Esse filme me fez chorar ao mesmo tempo que mostrava uma montagem meio desastrada de cenas, sequências meio sem pé nem cabeça. Muitos acontecimentos a esmo, que não dá sentido nenhum pra narrativa.kkkkk
Concepção visual incrível, bonita e a serviço da narrativa. História contudente, com senso crítico, forte melancólico e ainda sim extraindo humor em alguns momentos. Uma obra pra marcar o ano. Filmaço.
Esse filme carrega uma crueldade poética muito bem executada. Assisti sem saber nada antes e fiquei muito surpreendido. Acredito que se você tiver disposto a curtir um terror mais contemplativo, ou ter uma experiência mais inusitada ele entregará uma boa resposta.
Doidera essa procura dela pela humanidade, como uma saga dolorosa. Tentando compreende-la por outras perspectivas, assumindo literalmente outras formas. E principalmente entender o que é ser mulher na sociedade, seja pela perspectiva de um homem, um animal, uma bruxa, uma reclusa. A dor circula por todas essas vias. Como diz o próprio filme é um mundo cruel e ardente, mas ainda assim...
Adorei o conceito visual, lindo e ao mesmo tempo brutal.
Filme diz muito sobre os nossos comportamentos sociais, exposições as quais estamos sujeitos, condicionamento coletivo, assédio e violência comercial, utilizando muitos símbolos e metáforas interessantes.
O humor do filme também é bem esperto, dosando muito vezes com o absurdo e a proximidade do real, uma representação alegórica dessa realidade cheia de absurdos como a nossa. Curti esse lance também de pincelar por uma saga kafkiana.
E que o diabo do Zuckerberg nunca pense em criar uma startup desse Norio kkkkkkk. Se bem que as redes sociais já estão tão entranhadas nas nossas vidas que o nosso imaginário vive poluído com esses estímulos, anúncios, toxicidades e distrações.
Filme que se escora em uma premissa excêntrica de cunho chocante, mas que desenvolve uma história qualquer coisa e manjada. É de fato um clichezaço digno de Supercine.
É impossível não sentir a força emocional desse documentário. Embarquei de coração como se estivesse em cada lugar e em cada época, dentro de um teletransporte pelas memórias e as raízes afetivas/culturais do Kléber Mendonça e de Recife.
E esse é o poder de uma boa obra, fazer com que o coração e os olhos do autor se manifeste em simetria com o coração e os olhos do público.
O começo narra partes mais subjetivas, como a infância e a relação do autor com sua mãe, sua casa e seu bairro. Mas, você pode se flagrar com uma certa identificação, com algum aspecto cronológico ou detalhe do cotidiano. Como se aquelas memórias estivessem alinhadas, conversando com as nossas.
O capítulo dos cinemas do Centro, com suas marquises e letreiros, as pessoas envolta desses lugares como o Seu Alexandre também me pegou demais. O processo de venda para shoppings e igrejas se assemelha muito com a da minha cidade Fortaleza. Perdermos o cine Diogo e o fortaleza, mas não perdemos nosso cinema mais bonito o São Luiz. Assim como o de recife hoje é um espaço público e é um patrimônio cultural da cidade, um equipamento que promove a pluralidade, conta com exibição de música, teatro e cinema
Enfim...só querida dizer que retrato fantasmas é uma obra muito linda, fluída, faz uma declaração de amor ao cinema, sem deixar de carregar uma sensibilidade crítica. O final é outra declaração de amor aos prazeres orgânicos, dessa forma de sentir as pessoas e os lugares que parecem estar sumindo devido a automação do nosso cotidiano.
O Quentin Dupieux sabe proporcionar como ninguém risadas das situações mais inesperadas. E esse seu tipo de humor caótico, parece carregar sempre uma sátira em cima das tentativas de impor significados a arte. Esse filme é aparentemente uma mistura de ficção, surrealismo, com doses de estranhamento reais e engraçadas de um modo peculiar. E acho que não adianta muito ficar procurando significados pra isso, apesar desses significados estarem lá kkk.
Como o próprio diretor disse: tornou-se mais difícil escrever algo absurdo neste mundo absurdo. Então mermão só me resta concordar e dar mérito a quem consegue quebrar essa máxima.
Meu sonho era ver um crossover de Rubber, a jaqueta e a força tabaco em uma história contada por um peixe sendo frito. Nada mais normal que isso.
Retrato perturbador de uma faceta americana pouca mostrada, mesmo que muito marcado por uma época, fim dos anos 70 começo dos 80.
Out of the blue é filme bem problemático, mas que com seu ritmo de punk/folk, traz uma perspectiva crítica quando não pisa no freio ao abordar essa américa mórbida e nada brilhante. Carregando esse cenário fodido e imundo, onde nenhuma inocência é permitida e tolerada, cuja violência vem acompanhada da precariedade, da miséria intelectual e social.
É de fato uma obra muito boa, mas incômoda, com uma ótima trilha sonora.
Curti muito o filme, ele é intrigante com uma direção que sabe explorar dos atores as nuances de realidade para construir uma ficção. Provando ser mais do que um filme sobre distopia, quando explora temas subjetivos facilmente identificáveis nos dias de hoje. Uma abordagem mais sensível aos símbolos, as discussões, do que preocupado com cenas de ação mirabolantes ou apelativas.
E tecnicamente o filme se sai até classudo, quando se compara com a pasteurização dos filmes netflix. A dinâmica de imagem, som, roteiro é muito boa. Mostrando o caos gradativamente, por meio do texto, ou até mesmo se comunicando com movimentos de câmera e transições, com muita fluidez.
Inclusive achei a fotografia carregada de uma identidade visual charmosa, mas com uma estética que está a serviço da narrativa. Ou seja, que está lá ajudando a contar a história, não como um mero enfeite a esmo. Você pode assistir e montar uma, duas, cinco interpretações ou mais do que viu. Dá pra se divertir também em cima dos desafios, dos conflitos propostos pela história sem a necessidade do conforto linear ou do que é explícito.
São muitos elementos a ser admirados, mas que talvez a impaciência pelas respostas concretas não ajudam a galera a captar as emoções contemplativas do filme, o humor, e as reflexões das nossas fugas. Sejam elas provenientes da automação do nosso cotidiano, racismo, vício tecnológico, xenofobia, paranóia social, individualismo, deterioração das relações-sociais-orgânicas, conflitos globais, ou do próprio ser humano como indivíduo ou ser social, funcionando como uma arma letal a si.
Slacker é um filme que faz um panorama singular do fim dos anos 80 e o início dos anos 90. Tem uma narrativa não convencional, mesmo quando tenta parecer um documentário urbano, traça arbitrariamente uma geração que viveu a margem de convenções sociais, de certa forma alienada pelos seus sonhos ou pela falta deles.
É uma obra experimental, com um tipo de humor variado, esperto e observador. Mostrando ao mundo um Richard Linklater ainda em formação, com um inegável amadorismo, mas ainda assim cheio de paixão e vontade.
Curto demais o direcionamento técnico em volta da apresentação veloz de seus personagens ao longo do filme. São pessoas desajustadas como um núcleo de párias, servindo muito bem como instrumentos narrativos pra discorrer sobre política, aliens, metalinguagem. Indo de uma conversa com um taxista sobre realidades paralelas, literatura russa, desenho animado ou um perturbado urbano falando sobre conspirações delirantes.
Não é todo dia que se encontra amostras do exame Papanicolau da Madonna a venda, em um mundo material com uma garota material, e de quebra ainda conseguir pôr seu nome na lista do show dos máximos perdedores.
A violência provocada pela homofobia é terrivel, mas nas camadas sociais mais vulneráveis os efeitos são ainda piores. Mistura-se isso com o avanço dessas religiões retrógradas e tá feito o estrago. É muita hipocrisia disfarçada de moral desse povo, é muito envenenamento na cabeça das pessoas disfarçado de salvação. Bando de Sangue sugas do dinheiro alheio que já é tão pouco e sacrificado. Reflexo cruel da sociedade e dos efeitos de um cinismo induzido aos condicionados, vítimas de convenções que são na realidade opressivas.
Forte e visceral, o tempo não prejudica o Scorsese! Tá aí um diretor que não deixa de entregar algo muito bom! É pra aplaudir de pé uma obra como essa, muito inventiva e instigante no meio de tanta produção homogênea no mainstream.
O Filme é bastante interessante nos primeiros arcos, depois ele tenta impressionar com um *plotwist que é meio previsível e isso influencia negativamente o seu final. Ainda assim não chega a ser tão ruim.
* Plotwistt envolvendo a revelação de que a psiquiatra na realidade era uma paciente esquizofrênica, por isso a suposta "doutora" contou a história maluca de ter vindo do futuro, eram delírios. Isso não foi difícil de entender, pelo contrário foi muito fácil. Outra coisa ruim foi o surgimento do personagem que mata o Joon Hyuk, mesmo sendo ponto crucial. Pois, o mesmo foi mal desenvolvido. Sua justificativa não é complicada de ser entendida, por isso nem considero essa queixa que a galera aqui em baixo fez do filme. O que é ruim é justamente o contrário é fácil esperar por isso, pois ele está tomado de raiva depois que aquela garota, amante do Min Suk comete suicídio na banheira. Ele sabia que o Min Suk foi escroto com ela, e ele sabia que ela fez isso por conta desse amor não correspondido.
Ou seja, ao meu ver o pecado desse filme não é ser confuso, geral assiste, não presta atenção, não entende e aponta criticas. Esse apesar de usar algumas simbologias, ele é bem fácil e previsível e até meio brega em algumas soluções esse é o problema.
Mas, ainda assim é bacana como é desenvolvido a trama entre os personagens, apresentando gradativamente suas disfuncionalidades, suas jornadas tortas, mentiras, dramas e o caos em torno disso. Envolvendo cenas cruas (bem feitas por sinal) e sem censura, fazendo algumas metáforas exageradas, mas até legais. Como o elefante (que é símbolo da ideia de estabilidade e imutabilidade) logo ele é admirado e visto por um maníaco-depressivo com tendências suicidas em algumas situações o que faz todo sentido. As vezes o que lasca é quando eles jogam uma sequência mais digitalizada ou quando o roteiro desenvolve uma saída fácil para algumas pontas. Poderia ser melhor, mas ao meu ver está longe de ser tão ruim como muitos dizem.
Pouco conhecido, classudo, brutal e com uma conspiração macabra digna de um bom horror. Não é nenhum exagero considerar esse filme um dos melhores do gênero dessa década!
Por causa do hype eu esperava um filme bem diferente do que vi, mas ele tem uma perspectiva interessante sobre possessão, uns gores e efeitos práticos bem impressionantes.
Se tratando de um filme do circuito da América latina ele consegue proporcionar uma atmosfera legal, principalmente no início. Mas, sei lá... a historia não me pegou tanto, principalmente na metade do filme, teve algumas cenas que remeteram uma direção de novela, as atuações tbm teve seus momentos piegas kkkk.
Ainda assim, vale pela curiosidade fiquei meio decepcionado porque muita gente falou que era o melhor terror do ano. Não é nem de longe, mas é interessante ver um filme desse gênero, sendo realizado fora do eixo industrial que a gente tá acostumado. Se vc for assistir com a expectatica de ver um filme mais parecido com uma produção independente, sem grandes pretensões, vc vai curtir bem mais.
Muito bom esse tipo de terror que expõe o que há de pior no ser humano. Assustam bem mais que os sobrenaturais e os fantásticos, pela desgraça que está na verossimilhança.
Curti sua narrativa didática, apesar de ser um filme bastante incômodo. Um recorte sem filtros do lixo que representa essas ideias supremacistas. Mostrando que os nossos piores preconceitos são ensinados e não inerentes ao nosso caráter. Gosto de como o filme sinaliza pra esse equívoco contemporâneo, onde as pessoas ainda confundem qualquer tipo de violência étnica, social ou de gênero com liberdade de expressão Se revoltar e se incomodar diante a isso é saudável. Mas, acho que o foco vai para o público que não entende ou se sensibiliza com isso. Nesse sentido o filme cumpre muito bem o seu papel que é ser didático, chegar nessas pessoas com uma mensagem honesta e contundente. Mostrando o quão horroroso é velar opressão usando tradição como desculpa, ou mesmo justificar violência com essa ladainha de racismo reverso.
Dente de Leite
3.8 59Esse filme me fez chorar ao mesmo tempo que mostrava uma montagem meio desastrada de cenas, sequências meio sem pé nem cabeça. Muitos acontecimentos a esmo, que não dá sentido nenhum pra narrativa.kkkkk
Pobres Criaturas
4.2 1,1K Assista AgoraConcepção visual incrível, bonita e a serviço da narrativa. História contudente, com senso crítico, forte melancólico e ainda sim extraindo humor em alguns momentos. Uma obra pra marcar o ano. Filmaço.
Plano 9 do Espaço Sideral
3.1 227 Assista AgoraTosqueira forte e não intencional, um clássico trash acidental. Assitir o filme do Ed wood dirigido pelo Tim Burton é um ótimo complemento.
Zona de Interesse
3.6 578 Assista AgoraA naturalidade cotidiana diante do horror é algo muito assustador. Incrível como esse filme consegue estabelecer esse contraste através do áudio.
* Assistir com um fone de ouvido ou um aparelho de som legal potencializa ainda mais essa imersão.
Vampira Humanista Procura Suicida Voluntário
3.7 12Divertido, bonito e com um humor aparentemente despretencioso. Além de entreter, comover, consegue pontuar bem sobre temas complexos.
Tekkonkinkreet
4.3 86Curti mais o mangá, principalmente os três volumes antigos da Conrad que tinha as onomatopeias.
Belas Criaturas
3.9 11Bonito ao seu jeito simultaneamente pesadinho.
Anatomia de uma Queda
4.0 782 Assista AgoraMuitooooo bom!! Mas, me devastou kkk
Vidas Passadas
4.2 723 Assista AgoraUm filme romântico que explora as afetividades por um ângulo bem menos covencional!
Monstro
4.3 260 Assista AgoraQue pancada minha gente! Bonito, comovente e com muitos ensinamentos.
Você Não Estará Só
3.6 124 Assista AgoraEsse filme carrega uma crueldade poética muito bem executada. Assisti sem saber nada antes e fiquei muito surpreendido. Acredito que se você tiver disposto a curtir um terror mais contemplativo, ou ter uma experiência mais inusitada ele entregará uma boa resposta.
Doidera essa procura dela pela humanidade, como uma saga dolorosa. Tentando compreende-la por outras perspectivas, assumindo literalmente outras formas. E principalmente entender o que é ser mulher na sociedade, seja pela perspectiva de um homem, um animal, uma bruxa, uma reclusa. A dor circula por todas essas vias. Como diz o próprio filme é um mundo cruel e ardente, mas ainda assim...
Adorei o conceito visual, lindo e ao mesmo tempo brutal.
O Homem dos Sonhos
3.5 131Filme diz muito sobre os nossos comportamentos sociais, exposições as quais estamos sujeitos, condicionamento coletivo, assédio e violência comercial, utilizando muitos símbolos e metáforas interessantes.
O humor do filme também é bem esperto, dosando muito vezes com o absurdo e a proximidade do real, uma representação alegórica dessa realidade cheia de absurdos como a nossa. Curti esse lance também de pincelar por uma saga kafkiana.
E que o diabo do Zuckerberg nunca pense em criar uma startup desse Norio kkkkkkk. Se bem que as redes sociais já estão tão entranhadas nas nossas vidas que o nosso imaginário vive poluído com esses estímulos, anúncios, toxicidades e distrações.
Bom Garoto
2.5 162 Assista AgoraFilme que se escora em uma premissa excêntrica de cunho chocante, mas que desenvolve uma história qualquer coisa e manjada. É de fato um clichezaço digno de Supercine.
Retratos Fantasmas
4.2 226 Assista AgoraÉ impossível não sentir a força emocional desse documentário. Embarquei de coração como se estivesse em cada lugar e em cada época, dentro de um teletransporte pelas memórias e as raízes afetivas/culturais do Kléber Mendonça e de Recife.
E esse é o poder de uma boa obra, fazer com que o coração e os olhos do autor se manifeste em simetria com o coração e os olhos do público.
O começo narra partes mais subjetivas, como a infância e a relação do autor com sua mãe, sua casa e seu bairro. Mas, você pode se flagrar com uma certa identificação, com algum aspecto cronológico ou detalhe do cotidiano. Como se aquelas memórias estivessem alinhadas, conversando com as nossas.
O capítulo dos cinemas do Centro, com suas marquises e letreiros, as pessoas envolta desses lugares como o Seu Alexandre também me pegou demais. O processo de venda para shoppings e igrejas se assemelha muito com a da minha cidade Fortaleza. Perdermos o cine Diogo e o fortaleza, mas não perdemos nosso cinema mais bonito o São Luiz. Assim como o de recife hoje é um espaço público e é um patrimônio cultural da cidade, um equipamento que promove a pluralidade, conta com exibição de música, teatro e cinema
Enfim...só querida dizer que retrato fantasmas é uma obra muito linda, fluída, faz uma declaração de amor ao cinema, sem deixar de carregar uma sensibilidade crítica. O final é outra declaração de amor aos prazeres orgânicos, dessa forma de sentir as pessoas e os lugares que parecem estar sumindo devido a automação do nosso cotidiano.
Fumer fait tousser
3.2 8O Quentin Dupieux sabe proporcionar como ninguém risadas das situações mais inesperadas. E esse seu tipo de humor caótico, parece carregar sempre uma sátira em cima das tentativas de impor significados a arte. Esse filme é aparentemente uma mistura de ficção, surrealismo, com doses de estranhamento reais e engraçadas de um modo peculiar. E acho que não adianta muito ficar procurando significados pra isso, apesar desses significados estarem lá kkk.
Como o próprio diretor disse: tornou-se mais difícil escrever algo absurdo neste mundo absurdo. Então mermão só me resta concordar e dar mérito a quem consegue quebrar essa máxima.
Meu sonho era ver um crossover de Rubber, a jaqueta e a força tabaco em uma história contada por um peixe sendo frito. Nada mais normal que isso.
Anos de Rebeldia
3.8 22 Assista AgoraRetrato perturbador de uma faceta americana pouca mostrada, mesmo que muito marcado por uma época, fim dos anos 70 começo dos 80.
Out of the blue é filme bem problemático, mas que com seu ritmo de punk/folk, traz uma perspectiva crítica quando não pisa no freio ao abordar essa américa mórbida e nada brilhante.
Carregando esse cenário fodido e imundo, onde nenhuma inocência é permitida e tolerada, cuja violência vem acompanhada da precariedade, da miséria intelectual e social.
É de fato uma obra muito boa, mas incômoda, com uma ótima trilha sonora.
O Mundo Depois de Nós
3.2 880 Assista AgoraCurti muito o filme, ele é intrigante com uma direção que sabe explorar dos atores as nuances de realidade para construir uma ficção. Provando ser mais do que um filme sobre distopia, quando explora temas subjetivos facilmente identificáveis nos dias de hoje. Uma abordagem mais sensível aos símbolos, as discussões, do que preocupado com cenas de ação mirabolantes ou apelativas.
E tecnicamente o filme se sai até classudo, quando se compara com a pasteurização dos filmes netflix. A dinâmica de imagem, som, roteiro é muito boa. Mostrando o caos gradativamente, por meio do texto, ou até mesmo se comunicando com movimentos de câmera e transições, com muita fluidez.
Inclusive achei a fotografia carregada de uma identidade visual charmosa, mas com uma estética que está a serviço da narrativa. Ou seja, que está lá ajudando a contar a história, não como um mero enfeite a esmo. Você pode assistir e montar uma, duas, cinco interpretações ou mais do que viu. Dá pra se divertir também em cima dos desafios, dos conflitos propostos pela história sem a necessidade do conforto linear ou do que é explícito.
São muitos elementos a ser admirados, mas que talvez a impaciência pelas respostas concretas não ajudam a galera a captar as emoções contemplativas do filme, o humor, e as reflexões das nossas fugas. Sejam elas provenientes da automação do nosso cotidiano, racismo, vício tecnológico, xenofobia, paranóia social, individualismo, deterioração das relações-sociais-orgânicas, conflitos globais, ou do próprio ser humano como indivíduo ou ser social, funcionando como uma arma letal a si.
Slacker
3.6 89Slacker é um filme que faz um panorama singular do fim dos anos 80 e o início dos anos 90. Tem uma narrativa não convencional, mesmo quando tenta parecer um documentário urbano, traça arbitrariamente uma geração que viveu a margem de convenções sociais, de certa forma alienada pelos seus sonhos ou pela falta deles.
É uma obra experimental, com um tipo de humor variado, esperto e observador. Mostrando ao mundo um Richard Linklater ainda em formação, com um inegável amadorismo, mas ainda assim cheio de paixão e vontade.
Curto demais o direcionamento técnico em volta da apresentação veloz de seus personagens ao longo do filme. São pessoas desajustadas como um núcleo de párias, servindo muito bem como instrumentos narrativos pra discorrer sobre política, aliens, metalinguagem. Indo de uma conversa com um taxista sobre realidades paralelas, literatura russa, desenho animado ou um perturbado urbano falando sobre conspirações delirantes.
Não é todo dia que se encontra amostras do exame Papanicolau da Madonna a venda, em um mundo material com uma garota material, e de quebra ainda conseguir pôr seu nome na lista do show dos máximos perdedores.
Muito bom!
Pedágio
3.7 64A violência provocada pela homofobia é terrivel, mas nas camadas sociais mais vulneráveis os efeitos são ainda piores. Mistura-se isso com o avanço dessas religiões retrógradas e tá feito o estrago. É muita hipocrisia disfarçada de moral desse povo, é muito envenenamento na cabeça das pessoas disfarçado de salvação. Bando de Sangue sugas do dinheiro alheio que já é tão pouco e sacrificado. Reflexo cruel da sociedade e dos efeitos de um cinismo induzido aos condicionados, vítimas de convenções que são na realidade opressivas.
Assassinos da Lua das Flores
4.1 606 Assista AgoraForte e visceral, o tempo não prejudica o Scorsese! Tá aí um diretor que não deixa de entregar algo muito bom! É pra aplaudir de pé uma obra como essa, muito inventiva e instigante no meio de tanta produção homogênea no mainstream.
Procurando o Elefante
3.0 4O Filme é bastante interessante nos primeiros arcos, depois ele tenta impressionar com um *plotwist que é meio previsível e isso influencia negativamente o seu final. Ainda assim não chega a ser tão ruim.
* Plotwistt envolvendo a revelação de que a psiquiatra na realidade era uma paciente esquizofrênica, por isso a suposta "doutora" contou a história maluca de ter vindo do futuro, eram delírios. Isso não foi difícil de entender, pelo contrário foi muito fácil.
Outra coisa ruim foi o surgimento do personagem que mata o Joon Hyuk, mesmo sendo ponto crucial. Pois, o mesmo foi mal desenvolvido. Sua justificativa não é complicada de ser entendida, por isso nem considero essa queixa que a galera aqui em baixo fez do filme. O que é ruim é justamente o contrário é fácil esperar por isso, pois ele está tomado de raiva depois que aquela garota, amante do Min Suk comete suicídio na banheira. Ele sabia que o Min Suk foi escroto com ela, e ele sabia que ela fez isso por conta desse amor não correspondido.
Ou seja, ao meu ver o pecado desse filme não é ser confuso, geral assiste, não presta atenção, não entende e aponta criticas. Esse apesar de usar algumas simbologias, ele é bem fácil e previsível e até meio brega em algumas soluções esse é o problema.
Kill List
3.3 198Pouco conhecido, classudo, brutal e com uma conspiração macabra digna de um bom horror. Não é nenhum exagero considerar esse filme um dos melhores do gênero dessa década!
O Mal Que Nos Habita
3.6 525 Assista AgoraPor causa do hype eu esperava um filme bem diferente do que vi, mas ele tem uma perspectiva interessante sobre possessão, uns gores e efeitos práticos bem impressionantes.
Se tratando de um filme do circuito da América latina ele consegue proporcionar uma atmosfera legal, principalmente no início. Mas, sei lá... a historia não me pegou tanto, principalmente na metade do filme, teve algumas cenas que remeteram uma direção de novela, as atuações tbm teve seus momentos piegas kkkk.
Ainda assim, vale pela curiosidade fiquei meio decepcionado porque muita gente falou que era o melhor terror do ano. Não é nem de longe, mas é interessante ver um filme desse gênero, sendo realizado fora do eixo industrial que a gente tá acostumado. Se vc for assistir com a expectatica de ver um filme mais parecido com uma produção independente, sem grandes pretensões, vc vai curtir bem mais.
Soft & Quiet
3.5 242Muito bom esse tipo de terror que expõe o que há de pior no ser humano. Assustam bem mais que os sobrenaturais e os fantásticos, pela desgraça que está na verossimilhança.
Curti sua narrativa didática, apesar de ser um filme bastante incômodo. Um recorte sem filtros do lixo que representa essas ideias supremacistas. Mostrando que os nossos piores preconceitos são ensinados e não inerentes ao nosso caráter. Gosto de como o filme sinaliza pra esse equívoco contemporâneo, onde as pessoas ainda confundem qualquer tipo de violência étnica, social ou de gênero com liberdade de expressão
Se revoltar e se incomodar diante a isso é saudável. Mas, acho que o foco vai para o público que não entende ou se sensibiliza com isso. Nesse sentido o filme cumpre muito bem o seu papel que é ser didático, chegar nessas pessoas com uma mensagem honesta e contundente. Mostrando o quão horroroso é velar opressão usando tradição como desculpa, ou mesmo justificar violência com essa ladainha de racismo reverso.