Tenho medo de sair xingando Obi Wan Kenobi como é de se esperar da horda de fãs insatisfeitos com Star Wars, mas desta vez não consegui me conter. Primeiro problema de prequências como esta série e o Mandalorian, por exemplo, é que nós sabemos o destino dos personagens. Assim como sabemos que o Baby Yoda não teve nenhuma influência whatsoever nos eventos da última trilogia, aqui nós sabemos de antemão o destino de todos os personagens. Léia, Luke, Obi Wan, Anakin. Ou seja: zero construção de suspense. Zero coerência interna também (Mr. Vader faz coisas com a Força nesta série que com certeza teriam dado dor de cabeça aos rebeldes na trilogia original, mas ei, quem precisa assistir filmes antigos para escrever um roteiro de Star Wars?). Sobre a vilã, que eu vi muita gente falando mal, e de maneiras vezes que às vezes esbarram na pura misoginia: a vilã é ruim porque o texto é ruim, e nem Merryl Streep seria capaz de transformar aqueles diálogos medonhos em algo natural, que imponha presença ou transmita autoridade. No geral o elenco é bom, mas o roteiro é péssimo: as situações são frágeis e se resolvem como um estalar de dedos e, no geral, os personagens são BURROS. Ou eles fazem merdas que matam outros personagens ou eles simplesmente ficam observando, estáticos, enquanto as merdas se desenrolam diante deles. Não vejo personagens tão burros assim desde Prometheus, a pior tripulação da história da ficção científica. A direção sonolenta também não ajuda, e todo mundo parece que queria estar em qualquer outro lugar, menos ali. Um desconto por conta do episódio final que aperta as teclas da nostalgia com força? Não. Porque os personagens continuam BURROS. E eles são burros porque o roteiro é preguiçoso. Aliás, se eu pudesse resumir Obi Wan Kenobi (série, não personagem) em uma palavra seria essa: "preguiçoso". "Lazy". "Sonolento". "Comatoso". "Sem querer me enterraram debaixo da terra e eu nem percebi de tão sonolenta que é esta série." "Mais divertido ver tinta secar". Enfim (usei mais de uma palavra, sorry). Eu nem me recuperei da catástrofe que foi A Ascenção Skywalker e me vieram com esta bomba. Nem o Ewan salva, e coitado, ele tenta. Tenta muito. Talvez seja o único que tenta. Enfim, pelo menos foi curto. Agora chega de Star Wars, por favor. Preciso de um descanso.
Há muitos pontos positivos, a começar pela qualidade técnica. Cada frame da série é uma obra de arte; a técnica que mescla o uso do 3D e do 2D, assim como a variedade de estilos adiciona textura aos cenários, capta cada nuance nas expressões de seu vasto - e diverso - elenco de personagens, cuja dublagem também é impecável. A Netflix investiu pesado nessa série, mas nada disso teria dado certo se ela não contasse uma boa história. A premissa em si pode não ser muito original (é uma típica história de fantasia com enfoque na luta de classes), mas a execução é soberba. Cada personagem tem seu arco, cada um faz a trama andar para frente e não o contrário. No fim é uma meditação inteligente e madura sobre trauma e como o trauma molda as características de um determinado indivíduo. Mas talvez o principal acerto seja que, ao invés de falar com os já convertidos (como a maioria das adaptações de games por aí), Arcane opta pelo caminho oposto e converte aqueles que, como eu, nunca souberam nem tiveram interesse em nada relacionado a League of Legends. Envolvente, divertido, emocionante, doído de tão triste. Mal posso esperar pela segunda temporada.
Muitas vezes, na verdade acho que na maioria das vezes, a série se comporta mais como um drama sobrenatural do que uma série de terror propriamente dita. Isso com certeza vai afastar muita gente que busca algo mais no estilo "sangue e vísceras", embora tenha bastante disso também. Tem muitos diálogos, é bem cadenciado, sem pressa, e realmente mergulha nos personagens. E é exatamente por isso que eu gostei tanto: o elemento humano é sempre central. Bom terror pra mim não funciona quando você não consegue se importar com os personagens. E sim, eu sei, tem muitos diálogos. Mas tem momentos dramáticos maravilhosos, e as cenas assustadoras são mesmo assustadoras.
Dá pra reclamar de muita coisa, como os efeitos especiais canhestros e a direção pobre, e as atuações desiguais (algumas muito boas como a do Gary Sinise, Rob Lowe e alguns atores convidados como o Ed Harris, e outras muito ruins), mas no fim das contas o maior problema é que o Stephen King já escreveu histórias melhores. O final é muito fraco e as peças não se encaixam. Muito suspense e promessa são feitos pruma conclusão... bleh.
Essa é uma das melhores histórias do Stephen King, com certeza. Uma história de horror de verdade, onde não há final feliz, só as implicações morais de uma decisão terrível. É uma das poucas histórias dele que falam da fraqueza no coração do ser humano (outra é Cemitério Maldito), normalmente ele é mais otimista. Mas esta não é uma história que permite otimismo. Vi algumas pessoas falando que é uma "adaptação", e gostaria só de dizer que não é. É um roteiro original feito pelo King para a TV, e depois o roteiro foi publicado nos EUA e no Brasil em formato de livro (mas a linguagem não é em prosa, continua sendo um roteiro). E vi algumas pessoas também reclamando da duração: bom, é uma minissérie, originalmente indo ao ar em 3 episódios. Ironicamente, uma das coisas que eu mais gostei é a maneira como o King constrói a tensão deixando a cena se desenrolar pelo tempo que lhe é necessária. Daí a duração mais extensa. Ótimas atuações no geral e, tirando os efeitos especiais meio toscos, é perfeito de cabo a rabo.
- que depois se mostra não tendo ligação nenhuma com o restante da série que segue um caminho totalmente diferente -
mas impactante. Infelizmente é esse mesmo primeiro episódio o ponto fraco da série divida em 12 capítulos, fazendo com que um desenvolvimento maior seja desejado. A animação e a trilha sonora, assim como todo os aspectos técnicos, são muito boas, mas a melhor coisa de Ga-Rei são seus personagens. Especialmente as duas protagonistas, Yomi e Kagura, cujo desenvolvimento da relação é espetacular. Dessa forma, apesar de suas falhas, é para descobrir qual será o destino de ambas que o espectador permanece grudado na tela. E vale dizer, que independente de a conclusão ter sido feliz ou infeliz, Ga-Rei Zero é um anime que diferentemente de muitos outros que tem por aí, se aloja dentro de você e não vai embora.
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Andor (1ª Temporada)
4.2 173 Assista AgoraStar Wars pra gente grande? Depois de Obi Wan eu tinha perdido a fé. Andor a restaurou.
Obi-Wan Kenobi
3.4 312 Assista AgoraTenho medo de sair xingando Obi Wan Kenobi como é de se esperar da horda de fãs insatisfeitos com Star Wars, mas desta vez não consegui me conter. Primeiro problema de prequências como esta série e o Mandalorian, por exemplo, é que nós sabemos o destino dos personagens. Assim como sabemos que o Baby Yoda não teve nenhuma influência whatsoever nos eventos da última trilogia, aqui nós sabemos de antemão o destino de todos os personagens. Léia, Luke, Obi Wan, Anakin. Ou seja: zero construção de suspense. Zero coerência interna também (Mr. Vader faz coisas com a Força nesta série que com certeza teriam dado dor de cabeça aos rebeldes na trilogia original, mas ei, quem precisa assistir filmes antigos para escrever um roteiro de Star Wars?). Sobre a vilã, que eu vi muita gente falando mal, e de maneiras vezes que às vezes esbarram na pura misoginia: a vilã é ruim porque o texto é ruim, e nem Merryl Streep seria capaz de transformar aqueles diálogos medonhos em algo natural, que imponha presença ou transmita autoridade. No geral o elenco é bom, mas o roteiro é péssimo: as situações são frágeis e se resolvem como um estalar de dedos e, no geral, os personagens são BURROS. Ou eles fazem merdas que matam outros personagens ou eles simplesmente ficam observando, estáticos, enquanto as merdas se desenrolam diante deles. Não vejo personagens tão burros assim desde Prometheus, a pior tripulação da história da ficção científica. A direção sonolenta também não ajuda, e todo mundo parece que queria estar em qualquer outro lugar, menos ali. Um desconto por conta do episódio final que aperta as teclas da nostalgia com força? Não. Porque os personagens continuam BURROS. E eles são burros porque o roteiro é preguiçoso. Aliás, se eu pudesse resumir Obi Wan Kenobi (série, não personagem) em uma palavra seria essa: "preguiçoso". "Lazy". "Sonolento". "Comatoso". "Sem querer me enterraram debaixo da terra e eu nem percebi de tão sonolenta que é esta série." "Mais divertido ver tinta secar". Enfim (usei mais de uma palavra, sorry). Eu nem me recuperei da catástrofe que foi A Ascenção Skywalker e me vieram com esta bomba. Nem o Ewan salva, e coitado, ele tenta. Tenta muito. Talvez seja o único que tenta. Enfim, pelo menos foi curto. Agora chega de Star Wars, por favor. Preciso de um descanso.
Arcane: League of Legends (1ª Temporada)
4.6 391Há muitos pontos positivos, a começar pela qualidade técnica. Cada frame da série é uma obra de arte; a técnica que mescla o uso do 3D e do 2D, assim como a variedade de estilos adiciona textura aos cenários, capta cada nuance nas expressões de seu vasto - e diverso - elenco de personagens, cuja dublagem também é impecável. A Netflix investiu pesado nessa série, mas nada disso teria dado certo se ela não contasse uma boa história. A premissa em si pode não ser muito original (é uma típica história de fantasia com enfoque na luta de classes), mas a execução é soberba. Cada personagem tem seu arco, cada um faz a trama andar para frente e não o contrário. No fim é uma meditação inteligente e madura sobre trauma e como o trauma molda as características de um determinado indivíduo. Mas talvez o principal acerto seja que, ao invés de falar com os já convertidos (como a maioria das adaptações de games por aí), Arcane opta pelo caminho oposto e converte aqueles que, como eu, nunca souberam nem tiveram interesse em nada relacionado a League of Legends. Envolvente, divertido, emocionante, doído de tão triste. Mal posso esperar pela segunda temporada.
Missa da Meia-Noite
3.9 730Muitas vezes, na verdade acho que na maioria das vezes, a série se comporta mais como um drama sobrenatural do que uma série de terror propriamente dita. Isso com certeza vai afastar muita gente que busca algo mais no estilo "sangue e vísceras", embora tenha bastante disso também. Tem muitos diálogos, é bem cadenciado, sem pressa, e realmente mergulha nos personagens. E é exatamente por isso que eu gostei tanto: o elemento humano é sempre central. Bom terror pra mim não funciona quando você não consegue se importar com os personagens. E sim, eu sei, tem muitos diálogos. Mas tem momentos dramáticos maravilhosos, e as cenas assustadoras são mesmo assustadoras.
A Dança da Morte
3.5 130 Assista AgoraDá pra reclamar de muita coisa, como os efeitos especiais canhestros e a direção pobre, e as atuações desiguais (algumas muito boas como a do Gary Sinise, Rob Lowe e alguns atores convidados como o Ed Harris, e outras muito ruins), mas no fim das contas o maior problema é que o Stephen King já escreveu histórias melhores. O final é muito fraco e as peças não se encaixam. Muito suspense e promessa são feitos pruma conclusão... bleh.
A Tempestade do Século
3.9 317Essa é uma das melhores histórias do Stephen King, com certeza. Uma história de horror de verdade, onde não há final feliz, só as implicações morais de uma decisão terrível. É uma das poucas histórias dele que falam da fraqueza no coração do ser humano (outra é Cemitério Maldito), normalmente ele é mais otimista. Mas esta não é uma história que permite otimismo. Vi algumas pessoas falando que é uma "adaptação", e gostaria só de dizer que não é. É um roteiro original feito pelo King para a TV, e depois o roteiro foi publicado nos EUA e no Brasil em formato de livro (mas a linguagem não é em prosa, continua sendo um roteiro). E vi algumas pessoas também reclamando da duração: bom, é uma minissérie, originalmente indo ao ar em 3 episódios. Ironicamente, uma das coisas que eu mais gostei é a maneira como o King constrói a tensão deixando a cena se desenrolar pelo tempo que lhe é necessária. Daí a duração mais extensa. Ótimas atuações no geral e, tirando os efeitos especiais meio toscos, é perfeito de cabo a rabo.
House of Cards (1ª Temporada)
4.5 611 Assista AgoraDavid Fincher + Kevin Spacey = love
Ga-Rei: Zero
4.1 7Ga-Rei Zero é um anime incomum. É uma prequência do mangá de Hajime Segawa e começa com um primeiro episódio estranho
- que depois se mostra não tendo ligação nenhuma com o restante da série que segue um caminho totalmente diferente -