Esse filme tem uma interpretação psicanalítica bem interessante. Ele mostra o tempo todo a luta para curar a ferida traumática pela morte da filha. O Trauma da Dr. Ryan provocou uma descontinuidade de ser e de existir, pois a mente não processou esse estímulo externo, jogando-a no "caos", no "desamparo", o que é simbolizado pelo eterno cair. Uma analogia são os "buracos negros" na sua mente traumatizada. Ela desenvolve como proteção um jeito mecânico de levar a vida, como se tivesse em um constante estado de desistência, uma "capsula autista" (analogia à sua roupa). Precisa de algo que a ligue à vida e não encontra recurso em seu mundo interno. Quando conhece Matt, ele passa a ser um objeto bom internalizado, que abranda suas ligações com o mundo. Outros tripulantes fizeram uso da religião como forma de lidar com esse desamparo que é o vazio - se prestar atenção, em todas as naves tem um símbolo religioso. Uma cena que gostei muito foi do corpo dela cansado assumindo uma posição fetal, imersa em sua solidão (posição primitiva de proteção, lembrando um bebê que ainda não nasceu) e a outra cena que ilustra a dificuldade de se “desprender”, do cordão que a prende (umbilical) e se desprender de sua perda, de seu luto., sendo que, a única forma de "nascer" é se jogar na vestidão do espaço
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Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraEsse filme tem uma interpretação psicanalítica bem interessante. Ele mostra o tempo todo a luta para curar a ferida traumática pela morte da filha.
O Trauma da Dr. Ryan provocou uma descontinuidade de ser e de existir, pois a mente não processou esse estímulo externo, jogando-a no "caos", no "desamparo", o que é simbolizado pelo eterno cair. Uma analogia são os "buracos negros" na sua mente traumatizada.
Ela desenvolve como proteção um jeito mecânico de levar a vida, como se tivesse em um constante estado de desistência, uma "capsula autista" (analogia à sua roupa). Precisa de algo que a ligue à vida e não encontra recurso em seu mundo interno. Quando conhece Matt, ele passa a ser um objeto bom internalizado, que abranda suas ligações com o mundo. Outros tripulantes fizeram uso da religião como forma de lidar com esse desamparo que é o vazio - se prestar atenção, em todas as naves tem um símbolo religioso.
Uma cena que gostei muito foi do corpo dela cansado assumindo uma posição fetal, imersa em sua solidão (posição primitiva de proteção, lembrando um bebê que ainda não nasceu) e a outra cena que ilustra a dificuldade de se “desprender”, do cordão que a prende (umbilical) e se desprender de sua perda, de seu luto., sendo que, a única forma de "nascer" é se jogar na vestidão do espaço