Ao assistir à série só me vinha à cabeça o meme do Martin Scorcese "Isso é CINEMA!". Que maravilha de fotografia, que direção de arte impecável, cada cena parecia um quadro, um deleite de assistir. E por falarem em italiano e ser em preto e branco como nas fotos dos anos 60, qdo se passa a trama, deu uma autenticidade que falta ao filme dos anos 90 recentemente. Aliás, fiquei na dúvida se o protagonista era bobinho como o Matt Demon ou sacana como o Andrew Scott, se o Dick era histriônico como o Jude Law ou low profile e se a namorada era arroz de festa como a Paltrow ou desconfiada como a Dakota, quem leu o livro pode me esclarecer? E em relação ao roteiro, não parece que fica fácil demais para o golpista? Que talento pra fazer os outros de trouxa!
Numa coisa que essa série me deixou claro como as águas do Hawai: minha extrema incompatibilidade com o mundo dos ricos e famosos. Passar uma semana de férias trancado num hotel? Mesmo que seja cheio de mordomias, é de uma inutilidade que está acima da minha compreensão. Qto dinheiro é gasto pra mimar gente insuportável, cruzes! Dito isso, amei ver o reconhecimento da Jennifer Coolidge tantas décadas após sua estreia na telinha. Que presente é esse personagem! E com que veia e língua ferina o diretor e roteirista concebeu essa festa que mais parece um enterro. Curiosa pra saber se a série vai ser sustentar sem a impagável Tanya.
Foi uma odisseia, mas finalmente consegui chegar ao final da temporada, que tem altos e baixos. O ponto positivo é que explica de forma mais acurada os experimentos científicos, com riqueza de detalhes e imagens. A trilha sonora, em inglês e chinês, é bem envolvente e cria uma boa atmosfera de mistério. Se na versão da Netflix as explicações científicas são simplificadas ao extremo para fazer qualquer criança entender, neste aqui a audiência é tratada como adulta. O principal ponto negativo é a enorme barriga entre o sexto e o episódio 15, qdo a trama recupera o vigor dos cinco primeiros episódios. Outro ponto negativo é a condescendência com a revolução cultural, descrita no livro de forma brutal, mas parece que na versão chinesa do livro, o autor pegou leve. Tão leve que sacrifica a motivação da protagonista para fazer o que fez. Aliás, que atriz insossa, os atores ocidentais aqui são bem fracos também, acho que o orçamento não permitiu investir num bom elenco de apoio.
Superior à primeira temporada, o episódio 11 foi desesperador. Elisabeth Moss merece todos os louros pela performance soberba. Agora é assistir às demais temporadas, que já sei pelos comentários aqui que não mantiveram a mesma qualidade e coerência. Vou ver pra crer, mas é fácil adivinhar pq esticaram tanto a série: a audiência é enorme! PS: adorei a frase, não muito original, mas bem verdadeira: "crie suas filhas para serem feministas ou viverão a espera que um homem as salve"
Demorei quase 8 anos para assistir à série e é claro que o impacto que provocou durante o governo Trump acabou pulverizado. Mas é inegável a excelência da adaptação do "Conto de Aia", pintado com cores fortes, cenas brutais e atuação visceral da protagonista. O triste é que apesar da crítica explícita ao retrocesso de governos que misturam religião com política, controle do corpo feminino e abolição de direitos humanos, Trump volta a ser favorito nas eleições dos EUA graças aos erros do governo Biden. Refém do lobby sionista que o leva a apoiar incondicionalmente o governo de extrema direita israelense que está destruindo a Palestina e seus cidadãos. Triste como a história é cíclica e não aprendemos com os erros. Principalmente depois que a rede de mentiras e difamação inventada por Steve Banon começou a corroer as instituições democráticas, levando parte da população vulnerável à propaganda a votar contra seus próprios interesses. É a tal ditadura digital denunciada por Yuval Harari, que nos faz escravos da tecnologia de livre e espontânea vontade. Não à toa não lemos mais, transamos bem menos e trocamos relações por conexões. Admirável mundo novo.
Pô, caí na pegadinha de que tudo que a Jodie Foster toca vira ouro. É até constrangedor ver ela em entrevistas falando do poder do texto para promover a quarta temporada que, na boa, não precisava ter existido. O tema relacionado à cultura dos povos originários é muito bem vindo, mas que roteiro preguiçoso, com uns jumpscares de quinta, mortes desnecessárias, personagens insossos e plot twist que insulta nossa inteligência, pqp!
Acho que os coreanos precisam dar um tempo nesta produção industrial de doramas para que a qualidade volte ao nível de "Round 6" ou "Signal". Esse só terminei pq eram poucos episódios, mas da próxima vez que sentir que se trata de um dorama genérico, mistureba de enredos anteriores com outros atores, desenvolvimento apressado, personagens caricatos e sem carisma, paro na hora. Foi o que aconteceu ontem com "Killer paradox", no segundo episódio já senti esse mesmo sabor de mais do mesmo, só que mal feito.
Pô, já tava sentindo falta de um dorama viciante, daqueles que vc quer dormir mas não se aguenta e assisto só mais um episódio, pra depois perder o sono hahaha. Eu curti bastante o tratamento da temática difícil da eutanásia, apesar daqueles clichês de comédia romântica que enfraquecem a narrativa, assim como o exaustivo merchã. O protagonista vai pra minha lista de bons atores da Coreia, que parece infinita. O ponto fraco é a melosa médica, que vivia correndo atrás do moço e chorou uma piscina olímpica inteira! Fora alguns furos do roteiro que a gente perdoa pq no geral a série é bem boa.
Eu tava tentando elaborar melhor pq essa série me desgostou tanto até os capítulos finais. É que a construção de personagens dos filhos é muito superficial. Qdo se trata do trio que se conhece desde 1979, a gente fica sabendo das motivações, traumas, desgostos, perdas e entendendo a consequência de seus atos, mas em relação aos filhos é aquele amontoado de caricatura (o devasso, o junkie, a cientista doida, o pateta, a socialite, etc). A adaptação dos contos de Edgard Allan Poe não me convenceram com exceção do Corvo e o Poço e o Pêndulo. Desde a Missa da Meia Noite, parece que Mike Flannagan perdeu a mão para construir um suspense envolvente do início ao fim.
Alice Carvalho (Dinorá) e Thainá Duarte (Dilvania) dominam o filme, sob as bençãos da pioneira Marcélia Cartaxo. Perto delas, o protagonista não consegue brilhar, nem quando o personagem se torna o líder do grupo. Achei ele muito inexpressivo, ao contrário das mulheres que expressam seus sentimento no gestual, no olhar, na veia saltando no pescoço, na baba que umedece os lábios . Acho que a vida no sul deixa a gente meio mole visse. PS: Bem que elas poderiam viver as irmãs do romance Torto Arado se fosse adaptado para o cinema, né?
Fazia tempo que eu não assistia uma série coreana pq, depois de um tempo, a gente percebe que tem uma receitinha de bolo com os mesmos temas, personagens, enredos. E felizmente cliquei neste dorama ousado, dinâmico, forte, até cruel por vezes, mas nunca incoerente. O roteiro inova ao alternar os protagonistas deixando todos em pé de igualdade qto às suas motivações, crenças, traumas. E acerta muito em redirecionar o foco para os excluídos de um sistema que almeja uma beleza inatingível, que é a grande maioria de nós. Excelente.
Uma série de adolescentes bem fora da curva, com um elenco adulto formidável e trilha sonora hardcore absurdamente boa misturando Prodigy, Madonna, Alanis, Cranberries, Smashing Pumpins, PJ, Peachy, Florence, Nirvana, Massive Attack, pura nostalgia dos rebeldes anos 90. Amei.
Nossa, começou tão bem que na metade da temporada achei que daria 5 estrelas. Casos de deserção do exército contundentes, dramáticos, uma obra claramente anti-belicista e contra o alistamento obrigatório, expondo os horrores que os soldados são submetidos num ambiente em que o bullying e a hierarquia imperam. E incluindo personagens LGBT que ainda é tabu nas produções coreanas. Mas aí começaram os clichês, reviravoltas incoerentes, soluções inverossímeis, prejudicando totalmente a experiência. Que pena.
Assistir a "Chernobyl" é um ótimo complemento para quem maratonou "The days", minissérie sobre o desastre na usina nuclear de Fukushima. Neste último, a gente acompanha o desespero dos engenheiros asiáticos em evitar que a tragédia tivesse as mesmas proporções de Chernobyl. E a diferença de abordagem para conter a radiação, já que os meticulosos japoneses tinham uma referência anterior do que não fazer. Lembro que "Chernobyl" se tornou até uma gíria na época do lançamento da série para tudo que fosse funesto, de boy lixo a sanduba de origem duvidosa. A série merece todos os louros e acredito que a participação de russos na realização fez toda a diferença.
O que para uns é defeito, pra mim é qualidade: contar uma história complexa e real em detalhe, mostrando o sofrimento e a incerteza de pessoas responsáveis por milhares de vidas, num episódio único que marcou a vida de um país pra sempre. Cada pingo de suor vertido para evitar que o colapso elevasse para milhões o número de vítimas é mostrado com toda sua dramaticidade, mas sem pirotecnia, só a vida real que já é por si só bastante dramática. A ótima atuação do protagonista conduz muito bem a trama e pra mim só ficou devendo por não mostrar o caos que reinava também do lado de fora da usina.
Pra mim foi uma decepção pq adoro a Rachel Weiz e o filme original do Cronenberg. Começa bem, mas cai no clichê da irmãzinha boazinha sem sal e a outra pirada e maligna, lembrando a Raquel e Ruth da novela Mulheres de Areia. A troca de gênero das protagonistas não foi o problema, o desenvolvimento da trama que ficou capenga, apesar de cenas fortes, não chegam a chocar como preconiza o estilo "body horror". A melhor definição para a versão mee too seria 'pretensioso'.
Muito boa a série, altamente maratonável, com episódios de 23 minutos. Dá pra assistir tudo num dia de feriado brincando. Gosto de comparar os estilos entre os países asiáticos e percebo que os japoneses são, muitas vezes, mais ousados ao expor o mal estar da sociedade capitalista, que ao mesmo tempo que segrega os idosos espreme os jovens incapazes de atingir as expectativas de sucesso um mercado de mercado saturado e desumanizado. A série também desmistifica o mito da sociedade pacífica, há uma tensão social permanente no subterrâneo, que pode eclodir quando menos se espera.
Gente, essa série me despertou os piores sentimentos. É um caso mais escabroso que outro. Milhares caindo no golpe do falso messias, aceitando ser abusado, extorquido, torturado. Lavagem cerebral extrema. Só imagino o qto deve acontecer o mesmo por aqui em algumas dessas igrejas neopentec que fazem dos fiéis reféns de mitologias absurdas e deixando a maioria na miséria. Pesquisei um pouco sobre pq a Coreia ter tantas seitas e se deve a instabilidade política e financeira durante o século 20. Pessoas desesperadas são presas fáceis. Assistir esse doc é meio-caminho para o ateísmo.
Uma grata surpresa! Roteiro consistente, os acontecimentos se sucedem de forma lógica, sem ofender a inteligência do espectador, com boas reviravoltas, sem dar cavalinho de pau. O protagonista estava ótimo, uma atuação contida e sóbria, bem diferente de seu personagem em "Identidade fragmentada" que, aliás, nem reconheci. E o melhor, sem correria nem cenas de lutas em profusão, tampouco aquela trilha sonora clichê tocada a exaustão, tão comum nas séries coreanas que as japonesas começaram a copiar. Excelente, Taiwan!
Ninguém reparou que a atriz que faz a protagonista adolescente não tem NADA A VER com a personagem adulta?! Uma é loira e alta e a outra baixa e morena, um mínimo de coerência na escolha do casting deixaria as cenas do passado menos risíveis.
O casal mais insípido da história dos doramas. E em termos de vingança, também já vi tramas melhor elaboradas, com personagens menos estereotipados e maniqueístas. Esse lance dos coreanos juntarem vários gêneros, nem sempre a dramaturgia ganha. Aquele romance não acrescenta muita coisa à trama.
Fui dormir angustiada, indignada com este processo judicial que se arrasta por 10 anos sem a responsabilização dos assassinos. Como defendem os pais, vai desde o chefe dos bombeiros que não fiscalizou, os agentes públicos que fizeram vista grossa em relação a falta de alvará e os executores. Como o ataque à Esplanada dos Ministérios, a culpa não é apenas de quem causou o dano in loco, há toda uma rede corrompida que precisa ser punida para coibir coisa semelhante de acontecer de novo. Destroçaram 242 famílias. Como vão deixar por isso mesmo?! Destaque para as atuações do Paulo Gorgulho e Thelmo Fernandes. O elenco gaúcho também foi bem, assim como o roteiro. E a música-tema do Milton Nascimento é de uma beleza ímpar! Ela não para de tocar em minha cabeça até dar um nó na garganta.
Quem disse que todo dorama é água com açúcar? Rapaz, que ousadia de roteiro. Começou sendo mais do mesmo, mas o desenvolvimento foi uma beleza. Conseguiu ser original, caliente e delicado ao mesmo tempo. Muito bom ver os coreanos saindo da caixinha e abordando outras sexualidades, para além daquela heteronormatvidade. Não me admira a nota baixa no imdb. A caretice ainda impera na península. PS: a atriz que faz a xamã é muito gata!
Esta é uma daquelas séries que, de tão simples e objetiva, acaba se tornando essencial, num universo em que melodramas açucarados se tornaram o novo normal. Por ter oito episódios, não tem encheção de linguiça nem desvio de foco. O tema é os limites do jornalismo, os podres poderes que interferem nas notícias, a distorção promovida pelas redes sociais. Qdo acontece um lance pessoal, não carrega nas tintas nem no sentimentalismo barato. E com o coração pesado, soube que o protagonista Kim Ju-hyuk morreu no mesmo ano do lançamento e deixou dois filmes póstumos, aos 45 anos. Dê uma chance a este dorama, em ano de eleições, a verdade precisa prevalecer.
Ripley
4.2 71 Assista AgoraAo assistir à série só me vinha à cabeça o meme do Martin Scorcese "Isso é CINEMA!". Que maravilha de fotografia, que direção de arte impecável, cada cena parecia um quadro, um deleite de assistir. E por falarem em italiano e ser em preto e branco como nas fotos dos anos 60, qdo se passa a trama, deu uma autenticidade que falta ao filme dos anos 90 recentemente. Aliás, fiquei na dúvida se o protagonista era bobinho como o Matt Demon ou sacana como o Andrew Scott, se o Dick era histriônico como o Jude Law ou low profile e se a namorada era arroz de festa como a Paltrow ou desconfiada como a Dakota, quem leu o livro pode me esclarecer? E em relação ao roteiro, não parece que fica fácil demais para o golpista? Que talento pra fazer os outros de trouxa!
The White Lotus (1ª Temporada)
3.9 400 Assista AgoraNuma coisa que essa série me deixou claro como as águas do Hawai: minha extrema incompatibilidade com o mundo dos ricos e famosos. Passar uma semana de férias trancado num hotel? Mesmo que seja cheio de mordomias, é de uma inutilidade que está acima da minha compreensão. Qto dinheiro é gasto pra mimar gente insuportável, cruzes! Dito isso, amei ver o reconhecimento da Jennifer Coolidge tantas décadas após sua estreia na telinha. Que presente é esse personagem! E com que veia e língua ferina o diretor e roteirista concebeu essa festa que mais parece um enterro. Curiosa pra saber se a série vai ser sustentar sem a impagável Tanya.
Three-Body
4.6 6Foi uma odisseia, mas finalmente consegui chegar ao final da temporada, que tem altos e baixos. O ponto positivo é que explica de forma mais acurada os experimentos científicos, com riqueza de detalhes e imagens. A trilha sonora, em inglês e chinês, é bem envolvente e cria uma boa atmosfera de mistério. Se na versão da Netflix as explicações científicas são simplificadas ao extremo para fazer qualquer criança entender, neste aqui a audiência é tratada como adulta. O principal ponto negativo é a enorme barriga entre o sexto e o episódio 15, qdo a trama recupera o vigor dos cinco primeiros episódios. Outro ponto negativo é a condescendência com a revolução cultural, descrita no livro de forma brutal, mas parece que na versão chinesa do livro, o autor pegou leve. Tão leve que sacrifica a motivação da protagonista para fazer o que fez. Aliás, que atriz insossa, os atores ocidentais aqui são bem fracos também, acho que o orçamento não permitiu investir num bom elenco de apoio.
O Conto da Aia (2ª Temporada)
4.5 1,2K Assista AgoraSuperior à primeira temporada, o episódio 11 foi desesperador. Elisabeth Moss merece todos os louros pela performance soberba. Agora é assistir às demais temporadas, que já sei pelos comentários aqui que não mantiveram a mesma qualidade e coerência. Vou ver pra crer, mas é fácil adivinhar pq esticaram tanto a série: a audiência é enorme! PS: adorei a frase, não muito original, mas bem verdadeira: "crie suas filhas para serem feministas ou viverão a espera que um homem as salve"
O Conto da Aia (1ª Temporada)
4.7 1,5K Assista AgoraDemorei quase 8 anos para assistir à série e é claro que o impacto que provocou durante o governo Trump acabou pulverizado. Mas é inegável a excelência da adaptação do "Conto de Aia", pintado com cores fortes, cenas brutais e atuação visceral da protagonista. O triste é que apesar da crítica explícita ao retrocesso de governos que misturam religião com política, controle do corpo feminino e abolição de direitos humanos, Trump volta a ser favorito nas eleições dos EUA graças aos erros do governo Biden. Refém do lobby sionista que o leva a apoiar incondicionalmente o governo de extrema direita israelense que está destruindo a Palestina e seus cidadãos. Triste como a história é cíclica e não aprendemos com os erros. Principalmente depois que a rede de mentiras e difamação inventada por Steve Banon começou a corroer as instituições democráticas, levando parte da população vulnerável à propaganda a votar contra seus próprios interesses. É a tal ditadura digital denunciada por Yuval Harari, que nos faz escravos da tecnologia de livre e espontânea vontade. Não à toa não lemos mais, transamos bem menos e trocamos relações por conexões. Admirável mundo novo.
True Detective: Terra Noturna (4ª Temporada)
3.4 229 Assista AgoraPô, caí na pegadinha de que tudo que a Jodie Foster toca vira ouro. É até constrangedor ver ela em entrevistas falando do poder do texto para promover a quarta temporada que, na boa, não precisava ter existido. O tema relacionado à cultura dos povos originários é muito bem vindo, mas que roteiro preguiçoso, com uns jumpscares de quinta, mortes desnecessárias, personagens insossos e plot twist que insulta nossa inteligência, pqp!
A Herdeira
3.2 12 Assista AgoraAcho que os coreanos precisam dar um tempo nesta produção industrial de doramas para que a qualidade volte ao nível de "Round 6" ou "Signal". Esse só terminei pq eram poucos episódios, mas da próxima vez que sentir que se trata de um dorama genérico, mistureba de enredos anteriores com outros atores, desenvolvimento apressado, personagens caricatos e sem carisma, paro na hora. Foi o que aconteceu ontem com "Killer paradox", no segundo episódio já senti esse mesmo sabor de mais do mesmo, só que mal feito.
Doctor John
4.3 10Pô, já tava sentindo falta de um dorama viciante, daqueles que vc quer dormir mas não se aguenta e assisto só mais um episódio, pra depois perder o sono hahaha. Eu curti bastante o tratamento da temática difícil da eutanásia, apesar daqueles clichês de comédia romântica que enfraquecem a narrativa, assim como o exaustivo merchã. O protagonista vai pra minha lista de bons atores da Coreia, que parece infinita. O ponto fraco é a melosa médica, que vivia correndo atrás do moço e chorou uma piscina olímpica inteira! Fora alguns furos do roteiro que a gente perdoa pq no geral a série é bem boa.
A Queda da Casa de Usher
4.0 287 Assista AgoraEu tava tentando elaborar melhor pq essa série me desgostou tanto até os capítulos finais. É que a construção de personagens dos filhos é muito superficial. Qdo se trata do trio que se conhece desde 1979, a gente fica sabendo das motivações, traumas, desgostos, perdas e entendendo a consequência de seus atos, mas em relação aos filhos é aquele amontoado de caricatura (o devasso, o junkie, a cientista doida, o pateta, a socialite, etc). A adaptação dos contos de Edgard Allan Poe não me convenceram com exceção do Corvo e o Poço e o Pêndulo. Desde a Missa da Meia Noite, parece que Mike Flannagan perdeu a mão para construir um suspense envolvente do início ao fim.
Cangaço Novo (1ª Temporada)
4.4 207 Assista AgoraAlice Carvalho (Dinorá) e Thainá Duarte (Dilvania) dominam o filme, sob as bençãos da pioneira Marcélia Cartaxo. Perto delas, o protagonista não consegue brilhar, nem quando o personagem se torna o líder do grupo. Achei ele muito inexpressivo, ao contrário das mulheres que expressam seus sentimento no gestual, no olhar, na veia saltando no pescoço, na baba que umedece os lábios . Acho que a vida no sul deixa a gente meio mole visse. PS: Bem que elas poderiam viver as irmãs do romance Torto Arado se fosse adaptado para o cinema, né?
Mask Girl
3.9 48 Assista AgoraFazia tempo que eu não assistia uma série coreana pq, depois de um tempo, a gente percebe que tem uma receitinha de bolo com os mesmos temas, personagens, enredos. E felizmente cliquei neste dorama ousado, dinâmico, forte, até cruel por vezes, mas nunca incoerente. O roteiro inova ao alternar os protagonistas deixando todos em pé de igualdade qto às suas motivações, crenças, traumas. E acerta muito em redirecionar o foco para os excluídos de um sistema que almeja uma beleza inatingível, que é a grande maioria de nós. Excelente.
Yellowjackets (1ª Temporada)
3.8 208 Assista AgoraUma série de adolescentes bem fora da curva, com um elenco adulto formidável e trilha sonora hardcore absurdamente boa misturando Prodigy, Madonna, Alanis, Cranberries, Smashing Pumpins, PJ, Peachy, Florence, Nirvana, Massive Attack, pura nostalgia dos rebeldes anos 90. Amei.
D.P Dog Day (2ª Temporada)
3.8 6 Assista AgoraNossa, começou tão bem que na metade da temporada achei que daria 5 estrelas. Casos de deserção do exército contundentes, dramáticos, uma obra claramente anti-belicista e contra o alistamento obrigatório, expondo os horrores que os soldados são submetidos num ambiente em que o bullying e a hierarquia imperam. E incluindo personagens LGBT que ainda é tabu nas produções coreanas. Mas aí começaram os clichês, reviravoltas incoerentes, soluções inverossímeis, prejudicando totalmente a experiência. Que pena.
Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraAssistir a "Chernobyl" é um ótimo complemento para quem maratonou "The days", minissérie sobre o desastre na usina nuclear de Fukushima. Neste último, a gente acompanha o desespero dos engenheiros asiáticos em evitar que a tragédia tivesse as mesmas proporções de Chernobyl. E a diferença de abordagem para conter a radiação, já que os meticulosos japoneses tinham uma referência anterior do que não fazer. Lembro que "Chernobyl" se tornou até uma gíria na época do lançamento da série para tudo que fosse funesto, de boy lixo a sanduba de origem duvidosa. A série merece todos os louros e acredito que a participação de russos na realização fez toda a diferença.
Três Dias Que Mudaram Tudo
3.5 31 Assista AgoraO que para uns é defeito, pra mim é qualidade: contar uma história complexa e real em detalhe, mostrando o sofrimento e a incerteza de pessoas responsáveis por milhares de vidas, num episódio único que marcou a vida de um país pra sempre. Cada pingo de suor vertido para evitar que o colapso elevasse para milhões o número de vítimas é mostrado com toda sua dramaticidade, mas sem pirotecnia, só a vida real que já é por si só bastante dramática. A ótima atuação do protagonista conduz muito bem a trama e pra mim só ficou devendo por não mostrar o caos que reinava também do lado de fora da usina.
Gêmeas: Mórbida Semelhança
3.5 42 Assista AgoraPra mim foi uma decepção pq adoro a Rachel Weiz e o filme original do Cronenberg. Começa bem, mas cai no clichê da irmãzinha boazinha sem sal e a outra pirada e maligna, lembrando a Raquel e Ruth da novela Mulheres de Areia. A troca de gênero das protagonistas não foi o problema, o desenvolvimento da trama que ficou capenga, apesar de cenas fortes, não chegam a chocar como preconiza o estilo "body horror". A melhor definição para a versão mee too seria 'pretensioso'.
Scams (1ª Temporada)
3.4 3 Assista AgoraMuito boa a série, altamente maratonável, com episódios de 23 minutos. Dá pra assistir tudo num dia de feriado brincando. Gosto de comparar os estilos entre os países asiáticos e percebo que os japoneses são, muitas vezes, mais ousados ao expor o mal estar da sociedade capitalista, que ao mesmo tempo que segrega os idosos espreme os jovens incapazes de atingir as expectativas de sucesso um mercado de mercado saturado e desumanizado. A série também desmistifica o mito da sociedade pacífica, há uma tensão social permanente no subterrâneo, que pode eclodir quando menos se espera.
Em Nome da Fé: Uma Traição Sagrada
3.8 14 Assista AgoraGente, essa série me despertou os piores sentimentos. É um caso mais escabroso que outro. Milhares caindo no golpe do falso messias, aceitando ser abusado, extorquido, torturado. Lavagem cerebral extrema. Só imagino o qto deve acontecer o mesmo por aqui em algumas dessas igrejas neopentec que fazem dos fiéis reféns de mitologias absurdas e deixando a maioria na miséria. Pesquisei um pouco sobre pq a Coreia ter tantas seitas e se deve a instabilidade política e financeira durante o século 20. Pessoas desesperadas são presas fáceis. Assistir esse doc é meio-caminho para o ateísmo.
Copycat Killer
3.8 14 Assista AgoraUma grata surpresa! Roteiro consistente, os acontecimentos se sucedem de forma lógica, sem ofender a inteligência do espectador, com boas reviravoltas, sem dar cavalinho de pau. O protagonista estava ótimo, uma atuação contida e sóbria, bem diferente de seu personagem em "Identidade fragmentada" que, aliás, nem reconheci. E o melhor, sem correria nem cenas de lutas em profusão, tampouco aquela trilha sonora clichê tocada a exaustão, tão comum nas séries coreanas que as japonesas começaram a copiar. Excelente, Taiwan!
O Diabo em Ohio
2.8 90 Assista AgoraNinguém reparou que a atriz que faz a protagonista adolescente não tem NADA A VER com a personagem adulta?! Uma é loira e alta e a outra baixa e morena, um mínimo de coerência na escolha do casting deixaria as cenas do passado menos risíveis.
A Lição: Parte 2
4.3 44 Assista AgoraO casal mais insípido da história dos doramas. E em termos de vingança, também já vi tramas melhor elaboradas, com personagens menos estereotipados e maniqueístas. Esse lance dos coreanos juntarem vários gêneros, nem sempre a dramaturgia ganha. Aquele romance não acrescenta muita coisa à trama.
Todo Dia a Mesma Noite
4.0 288 Assista AgoraFui dormir angustiada, indignada com este processo judicial que se arrasta por 10 anos sem a responsabilização dos assassinos. Como defendem os pais, vai desde o chefe dos bombeiros que não fiscalizou, os agentes públicos que fizeram vista grossa em relação a falta de alvará e os executores. Como o ataque à Esplanada dos Ministérios, a culpa não é apenas de quem causou o dano in loco, há toda uma rede corrompida que precisa ser punida para coibir coisa semelhante de acontecer de novo. Destroçaram 242 famílias. Como vão deixar por isso mesmo?! Destaque para as atuações do Paulo Gorgulho e Thelmo Fernandes. O elenco gaúcho também foi bem, assim como o roteiro. E a música-tema do Milton Nascimento é de uma beleza ímpar! Ela não para de tocar em minha cabeça até dar um nó na garganta.
Somebody
3.1 32Quem disse que todo dorama é água com açúcar? Rapaz, que ousadia de roteiro. Começou sendo mais do mesmo, mas o desenvolvimento foi uma beleza. Conseguiu ser original, caliente e delicado ao mesmo tempo. Muito bom ver os coreanos saindo da caixinha e abordando outras sexualidades, para além daquela heteronormatvidade. Não me admira a nota baixa no imdb. A caretice ainda impera na península. PS: a atriz que faz a xamã é muito gata!
Argon
3.9 3Esta é uma daquelas séries que, de tão simples e objetiva, acaba se tornando essencial, num universo em que melodramas açucarados se tornaram o novo normal. Por ter oito episódios, não tem encheção de linguiça nem desvio de foco. O tema é os limites do jornalismo, os podres poderes que interferem nas notícias, a distorção promovida pelas redes sociais. Qdo acontece um lance pessoal, não carrega nas tintas nem no sentimentalismo barato. E com o coração pesado, soube que o protagonista Kim Ju-hyuk morreu no mesmo ano do lançamento e deixou dois filmes póstumos, aos 45 anos. Dê uma chance a este dorama, em ano de eleições, a verdade precisa prevalecer.