"Como são compactos os seus corpos... e que variedades de sentidos os senhores têm. Essa coisa que chamam de idioma, no entanto... muito notável. Os senhores dependem disso para tantas coisas. Mas algum dos senhores realmente o domina? Mas mais do que tudo... a solidão. Os senhores são tão solitários. Passam suas vidas nessa carcaça de carne.... Autossuficiente... Separada... Como são solitários... Quão terrivelmente solitários."
Baita presente que os fãs do filme original receberam. Dá pra ver o carinho e respeito com que todos os envolvidos tiveram com a obra clássica dirigida pelo John G Avidsen. Que venha a segunda temporada.
Uma temporada feita mais para admiradores de David Lynch do que para fãs de Twin Peaks. Se o espectador não for um grande apreciador do diretor surrealista norte-americano, principalmente dos últimos trabalhos do cineasta, as chances de se desapontar com a nova temporada de Twin peaks é alta. Eu, por exemplo, sempre preferi os trabalhos iniciais do diretor, como Veludo Azul, Homem Elefante, Coração Selvagem e Twin Peaks, evidentemente, do que os últimos mais experimentais como Cidade dos Sonhos e Império dos Sonhos. A terceira temporada se aproxima muito mais desses últimos trabalhos do que da própria série original. E pra quem se preocupa, seja num filme ou série, mais com o conteúdo do que com a estética (meu caso) também se desapontará com este revival. Com um roteiro cheio de pontas soltas (o destino da pobre Audrey e infinitos outros exemplos), personagens mal aproveitados (o gangster mágico e demais personagens que entraram na história sem mostrar para o que vieram), erros grosseiros de montagem e edição (é particularmente engraçado ver os fãs de Lynch buscando explicações lógicas para estas falhas, como se esses erros tivessem algum propósito na narrativa) e uma história que começa do nada e não chega a lugar nenhum. A segunda temporada, por mais problemática e irregular que seja, apresentou uma espinha dorsal da narrativa minimamente coerente, amarrada, e um final impactante que ecoa até os dias de hoje. Ou alguém acredita que o "What year is this?" irá superar o assombroso "How's Annie?". Em suma, uma temporada para apreciadores de David Lynch dispostos a assistir uma viagem lisérgica de 18 horas com o senso crítico desligado.
O primeiro episódio de Twin Peaks foi ao ar no ano de 1990. A partir daí, as séries de televisão nunca mais seriam as mesmas. Até esse ano, o hiato de qualidade entre cinema e séries televisivas era gigantesco. Seriados tinham um formato rígido, que davam poucas margens para a equipe criativa experimentar, criar coisas novas, principalmente em um canal aberto como a ABC. Twin Peaks, criada por David Lynch e Mark Frost, surgiu para derrubar algumas dessas barreiras. Lynch trouxe para a televisão todo seu background cinematográfico e sua visão de mundo, aquela em que nossa civilidade é apenas uma fina superfície que esconde os mais hediondos segredos da natureza humana, segredos esses que podem ser expostos com uma simples faísca, quando todos os nossos sentimentos reprimidos, muito destes violentos e brutais, vem à tona. Em Twin Peaks, essa faísca foi o cadáver de uma adolescente, musa da pequena cidade, encontrado às margens do rio, que quebra de maneira violenta a rotina dos moradores e expondo pouco a pouco as visceras e os segredos mais obscuros de cada um. Assistir essa obra de Lynch e Frost, é quase como ver um campo de batalha ou um louco numa camisa de força, onde uma mente criativa e iconoclasta tenta se livrar das amarras provenientes da estrutura das séries televisivas impostas na época. Muitas vezes, as exigências da grande emissora prevalecia sobre a vontade de seus criadores, principalmente em virtude disso, o seriado apresenta algumas falhas. No entanto, as qualidades apresentadas supera essas falhas com folga. Visto atualmente, o seriado contem uma estética kitsch, porém com um conteúdo altamente subversivo para os padrões da época (envolvendo morte, estupro, incesto) com espasmos pontuais de surrealismo lynchiano. Esse contraste faz de Twin Peaks um programa único e uma das principais referências na história da televisão até hoje.
Jornada nas Estrelas (3ª Temporada)
4.4 21 Assista Agora"Como são compactos os seus corpos...
e que variedades de sentidos os senhores têm.
Essa coisa que chamam de idioma, no entanto...
muito notável.
Os senhores dependem disso para tantas coisas.
Mas algum dos senhores realmente o domina?
Mas mais do que tudo...
a solidão.
Os senhores são tão solitários.
Passam suas vidas nessa carcaça de carne....
Autossuficiente...
Separada...
Como são solitários...
Quão terrivelmente solitários."
- Spock/Kollos
Star Trek também é poesia.
Arrested Development (5ª Temporada)
3.1 59Interessante acompanhar como o Michael Cera vai definhando ao longo das temporadas, junto com a qualidade da série.
Cobra Kai (1ª Temporada)
4.3 467 Assista AgoraBaita presente que os fãs do filme original receberam. Dá pra ver o carinho e respeito com que todos os envolvidos tiveram com a obra clássica dirigida pelo John G Avidsen. Que venha a segunda temporada.
Twin Peaks (3ª Temporada)
4.4 621 Assista AgoraUma temporada feita mais para admiradores de David Lynch do que para fãs de Twin Peaks. Se o espectador não for um grande apreciador do diretor surrealista norte-americano, principalmente dos últimos trabalhos do cineasta, as chances de se desapontar com a nova temporada de Twin peaks é alta. Eu, por exemplo, sempre preferi os trabalhos iniciais do diretor, como Veludo Azul, Homem Elefante, Coração Selvagem e Twin Peaks, evidentemente, do que os últimos mais experimentais como Cidade dos Sonhos e Império dos Sonhos. A terceira temporada se aproxima muito mais desses últimos trabalhos do que da própria série original. E pra quem se preocupa, seja num filme ou série, mais com o conteúdo do que com a estética (meu caso) também se desapontará com este revival. Com um roteiro cheio de pontas soltas (o destino da pobre Audrey e infinitos outros exemplos), personagens mal aproveitados (o gangster mágico e demais personagens que entraram na história sem mostrar para o que vieram), erros grosseiros de montagem e edição (é particularmente engraçado ver os fãs de Lynch buscando explicações lógicas para estas falhas, como se esses erros tivessem algum propósito na narrativa) e uma história que começa do nada e não chega a lugar nenhum. A segunda temporada, por mais problemática e irregular que seja, apresentou uma espinha dorsal da narrativa minimamente coerente, amarrada, e um final impactante que ecoa até os dias de hoje. Ou alguém acredita que o "What year is this?" irá superar o assombroso "How's Annie?". Em suma, uma temporada para apreciadores de David Lynch dispostos a assistir uma viagem lisérgica de 18 horas com o senso crítico desligado.
Twin Peaks (2ª Temporada)
4.2 299O primeiro episódio de Twin Peaks foi ao ar no ano de 1990. A partir daí, as séries de televisão nunca mais seriam as mesmas. Até esse ano, o hiato de qualidade entre cinema e séries televisivas era gigantesco. Seriados tinham um formato rígido, que davam poucas margens para a equipe criativa experimentar, criar coisas novas, principalmente em um canal aberto como a ABC. Twin Peaks, criada por David Lynch e Mark Frost, surgiu para derrubar algumas dessas barreiras. Lynch trouxe para a televisão todo seu background cinematográfico e sua visão de mundo, aquela em que nossa civilidade é apenas uma fina superfície que esconde os mais hediondos segredos da natureza humana, segredos esses que podem ser expostos com uma simples faísca, quando todos os nossos sentimentos reprimidos, muito destes violentos e brutais, vem à tona.
Em Twin Peaks, essa faísca foi o cadáver de uma adolescente, musa da pequena cidade, encontrado às margens do rio, que quebra de maneira violenta a rotina dos moradores e expondo pouco a pouco as visceras e os segredos mais obscuros de cada um. Assistir essa obra de Lynch e Frost, é quase como ver um campo de batalha ou um louco numa camisa de força, onde uma mente criativa e iconoclasta tenta se livrar das amarras provenientes da estrutura das séries televisivas impostas na época.
Muitas vezes, as exigências da grande emissora prevalecia sobre a vontade de seus criadores, principalmente em virtude disso, o seriado apresenta algumas falhas. No entanto, as qualidades apresentadas supera essas falhas com folga. Visto atualmente, o seriado contem uma estética kitsch, porém com um conteúdo altamente subversivo para os padrões da época (envolvendo morte, estupro, incesto) com espasmos pontuais de surrealismo lynchiano. Esse contraste faz de Twin Peaks um programa único e uma das principais referências na história da televisão até hoje.
24 Horas (2ª Temporada)
4.3 60 Assista AgoraTemporada brilhante, viciante e absurdamente tensa.