Últimas opiniões enviadas
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Adaptar um livro tão complexo quanto esse é sempre um desafio. Como adaptação, dou nota 10: muito fiel ao livro, conseguiram otimizar bem o roteiro e tecnicamente me parece impecável. Dado o livro, uma produção menos competente poderia ter falhado miseravelmente com um filme lento. Já como filme independente do livro, acho que conseguiu construir bem o personagem, a imagem ficou linda e, apesar de um pouco lento, conseguiu ser bem imersivo, com mta atenção aos detalhes.
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Entendo que este filme é uma sátira sobre a elite intelectual artística:
A sátira se dá através das aventuras e, principalmente, desventuras de um curador de um museu de arte contemporânea em todos os seus privilégios.
As situações do filme pintam Christian como um homem autocentrado e superficial. Enquanto ele tenta trazer sucesso à sua mais nova e admirada exposição, que possui uma pegada de crítica social, ele mesmo não tem qualquer cuidado sobre os tantos mendigos que aparecem em seu caminho ao longo do filme (e mulheres, no caso da Elisabeth Moss). O único momento que ele age com alguma consciência de classe é depois que o menino implica demais e ele grava um vídeo de desculpas... onde logo as "desculpas" se perdem e ele apresenta todo um discurso sobre como a sociedade é assim e ricos e pobres e bla bla bla. No fim das contas ele mais culpa o sistema capitalista do que assume a culpa pelo comportamento dele.Acredito que é um bom filme, com um personagem perfeitamente construído e bem interpretado. O roteiro em si não possui uma trama muito envolvente e entendo que o filme teve como ambição conquistar apenas através da construção do personagem principal.
Últimos recados
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Claudete
se o mangá fica famoso eles transforam em anime né ? kkkk com essa propagando vou ter que ler !! haha
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Claudete
Tamen de gushi é um manga ? não contrei por anime.
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Claudete
então eu curto assistir séries ultimamente, vi The Sinner e super me apeguei, uma pena que só tem duas temporadas. Curto anime Yuri se tiver algum pra recomendar :D
A história me lembrou muito uma mistura dos livros Flores Para Algernon e Lolita. Os que amaram e os que odiaram o filme devem concordar nos pontos: fotografia e direção de artes são estonteantes. Ganhou merecidamente o Oscar 2024 de Melhor Atriz, Maquiagem, Direção de Arte e Figurino.
Apesar da execução sublime, admito que a semelhança com "Lolita" me incomodou muito. Por mais que a história principal tenha uma premissa interessantíssima - aqui a referência de Flores para Algernon-, mostrando as fases de desenvolvimento psíquico e intelectual do ser humano, sinto que isso foi quase que uma forma intelectualizada e "cult" de explorar a sexualidade de uma criança, suprindo de forma comercial os desejos de um público reprimido.
O filme usou e abusou, e usou novamente e abusou novamente, de cenas de sexo de uma criança no corpo de uma mulher, explorando a ausência de controle de impulsos da criança como estratégia para entregar o máximo (permitido a um filme que visa o oscar) de excitação sexual de uma sociedade que possui esse tipo de fantasia pedófila, ainda que a reprima em prol da civilidade.
Acredito, sim, que o tema do filme permite que a ideia do desenvolvimento sexual da personagem seja abordado. No entanto, existem tantas questões a serem exploradas no que tange o desenvolvimento humano, que o foco cinematográfico tão intenso na sexualidade, ainda mais intensa na personagem quando é mentalmente criança, e se desintensificando progressivamente conforme a personagem se porta de forma mais adulta, escancara a estratégia comercial desse filme alternativo.