Continuando minha maratona do famoso estúdio japonês, ainda na fase pré-ghibli, assisti a esse projeto do lendário diretor Isao Takahata. Uma obra muito curiosa e pessoal.
A história é uma fábula, inclusive divida em três encontros do personagem com animais falantes. Mas o tom é de um ''slice of life'', uma visão íntima de um violoncelista tentando entender sua relação com a música.
Tem algumas boas cenas, como a inicial que me lembrou muito Whiplash. Mas o ritmo mais cadenciado se torna monótono, e algum esforço para tornar a obra contemplativa acaba não sendo eficaz.
É uma ''típica'' obra de um diretor ainda se descobrindo. Muitas ideias dispersas e uma indefinição do tom da obra. Ainda assim, muito interessante, recheada de boa música e com um visual que destaca texturas semelhantes a algumas obras de arte.
Quarto filme da fase pré-ghibli, e o melhor trabalho na direção até então do Isao Takahata.
Um história bem definida, personagens com relações complexas e referências ao cinema faroeste e de gangues. Uma baita surpresa de um filme que eu não esperava absolutamente nada.
O que me impediu de gostar mais foi a distância entre as as tramas, parecia em certo ponto que eu estava vendo duas histórias sem conexão: Chie e sua família e a vingança dos Gatos de Bolas. Ambos bons arcos, mas pouco se comunicam.
Primeiro longa da carreira do gênio Miyazaki. O diretor já era conhecido desse universo do Lupin III, dirigindo a série de TV, e também já tinha experiências com roteiro de longas junto ao Takahata.
Uma aventura divertida, despretensiosa e acima de tudo bem conduzida. As cenas de investigação são bem elaboradas e a ação é galhofa e cativante. A trama recheada de reviravoltas e conspirações me deixaram interessado a todo momento. Animação fluida, com traços que estão entre o ''cartoonesco' e o realista, combinam com a trama absurdista. O nosso ''anti-heroi'' é carismático e rapidamente compramos suas ideias e seus objetivos
O melhor filme da chamada era ''pré-Ghibli'' até agora...
Essa segunda parte do compilado das duas aventuras toca na temática ambiental de forma mais agressiva. Tem mais tempo que o curta anterior para desenvolver os personagens mas na minha visão falha nesse quesito.
Acho que pouco se aproveita de conteúdo aqui, já que se torna muito genérica muito rápido, com um final extremamente brusco.
Segunda animação pré-Ghibli, e talvez a mais infantil de todo o estúdio. Direção do Takahata, muito mais fluida e com a animação bem melhor que seu trabalho anterior.
A história por ser muito infantil, acaba caindo em algumas problemáticas lógicas bem perigosas, mas é algo que eu até relevo em um primeira visita.
Miyazaki no roteiro já traz alguns apontamentos sobre natureza, seres do bosque e é impossível não vincular o início desse filme com Meu Amigo Totoro.
Vi a versão que compila esse curta e Espetáculo na Chuva juntos.
Não expande o universo, não desenvolve personagens, toda a elaboração dos ''clãs'' mandalorianos usam de diversos clichês e fórmulas batidas, não só dentro da fórmula star wars como de conteúdos de ação em geral.
A volta do Grogu não se justifica em nenhum momento. A Bo-Katan ganha mais espaço, mas em toda temporada episódica e caótica não fez diferença alguma. O que dizer então da volta do ''vilão''? Com direito a discurso revelando seus planos malignos e tudo mais.
Apesar de 1 primeiro episódio interessante e um episódio final legal, a temporada está cheia de momentos bizarros, como o episódio 6, o pior episódio de série que vi até agora no ano.
Ainda há várias ideia descontinuadas dentro da ''linha'' narrativa da temporada. Ou será que eram fracas demais para se manterem?
A não ser que o Quarto ano da série seja a finalização, não volto mais. Esse é o jeito. This is the Way.
Ainda na fase ''Pré-Ghibli'', temos uma história interessante, cheia de personagens interessantes num universo pequeno, porém cheio complexidades.
Muita ação (prejudicada pelas escolhas ruins do diretor) que apresenta elementos fantásticos muito bonitos e cativantes, como os espectros de lobo e as criaturas no geral. A vila é bem genérica, e os campos de batalhas são sem vida.
A segunda parte do filme é mais interessante, pois parece haver alguma continuidade na história. A primeira metade é muito mal desenvolvida, parecia que estava vendo um ''recap'' de tão apressado que estava. Com isso, personagens e conceitos vão sendo inserido sem nenhuma sutileza, deixando o filme confuso e entediante.
É o primeiro filme do genial diretor Takahata, e apontado por muitos como o primeiro precursor do Ghibli, e nota-se vários elementos do famoso estúdio presentes desde já.
Tirando o vale da estranheza que aparece de vez em sempre nessa animação, com os rostos dos personagens (principalmente das formigas) eu fiquei bem impressionado com a história.
Lembro que quando criança eu não curtia esse filme, mas depois de velho... Acho que aproveitei mais. Uma colônia de formigas altamente militarizada e com pouca mobilidade entre classes deixa nascer dentro de si um levante fascista, com requintes nazistas.
Um filme que fala sobre a revolta da classe operária, a desigualdade de classes, a manipulação de massas, individualismo x coletivismo, utopia... e o roteiro é muito perspicaz em encaixar isso de forma a não se perder. A história do Z conduz essa trama, e os arcos dos personagens secundários expande a ideia inicial, e apresenta diversas perspectivas dentro da colônia.
O final é um pouco apressado, e de forma simplista, usando a ação, para resolver um conflito de complexidade considerável. Ainda assim, um ótimo filme que mostra a capacidade de uma animação passar mensagens adultas e afastar de vez o preconceito de que são produções infantis.
Um destaque ainda é o elenco desse filme: Sensacional.
Tem uma evolução muito grande no gráfico da Dream Works, e não só isso, a sequência consegue não repetir a história e expandir o universo da animação.
Ri em várias partes, com piadas pontualmente bem colocadas, não existe aquela piada pra quebrar o ritmo, está tudo muito encaixado na história. Além disso, está lotado de referências ao cinema, música e literatura, mescla a história de fábula medieval com a sociedade atual (anos 2000), principalmente com Hollywood. E novamente está lotado de críticas aos estereótipos de beleza e a conceitos estabelecidos das histórias de contos de fada.
Um daqueles filmes bizarros, como Antiviral (2012) e Possessor (2020), onde o Body Horror é usado de uma forma inédita pra mim. Uma ideia tão insana como um episódio de The Twilight Zone psicodélico, ultraviolento e grotesco.
O elemento de ficção científica é usado de uma forma totalmente inesperada, e só de comentar sobre acredito que seja um spoiler. Em linhas gerais, é sobre como nos ''tornamos outra pessoa'' ao passar por um trauma, e vemos o nosso ''antigo eu'' morrer. Também fala muito sobre como pessoas ricas alopram e fazem de países subdesenvolvidos o seu quintal pessoal, passando por cima de leis nacionais por conta de sua influência e corrupção política.
O bizarro é como uma bola de neve nesse filme, até se transformar em algo grotesco. É sujo, instigante e me prendeu a atenção pelas quase duas horas. Uma experiência muito interessante.
Acho que tem muito mais foco no choque do que na história que está sendo contada. Segue um caminho meio óbvio usando alguns clichês batidos e tem um final ok.
Como um sofredor torcedor dessa desgraça de time chamado New York Knicks, é muito bom ver esse momento do Lin novamente.
Também é muito legal ver o depoimento de várias pessoas que se identificam com o jogador por ser de origem asiática. O poder da representatividade de figuras assim é real e muito necessário, só quem sente na pele consegue reconhecer.
O problema é que a parte final do documentário é fraca, mal amarrada, abrange dois temas muito distantes e traz a pandemia. Coisas sérias aconteceram nesse tempo para um trato tão rápido com o assunto. Além disso, não existe um resgate histórico de outras figuras asiáticas americanas, e até do Yao Ming na própria NBA não foi mencionado.
Como deve ter muito votante de Nova York na academia, capaz de aparecer no Oscar desse ano.
Conseguem trazer uma história excelente e pouco conhecida, com um elenco super talentoso e a maravilhosa Viola, e cobrem e tapam a maioria das coisas com conveniências, coincidências e os mais variados clichês de filmes de ação. Pra fechar o pacotão de filme de ação americano comum, tem que ter um brasileiro com o sotaque mais falso do mundo.
Cinema é uma arte, que por incrível que pareça, é subjetiva. Por mais que a maioria dos fascinados pela arte gostem e consumam histórias no padrão mais clássico, ainda sobra muito espaço para experimentos e tentativas de formatos ousados, inéditos e estranhos.
Há filmes que por mais que você tente assistir não vão te agradar, por que suas expectativas sobre um filme estão pautadas em sua experiência pessoal, e no conceito que cada um tem sobre como a arte deve ser realizada. Digo isso sobre mim mesmo. E é muito bom, vez ou outra, se entregar a um projeto como Skinamarink.
Assistindo de fones de ouvido e luzes apagadas, como tento sempre fazer com filmes de terror em casa, me deixei levar por uma das melhores experiências com o medo que já tive. Recordei várias sensações que tive com A Bruxa, O Bebê de Rosemary, as várias visitas a O Exorcista, e de 20 anos atrás quando assisti a Bruxa de Blair sem saber nada.
Skinamarink não é perfeito, já adianto, considero o final descompassado com o restante do ritmo do filme e pode ser que demore um pouco a ter aquela sensação de que está imerso no filme, talvez pela estranha escolha de não mostrar os personagens. Porém, o que me marca no cinema não são os filmes perfeitos, mas os sentimentos e sensações que cada obra e história desperta e marca em mim.
A primeira ponte de identificação com o filme é o contexto de infância em meados nos anos 90, e todos os elementos dessa época, a TV de tubo pequena com imagem chuviscando, os brinquedos espalhados pelo chão, de se ter um irmão e o medo do escuro.
Hoje nem mais sabemos como é o escuro daquela época propriamente, digo isso novamente por mim mesmo, rodeados de telas acesas o tempo inteiro (Você assiste filmes com um celular ligado na mão?). A maioria dos filmes simula a escuridão como uma tela preta ao fundo, quando na verdade não é bem assim. E como esse filme simula isso muito bem com a imagem granulada, dando densidade à escuridão, quase como se pudéssemos arrastá-la pelo ar como uma fumaça. O escuro engana nossa visão, entrega formas disformes para os olhos, e nossa imaginação projeta e enxerga tudo o que tememos. É uma escuridão palpável, e a todo momento do filme eu fiquei tentando encontrar algo nas sombras.
Ficar sozinho em casa sem os pais e ter que sair do quarto e ir dormir na sala, enxergar coisas se mexendo, sumindo, tudo faz parte de uma infância parecida com a minha, e uma imaginação parecida com a que me recordo. Essa conexão foi muito forte em todo o filme, e talvez isso tenha me aproximado do Kevin e Kaylee.
A história é muito ambígua, talvez até mais. Deixa muito espaço para as mais diversas teorias, e em meio a momentos assustadores e tensos eu tentava encaixar algumas dessas teorias na minha mente, procurando sentido e respostas. Mas isso pouco importa no geral pra mim, como disse, seria atribuir um significado convencional para uma experiência cinematográfica que não te pede isso. Além disso, qualquer pesquisa no Google ou Youtube trará as mais diversas teorias, e isso faz parte.
A imagem granulada parecia se mexer e fazer barulho, e a brilhante mixagem de som desse filme junto com a escolha de mostrar em quase 100% do tempo os cantos da casa, as paredes e tudo que está ao redor, me colocaram na pele do Kevin. Teve momentos de medo em que senti arrepios e os olhos lacrimejavam, e ao mesmo tempo eu ficava muito feliz por um filme de terror conseguir fazer isso comigo várias vezes enquanto eu assistia.
Provavelmente essa experiência pensada pelo diretor Kyle Edward Ball vai soar chata, pretensiosa ou sem sentido para quase todas as pessoas, mas pra mim valeu cada minuto. Cinemão experimental, cativante e assustador.
Memória, nostalgia, saudades e melancolia numa dança encantadora entre pai e filha. Um dos mais belos filmes que assisti recentemente. Minimalista, mas de uma experiência poderosíssima.
Quem conseguir se identificar com as lembranças de infância de pai e filho vai se emocionar. É um tempo que não volta mais, momentos compartilhados que ficaram na memória.
É sobre não entender o outro, mas mesmo assim amá-lo e amar compartilhar a felicidade, e entender que nem sempre tudo vai tá bem.
Olhar pro passado pode ser revigorante e até ter algum propósito ''didático'', mas as vezes é tão doloroso... E é importante manter essa dor com a gente, porque mesmo que machuque, é a memória com alguém que a gente ama, em um tempo que não volta mais.
De tudo que vi em 2022, esse filme foi o que mais me marcou.
A sensação que tive ao assistir, não entrando nos méritos do filme ainda, é de ter visto algo atemporal. Uma história que se passa num local isolado, que é um espelho do mundo e humanidade numa história minimalista sobre amigos em conflito. Um assunto e tema que por si só já alcançam todo tipo de público em qualquer que seja a era.
O roteiro, que é do próprio diretor Martin McDonagh, traz diálogos diretos e simples, que na superfície tratam de coisas triviais do cotidiano, mas que carregam um significado tão grandioso e reflexivo sob essa cortina de inocência que o protagonista carrega que chega a ser poético. O diálogo sobre ''se Deus se importa com a vida dos jumentos'' ou o diálogo final sobre os barulhos da guerra adicionam camadas e mais camadas nessa odisseia Irlandesa.
Os personagens são figuras memoráveis, não só os dois ex amigos, mas os personagens secundários. Cada um carrega consigo uma história e um peso, afetam e são afetados significantemente pelo desenrolar da história da dupla principal, tudo isso bem trabalhado e muito bem dividido num roteiro que considero primoroso.
O uso de cenários físicos e a reconstrução de época é impressionante, e ainda mais impressionante é o trabalho de fotografia em cima de tudo isso. Estonteante. Aliando isso a uma trilha sonora que consegue ser tensa, instigante e contemplativa temos uma experiência única em 2022 de cinema. Todo esse efeito é hipnotizante.
A Kerry Condon e o Barry Keoghan dividem bem todas as cenas com o protagonista. Colin Farrell tem um de seus melhores trabalhos e bate de frente com a gigante e imponente atuação do Brendan Gleeson. A direção é precisa, e consegue conduzir o filme tão bem que nem senti o tempo passar.
Além da história principal que usa a tragicomédia para narrar essa odisseia, existem tantos temas e tantas interpretações acerca das repostas dos personagens às dúvidas e questionamentos sobre a vida, que mais de uma semana depois ainda penso em alguns pontos. Você pode trazer uma interpretação desde um contexto histórico da Irlanda na década de 20 no século XX, até uma aflição existencialista, puramente humana sobre propósito, vida e a existência do mal. O mais interessante é que nada disso, em nenhum momento toma conta da história principal, a da superfície, e isso é sensacional.
Tive sensações diversas como o riso e espanto e sentimentos como aflição, melancolia, solidão, angústia e vários outros. Assistir esse filme foi uma experiência e tanto pra mim, já fiz uma revisita e estou realmente encantado com essa história.
Revendo nesse especial mês de Outubro um dos grandes clássicos do terror e do cinema!
Reassistir filmes que usam tantos simbolismos como esse é sempre bem especial, podendo aprender e perceber várias coisas que hora funciona como um foreshadow pro restante do filme, hora funciona como um adição mitológica/religiosa.
A primeira cena do filme já é intrigante demais. O primeiro contato com o mal. Um mal bruto, antigo e poderoso. Longe e distante do processo civilizatório, esquecido e enterrado. Em seguida, ao se apresentar os principais personagens da história, e a troca de cenário para uma cidade americana, usa-se muito o som de aviões, carros e metrô, dando uma ideia de que esse mal percorre e percorreu o mundo.
Sobre a apresentação dos personagens é muito importante destacar o brilhante roteiro, que costura quatro histórias paralelas e interliga todas elas com maestria, calma e sutiliza, e o mais impressionante, sem perder o impacto no desfecho. A Família MacNeil, o padre Damien, o investigador Kinderman e a misteriosa e mais religiosa narrativa do filme, o padre Merrin.
Existe uma grande preocupação na construção do ''diagnóstico'' de uma possessão, mostrando o terror dos exames médicos e o agravamento dos sintomas da Regan nas mãos de vários especialistas, até o ponto em que a ciência esgota suas hipóteses. A família MacNeil tem sua sanidade deteriorada por essa situação, chegando ao desespero absoluto.
O padre Damien, também um psiquiatra, com a recente perda de sua mãe e sua crescente apostasia, entra em choque com a realidade da família, e tem toda a sua realidade alterada. O grande personagem do filme pra mim, com dilemas e reflexões importantíssimas para o significado do longa, além de ser o grande ponto de identificação que tive com a obra.
Existe uma linha investigativa com menos destaque que as outras linhas de desenvolvimento do filme, mas muito pertinente, com alguns detalhes geniais, como a questão da janela e os questionamentos feitos a todo instante pelo Kinderman.
Por fim, o padre Merrin personifica o embate do bem contra o mal, puro e brutal. E com esse desfecho inesperado no seu arco, o filme nos presenteia com uma excelente reviravolta e um final inesquecível.
Trilha sonoro icônica, minimalista e maliciosa, e um trabalho sonoro impecável, usando momentos de silêncio e sons ambientes para gerar muita tensão. A direção do Friedkin é insana, com ângulos e movimentos sensacionais (A cena que o médico cai no chão e o único destaque é o rosto dele, ou a visão de fora pra dentro da casa a partir da escadaria e como isso é bem usado na resolução do filme quando se inverte a perspectiva).
É simplesmente um clássico atemporal, com efeitos visuais e maquiagem marcantes que não deixam o filme de 50 anos envelhecer mal. Influenciou uma geração inteira de filmes nessa temática, e incomparável em qualidade.
Adaptação soberba. Como fã da obra original, mesmo com muitas mudanças, dá pra perceber a paixão despejada na produção dessa série, a vontade de fazer dar certo.
Esses primeiros arcos são os mais ''lineares e adaptáveis'' talvez de toda obra, a partir desse ponto será um grande desafio para a equipe.
Não concordei com a divisão da temporada, passa muito a sensação de quebra de ritmo, mas ainda assim, cheio de detalhes maravilhosos. Houve pouco tempo para o desenvolvimentos dos ''moradores'' da casa de Bonecas, mas o desfecho bem construído compensa demais.
Um grande cuidado com os personagens, ótimos atores e uma produção lindíssima.
Goshu: O Violoncelista
3.8 305 - Maratona Ghibli
Continuando minha maratona do famoso estúdio japonês, ainda na fase pré-ghibli, assisti a esse projeto do lendário diretor Isao Takahata. Uma obra muito curiosa e pessoal.
A história é uma fábula, inclusive divida em três encontros do personagem com animais falantes. Mas o tom é de um ''slice of life'', uma visão íntima de um violoncelista tentando entender sua relação com a música.
Tem algumas boas cenas, como a inicial que me lembrou muito Whiplash. Mas o ritmo mais cadenciado se torna monótono, e algum esforço para tornar a obra contemplativa acaba não sendo eficaz.
É uma ''típica'' obra de um diretor ainda se descobrindo. Muitas ideias dispersas e uma indefinição do tom da obra. Ainda assim, muito interessante, recheada de boa música e com um visual que destaca texturas semelhantes a algumas obras de arte.
6.5/10.
Chie, A Pirralha
3.8 164 - Maratona Ghibli
Quarto filme da fase pré-ghibli, e o melhor trabalho na direção até então do Isao Takahata.
Um história bem definida, personagens com relações complexas e referências ao cinema faroeste e de gangues. Uma baita surpresa de um filme que eu não esperava absolutamente nada.
O que me impediu de gostar mais foi a distância entre as as tramas, parecia em certo ponto que eu estava vendo duas histórias sem conexão: Chie e sua família e a vingança dos Gatos de Bolas. Ambos bons arcos, mas pouco se comunicam.
7/10.
O Castelo de Cagliostro
4.0 146 Assista Agora3 - Maratona Ghibli
Primeiro longa da carreira do gênio Miyazaki. O diretor já era conhecido desse universo do Lupin III, dirigindo a série de TV, e também já tinha experiências com roteiro de longas junto ao Takahata.
Uma aventura divertida, despretensiosa e acima de tudo bem conduzida. As cenas de investigação são bem elaboradas e a ação é galhofa e cativante. A trama recheada de reviravoltas e conspirações me deixaram interessado a todo momento. Animação fluida, com traços que estão entre o ''cartoonesco' e o realista, combinam com a trama absurdista. O nosso ''anti-heroi'' é carismático e rapidamente compramos suas ideias e seus objetivos
O melhor filme da chamada era ''pré-Ghibli'' até agora...
8/10.
Espetáculo na Chuva
3.2 72.5 - Maratona Ghibli
Essa segunda parte do compilado das duas aventuras toca na temática ambiental de forma mais agressiva. Tem mais tempo que o curta anterior para desenvolver os personagens mas na minha visão falha nesse quesito.
Acho que pouco se aproveita de conteúdo aqui, já que se torna muito genérica muito rápido, com um final extremamente brusco.
5/10.
As Aventuras de Panda e seus Amigos
3.6 38 Assista Agora2 - Maratona Ghibli
Segunda animação pré-Ghibli, e talvez a mais infantil de todo o estúdio. Direção do Takahata, muito mais fluida e com a animação bem melhor que seu trabalho anterior.
A história por ser muito infantil, acaba caindo em algumas problemáticas lógicas bem perigosas, mas é algo que eu até relevo em um primeira visita.
Miyazaki no roteiro já traz alguns apontamentos sobre natureza, seres do bosque e é impossível não vincular o início desse filme com Meu Amigo Totoro.
Vi a versão que compila esse curta e Espetáculo na Chuva juntos.
6/10.
Ted Lasso (3ª Temporada)
4.3 100Nesse momento não cabe nem comentários sobre a temporada, apenas por esse episódio final.
Eu acompanhei recentemente o desfecho de ótimas séries, até melhores que Ted Lasso, mas nenhuma vai me deixar tantas saudades quanto essa.
O Mandaloriano: Star Wars (3ª Temporada)
3.9 150 Assista AgoraNão expande o universo, não desenvolve personagens, toda a elaboração dos ''clãs'' mandalorianos usam de diversos clichês e fórmulas batidas, não só dentro da fórmula star wars como de conteúdos de ação em geral.
A volta do Grogu não se justifica em nenhum momento. A Bo-Katan ganha mais espaço, mas em toda temporada episódica e caótica não fez diferença alguma. O que dizer então da volta do ''vilão''? Com direito a discurso revelando seus planos malignos e tudo mais.
Apesar de 1 primeiro episódio interessante e um episódio final legal, a temporada está cheia de momentos bizarros, como o episódio 6, o pior episódio de série que vi até agora no ano.
Ainda há várias ideia descontinuadas dentro da ''linha'' narrativa da temporada. Ou será que eram fracas demais para se manterem?
A não ser que o Quarto ano da série seja a finalização, não volto mais. Esse é o jeito. This is the Way.
4/10
Horus: O Príncipe do Sol
3.4 261 - Maratona Ghibli
Ainda na fase ''Pré-Ghibli'', temos uma história interessante, cheia de personagens interessantes num universo pequeno, porém cheio complexidades.
Muita ação (prejudicada pelas escolhas ruins do diretor) que apresenta elementos fantásticos muito bonitos e cativantes, como os espectros de lobo e as criaturas no geral. A vila é bem genérica, e os campos de batalhas são sem vida.
A segunda parte do filme é mais interessante, pois parece haver alguma continuidade na história. A primeira metade é muito mal desenvolvida, parecia que estava vendo um ''recap'' de tão apressado que estava. Com isso, personagens e conceitos vão sendo inserido sem nenhuma sutileza, deixando o filme confuso e entediante.
É o primeiro filme do genial diretor Takahata, e apontado por muitos como o primeiro precursor do Ghibli, e nota-se vários elementos do famoso estúdio presentes desde já.
5/10
Formiguinhaz
3.2 331 Assista Agora1 - Maratona DreamWorks
Tirando o vale da estranheza que aparece de vez em sempre nessa animação, com os rostos dos personagens (principalmente das formigas) eu fiquei bem impressionado com a história.
Lembro que quando criança eu não curtia esse filme, mas depois de velho... Acho que aproveitei mais. Uma colônia de formigas altamente militarizada e com pouca mobilidade entre classes deixa nascer dentro de si um levante fascista, com requintes nazistas.
Um filme que fala sobre a revolta da classe operária, a desigualdade de classes, a manipulação de massas, individualismo x coletivismo, utopia... e o roteiro é muito perspicaz em encaixar isso de forma a não se perder. A história do Z conduz essa trama, e os arcos dos personagens secundários expande a ideia inicial, e apresenta diversas perspectivas dentro da colônia.
O final é um pouco apressado, e de forma simplista, usando a ação, para resolver um conflito de complexidade considerável. Ainda assim, um ótimo filme que mostra a capacidade de uma animação passar mensagens adultas e afastar de vez o preconceito de que são produções infantis.
Um destaque ainda é o elenco desse filme: Sensacional.
8/10
Shrek 2
3.8 823 Assista AgoraTem uma evolução muito grande no gráfico da Dream Works, e não só isso, a sequência consegue não repetir a história e expandir o universo da animação.
Ri em várias partes, com piadas pontualmente bem colocadas, não existe aquela piada pra quebrar o ritmo, está tudo muito encaixado na história. Além disso, está lotado de referências ao cinema, música e literatura, mescla a história de fábula medieval com a sociedade atual (anos 2000), principalmente com Hollywood. E novamente está lotado de críticas aos estereótipos de beleza e a conceitos estabelecidos das histórias de contos de fada.
Uma aula de como se fazer uma sátira.
Piscina Infinita
3.0 362 Assista AgoraUm daqueles filmes bizarros, como Antiviral (2012) e Possessor (2020), onde o Body Horror é usado de uma forma inédita pra mim. Uma ideia tão insana como um episódio de The Twilight Zone psicodélico, ultraviolento e grotesco.
O elemento de ficção científica é usado de uma forma totalmente inesperada, e só de comentar sobre acredito que seja um spoiler. Em linhas gerais, é sobre como nos ''tornamos outra pessoa'' ao passar por um trauma, e vemos o nosso ''antigo eu'' morrer. Também fala muito sobre como pessoas ricas alopram e fazem de países subdesenvolvidos o seu quintal pessoal, passando por cima de leis nacionais por conta de sua influência e corrupção política.
O bizarro é como uma bola de neve nesse filme, até se transformar em algo grotesco. É sujo, instigante e me prendeu a atenção pelas quase duas horas. Uma experiência muito interessante.
Stranger at the Gate
3.1 30Clickbait
Nakam
3.1 2As atitudes extremas em meio a guerra.
Acho que tem muito mais foco no choque do que na história que está sendo contada. Segue um caminho meio óbvio usando alguns clichês batidos e tem um final ok.
O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo
4.0 138Dependendo de como foi seu dia, isso pode ser inspirador.
Bela animação, ótimos personagens e uma história que me lembra muito os clássicos literários infantis.
Triunfo no Madison Square Garden
3.5 2 Assista AgoraComo um sofredor torcedor dessa desgraça de time chamado New York Knicks, é muito bom ver esse momento do Lin novamente.
Também é muito legal ver o depoimento de várias pessoas que se identificam com o jogador por ser de origem asiática. O poder da representatividade de figuras assim é real e muito necessário, só quem sente na pele consegue reconhecer.
O problema é que a parte final do documentário é fraca, mal amarrada, abrange dois temas muito distantes e traz a pandemia. Coisas sérias aconteceram nesse tempo para um trato tão rápido com o assunto. Além disso, não existe um resgate histórico de outras figuras asiáticas americanas, e até do Yao Ming na própria NBA não foi mencionado.
Como deve ter muito votante de Nova York na academia, capaz de aparecer no Oscar desse ano.
Le Pupille
3.5 41O bolo mais gostoso. Filme fofinho. Meio sem sentido, mas esteticamente fofinho.
A Mulher Rei
4.1 488 Assista AgoraConseguem trazer uma história excelente e pouco conhecida, com um elenco super talentoso e a maravilhosa Viola, e cobrem e tapam a maioria das coisas com conveniências, coincidências e os mais variados clichês de filmes de ação. Pra fechar o pacotão de filme de ação americano comum, tem que ter um brasileiro com o sotaque mais falso do mundo.
Skinamarink: Canção de Ninar
2.3 234 Assista AgoraCinema é uma arte, que por incrível que pareça, é subjetiva. Por mais que a maioria dos fascinados pela arte gostem e consumam histórias no padrão mais clássico, ainda sobra muito espaço para experimentos e tentativas de formatos ousados, inéditos e estranhos.
Há filmes que por mais que você tente assistir não vão te agradar, por que suas expectativas sobre um filme estão pautadas em sua experiência pessoal, e no conceito que cada um tem sobre como a arte deve ser realizada. Digo isso sobre mim mesmo. E é muito bom, vez ou outra, se entregar a um projeto como Skinamarink.
Assistindo de fones de ouvido e luzes apagadas, como tento sempre fazer com filmes de terror em casa, me deixei levar por uma das melhores experiências com o medo que já tive. Recordei várias sensações que tive com A Bruxa, O Bebê de Rosemary, as várias visitas a O Exorcista, e de 20 anos atrás quando assisti a Bruxa de Blair sem saber nada.
Skinamarink não é perfeito, já adianto, considero o final descompassado com o restante do ritmo do filme e pode ser que demore um pouco a ter aquela sensação de que está imerso no filme, talvez pela estranha escolha de não mostrar os personagens. Porém, o que me marca no cinema não são os filmes perfeitos, mas os sentimentos e sensações que cada obra e história desperta e marca em mim.
A primeira ponte de identificação com o filme é o contexto de infância em meados nos anos 90, e todos os elementos dessa época, a TV de tubo pequena com imagem chuviscando, os brinquedos espalhados pelo chão, de se ter um irmão e o medo do escuro.
Hoje nem mais sabemos como é o escuro daquela época propriamente, digo isso novamente por mim mesmo, rodeados de telas acesas o tempo inteiro (Você assiste filmes com um celular ligado na mão?). A maioria dos filmes simula a escuridão como uma tela preta ao fundo, quando na verdade não é bem assim. E como esse filme simula isso muito bem com a imagem granulada, dando densidade à escuridão, quase como se pudéssemos arrastá-la pelo ar como uma fumaça. O escuro engana nossa visão, entrega formas disformes para os olhos, e nossa imaginação projeta e enxerga tudo o que tememos. É uma escuridão palpável, e a todo momento do filme eu fiquei tentando encontrar algo nas sombras.
Ficar sozinho em casa sem os pais e ter que sair do quarto e ir dormir na sala, enxergar coisas se mexendo, sumindo, tudo faz parte de uma infância parecida com a minha, e uma imaginação parecida com a que me recordo. Essa conexão foi muito forte em todo o filme, e talvez isso tenha me aproximado do Kevin e Kaylee.
A história é muito ambígua, talvez até mais. Deixa muito espaço para as mais diversas teorias, e em meio a momentos assustadores e tensos eu tentava encaixar algumas dessas teorias na minha mente, procurando sentido e respostas. Mas isso pouco importa no geral pra mim, como disse, seria atribuir um significado convencional para uma experiência cinematográfica que não te pede isso. Além disso, qualquer pesquisa no Google ou Youtube trará as mais diversas teorias, e isso faz parte.
A imagem granulada parecia se mexer e fazer barulho, e a brilhante mixagem de som desse filme junto com a escolha de mostrar em quase 100% do tempo os cantos da casa, as paredes e tudo que está ao redor, me colocaram na pele do Kevin. Teve momentos de medo em que senti arrepios e os olhos lacrimejavam, e ao mesmo tempo eu ficava muito feliz por um filme de terror conseguir fazer isso comigo várias vezes enquanto eu assistia.
Provavelmente essa experiência pensada pelo diretor Kyle Edward Ball vai soar chata, pretensiosa ou sem sentido para quase todas as pessoas, mas pra mim valeu cada minuto. Cinemão experimental, cativante e assustador.
Nota: 8/10
Aftersun
4.1 710Memória, nostalgia, saudades e melancolia numa dança encantadora entre pai e filha. Um dos mais belos filmes que assisti recentemente. Minimalista, mas de uma experiência poderosíssima.
Quem conseguir se identificar com as lembranças de infância de pai e filho vai se emocionar. É um tempo que não volta mais, momentos compartilhados que ficaram na memória.
É sobre não entender o outro, mas mesmo assim amá-lo e amar compartilhar a felicidade, e entender que nem sempre tudo vai tá bem.
Olhar pro passado pode ser revigorante e até ter algum propósito ''didático'', mas as vezes é tão doloroso... E é importante manter essa dor com a gente, porque mesmo que machuque, é a memória com alguém que a gente ama, em um tempo que não volta mais.
Nota: 9.5/10
Os Banshees de Inisherin
3.9 571 Assista AgoraDe tudo que vi em 2022, esse filme foi o que mais me marcou.
A sensação que tive ao assistir, não entrando nos méritos do filme ainda, é de ter visto algo atemporal. Uma história que se passa num local isolado, que é um espelho do mundo e humanidade numa história minimalista sobre amigos em conflito. Um assunto e tema que por si só já alcançam todo tipo de público em qualquer que seja a era.
O roteiro, que é do próprio diretor Martin McDonagh, traz diálogos diretos e simples, que na superfície tratam de coisas triviais do cotidiano, mas que carregam um significado tão grandioso e reflexivo sob essa cortina de inocência que o protagonista carrega que chega a ser poético. O diálogo sobre ''se Deus se importa com a vida dos jumentos'' ou o diálogo final sobre os barulhos da guerra adicionam camadas e mais camadas nessa odisseia Irlandesa.
Os personagens são figuras memoráveis, não só os dois ex amigos, mas os personagens secundários. Cada um carrega consigo uma história e um peso, afetam e são afetados significantemente pelo desenrolar da história da dupla principal, tudo isso bem trabalhado e muito bem dividido num roteiro que considero primoroso.
O uso de cenários físicos e a reconstrução de época é impressionante, e ainda mais impressionante é o trabalho de fotografia em cima de tudo isso. Estonteante. Aliando isso a uma trilha sonora que consegue ser tensa, instigante e contemplativa temos uma experiência única em 2022 de cinema. Todo esse efeito é hipnotizante.
A Kerry Condon e o Barry Keoghan dividem bem todas as cenas com o protagonista. Colin Farrell tem um de seus melhores trabalhos e bate de frente com a gigante e imponente atuação do Brendan Gleeson. A direção é precisa, e consegue conduzir o filme tão bem que nem senti o tempo passar.
Além da história principal que usa a tragicomédia para narrar essa odisseia, existem tantos temas e tantas interpretações acerca das repostas dos personagens às dúvidas e questionamentos sobre a vida, que mais de uma semana depois ainda penso em alguns pontos. Você pode trazer uma interpretação desde um contexto histórico da Irlanda na década de 20 no século XX, até uma aflição existencialista, puramente humana sobre propósito, vida e a existência do mal. O mais interessante é que nada disso, em nenhum momento toma conta da história principal, a da superfície, e isso é sensacional.
Tive sensações diversas como o riso e espanto e sentimentos como aflição, melancolia, solidão, angústia e vários outros. Assistir esse filme foi uma experiência e tanto pra mim, já fiz uma revisita e estou realmente encantado com essa história.
Nota: 10
Pelos Caminhos do Inferno
3.9 80Um excelente episódio de The Twilight Zone, autraliano e (+18)
What Josiah Saw
3.4 61Se vocês soubessem o que o tal do Josias viu...
O Exorcista
4.1 2,3K Assista AgoraRevendo nesse especial mês de Outubro um dos grandes clássicos do terror e do cinema!
Reassistir filmes que usam tantos simbolismos como esse é sempre bem especial, podendo aprender e perceber várias coisas que hora funciona como um foreshadow pro restante do filme, hora funciona como um adição mitológica/religiosa.
A primeira cena do filme já é intrigante demais. O primeiro contato com o mal. Um mal bruto, antigo e poderoso. Longe e distante do processo civilizatório, esquecido e enterrado. Em seguida, ao se apresentar os principais personagens da história, e a troca de cenário para uma cidade americana, usa-se muito o som de aviões, carros e metrô, dando uma ideia de que esse mal percorre e percorreu o mundo.
Sobre a apresentação dos personagens é muito importante destacar o brilhante roteiro, que costura quatro histórias paralelas e interliga todas elas com maestria, calma e sutiliza, e o mais impressionante, sem perder o impacto no desfecho. A Família MacNeil, o padre Damien, o investigador Kinderman e a misteriosa e mais religiosa narrativa do filme, o padre Merrin.
Existe uma grande preocupação na construção do ''diagnóstico'' de uma possessão, mostrando o terror dos exames médicos e o agravamento dos sintomas da Regan nas mãos de vários especialistas, até o ponto em que a ciência esgota suas hipóteses. A família MacNeil tem sua sanidade deteriorada por essa situação, chegando ao desespero absoluto.
O padre Damien, também um psiquiatra, com a recente perda de sua mãe e sua crescente apostasia, entra em choque com a realidade da família, e tem toda a sua realidade alterada. O grande personagem do filme pra mim, com dilemas e reflexões importantíssimas para o significado do longa, além de ser o grande ponto de identificação que tive com a obra.
Existe uma linha investigativa com menos destaque que as outras linhas de desenvolvimento do filme, mas muito pertinente, com alguns detalhes geniais, como a questão da janela e os questionamentos feitos a todo instante pelo Kinderman.
Por fim, o padre Merrin personifica o embate do bem contra o mal, puro e brutal. E com esse desfecho inesperado no seu arco, o filme nos presenteia com uma excelente reviravolta e um final inesquecível.
Trilha sonoro icônica, minimalista e maliciosa, e um trabalho sonoro impecável, usando momentos de silêncio e sons ambientes para gerar muita tensão. A direção do Friedkin é insana, com ângulos e movimentos sensacionais (A cena que o médico cai no chão e o único destaque é o rosto dele, ou a visão de fora pra dentro da casa a partir da escadaria e como isso é bem usado na resolução do filme quando se inverte a perspectiva).
É simplesmente um clássico atemporal, com efeitos visuais e maquiagem marcantes que não deixam o filme de 50 anos envelhecer mal. Influenciou uma geração inteira de filmes nessa temática, e incomparável em qualidade.
Nota: 10
Sandman (1ª Temporada)
4.1 589 Assista AgoraAdaptação soberba. Como fã da obra original, mesmo com muitas mudanças, dá pra perceber a paixão despejada na produção dessa série, a vontade de fazer dar certo.
Esses primeiros arcos são os mais ''lineares e adaptáveis'' talvez de toda obra, a partir desse ponto será um grande desafio para a equipe.
Não concordei com a divisão da temporada, passa muito a sensação de quebra de ritmo, mas ainda assim, cheio de detalhes maravilhosos. Houve pouco tempo para o desenvolvimentos dos ''moradores'' da casa de Bonecas, mas o desfecho bem construído compensa demais.
Um grande cuidado com os personagens, ótimos atores e uma produção lindíssima.