A loucura humana não tem limites. Achei bom demais, lembra a sátira do Triângulo da Tristeza só que diferente hhahaha.
Mas o final deixa a desejar ao meu ver. Porque o filme tem um processo de desenvolvimento tão detalhado que o final me causou uma sensação de corte sem graça.
Pra mim a realidade é isso bem ai, um emaranhado de contradições. A vida privada em conflito com a vida pública, o coletivo versus o individual. A falta de sentido, a reflexão filosófica e artística, os limites éticos da convivência humana, a amoralidade da arte e a imoralidade humana....
Também gostei muito da forma como o filme apresenta as crianças e as pessoas em condição de rua. Assim como o contraste higienista e elitista da classe burguesa intelectual artística em confronto com a realidade social para além da própria bolha, que é constantemente furada através dessas figuras que mencionei. E que acabam fazendo parte da construção de uma atmosfera por vezes ordinária e um tanto extraordinária que vai regendo o filme.
Enfim, esse filme fala de tanta coisa que é até difícil falar sobre, ainda estou digerindo. Muitas relações presentes, de fato uma arte da discórdia. Diversos conflitos. Muito bom
Sexmission foi considerado no ano de 2005 o melhor filme dos últimos 30 anos do cinema polonês. Bom, não tenho parâmetro de comparação para concordar ou discordar. Mas o filme é massa pow. As discussões bem humoradas entorno da disputa de gênero, constrange tanto o feminino quanto o masculino e ouso dizer que existe no fundo um desejo de democratizar a estupidez desse humano demasiado humano, apesar de, ao fim do filme, os machos patéticos saírem "ganhando" por conseguirem subverter a ditadura feminina. Não chamarei de feminismo pq não é. Não há nada de feminista no roteiro, muito menos na argumentação das personagens. Existe apenas a picuinha clichê e tão antiga quanto a civilização da "guerra entre os sexos" que é na verdade, parte da estrutura patriarcal que rege nossa civilização. Em relação às mulheres, ao mesmo tempo que são inteligentíssimas e patronas de um desenvolvimento tecnológico conquistado no regime matriarcal, elas conseguem ser também estupidamente patéticas quando se refere a paixão alienante direcionada ao masculino. Os machos que ali são representados, ao mesmo tempo que são abobalhados, distraídos e frágeis, são de algum modo cativantes e espertos. Contradições evidenciadas penso, para denunciar mais uma vez aspectos universais do humano, assim como uma necessidade natural ou biológica de complementaridade que subsiste a cultura e que reverbera entre esses dois gêneros.(Até quando esse argumento naturalista?) Daí que também não dá pra em pleno 2020 fazer análise anacrônica. Por isso mesmo que o filme é massa.
Tem umas cenas de humor barato non-sense, mas é pouco. A estética da década de 80 também é digna de nota e ainda hoje reverbera no gosto coletivo considerado pop ou urbano, algumas cenas, enquadramentos, recortes, são quase um clipe que salta a narrativa ficcional. A cenografia é surrealmente inventiva e faz jus ao critério distópico futurista que almeja traçar. Cenários que se desdobram em outros cenários, percursos que se ampliam num labirinto infinito... Quantos filmes hollywoodianos não beberam de Sexmission para se fazer nascer?! A premissa da hibernação é popularmente conhecida através do Vanila Sky, quase vinte anos depois. Pensar 2044 na década de 80 como um futuro distante em que as feministas tomam o poder é no mínimo generoso. Apesar de na ficção ter sido, do início ao fim um verdadeiro fracasso, pois todo regime ditatorial é um fracasso por si só. É interessante pensar tbm que esse fracasso pode ter se dado pelo fato (spoiler) da grande líder ser na verdade um macho. E homi só faz homisse né? hahahahaHahaha ao msm tempo que é interessante pensar tbm na denúncia que o diretor faz de que, toda a queixa feminina ( e não feminista) é na verdade fruto de um grande e doloroso ressentimento para com o abandono e a rejeição desse macho, tanto é que elas são facilmente seduzidas através de um beijo (tãaaao patético quanto o conto da branca de neve...)Também tem o fato de que, independente do ressentimento feminino, apesar da ajuda que a doida lá fornece aos heróis do filme, os mesmos seguem ilesos e alheios a suas próprias limitações, não há durante todo o filme nenhuma reflexão por parte de ninguém sobre nada. (Não há salvação?) Sexmission é um retrato ainda hoje fidedigno das incongruências patéticas entre feminino e masculino no senso comum. É reflexo social da divisão, bipolaridade, polarização, da diferenciação naturalizante. Enfim, desses polos que se negam a dissolução e que portanto, se negam ao aprendizado dialético.
Genty achei chiquerérrimo. Eu amo o Gael e onde ele vai eu vou atrás. Mas a atriz que deu vida a Ema foi uma grande surpresa e presente na minha vida. Adoro ler ideologias através de personagens que traduzem quase que um arquétipo caricato do conceito. Fiquei hipnotizada que nem todos os outros personagens do filme pela protagonista Ema, que sempre me deixava suspensa em relação a qualquer suposição que eu ousasse fazer sobre ela....
Adorei as cores, a tensão, o movimento e como a própria atriz comenta após os créditos do filme, mesmo sendo um clichê absurdo: a potência do fogo encantador mas que é também extremamente violento e sanguinário.
Essa incendiária inconsequente (no cinema somos autorizados a amar anti-heroínas) encheu de excitação o tédio da minha quarentenaaaaa.
Melhor coisa que me aconteceu nesse dia de inexistência aprisionada. Top nas galáxias.
Para além de todas as loucuras: que comunidade problemática socorro! Adorei!
Eita caria!!! Indicação de vários amigos, só apertei play e me joguei! Xô vomitar aqui o que pensei, senti, sem muita reflexão, pq assim que é bom!
Claro que o filme pode ou deve ser entendido como uma metáfora para o sistema capitalista que conhecemos e o seu critério de consumo desigual que pouco se importa com os menos favorecidos. Para além disso, penso uma análise que olhe para o tipo de subjetividade que esse sistema constrói no humano. Uma vez que fica complicado ali dizer o que que é parte da condição humana e o que se torna invariavelmente um reflexo da sociedade que produz o tipo de pessoa que a gente se torna. O poço nos apresenta diversos tipos de gente, desde o herói branco Messiânico ou Comunista, ou simplesmente consciente de que as coisas não precisam ser tão inescrupulosas assim, até talvez a verdadeira Messias que seria a personagem que carrega o cachorro e que começa efetivamente um método de redistribuição que contemple a todos ou que almeja contemplar a todos, mas que deixa como herança o cumprimento ou não dessa reordenação na mão daquele que sobrevive ou que é mais forte (o protagonista). Não vou me delongar analisando individualmente cada personagem, mas cada um ali exerce um papel crucial no desenvolvimento do herói, que dá cabo da missão com ajuda dos aliados encontrados pelo caminho até o derradeiro encontro com a criança, a mensagem, o cordeiro inesperado. Ao invés de um sacrifício, temos um fim reticente que prima por uma pseudo retaliação ou salvação de um povo que nunca se salvará: o humano demasiadamente humano.
O filme é legal pelo incomodo que traz, que nos toca por mexer com tudo que é humano, tudo que é erótico, da fome ao canibalismo, do desejo de satisfazer as necessidades mais primárias, até o vazio da inexistência, para além da carnificina sensacionalista que todos aqueles corpos ensanguentados nos causam, pela duração que sintética consegue ser pontual na mensagem, por lambuzar nossa cara não só com a comida desperdiçada, mas com o constrangimento de nos vermos ali, de fora, cotidianamente desperdiçando e consumindo desenfreadamente e sem reflexão, justificando os atos através do contexto e por mostrar o que já sabemos: Não precisamos disso tudo. Se cada um ali comesse ou trocasse o prato favorito que pediu, teria comida pra todo mundo. Para além da comida consumida, havia também desperdício, o que é ainda pior.
A criança não é a salvação, ela é na verdade a promessa de salvação que não cansamos de alimentar. Não desistimos do apego que temos pela ideia de que a humanidade se salvará através de uma criança. A inocência como nossa última esperança, com esse fardo ela é enviada ao encontro daqueles, que liderados por um burgues narciso e fetichista, prepara com excelência o que virará restos vãos de restos mortais.... Fetiche atrás de fetiche.
O velhinho do início do filme, o Baharati (não sei se era esse o nome) e a mãe do cachorro são os personagens que melhor se desenvolvem. São os coadjuvantes que dão material para que o Messias envie sua mensagem, que como bem aberto deixa o filme, não garantimos a chegada.
Assisti esse filme num dia, no outro terminei meu relacionamento. Pra sempre em meu coração <3 Perfeito <3
O tipo de gente que esse filme consegue retratar.... é de cair o c# da bunda. Viva o cinema e sua capacidade de fazer ver, fazer entender e fazer sentir.
O Ano em que Comecei a Vibrar por Mim
2.6 19 Assista AgoraA beyonceta em primeiro lugar!!!!
Doente de Mim Mesma
3.9 95 Assista AgoraA loucura humana não tem limites. Achei bom demais, lembra a sátira do Triângulo da Tristeza só que diferente hhahaha.
Mas o final deixa a desejar ao meu ver. Porque o filme tem um processo de desenvolvimento tão detalhado que o final me causou uma sensação de corte sem graça.
Mas assim, loucura total
Aquí entre nos
3.5 12Ai tão bom ver filmes que valem a pena cada segundo. a dupla formada pelo "Gorducho" e a filha caçula tem meu coração para sempre <3
A Queda
3.2 743 Assista AgoraMEU PAI ETERNO..... kkkkkkkk
ESSE FILME É RUIM EM TANTOS ASPECTOS QUE FICA ATÉ CANSATIVO CRITICAR
O MELHOR ATOR É O URUBU
ADEUS
Mães Paralelas
3.7 411nunca errou
The Square - A Arte da Discórdia
3.6 318 Assista AgoraAchei fantástico kkkk
Pra mim a realidade é isso bem ai, um emaranhado de contradições. A vida privada em conflito com a vida pública, o coletivo versus o individual. A falta de sentido, a reflexão filosófica e artística, os limites éticos da convivência humana, a amoralidade da arte e a imoralidade humana....
Também gostei muito da forma como o filme apresenta as crianças e as pessoas em condição de rua.
Assim como o contraste higienista e elitista da classe burguesa intelectual artística em confronto com a realidade social para além da própria bolha, que é constantemente furada através dessas figuras que mencionei. E que acabam fazendo parte da construção de uma atmosfera por vezes ordinária e um tanto extraordinária que vai regendo o filme.
Enfim, esse filme fala de tanta coisa que é até difícil falar sobre, ainda estou digerindo. Muitas relações presentes, de fato uma arte da discórdia. Diversos conflitos. Muito bom
Fuga
3.6 11 Assista AgoraC@r@lho Larraín..... que filme surreal de maravilhoso.
Alfredo Arturo irretocável no melhor personagem que já vi dele até o momento. Tá de parabéns. Me lembrou muito Matheus Nachtergaele em Amarelo Manga
O Clube
3.9 147O cinismo da igreja católica é como o sorriso da irmã Mônica, tá repreendido.
Incidencias
3.0 2Até hoje querendo ver esse filme kkkkkkkkkk
O Homem ao Lado
3.6 125 Assista AgoraAi como é bom cair de para quedas num filme maravilhoso. Irretocável
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraPalavras não dão conta desse filme
Sexmissão
3.3 9Sexmission foi considerado no ano de 2005 o melhor filme dos últimos 30 anos do cinema polonês. Bom, não tenho parâmetro de comparação para concordar ou discordar. Mas o filme é massa pow. As discussões bem humoradas entorno da disputa de gênero, constrange tanto o feminino quanto o masculino e ouso dizer que existe no fundo um desejo de democratizar a estupidez desse humano demasiado humano, apesar de, ao fim do filme, os machos patéticos saírem "ganhando" por conseguirem subverter a ditadura feminina. Não chamarei de feminismo pq não é. Não há nada de feminista no roteiro, muito menos na argumentação das personagens. Existe apenas a picuinha clichê e tão antiga quanto a civilização da "guerra entre os sexos" que é na verdade, parte da estrutura patriarcal que rege nossa civilização.
Em relação às mulheres, ao mesmo tempo que são inteligentíssimas e patronas de um desenvolvimento tecnológico conquistado no regime matriarcal, elas conseguem ser também estupidamente patéticas quando se refere a paixão alienante direcionada ao masculino. Os machos que ali são representados, ao mesmo tempo que são abobalhados, distraídos e frágeis, são de algum modo cativantes e espertos. Contradições evidenciadas penso, para denunciar mais uma vez aspectos universais do humano, assim como uma necessidade natural ou biológica de complementaridade que subsiste a cultura e que reverbera entre esses dois gêneros.(Até quando esse argumento naturalista?) Daí que também não dá pra em pleno 2020 fazer análise anacrônica. Por isso mesmo que o filme é massa.
Tem umas cenas de humor barato non-sense, mas é pouco.
A estética da década de 80 também é digna de nota e ainda hoje reverbera no gosto coletivo considerado pop ou urbano, algumas cenas, enquadramentos, recortes, são quase um clipe que salta a narrativa ficcional. A cenografia é surrealmente inventiva e faz jus ao critério distópico futurista que almeja traçar. Cenários que se desdobram em outros cenários, percursos que se ampliam num labirinto infinito... Quantos filmes hollywoodianos não beberam de Sexmission para se fazer nascer?! A premissa da hibernação é popularmente conhecida através do Vanila Sky, quase vinte anos depois. Pensar 2044 na década de 80 como um futuro distante em que as feministas tomam o poder é no mínimo generoso. Apesar de na ficção ter sido, do início ao fim um verdadeiro fracasso, pois todo regime ditatorial é um fracasso por si só.
É interessante pensar tbm que esse fracasso pode ter se dado pelo fato (spoiler) da grande líder ser na verdade um macho. E homi só faz homisse né? hahahahaHahaha ao msm tempo que é interessante pensar tbm na denúncia que o diretor faz de que, toda a queixa feminina ( e não feminista) é na verdade fruto de um grande e doloroso ressentimento para com o abandono e a rejeição desse macho, tanto é que elas são facilmente seduzidas através de um beijo (tãaaao patético quanto o conto da branca de neve...)Também tem o fato de que, independente do ressentimento feminino, apesar da ajuda que a doida lá fornece aos heróis do filme, os mesmos seguem ilesos e alheios a suas próprias limitações, não há durante todo o filme nenhuma reflexão por parte de ninguém sobre nada. (Não há salvação?) Sexmission é um retrato ainda hoje fidedigno das incongruências patéticas entre feminino e masculino no senso comum. É reflexo social da divisão, bipolaridade, polarização, da diferenciação naturalizante. Enfim, desses polos que se negam a dissolução e que portanto, se negam ao aprendizado dialético.
É um filme sobre burrice kkkkkkkkkkkkkkk <3
Feliz Aniversário
3.3 12 Assista AgoraQue maravilha de desastre! <3
Família é esse cabaré de cego inconfundível, incorrigível, impossível de ser salvo.
Emmanuelle Bercot maravilhosa sempre em qualquer papel. Nesse então arrasou no equilíbrio instável.
Na mesma lógica de encontros familiares desastrosos e tão excelentes quanto esse:
FESTEN
É APENAS O FIM DO MUNDO
ALBÚM DE FAMÍLIA
COMO NOSSOS PAIS
MY HAPPY FAMILY
Gritos e Sussurros
4.3 472ai gente.... kkkkkk
difícil ser essas mulheres, difícil ver esse filme. Tudo difícil.
Contos Proibidos do Marquês de Sade
3.9 424Romântico mas o roteiro é legal. Um desses clássicos que a gente tem que assistir pra dizer que já viu.
A Lavanderia
3.3 246GENIAL
Ema
3.5 80 Assista AgoraGenty achei chiquerérrimo. Eu amo o Gael e onde ele vai eu vou atrás.
Mas a atriz que deu vida a Ema foi uma grande surpresa e presente na minha vida.
Adoro ler ideologias através de personagens que traduzem quase que um arquétipo caricato do conceito.
Fiquei hipnotizada que nem todos os outros personagens do filme pela protagonista Ema, que sempre me deixava suspensa em relação a qualquer suposição que eu ousasse fazer sobre ela....
Adorei as cores, a tensão, o movimento e como a própria atriz comenta após os créditos do filme, mesmo sendo um clichê absurdo: a potência do fogo encantador mas que é também extremamente violento e sanguinário.
Essa incendiária inconsequente (no cinema somos autorizados a amar anti-heroínas) encheu de excitação o tédio da minha quarentenaaaaa.
Melhor coisa que me aconteceu nesse dia de inexistência aprisionada. Top nas galáxias.
Para além de todas as loucuras: que comunidade problemática socorro! Adorei!
Na Própria Pele - O Caso Stefani Cucchi
3.6 54 Assista AgoraDoloroso demais assistir esse filme. Tão difícil e intenso quanto Oslo - 31 de agosto.
Angústia pura
Viver Duas Vezes
3.9 192 Assista AgoraOnde encontro uma netinha dessas pra chamar de minha filha? <3
Um Senhor Estagiário
3.9 1,2K Assista AgoraE no fim das contas, capitalismo e a família tradicional cristã são felizes para sempre ka ka kas
Um Banho de Vida
3.9 114Ai que imersão maravilhosa.
Me lembrou muito o filme FESTA DE DESPEDIDA, mesma vibe, clima...
Trilha sonora maravilhosa, diálogos sarcásticos, humor inteligente <3 Adorei
Atuações perfeitas <3 Presente de quarentena
O Cidadão Ilustre
4.0 198 Assista AgoraGeniaaaal
Tragicômico.
Um roteiro é um roteiro.
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraEita caria!!!
Indicação de vários amigos, só apertei play e me joguei!
Xô vomitar aqui o que pensei, senti, sem muita reflexão, pq assim que é bom!
Claro que o filme pode ou deve ser entendido como uma metáfora para o sistema capitalista que conhecemos e o seu critério de consumo desigual que pouco se importa com os menos favorecidos.
Para além disso, penso uma análise que olhe para o tipo de subjetividade que esse sistema constrói no humano. Uma vez que fica complicado ali dizer o que que é parte da condição humana e o que se torna invariavelmente um reflexo da sociedade que produz o tipo de pessoa que a gente se torna.
O poço nos apresenta diversos tipos de gente, desde o herói branco Messiânico ou Comunista, ou simplesmente consciente de que as coisas não precisam ser tão inescrupulosas assim, até talvez a verdadeira Messias que seria a personagem que carrega o cachorro e que começa efetivamente um método de redistribuição que contemple a todos ou que almeja contemplar a todos, mas que deixa como herança o cumprimento ou não dessa reordenação na mão daquele que sobrevive ou que é mais forte (o protagonista). Não vou me delongar analisando individualmente cada personagem, mas cada um ali exerce um papel crucial no desenvolvimento do herói, que dá cabo da missão com ajuda dos aliados encontrados pelo caminho até o derradeiro encontro com a criança, a mensagem, o cordeiro inesperado. Ao invés de um sacrifício, temos um fim reticente que prima por uma pseudo retaliação ou salvação de um povo que nunca se salvará: o humano demasiadamente humano.
O filme é legal pelo incomodo que traz, que nos toca por mexer com tudo que é humano, tudo que é erótico, da fome ao canibalismo, do desejo de satisfazer as necessidades mais primárias, até o vazio da inexistência, para além da carnificina sensacionalista que todos aqueles corpos ensanguentados nos causam, pela duração que sintética consegue ser pontual na mensagem, por lambuzar nossa cara não só com a comida desperdiçada, mas com o constrangimento de nos vermos ali, de fora, cotidianamente desperdiçando e consumindo desenfreadamente e sem reflexão, justificando os atos através do contexto e por mostrar o que já sabemos: Não precisamos disso tudo.
Se cada um ali comesse ou trocasse o prato favorito que pediu, teria comida pra todo mundo. Para além da comida consumida, havia também desperdício, o que é ainda pior.
A criança não é a salvação, ela é na verdade a promessa de salvação que não cansamos de alimentar. Não desistimos do apego que temos pela ideia de que a humanidade se salvará através de uma criança. A inocência como nossa última esperança, com esse fardo ela é enviada ao encontro daqueles, que liderados por um burgues narciso e fetichista, prepara com excelência o que virará restos vãos de restos mortais.... Fetiche atrás de fetiche.
O velhinho do início do filme, o Baharati (não sei se era esse o nome) e a mãe do cachorro são os personagens que melhor se desenvolvem. São os coadjuvantes que dão material para que o Messias envie sua mensagem, que como bem aberto deixa o filme, não garantimos a chegada.
Vale a pena.
Magnólia
4.1 1,3K Assista AgoraAssisti esse filme num dia, no outro terminei meu relacionamento. Pra sempre em meu coração <3 Perfeito <3
O tipo de gente que esse filme consegue retratar.... é de cair o c# da bunda. Viva o cinema e sua capacidade de fazer ver, fazer entender e fazer sentir.