisa do "deixar de viver a própria vida por causa dos outros", mas tendo empatia entende-se que todos nós temos demônios internos e algemas os quais cada um tem seu o tempo de se livrar de acordo com experiências vividas, amadurecimento, etc.