Obviamente não é tão detalhado, nem uma experiência equivalente à do jogo, mas convnhemos: nem todo mundo tem tempo ou paciência para videogames, muitos menos para um jogo de nicho que pode chegar a umas 80 hora do início ao fim, e para quem que conhecer a história em esse nível de comprometimento, o anime funciona muito bem.
Como alguém que não gostou do jogo, eu gostei muito dessa adaptação. A Naughty Dog obviamente quer muito fazer um filme ou série desde 2007, então acho que não é surpresa que The Last of Us funciona melhor nesse formato. Tiraram o verdadeiro "filler" do original, que era o gameplay repetitivo e derivativo, as atuações são melhores por conta do elenco (não ligava muito para o Joel no original, mas acontece que o que faltava era o toque do Pedro Pascal, e a Ellie da Bella Ramsey é mais próxima de como uma adolescente normal agiria em uma situação igual à da história), os diálogos soam mais naturais, e expandiram em aspectos de desenvolvimento de personagens. Sem o gameplay, significa também que existem menos interrupções na história de fato e não tem a tal da "dissonância ludo narrativa". Deixando claro que eu não sou um desses manés ignorantes que acham que videogames não podem ter uma boa narrativa, profunda e bem estruturada, mas para quem se importa em mostrar isso, existem exemplos muito melhores na mídia que não ficam tentando imitar filmes.
Não é sem falhas, claro: como o jogo, é um amontoado de clichês, mas tudo muito bem executado. Ao contrário do que muitos têm falado, acho que a série é mais fraca quanto tenta replicar muito alguns aspectos do jogo: aquele "miniboss" gigante destoa do que foi estabelecido na série, e não acho que a adição do trecho do sniper foi necessária, nem um episódio inteiro que é, literalmente, DLC, no meio da temporada, e não uma que conta uma história interessante; Sandman fez isso melhor, ao colocar histórias fora da trama principal como episódios adicionais, depois que a temporada já havia acabado. O melhor da série é quando difere do jogo, e o episódio 3 é um dos exemplos disso, mesmo que alguns ainda insistam em criticá-lo por motivos, digamos, pouco válidos. Aguardo a segunda temporada, levando em conta que a história do segundo jogo tem uma série de problemas, e pode se beneficiar ainda mais de umas revisões de roteiro que o primeiro. Aguardo também os comentários ridículos que vão surgir de pessoas espumando por terem interpretado o final do jogo/temporada de forma distorcida.
Quem diria, essa adaptação de literatura clássica que saiu direto em serviço de streaming acabou sendo bem ruim, e quem diria, determinada porção da fanbase ignora os reais problemas para tentar culpar a tal da "representatividade", ou "lacração", quando estão usando um apito de cachorro, e tentar empurrar um discurso desonesto de que é o problema em si e não deveria existir em mídia. Os Anéis de Poder é parte agora do que eu vi ser chamado, em tradução livre, de "lixo sacrificial", que até quando alguém critica por motivos válidos, a discussão em torno foi tão contaminada que acaba por validar, mesmo que em pequena medida, algumas opiniões menos honestas, e as mesmas pessoas que afirmam ter odiado a série ou que iriam boicotá-la são as que não vão deixá-la cair no esquecimento, porque a usam como forma de validar o próprio discurso.
As razões pela qual a série é ruim são bem simples: roteiro e atuações ruins, trama arrastada, e um descaso com as qualidades do material original. Os cenários, figurinos e efeitos são ótimos, mas não compensam os muitos problemas. Aconteceu com adaptações antes, e vai acontecer com muitas depois, mas na maior parte do tempo, as reações dos fãs são mais razoáveis. Sendo justo aqui, também não vi bons argumentos das avaliações de 4 e 5 estrelas: ninguém esperava que fosse ser tão bom quanto o que é considerado por muitos (eu incluso) a melhor trilogia da história do cinema, mas desde que a Warner decidiu transformar O Hobbit em uma trilogia, as adaptações da franquia têm sido nada mais que fanfics usando esses personagens. Desde o início eu não estava gostando, mas quando Galadriel, suposta heroína e elfa sábia, pulou do barco no meio do oceano, meu cérebro deu tela, eu desliguei, o resto do episódio virou um borrão, e eu nem me dei ao trabalho de ver o resto da série. Obviamente os comentários excessivamente positivos são bem menos desagradáveis que os excessivamente negativos, mas convenhamos, existem séries e filmes melhores por aí que merecem muito mais elogios coletivos, assim como existem séries e filmes tão ruim quanto, ou piores, que nem chegaram perto de receber o mesmo nível de crítica coletiva. Pessoalmente, ainda prefiro assistir a Os Anéis de Poder do que a algo como Emily em Paris. Enfim, comentário meio longo, mas é o que é.
Muito bom, mesmo. Aquela cena em que o McNulty e o Moreland analisam a cena do crime se comunicando apenas através de variações de um palavrão já vale a temporada inteira.
Eu esperava mais uma dessas animações para adultos que têm saído nos últimos anos, que tentam pegar carona no sucesso de Rick and Morty (que também só tem caído de nível) ou tenta ser o novo Os Simpsons, mas que acaba errando a mão e sendo excessivamente cínico e forçado, mas estou surpreso que, além da bizarrice, Smiling Friends é uma série com uma mensagem bem positiva e com maturidade emocional, e ajuda também que o humor dessa série parece ter sido feito sob medida para mim, ou no caso, pessoas da minha geração e de idade semelhante com experiências semelhantes na internet. Para alguém que acessava bastante o Newgrounds e pegou o Youtube desde o início, passando pela fase que era viável para animadores usarem a plataforma, ouvir as vozes de Zach Hadel, Mike Stoklasa, David Firth, Tom Fulp, Harry Partridge, James Rolfe, entre outros, em uma série criada por Cusack e Hadel, que está disponível oficialmente em uma plataforma de alta circulação, é surreal, mas ao mesmo tempo, muito bom, e nostálgico de uma forma que é dificíl de explicar para quem não sabe imediatamente do que estou falando. Acho que mesmo se a série não fosse tão boa, eu ainda continuaria assistindo, só pelo fan service de nicho. O único problema é que a temporada é muito curta, e precisamos de mais episódios, para ontem.
A temporada ainda não acabou, então ainda não tenho nota ou comentário definitivo, mas quero comentar que The Boys é a prova de que nem sempre o original é superior, ao contrário do que é muito repetido por aí, e nada mostra isso melhor dentro da série do que o sexto episódio da terceira temporada. Herogasm, no original, é provavelmente a pior parte de uma HQ que é péssima do começo ao fim, mas na adaptação, é um dos melhores episódios de uma série que tem sido boa desde o começo.
Mais um produto derivativo da Disney que se passa em Tatooine, e faz nada mais além de bancar na nostalgia. Muito mais interessante que a série é ver marmanjo chorando horrores nos comentários porque esse personagem fictício que sempre foi uma espécie de monge espacial que vive isolado no deserto, supostamente, foi "emasculado", ou "nerfado", ou qualquer outra besteira que eles acreditam. Eu obviamente não levo a sério essa conversa de "papéis" e a questão da "masculinidade tradicional", mas se sua ideia de ser "macho" é ser um nerd chorão inseguro a ponto de se projetar muito em um personagem fictício, significa que você falha até em atingir as próprias expectativas limitadas. Aposto que essas mesmas pessoas vão molhar seus pijaminhas do Star Wars de excitação quando o Darth Vader aparecer, e essa nota vai aumentar.
Ah, eu preciso falar da série, também: desisti no primeiro episódio depois que ficou óbvio que seria bem parecida com aquela do Boba Fett, e que bancariam nessa estratégia barata de colocar atores mirins que são fofinhos, mas não sabem atuar. Como não terminei de ver, não tem nota; dificíl sentir qualquer coisa, quanto menos se irritar, pois é só mais um produto da Disney com a marca Star Wars.
Esse tipo de história não é mais "subversiva" atualmente, mas Invencível consegue se destacar de muitas histórias estilo "superman do mau" ou "super heróis realistas" simplesmente sendo boa, com personagens interessantes e um roteiro bem construído que complementam e dão peso à violência mostrada. Aqui, violência não é utilizada da mesma forma que naquele monte de quadrinhos ruins da década de 90 que só queriam chamar atenção com, choque, sendo bem contextualizado e justificado, mostrando os impactos de seres com super poderes andando por aí. Lembra The Boys na premissa, mas é diferente o suficiente para que não seja só uma cópia, e no geral, achei até melhor que a série (definitivamente, muito melhor que a HQ de The Boys, porque essa é péssima).
O que carrega a trama é, principalmente, a evolução de Mark, e a relação de com o pai, mas todos a maioria dos personagens são interessantes, até mesmo os vilões secundários. Nem todos os personagens funcionam bem, no entanto: Amber é uma péssima personagem, tanto em termos de como escrita, como pessoa, no contexto da história. Ela fica brava e termina com Mark porque ela sempre soube que ele era o invencível, embora ele tivesse motivos bem razoáveis para não contar, e ela deveria ter falado para ele que sabia, para começar. O pior é que o final da temporada faz parecer algo positivo quando os dois voltam, e ainda faz parecer que é ela perdoando ele. Esse é um dos casos onde seria até melhor ficar solteiro. Ainda, no geral, vale a pena.
O Livro de Boba Fett é uma série a respeito de um personagem que nunca foi muito relevante para a história de Star Wars, mas que foi atribuído falsa importância pelo tipo de fã que é bem comum em Star Wars, o tipo chato que se empolga com e analisa até os menores detalhes, e que antes da compra da Disney, apareceu em alguns quadrinhos muito ruins do antigo Universo Expandido os quais poucas pessoas sabem a respeito, menos ainda se importam, e nunca importaram, nem quando o UE era canônico. A relevância do personagem foi diminuída ainda mais porque o Din Djarin foi um personagem forte o suficiente em The Mandalorian, com uma história mais interessante, sem as limitações de estar ligado a uma série de filmes anteriores, para suplantar a imagem do mandaloriano que os fãs normalmente associavam ao Boba Fett, e ainda conseguir atrair até quem não ligava muito para Star Wars, graças ao apelo do Grogu. A irrelevância do personagem é refletida no roteiro, pois tentam "rebootar" a motivação do Boba, com ele passando um tempo com o Povo da Areia e aprendendo com eles, estilo Dança com os Lobos, ou qualquer outro desses filmes clichês, e isso é feito para justificar o arco de redenção dele, e porque ele decide livrar Tatooine do crime tomando o lugar do Jabba. Considerando que Boba viu o pai ser morto por um jedi, e uma das últimas coisas que ele viu antes de cair no estômago do Sarlacc e ficar lá sei lá quanto tempo antes de conseguir sair foi um jedi pulando na frente dele com um sabre de luz, eu acho que foi muita preguiça do roteiro estabelecer que simplesmente ele ter passado um tempo com os Tusken foi o suficiente para que ele nem cogitasse buscar vingança contra o jedi e os amigos dele. A escolha provavelmente foi feita por dois motivos: Disney ainda tenta manter uma imagem que faz filmes e séries para todas as idades, e como toda corporação, é preguiçosa e covarde, então estava fora de cogitação escrever um protagonista moralmente ambíguo para a série, por isso precisaram deixá-lo inegavelmente "do bem"; filmar no deserto provavelmente é mais barato, e provavelmente foram reaproveitados cenários de The Mandalorian, então precisavam de uma desculpa para Fett não sair de Tatooine (e provavelmente vão reaproveitar os cenários para a série do Obi-Wan, que também se passa em Tatooine). Temuera Morrison está velho, travado, e a atuação dele a pior dentre qualquer personagem que importa. Parece que todos concordam que os melhores episódios da série são os que não focam no suposto protagonista da série, mas mesmo antes do Grogu e do Din Djarin aparecerem, o Fett é ofuscado pela Fennec Shand, principalmente porque Ming-Na Wen, que muitos conhecem aqui como a voz da Mulan, ou a Chun-Li daquele filme bizarro do Street Fighter, é uma melhor atriz que o Temuera Morrison.
Mesmo os melhores episódios da série, os que focam no Din Djarin e no Grogu, ainda sofrem com palhaçada presente na segunda temporada de The Mandalorian: o personagem do Luke aparece aqui de novo como fan service, treinando o Grogu, e espero que quem esperneou com a retratação do personagem em Os Últimos Jedi com todo aquele papo de "não é o meu Luke" esteja feliz com o fato de a Disney ter escutado e trazido o personagem de volta na forma dessa aberração sem personalidade nem expressão formado de um deepfake bizarro e diálogos compostos de antigas gravações do ator que fazem ele parecer e soar como uma criatura de filme de terror tentando parecer humana; o resultado é algo que parece nem Luke Skywalker, nem Mark Hammil. Qualquer um que acha que a forma que ele foi colocado na série foi bem feita, ou convincente de qualquer forma, está em negação, ou mentindo por birra. A parte boa da presepada do treinamento é que Grogu decide ficar com o pai adotivo ao invés de continuar o treinamento, porque a criatura que tenta se passar por Luke nessa série estava cometendo os mesmos erros que a antiga ordem jedi, e isso é bem antes do Ep. VIII, ou seja, antes do Luke estar certo a respeito dos jedi. No geral, a série é sem graça, bem previsível, agrega nada de significante ao personagem nem ao universo, e quem quiser assistir porque gostou de The Mandalorian, pode ver só os três últimos episíodios e ignorar o resto, que vai perder nada.
Bem melhor que a temporada anterior, por ter uma animação melhor e perder menos tempo com diálogos desnecessários e pretensiosos, focando mais em cenas de ação. Isso não é dizer muito, e essa quarta temporada ainda não muito boa, não chegando ao nível da segunda, que é bem decente, com um roteiro bem medíocre que ainda tem mais diálogos desnecessários e piadas sem graça do que deveria ter, e o fato de ser melhor por focar mais em ação deixa bem claro que a escrita não foi forte o suficiente para carregar a série. Apesar de ainda ter seus momentos de enrolação, é um temporada que desenvolve e conclui a trama de tal forma que faz a terceira temporada parecer ainda mais arrastada e desnecessária do que já parecia: quase nada do que foi mostrado nela teve alguma significância na quarta, e o que teve não precisava de dez episódios, e foi reiterado de forma muito melhor resumida; mesmo a parte da história que muitos elogiaram, que foi o arco do Isaac, foi executado de forma muito mais satisfatória aqui. Digo então que a terceira temporada é, oficialmente, completamente composta de "filler". Outro aspecto que eu não gostei da terceira temporada, e continua nessa, é como o roteiro insiste em tentar gerar simpatia pelos vampiros genocidas da série: no caso de Drácula até fazia um pouco de sentido, porque ele queria ser deixado em paz, mas ficaram cutucando ele, e mesmo assim esse grande número de personagens querendo ressuscitá-lo nas terceira e quarta temporadas ainda pareceu bem forçado; no caso das vampiras que são as antagonistas na terceira é ainda pior, pois elas ficam muito empolgadas sempre que falam de genocídio humano, mas o roteiro as coloca de tal forma que parece querer forçar uma simpatia. Carmilla não merecia a morte "heróica" que teve, a decisão de Striga e Morana em abandonar o conflito e fugir faz pouco sentido baseado na forma como elas foram estabelecidas até então, e Lenore não deveria ter sido perdoada simbolicamente pelo roteiro só por não ser tão ruim as outras três.
O que também funciona contra Castlevania agora é que Arcane mostrou que mesmo uma adaptação de um jogo bem ruim pode resultar em uma série muito boa, popular mesmo entre quem sabe nada do material original. Castlevania era, até meados de 2021, a melhor adaptação de um jogo de videogame em um filme ou série, mesmo com vários problemas, simplesmente porque o padrão no mercado era bem baixo, mas Arcane serviu para mostrar que "melhor que a média" ainda é um padrão bem baixo. Castlevania é também uma série com vários jogos bons e um grande potencial de adaptação, como já foi mostrado nessa série, e espero que esse potencial seja explorado no futuro. Eu vi alguns comentários falando que estão no aguardo da saga Richter, mas se a série ainda for seguir a cronologia dos jogos principais, Simon vem antes. Caso forem seguir a cronologia contando todos os jogos da série, incluindo os que são considerados spin off, antes de Simon ainda tem Christopher, e entre Simon e Richter ainda tem o Juste, e só sei disso porque dei uma olhada na Wiki para tirar umas dúvidas.
Eu vou seguir uma regra aqui que eu ouvi em algum lugar, mas achei justa e faz sentido o suficiente para mim, que se você não gostar de uma série depois de assisti-la por 3 horas, é porque não vai gostar da série como um todo. Eu vi os quatro primeiros episódios da primeira temporada de Westworld, e e não despertou meu interesse, o que é decepcionante, porque a proposta é muito interessante, mas a execução é ruim.
Pelo lado positivo, os valores de produção são o que se espera de uma série produzida pela HBO: cenários, efeitos e elenco a nível de cinema. O roteiro, por outro lado, não é do mesmo nível que clássicos da produtora como Os Sopranos, A Sete Palmos, The Wire ou as quatro primeiras temporadas de Game of Thrones, e mais algo com mais pretensão de profundidade do que real profundidade: a progressão do roteiro é lenta, pouco satisfatória, os diálogos são desnecessariamente longos, repetitivos, e muito redundantes. Os diálogos parecem seguir a "lógica" das piores obras do romantismo brasileiro, que é a de se algo pode ser explicado em algumas poucas palavras, então deve ser explicado em muitas, e repetidas vezes, com palavras rebuscadas que disfarçam a superficialidade da trama e tiram qualquer naturalidade do diálogo. Parece que tanto roteiro quanto direção querem passar a impressão de que qualquer fala é importante, com closes dramáticos, sussurros, e personagens encarando a câmera com olhos arregalados, mas é importante lembrar que se tudo é importante, então nada é importante. O resumo dos quatro primeiros episódios é: Bernard e Ford são o clichê dos criadores que veem o parque como mais que um empreendimento, mas isso entra em conflito com os sujeitos de mente limitada que focam apenas no aspecto dos negócios, e Ford tem um projeto secreto; o personagem do Ed Harris é um sociopata que vai ao parque para descobrir um segredo na forma de uma "caça ao tesouro"; Os androides do parque estão descobrindo que a realidade deles não é o que parece; Rodrigo Santoro é um sociopata que quer curtir a fantasia do oeste. Tudo isso é esticado de tal forma que parece que os roteiristas não faziam ideia de como preencher todos os dez episódios da temporada, embora a proposta ofereça o suficiente para justificar a duração, nas mãos certas, mas não é o caso aqui, porque tudo o que foi explicado não precisava de 4 horas para ser estabelecido. Se cortassem pelo menos metade das cenas em que um androide interage com os programadores e fala baboseira melodramática que agregada nada à trama, pelo menos metade das etapas da missão paralela do Ed Harris que já vão agregar nada à revelação, tirassem os diálogos redundantes entre o Santoro e o Jmmi Simpson, tirassem as falas dos androides que só repetem o que ficou claro no primeiro episódio, tirassem as cenas de nudez, sexo, e insinuação sexual que agregam nada à trama e só estão lá, provavelmente, para cumprir uma cláusula da HBO, e tirassem os diálogos redundantes entre o Santoro e Jimmi Simpson, o que aconteceu nesses quatro episódios poderia acontecer, tranquilamente, em no máximo dois. Mesmo com a série tentando desesperadamente ser madura, parece que eles evitam abordar discussões interessantes que contribuiriam para a real verossimilhança da trama, deixando o mundo mais autêntico: é sugerido que Westworld já existe há um bom tempo, então qual o estado do mundo naquela realidade? Como a existência do Westworld afetou o negócio de parques de diversões, e a indústria de entreteniimento em geral? Tudo parece muito caro, então como eles se asseguram que os custos de entretenimento de algo que é obviamente um nicho pouco acessível seja lucrativo? Qual a real relação com investidores? A tecnologia já foi empregada na criação de mundos fictícios e fantasiosos, e se não foi, qual o motivo? Mesmo que isso seja discutido eventualmente, a execução vai dar um jeito de um jeito de tornar bem menos interessante do que parece em teoria, e visto que a média caiu na segunda temporada, e ainda mais na terceira, julgando pelas notas do filmow, eu realmente não estou curioso em descobrir como piora ainda mais.
Eu admito que foi uma sacada da série em pegar esses atores como James Marsden e Evan Rachel Wood, que têm basicamente a mesma expressão e interpretam os mesmos personagens em tudo o que fazem, e os colocam nos papeis de androides pré programados que fazem nada além de seguir essa rotina monótona e bem estabelecida, e estão descobrindo emoções, mas não sabem realmente como lidar com isso; não sei se foi intencional, como uma forma de piada interna dos envolvidos, mas eu achei engraçado; e sim, vou encher o saco aqui, porque tem uma galera que adora exaltar esses dois, apesar de serem atores ruins, mas a realidade é que o pessoal gosta porque eles são bonitos (e são mesmo, mas não é esse o ponto). O problema é que a série também pega atores muito bons como Anthony Hopkins, Jeffrey Wright e Jimmi Siimpsons, e os reduzem a quase o mesmo nível, porque a trama aparentemente precisa de closes dramáticos, e sussurros, e redundância. Bem decepcionante, no fim das contas, porque gosto bastante da proposta.
Futurama vai voltar em 2023, pelo Hulu. Por um lado, eu acho que a série ainda tinha umas boas temporadas e não chegou a atingir todo seu potencial; por outro, o final foi ótimo e encerrou muito bem a série, e agora os direitos da franquia são da Disney, e a companhia não tem feito um bom trabalho recentemente com as propriedades que adquiriu.
Existem vários problemas em relação ao pré julgamento que muitos estão fazendo em relação à série, tanto por estarem "analisando" tanto o que é só um minuto de cenas, quanto pelos motivos das "críticas". Não importa quão ruim for a série quando lançar, mesmo se for a pior série já feita baseada em um livro de fantasia, esse grupo em específico já conseguiu invalidar a própria opinião antes mesmo da série ser lançada, por uma simples questão de princípio, mas não vou entrar em detalhes a respeito disso. Vim comentar mesmo a respeito de uma frase que tem sido muito usada por supostos fãs do Tolkien, como uma citação direta do autor, em comentários a respeito da nova série: "Evil cannot create anything new, they can only corrupt and ruin what good forces have invented or made." A frase tem sido postada em diversas línguas. Por curiosidade, eu fui pesquisar a respeito, para saber qual o contexto que o autor usou a frase, e acabei descobrindo que, ao que tudo indica, Tolkien nunca disse, nem escreveu, essa frase em específico (e isso explica porque a citação só vem com nome do autor, sem data ou obra relacionada). Isso parece ser mais uma síntese de ideias que ele escreveu em dois livros diferentes:
"No, they eat and drink, Sam. The Shadow that bred them can only mock, it cannot make: not real new things of its own. I don't think it gave life to the orcs, it only ruined them and twisted them; and if they are to live at all, they have to live like other living creatures." - The Return of The King
"For the Orcs had life and multiplied after the manner of the Children of Ilúvatar; and naught that had life of its own, nor the semblance of life, could ever Melkor make since his rebellion in the Ainulindalë before the Beginning: so say the wise." - The Silmarillion
E ao que parece, isso é mais próximo que Tolkien chegou de escrever a frase tão repetida. Existem dois problemas aqui: supostos fãs das obras do autor estão compartilhando algo que ele nunca realmente disse ou escreveu como uma citação direta; mesmo se formos considerar as citações diretas dos livros, elas foram originalmente utilizadas no contexto do mundo de fantasia que o autor criou. A ironia é que há anos existem vários motivos para considerar a Amazon "maligna": já são bem documentadas as condições precárias, até mesmo desumanas a que os funcionários dos armazéns da companhia são submetidos, simplesmente para bancar a saída de Jeff Bezos e seus amiguinhos do planeta que estão arruinando (e se você entende mesmo a mensagem de Tolkien, não vai se incomodar com o que eu escrevi, pois preservação ambiental é um tema bem proeminente em O Senhor dos Anéis). Mas Parece que para um pessoal, "maligno" significa simplesmente não adaptar fielmente a obra de fantasia que eles gostam, e apesar do suposto respeito ao material base, nem conseguem acertar a citação do autor.
Obs: se alguém quiser a a fonte relacionando as citações com a frase sendo repetida, tento enviar de outra forma, porque não estou conseguindo postar o link nesse comentário.
Entre o histórico bem documentado de abuso por parte da Riot contra funcionários (mais especificamente, a questão do assédio contra funcionárias no ambiente de trabalho), LoL em si ser uma bagunça desbalanceada basicamente feita para vender skin e que só é considerado "competitivo" porque a Tencent tem muita grana pra jogar em propaganda, e a comunidade que é composta por boa parte de pessoas que em um mundo ideal seriam forçadas a passar por terapia e educação social no geral antes de terem acesso a qualquer meio de comunicação em massa, não deveria ser controverso dizer que é um jogo bem ruim. Não que houvesse muita esperança para começar, porque, por design, nenhum MOBA presta, então não, você não é superior por preferir Dota 2, Smite, ou sei lá o que mais, você apenas escolheu uma pilha diferente de excremento para defender em relação a outra.
Também não é controverso afirmar que toda adaptação de jogos para filme ou seriado até o momento foi muito inferior ao material original, e levando em conta tudo o que foi mencionado, eu já consideraria algo positivo se Arcane não tivesse feito com que meu monitor me agredisse fisicamente ao apertar o play, mas acabou sendo uma série muito boa, mesmo ignorando o contexto da adaptação, uma das melhores originais do Netflix, e o melhor, não é necessário ter jogado para entender a história. Arcane não tem uma história muito original, tratando de questões como divisão social e a forma como conflitos políticos interferem em relações pessoais de uma forma profunda, com personagens que se encaixam em tipos já vistos em várias outras mídias, mas isso não é um problema aqui, porque é tudo bem executado, com atenção a detalhes, ao desenvolvimento de personagens e uma construção de mundo que é coerente o suficiente para não distrair do núcleo da trama; até mesmo o aspecto político é bem integrado na trama, de forma a contribuir positivamente para ela, ao contrário do que acontece em uma certa trilogia de prequels. É fácil entender a motivação de cada personagen, elas permanecem consistentes durante toda a história (pelo menos até o momento), e o nível de diálogo expositório nunca é tanto a ponto de insultar a inteligência do espectador; a série não tem um personagem que eu não tenha achado bem escrito ou que não serve bem seu papel na trama, exceto talvez alguns momentos da história do Jayce, que toma algumas atitudes que são um tanto idiotas e tem uma transformação de um episódio para outro que não faz muito sentido; adoro também o fato que essa série tem sim romance, ou sugestão de romance, mas é uma evolução natural do relacionamento entre os personagens que não interfere na trama principal. Os personagens funcionam muito bem também por conta do excelente trabalho de dublagem, que reflete bem cada personalidade individual.
Todo mundo já falou da animação, porque é excelente, sendo como um meio termo entre 2D e 3D que junta as melhores características de ambos, com personagens distintos e expressivos, cenários únicos, e bom uso de cores que realçam uma das poucas características positivas do jogo original, que é a direção de arte, e mesmo assim, de forma mais efetiva. Minhas únicas reclamações em relação à série é que nos últimos dois ou três episódios, o ritmo cai um pouco, e trama começa a ficar repetitiva em alguns pontos, e a trilha sonora: talvez só uma questão de gosto pessoal, mas não gosto muito dessas músicas hiper produzidas e cheias de efeitos, nem acho que combine com essa estética mais "steampunk com um pouco de magia" da série, mas são problemas bem pequenos em comparação a todo o resto. Eu também quero ressaltar o quão bom é ver, especialmente no contexto cínico atual, uma adaptação de uma propriedade já estabelecida que claramente teve cuidado e atenção, e não foi apenas mais um caça níquel feito às pressas para bancar no sucesso ( e para ver um exemplo do que estou falando, é só ver a péssima adaptação live action de Cowboy Bebop, também no Netflix), porque se essa série fosse seguir uma rota mais baseada no que é considerado "popular" dentro do jogo, poderia ter dado errado de várias formas diferentes, especialmente se fossem mudar alguns aspectos baseados em censura do governo chinês. Acho que Arcane é uma dessas séries que pode ser recomendada seguramente para todos: até mesmo umas amigas que usam o Netflix basicamente para ver aqueles doramas toscos gostaram bastante. O ponto negativo é que agora eu vou ter que ficar de olho em adaptações até mesmo de jogos ruins, na eventualidade de que sejam muito boas: o que não falta é jogo "competitivo" online de qualidade duvidosa para adaptar, especialmente MOBA; fico pensando também o que poderiam fazer com algo que já é bom, como Team Fortress 2.
O humor da série se resume a "lol so random", "não é engraçado que eles são comidas antropomórficas?", ou o Milk Shake sendo um babaca irritante completamente sem graça o episódio inteiro sem sofrer como deveria.
Acho engraçado que antes da série sair, já saíram uns comentários de má fé usando um espantalho para criticar previamente quem tinha baixas expectativas em relação à adaptação simplesmente por não terem gostado do elenco ou por terem mudado a roupa da Faye, ou alguma outra desculpa. Claro que ignoram que existem mais evidências contra a qualidade de adaptações de anime ou séries animadas no geral para live action (vide A Lenda de Aang, dentre muitos outros); outra que, percebem que estão acusando outros de fazerem um julgamento prévio de algo que não viram, quando vocês mesmo está fazendo um julgamento prévio da opinião alheia sobre uma série que também não viram? E é evidente que a nota da série no filmow despencou depois que deu o tempo da maioria ver a temporada, e as opiniões e notas mais positivas foram as primeiras. Eu sei, eu também não gosto de otaku fanboy, ou dos malas que só reclamam porque algo que não é exatamente do jeito que eles querem em uma adaptação, mas parece que tem gente que se apressa pra defender o que é só mais uma decisão corporativa que banca na nostalgia.
Eu não tenho nostalgia pelo anime, e só assisti um pouco antes de ser colocado no netflix, e achei muito bom, um dos poucos animes sem o nome "Ghibli" que são realmente bons, sem ressalvas. Lembra Firefly do Joss Whedon, exceto que é bom, e é bem progressivo para um anime lançado na década de 90 (leia-se para a época, porque alguns aspectos não envelheceram bem). O que realmente carrega a série é a complexidade dos personagens, e a forma como equilibra assuntos sérios com humor e irreverência.
Quanto à adaptação, a primeira pergunta que todos, especialmente os responsáveis, deveriam fazer, é a seguinte: o original poderia se beneficiar, de alguma forma, de uma adaptação live action, americanizada? Uma das respostas só é positiva para executivos que ganham dinheiro bancando em nostalgia, o que obviamente não conta; a única outra resposta possível argumentaria que muitos não estão dispostos a assistir anime, ou algo que não tenha sido produzido no ocidente, e a adaptação poderia introduzir o original a um público maior. Essa resposta também não é válida, porque fica a cargo dessas pessoas saírem da zona de conforto e não do mundo em ampliar essa zona, tornando mais fácil que elas tenham contato com a forma inferior de uma obra que passará uma ideia errada da qualidade do original (como a péssima refilmagem americana de Oldboy). Resumindo, a resposta é "não".
O original é um drama, mas também ação e aventura, com grande foco em exploração de personagens e suas minúcias, que se utiliza de humor adequado e irreverência ocasionais para equilibrar e complementar a história, usando um contexto que mistura elementos de sci fi, velho oeste, e filmes noir em um futuro distópico para tal exploração; a série do Netflix é uma "comédia" com piadas nível Marvel, onde o ritmo da trama é constantemente interrompido por piadas óbvias e forçadas, e que tenta encaixar os temas que deveriam ser centrais no tempo restante, de forma corrida e brusca; pensando bem, é até injusto dizer que essa série é "nível Marvel", porque os dois filmes dos Guardiões da Galáxia são uma melhor adaptação live action do anime do que essa série.
O original tratava de temas maduros, de forma madura (na maior parte do tempo...), mas a adaptação tem apenas pretensões de maturidade: personagens falam palavrão como um garoto de 13 anos que acabou de aprender o conceito, sangue e violência são elevados a um nível cômico, e tem praticamente o mesmo nível de nudez gratuita que várias outras séries originais da Netflix mais "adultas"; sim, eles deram umas roupas mais realistas para a Faye ao invés do fan service bizarro, mas entre a nudez forçada (incluindo um trecho em um bordel), e o que fizeram com a personagem da Julia, acho dificíl dizer que essa adaptação é mais progressiva que o original. Eu não sei porque as pessoas de sempre estão reclamando da série ter "lacração", porque supostamente deveriam adorar algumas das mudanças, mas acho que se fosse possível aplicar lógica a essa galera, eu nem estaria me fazendo essa pergunta; acho que se fossem consistentes com a própria "lógica", nem teriam gostado do original, para começar.
Os personagens principais, Julia, e Vicious, foram os que mais sofreram na adaptação: o original faz um bom trabalho em retratá-los como inteligentes e perspicazes, mas também como humanos, não acima de cometer erros, e vítimas das circunstâncias, mas eles não eram idiotas. A série da Netflix transforma os três em idiotas barulhentos que perdem muito tempo com piadinhas e discussões desnecessárias, que parecem ter sido escritos pelo Joss Whedon; Julia varia entre um estereótipo da década de 50 (a quantidade de abuso que a série mostra ela recebendo do Vicious nessa série é tanta que me faz questionar a real intenção dos roteiristas, e a necessidade) e um estereótipo psicopata; Vicious vira uma piada, o que talvez tenha sido a intenção para se diferenciar do anime, mas eles ainda insistem em dar grande foco ao personagem, e em o estabelecer como uma real ameaça ao Spike. Voltando ao trio, embora eles sejam idiotas boa parte do tempo (especialmente Jet, que passou do mais ponderado do grupo para um cabeça quente), em alguns momentos é como se apertassem um botão que mudasse isso para conveniência de roteiro, como transformar Spike em um John Wick espacial. Deram também uma filha e uma ex mulher divorciada para o Jet, só para sermos constantemente lembrados que essa série foi americanizada, e perder nosso tempo com tramas paralelas desnecessárias. Faye foi a que menos sofreu com as canetadas, mas o que mudou foi para pior, porque alguém confundiu ser "determinada e não levar desaforo para casa" com "falar muito palavrão e gritar bastante". Os personagens perdem a sutileza até mesmo na relação entre eles: eu gosto muito da forma como o original estabelece um respeito mútuo entre os três de forma orgânica, sem esfregar sua cara no óbvio, mas na versão americana eles obviamente têm a necessidade de te falar que eles são "amiguinhos", com falas, abraços, e até mesmo eles falando algo tão óbvio quanto "eu te respeito" em certos momentos.
O resultado disso tudo é uma adaptação que abandona as sutilezas e os momentos mais contemplativos do original, e o que muda contribui negativamente para a história, de forma que a trama é mais arrastada, com episódios de 40 minutos não conseguindo fazer o que o original fazia em 20. A adaptação não inclui cenas mais simples, mas relevantes para os temas, como um senhor senil jogando xadrez virtual em uma estação espacial abandonada, ou Spike ensinando uns movimentos para um "fã", e mesmo as que foram inclusas, como momentos mais tocantes da história da Faye, são diminuídos de alguma forma pela forma como os personagens foram escritos. A adaptação, no fim das contas, é uma versão mais caricata, menos sutil, e mais rasa do original, que ironicamente se aproxima mais do tipo de anime genérico que muitos associam com o termo e desencorajam boa parte do público em experimentar mesmo os melhores exemplos e exceções; a série ainda tem o agravante de ser uma obra japonesa adaptada por estadunidenses, o que a torna pior que a média dos animes genéricos. O único aspecto que a adaptação acerta é na estética, mas só dos cenários e alguns dos figurinos. Mesmo sendo uma animação, os personagens do original eram elaborados com tamanho detalhe que só a linguagem corporal deles já comunicava o cansaço do cotidiano no futuro distópico, enquanto eles tentavam manter a compostura, mesmo com o peso da situação; na adaptação, todo mundo parece muito limpo e "bonitinho" demais.
Alguns comentários falam que é injusto dizer que a série é ruim por conta de muitas expectativas prévias, seja por esperar algo mais fiel ao anime ou esperar algo mais diferente, mas o que acontece aqui é que a adaptação quer recontar a história do original: não é um spin off, nem uma paródia, nem continuação, e mesmo nesses casos, existe um certo nível de comprometimento necessário com alguns elementos para que ainda haja ligação com a obra original, e isso é ainda mais evidente no caso de uma adaptação direta. A série da Netflix nunca abraça totalmente o absurdo da proposta de recriar um estilo de animação 2D com atores reais, tampouco se compromete a apresentar uma versão da história mais condizente com o diferente formato de mídia; a história tenta seguir os mesmos pontos da trama original, ao mesmo tempo que introduz mudanças que contradizem os temas centrais. Como adaptação, não melhora nem expande o material base, e diverge em formas que afetam negativamente o fluxo da trama; visto fora do contexto do original, é um conjunto de ideias que foram executadas de forma mais efetiva, em outras obras, sem identidade própria, e que provavelmente se perderia em meio aos vários "originais Netflix" genéricos não fosse a associação a um clássico.
Era inevitável que Cowboy Bebop tomasse o rumo de tantos outros clássicos e passasse pelo moedor de carne de executivos e corporações que bancam no passado mas ignoram seu contexto, com o produto que sai do outro lado sendo uma pasta homogênea, sem gosto, mas facilmente digerível; nesse caso de uma série que originalmente trazia mensagens de anti corporativismo e da importância de entender e aceitar o próprio passado, dentre outras. Obviamente, não é o fim do mundo: fui meio hiperbólico, mas é só uma série, e a original ainda existe, em excelente qualidade. Acho que preciso deixar claro que essa é minha opinião, no fim das contas, e ninguém está certo ou errado em gostar ou não gostar da adaptação; mas nesse caso, é bom lembrar que vale para todos, e as consequências de ficar ativamente antagonizando todas as opiniões negativas a respeito da série são negativas para todos, porque passa a impressão que o público não se importa em receber conteúdo reciclado, por mais desnecessário que seja.
A quinta temporada é o ponto em que Rick and Morty realmente virou uma paródia de si mesma, algo que já vinha ocorrendo em certa medida desde a terceira temporada, mas agora ficou ainda mais forçado, com episódios ainda mais fracos. Eu considero a pior temporada até o momento, e o nível vem caindo desde a terceira, começando a ficar repetitivo, pesando nas referências, mas sem parecer entender o que faz os melhores episódios da série funcionarem; os últimos dois episódios são muito bons, e são a exceção, mas a consequência é que passa a impressão de que os 8 primeiro episódios foram feitos para cumprir a cota. Essa temporada ainda é melhor do que a maioria das séries que foram lançadas recentemente na TV, e a maioria dos 8 primeiro episódios são assistíveis, e não chegam a ser ruins, mas são apenas medianos.
Ep. 1: retrata a rivalidade do Rick com uma paródia do Namor, ou Aquaman, ou Poseidon; cheio de piadas sobre orgia que são bem sem graça me fazem pensar que Dan Harmon talvez esteja se sentindo solitário, e uma trama envolvendo Morty que é até interessante, mas entra naquela esquema de extrapolação de conceitos que a série já fez várias vezes, e fez melhor, e é mais um episódio que mostra que os criadores simplesmente não querem dar um tempo ao Morty, e ignorando desenvolvimento que o personagem teve, ainda mostrando ele como obcecado pela Jessica. É "ok", no geral, mas bem batido.
Ep. 2: Mais um episódio de extrapolação e ambiguidade, e esse é até interessante, mas é quase tão batido como o primeiro, só que um pouco mais engraçado e criativo. Vale pela família de fantoches no final.
Ep.3: Um segmento de episódio de Frango Robô que foi esticado e de alguma forma virou um episódio de Rick and Morty, pegando o conceito de subverter expectativas em relação a super heróis e desenhos da infância e exagerando de tal forma que não é subversivo, ou inteligente, e que parece ter sido escrito por um adolescente.
Ep. 4: Lembram quando o episódio dos dragões era o pior da série? Não mais, com esse aqui se "superando", ignorando desenvolvimento e o que foi estabelecido a respeito de vários personagens, Morty em particular, e um roteiro que parece ter saído de American Pie, com piadas bem forçadas, e tecnicamente, incesto.
Ep.5: Mais um episódio de "vamos rir da cara do Jerry", e mesmo dentre esses, provavelmente o mais fraco. Tenta trazer uma subversão no final, mas também acaba sendo fraca.
Ep. 6: Nem sei o que escrever a respeito desse: bem esquecível, não muito engraçado. Sempre achei os episódios envolvendo o "presidente" bem medíocres.
Ep. 7: Tenta ser uma paródia de Voltron (eu acho, nunca assisti) e filmes clássicos sobre máfia italiana, mas acaba sendo mais uma paródia sem graça da própria série, que ainda insiste em estabelecer continuidade com o quarto episódio.
Ep. 8: A amizade entre o Birdperson e o Rick é um dos melhores aspectos da série, então acaba sendo um dos melhores da temporada. Comete o erro de tentar parodiar e tirar sarro de um escritor e diretor cujos trabalhos esão bem acima do nível geral da série, fazendo com que muitas piadas pareçam forçadas e passando a impressão de que o Dan Harmon tem uma certa dor de cotovelo (posso estar errado), mas no geral é um bom episódio.
Ep. 9: Episódio interessante, que não só desenvolve o personagem do Morty de forma consistente com o que tem sido mostrado, mas também é o primeiro episódio desde o final da segunda temporada que desenvolve o Rick de forma real, e até madura, que é mais do que simplesmente niilismo adolescente ou só mais uma tentativa de racionalizar e justificar Rick agindo como um babaca abusivo; também é um episódio em que Morty fazendo besteira faz sentido no contexto estabelecido, mas que serve para mostrar dos efeitos negativos de conviver com o Rick.
Ep. 10: Continua os desenvolvimentos do episódio anterior, retomando uma história que eu estava começando a achar que Dan Harmon havia esquecido, dando um final satisfatório para a temporada, e me fazendo um pouco mais otimista a respeito da sexta temporada, embora o nível, no geral, só tenha caído desde a terceira.
Esperava que pelo menos fosse ser melhor que a adaptação de 94, porque tanto séries para TV e adaptações de trabalhos do King começaram a ser levadas mais a sério depois da década de 90, mas a primeira versão pelo menos entendia que o forte do livro eram os personagens, e contava com um elenco minimamente carismático que tentava representava bem os personagens do livro (bom, nem sempre...). Essa nova versão não apenas toma algumas liberdades que tiram profundidade dos personagens, como também conta com um elenco morno, que não transmite a ansiedade e a gravidade da situação na qual se encontram: Frannie supostamente está carregando uma criança em um cenário onde 70% da população mundial morreu, e constantemente atormentada por pesadelos do antagonista, mas nada na atuação reflete isso; substituíram a personalidade e carisma do Nick por mais sofrimento gratuito que adiciona nada ao personagem; Stu perdeu toda a profundidade e virou um bonzinho genérico boa pinta com a personalidade de isopor (basicamente todo personagem do James Marsden); Mãe Abagail passou de uma figura simbólica de união para uma pessoa chata, teimosa, que só sabe criticar as ações do grupo, sem nada a adicionar de construtivo; Larry teve o arco de redenção substituído por uma história manjada e inconsequente de "fama subindo à cabeça"; Glen desaparece se você deixa de olhar para ele por dois segundos; o Lloyd do Nat Wolf é irritante e mané, e me faz ficar ainda mais triste pela morte do Miguel Ferrer anos atrás. Os únicos personagens que talvez estejam melhores são Tom Cullen e Randal Flagg, mas cortaram uma boa parte do arco do primeiro que definia bem a amizade dele com o Nick.
E qual é a dessa estrutura não linear, só para fazer algo diferente? A história fica desnecessariamente confusa dessa forma; não sei se eu teria entendido a progressão dos eventos se eu não tivesse lido o livro, e uma adaptação precisa funcionar de forma independente. Além de cortar alguns trechos importantes para desenvolvimento, essa adaptação adiciona algumas coisas que fazem nada para melhorar a história, principalmente o último episódio: King já admitiu que o final original não é muito bom, mas ele não foi substituído aqui, como havia sido implicado quando ele disse que havia escrito um novo; é apenas mais um final além do original, que é ainda pior. Decepcionante.
Rick and Morty era um dos meus desenhos preferidos, antes da queda de qualidade constante a partir da terceira temporada, e de uma porção da fanbase que surgiu durante o pico de popularidade que me faz ter um pouco de vergonha de admitir que eu gosto do primeiros episódios. Decidi analisar a série, episódio por episódio, para ter uma retrospectiva do que eu gosto e não gosto a respeito, e colocar aqui.
Pilot: não tão bom quanto o resto da temporada, mas bem sólido, no geral. Uma ótima introdução para o universo da série, que estabelece bem os temas e personagens.
Lawnmower Dog: divertido, engraçado, não é espetacular, mas é bom o suficiente.
Anatomy Park: a temporada começa a ficar realmente boa aqui, com um episódio que é absurdo, inteligente e criativo. Gosto do conceito, mas força um pouco a barra no final.
M. Night Shaym-Aliens: é legal no geral, mas força um pouco no conceito do Rick ser invencível, que é um dos poucos aspectos de temporadas posteriores que são melhor executados.
Meeseeks and Destroy: um dos meus preferidos da série: o terror existencial dos Meeseeks é um dos aspectos mais memoráveis e bem executados da série.
Rick Potion #9: tirando toda essa questão nojenta de afrodisíaco sendo mostrado como comédia (quando é nada engraçado na realidade, muito pelo contrário), é um episódio bom e criativo que extrapola conceitos.
Raising Garzorpazorp: um dos piores dentre os primeiros, com uma mensagem rasa e estúpida que consegue ser igualmente sexista para homens e mulheres, e com os pais do Morty agindo de forma forçada e inconsistente com a personalidade estabelecida para ter um episódio.
Rixty Minutes: também um dos meus preferidos: geralmente gosto dessas desses episódios de "coletâneas", e Justin Roiland e Dan Harmon fazem umas piadas bem engraçadas sobre a natureza mais improvisada do cabo interdimensional (Dan Harmon não aguentando e rindo em "Two Brothers" é demais).
Something Ricked this Way Comes: paródia da história Needful Things, do Stephen King, episódio engraçado e bem executado, e eu não posso não gostar de algo que seja basicamente um dedo do meio para os conceitos de dogma e religião e termine com um nazista apanhando; episódio bem satisfatório.
Close Rick-counters of the Rick Kind: muito bom, com a questão das múltiplas dimensões bem executada e de forma bem humorada.
Ricksy Business: caiu no meu conceito ao longo dos anos: ainda é bom, mas ainda não justificaram bem toda essa história de que devemos nos sentir mal pelo Rick ocasionalmente, porque a babaquice dele ainda é maior que suas boas ações e seu "sofrimento".
Eu me senti tapeado pela série, pois os visuais e a premissa davam a impressão de ser um terror de época com elementos lovecraftianos, e até tem isso, mas bem pouco. A maior parte da história da série é tomada por um romance bem clichezão estilo colonial entre dois personagens que têm tanta química quanto um rojão, dentro de um lago, em um dia de chuva, no meio da floresta Amazônica, interpretados por dois atores com beleza inversamente proporcional ao talento para atuação. Yahtzee Croshaw descreveu Orlando Bloom como tendo a expressão de uma TV fora de sintonia, e acho que é uma descrição bem precisa; Cara Delevingne tem basicamente uma única expressão, que pode ser vista na foto do perfil dela aqui do filmow mesmo.
A trama enrola, dá algumas voltas, vai a lugar nenhum, enrola de novo, parece que vai pra algum lugar nos dois últimos episódios, só pra cair de cara no que é o confronto final. Lembra muito Game of Thrones no sentido que é uma versão sombria de uma típica história de fantasia, mas os envolvidos na produção parecem achar que o que fez com que as primeiras temporadas de GoT fossem tão elogiadas foram o sexo, nudez, e violência em si (deram um jeito de enfiar até incesto na trama), e não o bom roteiro, ou as boas atuações, ou a boa direção. A série conta com um número de cenas de sexo desnecessariamente longas entre personagens sem química que parecem que foram colocadas lá só para a alegria do pessoal do Deviantart, e similares: posso não dar a mínima para os personagens que estão lá mandando ver, mas olha só, as fadas flutuam no meio do sexo, e suas asas brilham quando elas têm um orgasmo, não é mágico? E ainda no assunto, vocês acham que o "membro" do fauno é mais proporcional a qual de suas metades?
A série tenta apresentar uma crítica ao racismo, mas tudo o que fizeram foi pegar neocolonialismo na vida real e substituir as nações afetadas por fadas, faunos e centauros, e mantendo o resto essencialmente a mesma coisa; o fato das fadas voarem tem quase nenhuma relevância para o conflito mostrado, e o fato dos faunos terem sentidos mais aguçados ou dos centauros terem o que é efetivamente inteligência humana com a força de um cavalo têm zero efeito na questão do conflito; mas isso resume bem as prioridades da série, o fato de que as fadas terem asa e voarem é mais relevante para as cenas de sexo do que para a questão histórica do conflito apresentado. Eu gosto quando mídia fictícia traça paralelos com a realidade para apresentar uma crítica, só gostaria que não tivessem escolhido o cara que matou aula de história e estudou tudo por resumo e nota de rodapé pra cuidar desse aspecto.
A temporada conclui de forma anticlimática que só ocorre porque vários personagens tomam várias decisões estúpidas, e o aspecto do mistério mostra a cara para lembrar que está assistindo do que a história da série supostamente é a respeito. A série ganha pontos pelos cenários e figurino, mas isso não salva do roteiro.
Não foi a pior série original do Netflix que eu já vi (esse prêmio vai para Slasher) mas foi a mais difícil de terminar a primeira temporada, que fosse. A primeira temporada de O Mundo Sombrio tem o que eu vou chamar de "Efeito Pacote de Salgadinhos", quando a maior parte do conteúdo é só ar (no caso da série, 80% dos episódios são filler") e o conteúdo que tem no pacote é muito raso, pouco substancial, e pode te dar dor de barriga.
A série conta a história de uma adolescente egoísta, pouco inteligente e com uma falta de bom senso que parece até patológica que, apesar de avisos de pessoas mais sensatas, insiste em cometer burradas que colocam ela, amigos e família em risco, e sempre chora quando as coisas inevitavelmente dão errado, que nem uma criança de seis anos que entra em pânico depois de enfiar um giz de cera no nariz, mesmo depois dos pais falarem para ela não fazer isso.
Como é de praxe nesses tipos de história de fantasia adolescente, Sabrina é especial, no caso porque ela é meio bruxa e meio humana, significando que ela pode existir, em dois mundos diferentes, ou algo do tipo; bom, ela de fato age como alguém "especial" na temporada, mas acho que não da forma que era a real intenção do roteiro...
Através de uma combinação de escrita ruim, diálogos sofríveis, e péssimas atuações, eu não acho que tenha realmente gostado de um único personagem, que só existem em dois tipos: desnecessariamente exagerados e cheios de trejeitos irritantes, e tão travados que parecem que estão constantemente sob efeito de algum medicamento forte: Kernan Shipka é provavelmente a pior dentre as atuações, e vê-la tentando expressar qualquer emoção que não fosse total apatia/indiferença era hilário, principalmente quando ela tentava forçar um choro; sempre que eu via as amigas ou o namorado da Sabrina, eu imediatamente ficava com muito sono, provavelmente sob os efeitos do que quer que eles estavam usando; Lucy Davis, a Hilda, fazia sempre a mesma cara, um sorriso que era como se estivesse tentando estender os limites da boca, igual ao coringa, e ao mesmo tempo também tentando projetar as bochechas de forma a virar um esquilo humano, ou sei lá; o diretor da escola de bruxaria parecia uma dessas pessoas que recepcionam pessoas na entrada de casas mal-assombradas de parque de diversão; Ambrose foi ok, e o resto eu até esqueci.
Vale ressaltar também que uma das personagens que supostamente é "do bem" essencialmente droga outro personagem com uma poção do amor, e a série não trata isso como ato condenável que é; isso é ainda pior em Harry Potter e o Enigma do Príncipe, onde é mostrado como algo engraçado; o que eu quero dizer é, seria bom se parassem de mostrar o uso de poção do amor em ficção como "romântico", ou "engraçado", ou de qualquer forma remotamente positiva. O equivalente na vida real da "poção do amor" não é apenas moralmente condenável, mas ilegal. Isso é algo importante de se ressaltar, porque a série tenta trazer uma mensagem progressiva, voltada principalmente às mulheres, e acho que não preciso dizer quão hipócrita e contraditória é essa palhaçada da poção nesse contexto.
Talvez a série se redima na temporadas seguintes, com uma história explicando que Sabrina caiu em galão de solvente, ou algo do tipo, o que apagou vários neurônios e boa parte dos traços de sua personalidade e capacidade de demonstrar emoções, mas eu não vou perder meu tempo checando. Ganha uns pontos pelo visual e ocasional uso da trilha sonora, e só.
Persona 4: The Animation
4.1 13Obviamente não é tão detalhado, nem uma experiência equivalente à do jogo, mas convnhemos: nem todo mundo tem tempo ou paciência para videogames, muitos menos para um jogo de nicho que pode chegar a umas 80 hora do início ao fim, e para quem que conhecer a história em esse nível de comprometimento, o anime funciona muito bem.
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraComo alguém que não gostou do jogo, eu gostei muito dessa adaptação. A Naughty Dog obviamente quer muito fazer um filme ou série desde 2007, então acho que não é surpresa que The Last of Us funciona melhor nesse formato. Tiraram o verdadeiro "filler" do original, que era o gameplay repetitivo e derivativo, as atuações são melhores por conta do elenco (não ligava muito para o Joel no original, mas acontece que o que faltava era o toque do Pedro Pascal, e a Ellie da Bella Ramsey é mais próxima de como uma adolescente normal agiria em uma situação igual à da história), os diálogos soam mais naturais, e expandiram em aspectos de desenvolvimento de personagens. Sem o gameplay, significa também que existem menos interrupções na história de fato e não tem a tal da "dissonância ludo narrativa". Deixando claro que eu não sou um desses manés ignorantes que acham que videogames não podem ter uma boa narrativa, profunda e bem estruturada, mas para quem se importa em mostrar isso, existem exemplos muito melhores na mídia que não ficam tentando imitar filmes.
Não é sem falhas, claro: como o jogo, é um amontoado de clichês, mas tudo muito bem executado. Ao contrário do que muitos têm falado, acho que a série é mais fraca quanto tenta replicar muito alguns aspectos do jogo: aquele "miniboss" gigante destoa do que foi estabelecido na série, e não acho que a adição do trecho do sniper foi necessária, nem um episódio inteiro que é, literalmente, DLC, no meio da temporada, e não uma que conta uma história interessante; Sandman fez isso melhor, ao colocar histórias fora da trama principal como episódios adicionais, depois que a temporada já havia acabado. O melhor da série é quando difere do jogo, e o episódio 3 é um dos exemplos disso, mesmo que alguns ainda insistam em criticá-lo por motivos, digamos, pouco válidos. Aguardo a segunda temporada, levando em conta que a história do segundo jogo tem uma série de problemas, e pode se beneficiar ainda mais de umas revisões de roteiro que o primeiro. Aguardo também os comentários ridículos que vão surgir de pessoas espumando por terem interpretado o final do jogo/temporada de forma distorcida.
Zelda
3.3 8Well,
excuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuse me, princess.
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 789 Assista AgoraQuem diria, essa adaptação de literatura clássica que saiu direto em serviço de streaming acabou sendo bem ruim, e quem diria, determinada porção da fanbase ignora os reais problemas para tentar culpar a tal da "representatividade", ou "lacração", quando estão usando um apito de cachorro, e tentar empurrar um discurso desonesto de que é o problema em si e não deveria existir em mídia. Os Anéis de Poder é parte agora do que eu vi ser chamado, em tradução livre, de "lixo sacrificial", que até quando alguém critica por motivos válidos, a discussão em torno foi tão contaminada que acaba por validar, mesmo que em pequena medida, algumas opiniões menos honestas, e as mesmas pessoas que afirmam ter odiado a série ou que iriam boicotá-la são as que não vão deixá-la cair no esquecimento, porque a usam como forma de validar o próprio discurso.
As razões pela qual a série é ruim são bem simples: roteiro e atuações ruins, trama arrastada, e um descaso com as qualidades do material original. Os cenários, figurinos e efeitos são ótimos, mas não compensam os muitos problemas. Aconteceu com adaptações antes, e vai acontecer com muitas depois, mas na maior parte do tempo, as reações dos fãs são mais razoáveis. Sendo justo aqui, também não vi bons argumentos das avaliações de 4 e 5 estrelas: ninguém esperava que fosse ser tão bom quanto o que é considerado por muitos (eu incluso) a melhor trilogia da história do cinema, mas desde que a Warner decidiu transformar O Hobbit em uma trilogia, as adaptações da franquia têm sido nada mais que fanfics usando esses personagens. Desde o início eu não estava gostando, mas quando Galadriel, suposta heroína e elfa sábia, pulou do barco no meio do oceano, meu cérebro deu tela, eu desliguei, o resto do episódio virou um borrão, e eu nem me dei ao trabalho de ver o resto da série. Obviamente os comentários excessivamente positivos são bem menos desagradáveis que os excessivamente negativos, mas convenhamos, existem séries e filmes melhores por aí que merecem muito mais elogios coletivos, assim como existem séries e filmes tão ruim quanto, ou piores, que nem chegaram perto de receber o mesmo nível de crítica coletiva. Pessoalmente, ainda prefiro assistir a Os Anéis de Poder do que a algo como Emily em Paris. Enfim, comentário meio longo, mas é o que é.
The Wire (1ª Temporada)
4.6 170 Assista AgoraMuito bom, mesmo. Aquela cena em que o McNulty e o Moreland analisam a cena do crime se comunicando apenas através de variações de um palavrão já vale a temporada inteira.
Check It Out! with Dr. Steve Brule
4.4 2Eu não estou reclamando que existam séries e filmes que alinhem exatamente com meu senso de humor, mas admito que é meio assustador.
Smiling Friends (1ª Temporada)
4.1 14 Assista AgoraEu esperava mais uma dessas animações para adultos que têm saído nos últimos anos, que tentam pegar carona no sucesso de Rick and Morty (que também só tem caído de nível) ou tenta ser o novo Os Simpsons, mas que acaba errando a mão e sendo excessivamente cínico e forçado, mas estou surpreso que, além da bizarrice, Smiling Friends é uma série com uma mensagem bem positiva e com maturidade emocional, e ajuda também que o humor dessa série parece ter sido feito sob medida para mim, ou no caso, pessoas da minha geração e de idade semelhante com experiências semelhantes na internet. Para alguém que acessava bastante o Newgrounds e pegou o Youtube desde o início, passando pela fase que era viável para animadores usarem a plataforma, ouvir as vozes de Zach Hadel, Mike Stoklasa, David Firth, Tom Fulp, Harry Partridge, James Rolfe, entre outros, em uma série criada por Cusack e Hadel, que está disponível oficialmente em uma plataforma de alta circulação, é surreal, mas ao mesmo tempo, muito bom, e nostálgico de uma forma que é dificíl de explicar para quem não sabe imediatamente do que estou falando. Acho que mesmo se a série não fosse tão boa, eu ainda continuaria assistindo, só pelo fan service de nicho. O único problema é que a temporada é muito curta, e precisamos de mais episódios, para ontem.
Stranger Things (5ª Temporada)
4.2 38 Assista AgoraOuvi falar que quem deixa nota para título que ainda não foi lançado, o dedo que usou para clicar apodrece e cai.
The Boys (3ª Temporada)
4.2 560 Assista AgoraA temporada ainda não acabou, então ainda não tenho nota ou comentário definitivo, mas quero comentar que The Boys é a prova de que nem sempre o original é superior, ao contrário do que é muito repetido por aí, e nada mostra isso melhor dentro da série do que o sexto episódio da terceira temporada. Herogasm, no original, é provavelmente a pior parte de uma HQ que é péssima do começo ao fim, mas na adaptação, é um dos melhores episódios de uma série que tem sido boa desde o começo.
Obi-Wan Kenobi
3.4 313 Assista AgoraMais um produto derivativo da Disney que se passa em Tatooine, e faz nada mais além de bancar na nostalgia. Muito mais interessante que a série é ver marmanjo chorando horrores nos comentários porque esse personagem fictício que sempre foi uma espécie de monge espacial que vive isolado no deserto, supostamente, foi "emasculado", ou "nerfado", ou qualquer outra besteira que eles acreditam. Eu obviamente não levo a sério essa conversa de "papéis" e a questão da "masculinidade tradicional", mas se sua ideia de ser "macho" é ser um nerd chorão inseguro a ponto de se projetar muito em um personagem fictício, significa que você falha até em atingir as próprias expectativas limitadas. Aposto que essas mesmas pessoas vão molhar seus pijaminhas do Star Wars de excitação quando o Darth Vader aparecer, e essa nota vai aumentar.
Ah, eu preciso falar da série, também: desisti no primeiro episódio depois que ficou óbvio que seria bem parecida com aquela do Boba Fett, e que bancariam nessa estratégia barata de colocar atores mirins que são fofinhos, mas não sabem atuar. Como não terminei de ver, não tem nota; dificíl sentir qualquer coisa, quanto menos se irritar, pois é só mais um produto da Disney com a marca Star Wars.
Invencível (1ª Temporada)
4.3 399 Assista AgoraAtenção: alguns spoilers leves.
Esse tipo de história não é mais "subversiva" atualmente, mas Invencível consegue se destacar de muitas histórias estilo "superman do mau" ou "super heróis realistas" simplesmente sendo boa, com personagens interessantes e um roteiro bem construído que complementam e dão peso à violência mostrada. Aqui, violência não é utilizada da mesma forma que naquele monte de quadrinhos ruins da década de 90 que só queriam chamar atenção com, choque, sendo bem contextualizado e justificado, mostrando os impactos de seres com super poderes andando por aí. Lembra The Boys na premissa, mas é diferente o suficiente para que não seja só uma cópia, e no geral, achei até melhor que a série (definitivamente, muito melhor que a HQ de The Boys, porque essa é péssima).
O que carrega a trama é, principalmente, a evolução de Mark, e a relação de com o pai, mas todos a maioria dos personagens são interessantes, até mesmo os vilões secundários. Nem todos os personagens funcionam bem, no entanto: Amber é uma péssima personagem, tanto em termos de como escrita, como pessoa, no contexto da história. Ela fica brava e termina com Mark porque ela sempre soube que ele era o invencível, embora ele tivesse motivos bem razoáveis para não contar, e ela deveria ter falado para ele que sabia, para começar. O pior é que o final da temporada faz parecer algo positivo quando os dois voltam, e ainda faz parecer que é ela perdoando ele. Esse é um dos casos onde seria até melhor ficar solteiro. Ainda, no geral, vale a pena.
O Livro de Boba Fett (1ª Temporada)
3.5 207 Assista AgoraSpoilers para uma série para a qual ninguém liga.
O Livro de Boba Fett é uma série a respeito de um personagem que nunca foi muito relevante para a história de Star Wars, mas que foi atribuído falsa importância pelo tipo de fã que é bem comum em Star Wars, o tipo chato que se empolga com e analisa até os menores detalhes, e que antes da compra da Disney, apareceu em alguns quadrinhos muito ruins do antigo Universo Expandido os quais poucas pessoas sabem a respeito, menos ainda se importam, e nunca importaram, nem quando o UE era canônico. A relevância do personagem foi diminuída ainda mais porque o Din Djarin foi um personagem forte o suficiente em The Mandalorian, com uma história mais interessante, sem as limitações de estar ligado a uma série de filmes anteriores, para suplantar a imagem do mandaloriano que os fãs normalmente associavam ao Boba Fett, e ainda conseguir atrair até quem não ligava muito para Star Wars, graças ao apelo do Grogu. A irrelevância do personagem é refletida no roteiro, pois tentam "rebootar" a motivação do Boba, com ele passando um tempo com o Povo da Areia e aprendendo com eles, estilo Dança com os Lobos, ou qualquer outro desses filmes clichês, e isso é feito para justificar o arco de redenção dele, e porque ele decide livrar Tatooine do crime tomando o lugar do Jabba. Considerando que Boba viu o pai ser morto por um jedi, e uma das últimas coisas que ele viu antes de cair no estômago do Sarlacc e ficar lá sei lá quanto tempo antes de conseguir sair foi um jedi pulando na frente dele com um sabre de luz, eu acho que foi muita preguiça do roteiro estabelecer que simplesmente ele ter passado um tempo com os Tusken foi o suficiente para que ele nem cogitasse buscar vingança contra o jedi e os amigos dele. A escolha provavelmente foi feita por dois motivos: Disney ainda tenta manter uma imagem que faz filmes e séries para todas as idades, e como toda corporação, é preguiçosa e covarde, então estava fora de cogitação escrever um protagonista moralmente ambíguo para a série, por isso precisaram deixá-lo inegavelmente "do bem"; filmar no deserto provavelmente é mais barato, e provavelmente foram reaproveitados cenários de The Mandalorian, então precisavam de uma desculpa para Fett não sair de Tatooine (e provavelmente vão reaproveitar os cenários para a série do Obi-Wan, que também se passa em Tatooine). Temuera Morrison está velho, travado, e a atuação dele a pior dentre qualquer personagem que importa. Parece que todos concordam que os melhores episódios da série são os que não focam no suposto protagonista da série, mas mesmo antes do Grogu e do Din Djarin aparecerem, o Fett é ofuscado pela Fennec Shand, principalmente porque Ming-Na Wen, que muitos conhecem aqui como a voz da Mulan, ou a Chun-Li daquele filme bizarro do Street Fighter, é uma melhor atriz que o Temuera Morrison.
Mesmo os melhores episódios da série, os que focam no Din Djarin e no Grogu, ainda sofrem com palhaçada presente na segunda temporada de The Mandalorian: o personagem do Luke aparece aqui de novo como fan service, treinando o Grogu, e espero que quem esperneou com a retratação do personagem em Os Últimos Jedi com todo aquele papo de "não é o meu Luke" esteja feliz com o fato de a Disney ter escutado e trazido o personagem de volta na forma dessa aberração sem personalidade nem expressão formado de um deepfake bizarro e diálogos compostos de antigas gravações do ator que fazem ele parecer e soar como uma criatura de filme de terror tentando parecer humana; o resultado é algo que parece nem Luke Skywalker, nem Mark Hammil. Qualquer um que acha que a forma que ele foi colocado na série foi bem feita, ou convincente de qualquer forma, está em negação, ou mentindo por birra. A parte boa da presepada do treinamento é que Grogu decide ficar com o pai adotivo ao invés de continuar o treinamento, porque a criatura que tenta se passar por Luke nessa série estava cometendo os mesmos erros que a antiga ordem jedi, e isso é bem antes do Ep. VIII, ou seja, antes do Luke estar certo a respeito dos jedi. No geral, a série é sem graça, bem previsível, agrega nada de significante ao personagem nem ao universo, e quem quiser assistir porque gostou de The Mandalorian, pode ver só os três últimos episíodios e ignorar o resto, que vai perder nada.
Castlevania (4ª Temporada)
4.3 152Bem melhor que a temporada anterior, por ter uma animação melhor e perder menos tempo com diálogos desnecessários e pretensiosos, focando mais em cenas de ação. Isso não é dizer muito, e essa quarta temporada ainda não muito boa, não chegando ao nível da segunda, que é bem decente, com um roteiro bem medíocre que ainda tem mais diálogos desnecessários e piadas sem graça do que deveria ter, e o fato de ser melhor por focar mais em ação deixa bem claro que a escrita não foi forte o suficiente para carregar a série. Apesar de ainda ter seus momentos de enrolação, é um temporada que desenvolve e conclui a trama de tal forma que faz a terceira temporada parecer ainda mais arrastada e desnecessária do que já parecia: quase nada do que foi mostrado nela teve alguma significância na quarta, e o que teve não precisava de dez episódios, e foi reiterado de forma muito melhor resumida; mesmo a parte da história que muitos elogiaram, que foi o arco do Isaac, foi executado de forma muito mais satisfatória aqui. Digo então que a terceira temporada é, oficialmente, completamente composta de "filler". Outro aspecto que eu não gostei da terceira temporada, e continua nessa, é como o roteiro insiste em tentar gerar simpatia pelos vampiros genocidas da série: no caso de Drácula até fazia um pouco de sentido, porque ele queria ser deixado em paz, mas ficaram cutucando ele, e mesmo assim esse grande número de personagens querendo ressuscitá-lo nas terceira e quarta temporadas ainda pareceu bem forçado; no caso das vampiras que são as antagonistas na terceira é ainda pior, pois elas ficam muito empolgadas sempre que falam de genocídio humano, mas o roteiro as coloca de tal forma que parece querer forçar uma simpatia. Carmilla não merecia a morte "heróica" que teve, a decisão de Striga e Morana em abandonar o conflito e fugir faz pouco sentido baseado na forma como elas foram estabelecidas até então, e Lenore não deveria ter sido perdoada simbolicamente pelo roteiro só por não ser tão ruim as outras três.
O que também funciona contra Castlevania agora é que Arcane mostrou que mesmo uma adaptação de um jogo bem ruim pode resultar em uma série muito boa, popular mesmo entre quem sabe nada do material original. Castlevania era, até meados de 2021, a melhor adaptação de um jogo de videogame em um filme ou série, mesmo com vários problemas, simplesmente porque o padrão no mercado era bem baixo, mas Arcane serviu para mostrar que "melhor que a média" ainda é um padrão bem baixo. Castlevania é também uma série com vários jogos bons e um grande potencial de adaptação, como já foi mostrado nessa série, e espero que esse potencial seja explorado no futuro. Eu vi alguns comentários falando que estão no aguardo da saga Richter, mas se a série ainda for seguir a cronologia dos jogos principais, Simon vem antes. Caso forem seguir a cronologia contando todos os jogos da série, incluindo os que são considerados spin off, antes de Simon ainda tem Christopher, e entre Simon e Richter ainda tem o Juste, e só sei disso porque dei uma olhada na Wiki para tirar umas dúvidas.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KEu vou seguir uma regra aqui que eu ouvi em algum lugar, mas achei justa e faz sentido o suficiente para mim, que se você não gostar de uma série depois de assisti-la por 3 horas, é porque não vai gostar da série como um todo. Eu vi os quatro primeiros episódios da primeira temporada de Westworld, e e não despertou meu interesse, o que é decepcionante, porque a proposta é muito interessante, mas a execução é ruim.
Pelo lado positivo, os valores de produção são o que se espera de uma série produzida pela HBO: cenários, efeitos e elenco a nível de cinema. O roteiro, por outro lado, não é do mesmo nível que clássicos da produtora como Os Sopranos, A Sete Palmos, The Wire ou as quatro primeiras temporadas de Game of Thrones, e mais algo com mais pretensão de profundidade do que real profundidade: a progressão do roteiro é lenta, pouco satisfatória, os diálogos são desnecessariamente longos, repetitivos, e muito redundantes. Os diálogos parecem seguir a "lógica" das piores obras do romantismo brasileiro, que é a de se algo pode ser explicado em algumas poucas palavras, então deve ser explicado em muitas, e repetidas vezes, com palavras rebuscadas que disfarçam a superficialidade da trama e tiram qualquer naturalidade do diálogo. Parece que tanto roteiro quanto direção querem passar a impressão de que qualquer fala é importante, com closes dramáticos, sussurros, e personagens encarando a câmera com olhos arregalados, mas é importante lembrar que se tudo é importante, então nada é importante. O resumo dos quatro primeiros episódios é: Bernard e Ford são o clichê dos criadores que veem o parque como mais que um empreendimento, mas isso entra em conflito com os sujeitos de mente limitada que focam apenas no aspecto dos negócios, e Ford tem um projeto secreto; o personagem do Ed Harris é um sociopata que vai ao parque para descobrir um segredo na forma de uma "caça ao tesouro"; Os androides do parque estão descobrindo que a realidade deles não é o que parece; Rodrigo Santoro é um sociopata que quer curtir a fantasia do oeste. Tudo isso é esticado de tal forma que parece que os roteiristas não faziam ideia de como preencher todos os dez episódios da temporada, embora a proposta ofereça o suficiente para justificar a duração, nas mãos certas, mas não é o caso aqui, porque tudo o que foi explicado não precisava de 4 horas para ser estabelecido. Se cortassem pelo menos metade das cenas em que um androide interage com os programadores e fala baboseira melodramática que agregada nada à trama, pelo menos metade das etapas da missão paralela do Ed Harris que já vão agregar nada à revelação, tirassem os diálogos redundantes entre o Santoro e o Jmmi Simpson, tirassem as falas dos androides que só repetem o que ficou claro no primeiro episódio, tirassem as cenas de nudez, sexo, e insinuação sexual que agregam nada à trama e só estão lá, provavelmente, para cumprir uma cláusula da HBO, e tirassem os diálogos redundantes entre o Santoro e Jimmi Simpson, o que aconteceu nesses quatro episódios poderia acontecer, tranquilamente, em no máximo dois. Mesmo com a série tentando desesperadamente ser madura, parece que eles evitam abordar discussões interessantes que contribuiriam para a real verossimilhança da trama, deixando o mundo mais autêntico: é sugerido que Westworld já existe há um bom tempo, então qual o estado do mundo naquela realidade? Como a existência do Westworld afetou o negócio de parques de diversões, e a indústria de entreteniimento em geral? Tudo parece muito caro, então como eles se asseguram que os custos de entretenimento de algo que é obviamente um nicho pouco acessível seja lucrativo? Qual a real relação com investidores? A tecnologia já foi empregada na criação de mundos fictícios e fantasiosos, e se não foi, qual o motivo? Mesmo que isso seja discutido eventualmente, a execução vai dar um jeito de um jeito de tornar bem menos interessante do que parece em teoria, e visto que a média caiu na segunda temporada, e ainda mais na terceira, julgando pelas notas do filmow, eu realmente não estou curioso em descobrir como piora ainda mais.
Eu admito que foi uma sacada da série em pegar esses atores como James Marsden e Evan Rachel Wood, que têm basicamente a mesma expressão e interpretam os mesmos personagens em tudo o que fazem, e os colocam nos papeis de androides pré programados que fazem nada além de seguir essa rotina monótona e bem estabelecida, e estão descobrindo emoções, mas não sabem realmente como lidar com isso; não sei se foi intencional, como uma forma de piada interna dos envolvidos, mas eu achei engraçado; e sim, vou encher o saco aqui, porque tem uma galera que adora exaltar esses dois, apesar de serem atores ruins, mas a realidade é que o pessoal gosta porque eles são bonitos (e são mesmo, mas não é esse o ponto). O problema é que a série também pega atores muito bons como Anthony Hopkins, Jeffrey Wright e Jimmi Siimpsons, e os reduzem a quase o mesmo nível, porque a trama aparentemente precisa de closes dramáticos, e sussurros, e redundância. Bem decepcionante, no fim das contas, porque gosto bastante da proposta.
Futurama (7ª Temporada)
4.4 30 Assista AgoraFuturama vai voltar em 2023, pelo Hulu. Por um lado, eu acho que a série ainda tinha umas boas temporadas e não chegou a atingir todo seu potencial; por outro, o final foi ótimo e encerrou muito bem a série, e agora os direitos da franquia são da Disney, e a companhia não tem feito um bom trabalho recentemente com as propriedades que adquiriu.
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 789 Assista AgoraExistem vários problemas em relação ao pré julgamento que muitos estão fazendo em relação à série, tanto por estarem "analisando" tanto o que é só um minuto de cenas, quanto pelos motivos das "críticas". Não importa quão ruim for a série quando lançar, mesmo se for a pior série já feita baseada em um livro de fantasia, esse grupo em específico já conseguiu invalidar a própria opinião antes mesmo da série ser lançada, por uma simples questão de princípio, mas não vou entrar em detalhes a respeito disso. Vim comentar mesmo a respeito de uma frase que tem sido muito usada por supostos fãs do Tolkien, como uma citação direta do autor, em comentários a respeito da nova série: "Evil cannot create anything new, they can only corrupt and ruin what good forces have invented or made." A frase tem sido postada em diversas línguas. Por curiosidade, eu fui pesquisar a respeito, para saber qual o contexto que o autor usou a frase, e acabei descobrindo que, ao que tudo indica, Tolkien nunca disse, nem escreveu, essa frase em específico (e isso explica porque a citação só vem com nome do autor, sem data ou obra relacionada). Isso parece ser mais uma síntese de ideias que ele escreveu em dois livros diferentes:
"No, they eat and drink, Sam. The Shadow that bred them can only mock, it cannot make: not real new things of its own. I don't think it gave life to the orcs, it only ruined them and twisted them; and if they are to live at all, they have to live like other living creatures." - The Return of The King
"For the Orcs had life and multiplied after the manner of the Children of Ilúvatar; and naught that had life of its own, nor the semblance of life, could ever Melkor make since his rebellion in the Ainulindalë before the Beginning: so say the wise." - The Silmarillion
E ao que parece, isso é mais próximo que Tolkien chegou de escrever a frase tão repetida. Existem dois problemas aqui: supostos fãs das obras do autor estão compartilhando algo que ele nunca realmente disse ou escreveu como uma citação direta; mesmo se formos considerar as citações diretas dos livros, elas foram originalmente utilizadas no contexto do mundo de fantasia que o autor criou. A ironia é que há anos existem vários motivos para considerar a Amazon "maligna": já são bem documentadas as condições precárias, até mesmo desumanas a que os funcionários dos armazéns da companhia são submetidos, simplesmente para bancar a saída de Jeff Bezos e seus amiguinhos do planeta que estão arruinando (e se você entende mesmo a mensagem de Tolkien, não vai se incomodar com o que eu escrevi, pois preservação ambiental é um tema bem proeminente em O Senhor dos Anéis). Mas Parece que para um pessoal, "maligno" significa simplesmente não adaptar fielmente a obra de fantasia que eles gostam, e apesar do suposto respeito ao material base, nem conseguem acertar a citação do autor.
Obs: se alguém quiser a a fonte relacionando as citações com a frase sendo repetida, tento enviar de outra forma, porque não estou conseguindo postar o link nesse comentário.
Arcane: League of Legends (1ª Temporada)
4.6 393Entre o histórico bem documentado de abuso por parte da Riot contra funcionários (mais especificamente, a questão do assédio contra funcionárias no ambiente de trabalho), LoL em si ser uma bagunça desbalanceada basicamente feita para vender skin e que só é considerado "competitivo" porque a Tencent tem muita grana pra jogar em propaganda, e a comunidade que é composta por boa parte de pessoas que em um mundo ideal seriam forçadas a passar por terapia e educação social no geral antes de terem acesso a qualquer meio de comunicação em massa, não deveria ser controverso dizer que é um jogo bem ruim. Não que houvesse muita esperança para começar, porque, por design, nenhum MOBA presta, então não, você não é superior por preferir Dota 2, Smite, ou sei lá o que mais, você apenas escolheu uma pilha diferente de excremento para defender em relação a outra.
Também não é controverso afirmar que toda adaptação de jogos para filme ou seriado até o momento foi muito inferior ao material original, e levando em conta tudo o que foi mencionado, eu já consideraria algo positivo se Arcane não tivesse feito com que meu monitor me agredisse fisicamente ao apertar o play, mas acabou sendo uma série muito boa, mesmo ignorando o contexto da adaptação, uma das melhores originais do Netflix, e o melhor, não é necessário ter jogado para entender a história. Arcane não tem uma história muito original, tratando de questões como divisão social e a forma como conflitos políticos interferem em relações pessoais de uma forma profunda, com personagens que se encaixam em tipos já vistos em várias outras mídias, mas isso não é um problema aqui, porque é tudo bem executado, com atenção a detalhes, ao desenvolvimento de personagens e uma construção de mundo que é coerente o suficiente para não distrair do núcleo da trama; até mesmo o aspecto político é bem integrado na trama, de forma a contribuir positivamente para ela, ao contrário do que acontece em uma certa trilogia de prequels. É fácil entender a motivação de cada personagen, elas permanecem consistentes durante toda a história (pelo menos até o momento), e o nível de diálogo expositório nunca é tanto a ponto de insultar a inteligência do espectador; a série não tem um personagem que eu não tenha achado bem escrito ou que não serve bem seu papel na trama, exceto talvez alguns momentos da história do Jayce, que toma algumas atitudes que são um tanto idiotas e tem uma transformação de um episódio para outro que não faz muito sentido; adoro também o fato que essa série tem sim romance, ou sugestão de romance, mas é uma evolução natural do relacionamento entre os personagens que não interfere na trama principal. Os personagens funcionam muito bem também por conta do excelente trabalho de dublagem, que reflete bem cada personalidade individual.
Todo mundo já falou da animação, porque é excelente, sendo como um meio termo entre 2D e 3D que junta as melhores características de ambos, com personagens distintos e expressivos, cenários únicos, e bom uso de cores que realçam uma das poucas características positivas do jogo original, que é a direção de arte, e mesmo assim, de forma mais efetiva. Minhas únicas reclamações em relação à série é que nos últimos dois ou três episódios, o ritmo cai um pouco, e trama começa a ficar repetitiva em alguns pontos, e a trilha sonora: talvez só uma questão de gosto pessoal, mas não gosto muito dessas músicas hiper produzidas e cheias de efeitos, nem acho que combine com essa estética mais "steampunk com um pouco de magia" da série, mas são problemas bem pequenos em comparação a todo o resto. Eu também quero ressaltar o quão bom é ver, especialmente no contexto cínico atual, uma adaptação de uma propriedade já estabelecida que claramente teve cuidado e atenção, e não foi apenas mais um caça níquel feito às pressas para bancar no sucesso ( e para ver um exemplo do que estou falando, é só ver a péssima adaptação live action de Cowboy Bebop, também no Netflix), porque se essa série fosse seguir uma rota mais baseada no que é considerado "popular" dentro do jogo, poderia ter dado errado de várias formas diferentes, especialmente se fossem mudar alguns aspectos baseados em censura do governo chinês. Acho que Arcane é uma dessas séries que pode ser recomendada seguramente para todos: até mesmo umas amigas que usam o Netflix basicamente para ver aqueles doramas toscos gostaram bastante. O ponto negativo é que agora eu vou ter que ficar de olho em adaptações até mesmo de jogos ruins, na eventualidade de que sejam muito boas: o que não falta é jogo "competitivo" online de qualidade duvidosa para adaptar, especialmente MOBA; fico pensando também o que poderiam fazer com algo que já é bom, como Team Fortress 2.
Aqua Teen - O Esquadrão Força Total (1° Temporada)
4.2 28O humor da série se resume a "lol so random", "não é engraçado que eles são comidas antropomórficas?", ou o Milk Shake sendo um babaca irritante completamente sem graça o episódio inteiro sem sofrer como deveria.
Cowboy Bebop (1ª Temporada)
3.2 111Acho engraçado que antes da série sair, já saíram uns comentários de má fé usando um espantalho para criticar previamente quem tinha baixas expectativas em relação à adaptação simplesmente por não terem gostado do elenco ou por terem mudado a roupa da Faye, ou alguma outra desculpa. Claro que ignoram que existem mais evidências contra a qualidade de adaptações de anime ou séries animadas no geral para live action (vide A Lenda de Aang, dentre muitos outros); outra que, percebem que estão acusando outros de fazerem um julgamento prévio de algo que não viram, quando vocês mesmo está fazendo um julgamento prévio da opinião alheia sobre uma série que também não viram? E é evidente que a nota da série no filmow despencou depois que deu o tempo da maioria ver a temporada, e as opiniões e notas mais positivas foram as primeiras. Eu sei, eu também não gosto de otaku fanboy, ou dos malas que só reclamam porque algo que não é exatamente do jeito que eles querem em uma adaptação, mas parece que tem gente que se apressa pra defender o que é só mais uma decisão corporativa que banca na nostalgia.
Eu não tenho nostalgia pelo anime, e só assisti um pouco antes de ser colocado no netflix, e achei muito bom, um dos poucos animes sem o nome "Ghibli" que são realmente bons, sem ressalvas. Lembra Firefly do Joss Whedon, exceto que é bom, e é bem progressivo para um anime lançado na década de 90 (leia-se para a época, porque alguns aspectos não envelheceram bem). O que realmente carrega a série é a complexidade dos personagens, e a forma como equilibra assuntos sérios com humor e irreverência.
Quanto à adaptação, a primeira pergunta que todos, especialmente os responsáveis, deveriam fazer, é a seguinte: o original poderia se beneficiar, de alguma forma, de uma adaptação live action, americanizada? Uma das respostas só é positiva para executivos que ganham dinheiro bancando em nostalgia, o que obviamente não conta; a única outra resposta possível argumentaria que muitos não estão dispostos a assistir anime, ou algo que não tenha sido produzido no ocidente, e a adaptação poderia introduzir o original a um público maior. Essa resposta também não é válida, porque fica a cargo dessas pessoas saírem da zona de conforto e não do mundo em ampliar essa zona, tornando mais fácil que elas tenham contato com a forma inferior de uma obra que passará uma ideia errada da qualidade do original (como a péssima refilmagem americana de Oldboy). Resumindo, a resposta é "não".
O original é um drama, mas também ação e aventura, com grande foco em exploração de personagens e suas minúcias, que se utiliza de humor adequado e irreverência ocasionais para equilibrar e complementar a história, usando um contexto que mistura elementos de sci fi, velho oeste, e filmes noir em um futuro distópico para tal exploração; a série do Netflix é uma "comédia" com piadas nível Marvel, onde o ritmo da trama é constantemente interrompido por piadas óbvias e forçadas, e que tenta encaixar os temas que deveriam ser centrais no tempo restante, de forma corrida e brusca; pensando bem, é até injusto dizer que essa série é "nível Marvel", porque os dois filmes dos Guardiões da Galáxia são uma melhor adaptação live action do anime do que essa série.
O original tratava de temas maduros, de forma madura (na maior parte do tempo...), mas a adaptação tem apenas pretensões de maturidade: personagens falam palavrão como um garoto de 13 anos que acabou de aprender o conceito, sangue e violência são elevados a um nível cômico, e tem praticamente o mesmo nível de nudez gratuita que várias outras séries originais da Netflix mais "adultas"; sim, eles deram umas roupas mais realistas para a Faye ao invés do fan service bizarro, mas entre a nudez forçada (incluindo um trecho em um bordel), e o que fizeram com a personagem da Julia, acho dificíl dizer que essa adaptação é mais progressiva que o original. Eu não sei porque as pessoas de sempre estão reclamando da série ter "lacração", porque supostamente deveriam adorar algumas das mudanças, mas acho que se fosse possível aplicar lógica a essa galera, eu nem estaria me fazendo essa pergunta; acho que se fossem consistentes com a própria "lógica", nem teriam gostado do original, para começar.
Os personagens principais, Julia, e Vicious, foram os que mais sofreram na adaptação: o original faz um bom trabalho em retratá-los como inteligentes e perspicazes, mas também como humanos, não acima de cometer erros, e vítimas das circunstâncias, mas eles não eram idiotas. A série da Netflix transforma os três em idiotas barulhentos que perdem muito tempo com piadinhas e discussões desnecessárias, que parecem ter sido escritos pelo Joss Whedon; Julia varia entre um estereótipo da década de 50 (a quantidade de abuso que a série mostra ela recebendo do Vicious nessa série é tanta que me faz questionar a real intenção dos roteiristas, e a necessidade) e um estereótipo psicopata; Vicious vira uma piada, o que talvez tenha sido a intenção para se diferenciar do anime, mas eles ainda insistem em dar grande foco ao personagem, e em o estabelecer como uma real ameaça ao Spike. Voltando ao trio, embora eles sejam idiotas boa parte do tempo (especialmente Jet, que passou do mais ponderado do grupo para um cabeça quente), em alguns momentos é como se apertassem um botão que mudasse isso para conveniência de roteiro, como transformar Spike em um John Wick espacial. Deram também uma filha e uma ex mulher divorciada para o Jet, só para sermos constantemente lembrados que essa série foi americanizada, e perder nosso tempo com tramas paralelas desnecessárias. Faye foi a que menos sofreu com as canetadas, mas o que mudou foi para pior, porque alguém confundiu ser "determinada e não levar desaforo para casa" com "falar muito palavrão e gritar bastante". Os personagens perdem a sutileza até mesmo na relação entre eles: eu gosto muito da forma como o original estabelece um respeito mútuo entre os três de forma orgânica, sem esfregar sua cara no óbvio, mas na versão americana eles obviamente têm a necessidade de te falar que eles são "amiguinhos", com falas, abraços, e até mesmo eles falando algo tão óbvio quanto "eu te respeito" em certos momentos.
O resultado disso tudo é uma adaptação que abandona as sutilezas e os momentos mais contemplativos do original, e o que muda contribui negativamente para a história, de forma que a trama é mais arrastada, com episódios de 40 minutos não conseguindo fazer o que o original fazia em 20. A adaptação não inclui cenas mais simples, mas relevantes para os temas, como um senhor senil jogando xadrez virtual em uma estação espacial abandonada, ou Spike ensinando uns movimentos para um "fã", e mesmo as que foram inclusas, como momentos mais tocantes da história da Faye, são diminuídos de alguma forma pela forma como os personagens foram escritos. A adaptação, no fim das contas, é uma versão mais caricata, menos sutil, e mais rasa do original, que ironicamente se aproxima mais do tipo de anime genérico que muitos associam com o termo e desencorajam boa parte do público em experimentar mesmo os melhores exemplos e exceções; a série ainda tem o agravante de ser uma obra japonesa adaptada por estadunidenses, o que a torna pior que a média dos animes genéricos. O único aspecto que a adaptação acerta é na estética, mas só dos cenários e alguns dos figurinos. Mesmo sendo uma animação, os personagens do original eram elaborados com tamanho detalhe que só a linguagem corporal deles já comunicava o cansaço do cotidiano no futuro distópico, enquanto eles tentavam manter a compostura, mesmo com o peso da situação; na adaptação, todo mundo parece muito limpo e "bonitinho" demais.
Alguns comentários falam que é injusto dizer que a série é ruim por conta de muitas expectativas prévias, seja por esperar algo mais fiel ao anime ou esperar algo mais diferente, mas o que acontece aqui é que a adaptação quer recontar a história do original: não é um spin off, nem uma paródia, nem continuação, e mesmo nesses casos, existe um certo nível de comprometimento necessário com alguns elementos para que ainda haja ligação com a obra original, e isso é ainda mais evidente no caso de uma adaptação direta. A série da Netflix nunca abraça totalmente o absurdo da proposta de recriar um estilo de animação 2D com atores reais, tampouco se compromete a apresentar uma versão da história mais condizente com o diferente formato de mídia; a história tenta seguir os mesmos pontos da trama original, ao mesmo tempo que introduz mudanças que contradizem os temas centrais. Como adaptação, não melhora nem expande o material base, e diverge em formas que afetam negativamente o fluxo da trama; visto fora do contexto do original, é um conjunto de ideias que foram executadas de forma mais efetiva, em outras obras, sem identidade própria, e que provavelmente se perderia em meio aos vários "originais Netflix" genéricos não fosse a associação a um clássico.
Era inevitável que Cowboy Bebop tomasse o rumo de tantos outros clássicos e passasse pelo moedor de carne de executivos e corporações que bancam no passado mas ignoram seu contexto, com o produto que sai do outro lado sendo uma pasta homogênea, sem gosto, mas facilmente digerível; nesse caso de uma série que originalmente trazia mensagens de anti corporativismo e da importância de entender e aceitar o próprio passado, dentre outras. Obviamente, não é o fim do mundo: fui meio hiperbólico, mas é só uma série, e a original ainda existe, em excelente qualidade. Acho que preciso deixar claro que essa é minha opinião, no fim das contas, e ninguém está certo ou errado em gostar ou não gostar da adaptação; mas nesse caso, é bom lembrar que vale para todos, e as consequências de ficar ativamente antagonizando todas as opiniões negativas a respeito da série são negativas para todos, porque passa a impressão que o público não se importa em receber conteúdo reciclado, por mais desnecessário que seja.
Rick and Morty (5ª Temporada)
4.2 101A quinta temporada é o ponto em que Rick and Morty realmente virou uma paródia de si mesma, algo que já vinha ocorrendo em certa medida desde a terceira temporada, mas agora ficou ainda mais forçado, com episódios ainda mais fracos. Eu considero a pior temporada até o momento, e o nível vem caindo desde a terceira, começando a ficar repetitivo, pesando nas referências, mas sem parecer entender o que faz os melhores episódios da série funcionarem; os últimos dois episódios são muito bons, e são a exceção, mas a consequência é que passa a impressão de que os 8 primeiro episódios foram feitos para cumprir a cota. Essa temporada ainda é melhor do que a maioria das séries que foram lançadas recentemente na TV, e a maioria dos 8 primeiro episódios são assistíveis, e não chegam a ser ruins, mas são apenas medianos.
Ep. 1: retrata a rivalidade do Rick com uma paródia do Namor, ou Aquaman, ou Poseidon; cheio de piadas sobre orgia que são bem sem graça me fazem pensar que Dan Harmon talvez esteja se sentindo solitário, e uma trama envolvendo Morty que é até interessante, mas entra naquela esquema de extrapolação de conceitos que a série já fez várias vezes, e fez melhor, e é mais um episódio que mostra que os criadores simplesmente não querem dar um tempo ao Morty, e ignorando desenvolvimento que o personagem teve, ainda mostrando ele como obcecado pela Jessica. É "ok", no geral, mas bem batido.
Ep. 2: Mais um episódio de extrapolação e ambiguidade, e esse é até interessante, mas é quase tão batido como o primeiro, só que um pouco mais engraçado e criativo. Vale pela família de fantoches no final.
Ep.3: Um segmento de episódio de Frango Robô que foi esticado e de alguma forma virou um episódio de Rick and Morty, pegando o conceito de subverter expectativas em relação a super heróis e desenhos da infância e exagerando de tal forma que não é subversivo, ou inteligente, e que parece ter sido escrito por um adolescente.
Ep. 4: Lembram quando o episódio dos dragões era o pior da série? Não mais, com esse aqui se "superando", ignorando desenvolvimento e o que foi estabelecido a respeito de vários personagens, Morty em particular, e um roteiro que parece ter saído de American Pie, com piadas bem forçadas, e tecnicamente, incesto.
Ep.5: Mais um episódio de "vamos rir da cara do Jerry", e mesmo dentre esses, provavelmente o mais fraco. Tenta trazer uma subversão no final, mas também acaba sendo fraca.
Ep. 6: Nem sei o que escrever a respeito desse: bem esquecível, não muito engraçado. Sempre achei os episódios envolvendo o "presidente" bem medíocres.
Ep. 7: Tenta ser uma paródia de Voltron (eu acho, nunca assisti) e filmes clássicos sobre máfia italiana, mas acaba sendo mais uma paródia sem graça da própria série, que ainda insiste em estabelecer continuidade com o quarto episódio.
Ep. 8: A amizade entre o Birdperson e o Rick é um dos melhores aspectos da série, então acaba sendo um dos melhores da temporada. Comete o erro de tentar parodiar e tirar sarro de um escritor e diretor cujos trabalhos esão bem acima do nível geral da série, fazendo com que muitas piadas pareçam forçadas e passando a impressão de que o Dan Harmon tem uma certa dor de cotovelo (posso estar errado), mas no geral é um bom episódio.
Ep. 9: Episódio interessante, que não só desenvolve o personagem do Morty de forma consistente com o que tem sido mostrado, mas também é o primeiro episódio desde o final da segunda temporada que desenvolve o Rick de forma real, e até madura, que é mais do que simplesmente niilismo adolescente ou só mais uma tentativa de racionalizar e justificar Rick agindo como um babaca abusivo; também é um episódio em que Morty fazendo besteira faz sentido no contexto estabelecido, mas que serve para mostrar dos efeitos negativos de conviver com o Rick.
Ep. 10: Continua os desenvolvimentos do episódio anterior, retomando uma história que eu estava começando a achar que Dan Harmon havia esquecido, dando um final satisfatório para a temporada, e me fazendo um pouco mais otimista a respeito da sexta temporada, embora o nível, no geral, só tenha caído desde a terceira.
The Stand
3.1 65Esperava que pelo menos fosse ser melhor que a adaptação de 94, porque tanto séries para TV e adaptações de trabalhos do King começaram a ser levadas mais a sério depois da década de 90, mas a primeira versão pelo menos entendia que o forte do livro eram os personagens, e contava com um elenco minimamente carismático que tentava representava bem os personagens do livro (bom, nem sempre...). Essa nova versão não apenas toma algumas liberdades que tiram profundidade dos personagens, como também conta com um elenco morno, que não transmite a ansiedade e a gravidade da situação na qual se encontram: Frannie supostamente está carregando uma criança em um cenário onde 70% da população mundial morreu, e constantemente atormentada por pesadelos do antagonista, mas nada na atuação reflete isso; substituíram a personalidade e carisma do Nick por mais sofrimento gratuito que adiciona nada ao personagem; Stu perdeu toda a profundidade e virou um bonzinho genérico boa pinta com a personalidade de isopor (basicamente todo personagem do James Marsden); Mãe Abagail passou de uma figura simbólica de união para uma pessoa chata, teimosa, que só sabe criticar as ações do grupo, sem nada a adicionar de construtivo; Larry teve o arco de redenção substituído por uma história manjada e inconsequente de "fama subindo à cabeça"; Glen desaparece se você deixa de olhar para ele por dois segundos; o Lloyd do Nat Wolf é irritante e mané, e me faz ficar ainda mais triste pela morte do Miguel Ferrer anos atrás. Os únicos personagens que talvez estejam melhores são Tom Cullen e Randal Flagg, mas cortaram uma boa parte do arco do primeiro que definia bem a amizade dele com o Nick.
E qual é a dessa estrutura não linear, só para fazer algo diferente? A história fica desnecessariamente confusa dessa forma; não sei se eu teria entendido a progressão dos eventos se eu não tivesse lido o livro, e uma adaptação precisa funcionar de forma independente. Além de cortar alguns trechos importantes para desenvolvimento, essa adaptação adiciona algumas coisas que fazem nada para melhorar a história, principalmente o último episódio: King já admitiu que o final original não é muito bom, mas ele não foi substituído aqui, como havia sido implicado quando ele disse que havia escrito um novo; é apenas mais um final além do original, que é ainda pior. Decepcionante.
Rick and Morty (1ª Temporada)
4.5 414 Assista AgoraRick and Morty era um dos meus desenhos preferidos, antes da queda de qualidade constante a partir da terceira temporada, e de uma porção da fanbase que surgiu durante o pico de popularidade que me faz ter um pouco de vergonha de admitir que eu gosto do primeiros episódios. Decidi analisar a série, episódio por episódio, para ter uma retrospectiva do que eu gosto e não gosto a respeito, e colocar aqui.
Pilot: não tão bom quanto o resto da temporada, mas bem sólido, no geral. Uma ótima introdução para o universo da série, que estabelece bem os temas e personagens.
Lawnmower Dog: divertido, engraçado, não é espetacular, mas é bom o suficiente.
Anatomy Park: a temporada começa a ficar realmente boa aqui, com um episódio que é absurdo, inteligente e criativo. Gosto do conceito, mas força um pouco a barra no final.
M. Night Shaym-Aliens: é legal no geral, mas força um pouco no conceito do Rick ser invencível, que é um dos poucos aspectos de temporadas posteriores que são melhor executados.
Meeseeks and Destroy: um dos meus preferidos da série: o terror existencial dos Meeseeks é um dos aspectos mais memoráveis e bem executados da série.
Rick Potion #9: tirando toda essa questão nojenta de afrodisíaco sendo mostrado como comédia (quando é nada engraçado na realidade, muito pelo contrário), é um episódio bom e criativo que extrapola conceitos.
Raising Garzorpazorp: um dos piores dentre os primeiros, com uma mensagem rasa e estúpida que consegue ser igualmente sexista para homens e mulheres, e com os pais do Morty agindo de forma forçada e inconsistente com a personalidade estabelecida para ter um episódio.
Rixty Minutes: também um dos meus preferidos: geralmente gosto dessas desses episódios de "coletâneas", e Justin Roiland e Dan Harmon fazem umas piadas bem engraçadas sobre a natureza mais improvisada do cabo interdimensional (Dan Harmon não aguentando e rindo em "Two Brothers" é demais).
Something Ricked this Way Comes: paródia da história Needful Things, do Stephen King, episódio engraçado e bem executado, e eu não posso não gostar de algo que seja basicamente um dedo do meio para os conceitos de dogma e religião e termine com um nazista apanhando; episódio bem satisfatório.
Close Rick-counters of the Rick Kind: muito bom, com a questão das múltiplas dimensões bem executada e de forma bem humorada.
Ricksy Business: caiu no meu conceito ao longo dos anos: ainda é bom, mas ainda não justificaram bem toda essa história de que devemos nos sentir mal pelo Rick ocasionalmente, porque a babaquice dele ainda é maior que suas boas ações e seu "sofrimento".
Carnival Row (1ª Temporada)
3.8 138 Assista AgoraEu me senti tapeado pela série, pois os visuais e a premissa davam a impressão de ser um terror de época com elementos lovecraftianos, e até tem isso, mas bem pouco. A maior parte da história da série é tomada por um romance bem clichezão estilo colonial entre dois personagens que têm tanta química quanto um rojão, dentro de um lago, em um dia de chuva, no meio da floresta Amazônica, interpretados por dois atores com beleza inversamente proporcional ao talento para atuação. Yahtzee Croshaw descreveu Orlando Bloom como tendo a expressão de uma TV fora de sintonia, e acho que é uma descrição bem precisa; Cara Delevingne tem basicamente uma única expressão, que pode ser vista na foto do perfil dela aqui do filmow mesmo.
A trama enrola, dá algumas voltas, vai a lugar nenhum, enrola de novo, parece que vai pra algum lugar nos dois últimos episódios, só pra cair de cara no que é o confronto final. Lembra muito Game of Thrones no sentido que é uma versão sombria de uma típica história de fantasia, mas os envolvidos na produção parecem achar que o que fez com que as primeiras temporadas de GoT fossem tão elogiadas foram o sexo, nudez, e violência em si (deram um jeito de enfiar até incesto na trama), e não o bom roteiro, ou as boas atuações, ou a boa direção. A série conta com um número de cenas de sexo desnecessariamente longas entre personagens sem química que parecem que foram colocadas lá só para a alegria do pessoal do Deviantart, e similares: posso não dar a mínima para os personagens que estão lá mandando ver, mas olha só, as fadas flutuam no meio do sexo, e suas asas brilham quando elas têm um orgasmo, não é mágico? E ainda no assunto, vocês acham que o "membro" do fauno é mais proporcional a qual de suas metades?
A série tenta apresentar uma crítica ao racismo, mas tudo o que fizeram foi pegar neocolonialismo na vida real e substituir as nações afetadas por fadas, faunos e centauros, e mantendo o resto essencialmente a mesma coisa; o fato das fadas voarem tem quase nenhuma relevância para o conflito mostrado, e o fato dos faunos terem sentidos mais aguçados ou dos centauros terem o que é efetivamente inteligência humana com a força de um cavalo têm zero efeito na questão do conflito; mas isso resume bem as prioridades da série, o fato de que as fadas terem asa e voarem é mais relevante para as cenas de sexo do que para a questão histórica do conflito apresentado. Eu gosto quando mídia fictícia traça paralelos com a realidade para apresentar uma crítica, só gostaria que não tivessem escolhido o cara que matou aula de história e estudou tudo por resumo e nota de rodapé pra cuidar desse aspecto.
A temporada conclui de forma anticlimática que só ocorre porque vários personagens tomam várias decisões estúpidas, e o aspecto do mistério mostra a cara para lembrar que está assistindo do que a história da série supostamente é a respeito. A série ganha pontos pelos cenários e figurino, mas isso não salva do roteiro.
O Mundo Sombrio de Sabrina (Parte 1)
4.0 645Não foi a pior série original do Netflix que eu já vi (esse prêmio vai para Slasher) mas foi a mais difícil de terminar a primeira temporada, que fosse. A primeira temporada de O Mundo Sombrio tem o que eu vou chamar de "Efeito Pacote de Salgadinhos", quando a maior parte do conteúdo é só ar (no caso da série, 80% dos episódios são filler") e o conteúdo que tem no pacote é muito raso, pouco substancial, e pode te dar dor de barriga.
A série conta a história de uma adolescente egoísta, pouco inteligente e com uma falta de bom senso que parece até patológica que, apesar de avisos de pessoas mais sensatas, insiste em cometer burradas que colocam ela, amigos e família em risco, e sempre chora quando as coisas inevitavelmente dão errado, que nem uma criança de seis anos que entra em pânico depois de enfiar um giz de cera no nariz, mesmo depois dos pais falarem para ela não fazer isso.
Como é de praxe nesses tipos de história de fantasia adolescente, Sabrina é especial, no caso porque ela é meio bruxa e meio humana, significando que ela pode existir, em dois mundos diferentes, ou algo do tipo; bom, ela de fato age como alguém "especial" na temporada, mas acho que não da forma que era a real intenção do roteiro...
Através de uma combinação de escrita ruim, diálogos sofríveis, e péssimas atuações, eu não acho que tenha realmente gostado de um único personagem, que só existem em dois tipos: desnecessariamente exagerados e cheios de trejeitos irritantes, e tão travados que parecem que estão constantemente sob efeito de algum medicamento forte: Kernan Shipka é provavelmente a pior dentre as atuações, e vê-la tentando expressar qualquer emoção que não fosse total apatia/indiferença era hilário, principalmente quando ela tentava forçar um choro; sempre que eu via as amigas ou o namorado da Sabrina, eu imediatamente ficava com muito sono, provavelmente sob os efeitos do que quer que eles estavam usando; Lucy Davis, a Hilda, fazia sempre a mesma cara, um sorriso que era como se estivesse tentando estender os limites da boca, igual ao coringa, e ao mesmo tempo também tentando projetar as bochechas de forma a virar um esquilo humano, ou sei lá; o diretor da escola de bruxaria parecia uma dessas pessoas que recepcionam pessoas na entrada de casas mal-assombradas de parque de diversão; Ambrose foi ok, e o resto eu até esqueci.
Vale ressaltar também que uma das personagens que supostamente é "do bem" essencialmente droga outro personagem com uma poção do amor, e a série não trata isso como ato condenável que é; isso é ainda pior em Harry Potter e o Enigma do Príncipe, onde é mostrado como algo engraçado; o que eu quero dizer é, seria bom se parassem de mostrar o uso de poção do amor em ficção como "romântico", ou "engraçado", ou de qualquer forma remotamente positiva. O equivalente na vida real da "poção do amor" não é apenas moralmente condenável, mas ilegal. Isso é algo importante de se ressaltar, porque a série tenta trazer uma mensagem progressiva, voltada principalmente às mulheres, e acho que não preciso dizer quão hipócrita e contraditória é essa palhaçada da poção nesse contexto.
Talvez a série se redima na temporadas seguintes, com uma história explicando que Sabrina caiu em galão de solvente, ou algo do tipo, o que apagou vários neurônios e boa parte dos traços de sua personalidade e capacidade de demonstrar emoções, mas eu não vou perder meu tempo checando. Ganha uns pontos pelo visual e ocasional uso da trilha sonora, e só.